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Mas ele é gay!

Lorena

A casa era ampla, toda em conceito aberto e com uma varanda espetacular, dando para a piscina. Haviam cerca de trinta pessoas naquele momento e quando entrei, refeita do meu abalo, já encontrei Arthur com uma cerveja na mão, rodeado de amigos. Passei direto para o banheiro, precisava lavar o rosto, me recompor de todo.

Encarei meu reflexo no espelho. Os olhos estavam inchados, as bochechas coradas e um pouco despenteada. Lavei o rosto, refiz a maquiagem sutil e escovei os cabelos. Vendo-me melhor, me apoiei na pia, voltando a encarar a garota no espelho: uma jovem até que bonitinha, de cabelos longos, castanhos claros e com ondas suaves, cortados em "v". Meus olhos, levemente puxados, castanhos, chamavam a atenção por causa do nariz pequeno. Eu quase não tinha nariz e isso me incomodava, ainda mais por causa das sardas clarinhas sobre ele. Meus lábios eram redondos, carnudos. Eu gostava deles. Graças a Deus, nunca me faltaram admiradores, apesar de eu não fazer o tipo "mulherão de parar o trânsito". A verdade é que eu não tinha do que me queixar, estava dentro da média, especialmente se comparada às paquerinhas do Arthur. Sendo assim, por que diabos ele nunca me quis? Por que nunca teve sequer um momento de fraqueza?

Então, lembrei da vez que quase nos beijamos, mas aquela não contava. Estávamos bêbados: eu, puta da vida com um corno que havia acabado de levar de um namorado; e ele me consolando. Nossas bocas estavam próximas, o fogo me consumia e ele acariciava minha coxa. Mas então, veio a náusea e eu vomitei no meio do meu quarto. Daí por diante, tudo foi por água abaixo.

─ Lorena? Você está aí?

Era a voz da Giovana, namorada do Adriano e uma grande amiga minha.

─ Estou, Gio. ─ Abri a porta para ela. ─ Estou retocando a maquiagem.

Imediatamente, vi a pena estampada em seu rosto.

─ Ei! Andou chorando?

Respirei fundo. Precisava tirar aquela cara de choro urgentemente.

─ Já passou.

─ Mas a tal portuguesa nem veio, Lory. O que aconteceu?

─ Ela virá e levará... ─ Parei quando senti que voltaria a chorar. Tornei a respirar fundo e me contive. ─ Ela virá na semana que vem. Foi apenas uma recaída, mas já passou.

Ela acariciou meu rosto.

─ Precisa sair dessa, amiga. Você é tão linda... Precisa se permitir.

Encarei Gio e tentei sorrir.

─ Eu preciso é de uma bebida.

Ela sorriu de volta e passou o braço sobre meus ombros.

─ É pra já!

Só então notei que havia som na área da piscina e dentro de casa. Notei que serviam churrasco e falavam alto em conversas paralelas. Arthur estava lá fora, numa roda com o irmão e amigos. Tinha tirado a camisa e meu fogo acendeu ao ver seu corpo tão perfeito, ainda mais másculo do que eu me lembrava. O bronzeado tinha avivado as sardas dos seus ombros, que estavam mais redondos, largos.

─ Toma!

Gio me entregou um copo com o que parecia uma batida gelada. Sentei no banco e me debrucei sobre a bancada da ilha, ficando de frente para a porta que dava para a área da piscina.

─ O que é isso?

─ Piña colada. Está deliciosa.

Tomei um gole, atestando que estava mesmo saborosa.

─ Trouxe biquíni? ─ Perguntou já olhando minha roupa, verificando.

─ Não. Não pensava em ficar.

Nem sonhando pensava em ficar testemunhando o romance entre Arthur e a portuguesa. E agora que ela não estava ali, pensava menos ainda em ficar me torturando, vendo-o tão perto e tão longe ao mesmo tempo.

─ Se quiser, te empresto um. Está um calor infernal.

─ Não, obrigada. Ainda não penso em ficar.

Lauro, pai de Arthur e Adriano, vinha em nossa direção. Era um senhor jovem ainda, muito simpático e festeiro.

─ E as princesas, não querem comer?

Ele beijou minha testa e a da Gio.

─ Já, já, Lauro. Deixa só fazer um "esquente". ─ Gio piscou para ele.

─ E você, Lory, quer que eu te traga alguma coisa? ─ Perguntou, enquanto passava por nós, indo fazer algo na pia, à nossas costas.

Lauro sempre fora extremamente carinhoso, tanto comigo, quanto com Gio. Contudo, algo me dizia que ele desconfiava dos meus sentimentos pelo Arthur e lamentava imensamente não ser meu sogro. Eu também lamentava.

─ Não, obrigada. Nem deveria estar bebendo, porque vou embora daqui a pouco. ─ Usei como desculpa.

─ Como é?! ─ Ele contornou a ilha, ficando de frente para a gente. ─ Nem pense nisso! Primeiro, porque está bebendo, e segundo, porque o Arthur está aqui! É dia de comemorar!

Sorri, porque era impossível ficar triste ao seu lado.

─ Eu moro à apenas duas quadras, Lauro, não é para tanto. ─ E caí na minha desculpa esfarrapada. ─ E depois, teremos tempo de sobra para colocar o assunto em dia. Arthur irá lá em casa amanhã ou depois, meus pais estão saudosos.

─ Mas hoje é hoje! Estamos celebrando e você não irá embora coisa nenhuma. ─ Passou o braço sobre meus ombros, me apertando num abraço. ─ Vá trocar de roupa e dar um mergulho.

Depois de beijar novamente a minha testa, voltou para a piscina, levando consigo três latas de cerveja.

─ Vamos, Lory, te empresto um biquini.

─ Estou menstruada, Gio. ─ Menti e observei Lauro cochichar algo no ouvido de Arthur, que logo depois virou-se e olhou para mim. Disfarcei.

─ Menstruada e toda de branco?! Nem que eu fosse da área de saúde!

Eu usava um short de linho branco em conjunto com um cropped. Gio e eu éramos amigas há um bom tempo e ela bem sabia que eu não me vestiria de branco se estivesse naqueles dias, mas não lhe dei resposta.

─ Bem... Aquela água está me chamando e vou me jogar. Se mudar de ideia, é só falar.

Apenas assenti e bebi mais um gole da piña colada. Arthur cochichou algo de volta no ouvido do Lauro, que se afastou em seguida, indo juntar-se à dois amigos seus.

─ Quer que complete seu copo?

Levei um susto, nem tinha visto o Samuel se aproximar. Samuel era irmão da Gió e meu companheiro de dança na academia.

─ Quero. ─ E lhe entreguei o copo pela metade.

Continuava olhando o Arthur. Ele estava feliz. Conversava animado e gargalhava com seu irmão e velhos amigos. Estava super relaxado e eu estava quase babando. Lá fora tocava algo mais agitado, mas dentro de casa a música lenta, latina e sensual embalava meus devaneios.

Não demorou e Samuel estava de volta com minha piña colada.

─ Está meio caidinha ou é impressão minha?

Sorri, tentando dissimular o pouco ânimo.

─ Estou um pouco cansada, só isso.

─ Somos dois... ─ E Samuel começou a me contar como fora sua noite anterior. Ele havia ido à uma boate com alguns amigos e foi mais ou menos por aí que parei de escutá-lo. Arthur passou a mão pelos cabelos e olhou para mim de soslaio, sexy pra cacete. A ponta dos cabelos curtos apenas roçavam a nuca. O sol provocava reflexos dourados nas ondas suaves e castanhas.

Ele ergueu os óculos, deixando-os sobre a cabeça, como uma tiara, e olhou novamente para mim, sorrindo. Não consegui reagir, continuei parada, hipnotizada, fingindo estar escutando Samuel.

Então, Arthur piscou um olho para mim e me chamou com sua voz grave. Estremeci. Tive apenas a iniciativa de gesticular, dizendo que depois iria, e a voz de Samuel voltou a ocupar a minha atenção.

─ Quer dançar um pouquinho?

─ Oi?!

─ Dançar, Lory. Escuta... dá para dançar.

Estava tocando uma música sensual, lenta, com uma batida ritmada e a voz do cantor arrastava melodiosa, quase manhoso. Samuel era meu parceiro de dança nas aulas de segunda, quarta e sexta, e dançar era a sua vida. Olhei para Arthur, que insistia em me chamar. Sabendo que tremeria todo o caminho até seus braços e que, chegando lá, colada naquele peitoral, iria tremer ainda mais, segurei na mão do Samuel.

─ Vamos dançar.

Fiz mímica para o Arthur, mostrando que iria dançar com Samuel primeiro e que depois iria juntar-me à turma da piscina. Ele deu de ombros e voltou à sua conversa animada.

Samuel, um sujeito não muito alto, mas cheio de gingado e um doce de pessoa, segurou em minha cintura com as duas mãos e eu me apoiei em seus ombros.

Kizomba é um ritmo dançado a dois, muito íntimo, onde o casal praticamente se fecha, curtindo os movimentos e a música, quase isolando-se do mundo. Uma comunhão entre corpos, onde o ponto central são os movimentos do quadril e cintura femininos.

Nos braços do Samuel, era fácil esquecer o mundo. Não na conotação sexual, até porque Samuel é gay, mas porque ele dança muito bem e facilmente consegue levar a sua parceira a uma cumplicidade, a uma concentração grande. Tínhamos nossos rostos muito próximos, os olhos baixos, compenetrados. O ritmo nos arrastava a outra dimensão, afastando os problemas. A dança estava sendo de grande valia para mim, me ajudando a manter a mente quieta ao longo daquele ano inquietante. Só após algum tempo dançando com o Samuel é que me dei conta de que tínhamos plateia. Pelo canto dos olhos percebi Gio e mais duas ou três pessoas, entre elas, Arthur. Fiquei tensa e as mãos do Samuel apertaram de leve minha lombar, me guiando em mais um passo sensual. Eu rebolava lenta e cadenciadamente, ondulando o quadril e o abdômen, tendo a coxa de Samuel entre as minhas; girávamos devagar, intercalando as pernas como um tango e voltávamos e encaixar as coxas. Mexendo-nos lenta e sincronicamente.

Quando a música acabou, estavam todos mudos, admirados. Fiquei constrangida e quando meus olhos bateram nos de Arthur, quis desaparecer. Ele estava tão sem graça quanto eu, tinha o rosto avermelhado e seus olhos baixaram enquanto cruzava a sala, sem nada dizer, e subia a escada para o quarto.

─ Que lindo, Lory! Preciso aprender isso aí. ─ Gio se aproximou, me parabenizando.

─ Só se for comigo, dona Giovana. ─ Adriano também se aproximou, beijando o pescoço da namorada. ─ Linda mesmo, Lory. A gente fica hipnotizado, cara! Nunca tinha visto, como chama?

Eu estava atordoada. Não havia compreendido a expressão do Arthur e isso me perturbou. Samuel começou a responder ao Adriano, seu cunhado, e antes que eu pudesse raciocinar, me vi escapando escada acima.

Bati na porta do seu quarto e aguardei uma resposta. Ela veio segundos depois, permitindo minha entrada. Arthur usava uma bermuda e estava passando protetor solar nos braços. Me olhou com indiferença, ao menos o senti assim.

─ O que foi? ─ Fui direto ao ponto.

─ O que foi, o quê? ─ Enchia a mão de loção e espalhava no abdômen. Minha boca ficou seca.

─ Quando parei de dançar, você me olhava estranho. Por quê?

─ Eu? Não... Impressão sua, Lory. ─ E seu sorriso forçado ficou evidente para mim, que o conhecia tão bem.

─ Eu vi, Arthur. Diga logo o que está pensando.

Ele fechou a loção e me encarou, do alto dos seus gloriosos e exatos 1,85m.

─ Não acha demais, quase trepar com o cara no meio da sala?

Oi?!

Eu nem tinha conseguido processar aquilo, e ele disparou mais uma:

─ Dança indecente do cacete essa, não? Caralho, fiquei sem graça na frente do pai, da Giovana, de todos! O cara tava de pau duro, Lorena!

Eu estava estupefata!

─ você pirou... Arthur, o Samuel é gay!

Ele levou um susto e congelou com os olhos em mim. Ficou mudo, estático na minha frente por uns cinco segundos, até que começou a rir e desviou o olhar, passando a mão pela barba recém crescida.

─ Tem certeza disso? Porque ele estava de pau duro.

─ Ai, que grosseiro você é! Além do mais, a dança não é indecente, é linda! Sua cabeça é que é porca!

─ Ah! A minha cabeça é porca? Todo mundo lá na sala devia estar pensando a mesma coisa. O cara com a perna enfiada no meio das suas, você toda rebolando...

─ Vai à merda, Arthur! É só uma dança e nós mal nos tocamos, se não reparou.

─ Ah, eu reparei sim. Reparei que o lado gay dele estava bem hétero hoje!

Soltei o ar com força e com raiva. Ele estava me envergonhando. Estava me fazendo sentir suja por algo que eu achava lindo.

─ Desisto! Aquilo foi uma dança, várias pessoas dançam assim, é decente e o cara é gay. No mais, é doença da sua cabeça. E outra coisa... Se eu estivesse trepando, não seria da sua con...

─ Na minha sala?! Ah, seria sim!

Encarei seus olhos esverdeados, incrédula.

─ Chega. ─ Falei baixo, mas firme. ─ você voltou pirado.

Mas quando me virei para sair, ele segurou em meu punho e me puxou de volta, me bati contra seu peito nu e ele me apertou em seus braços.

─ Desculpa, desculpa, desculpa... Sou idiota mesmo.

Fiquei sem ação, meu rosto colado em seu peito, seu cheiro mesclado com protetor solar me invadindo, seu calor me envolvendo. Tive ânsia de beijar seu corpo, de erguer a cabeça e beijar seu pescoço. Mas apenas me afastei, embora ele não permitisse que a distância ficasse mais do que um palmo.

─ Que você é um idiota, eu já sei.

Arthur apertou os lábios, constrangido.

─ Sabe que amo você, não sabe? - engoli seco. ─ É como minha irmã mais nova, Lory. Fiquei muito puto, porque posso jurar que vi o pau do...

─ Para! Não repete, por favor.

─ Tá certo. ─ Segurou meu rosto entre suas mãos. ─ Não digo mais nada. É só cuidado de irmão e... Bem, foi uma besteira.

Meus olhos arderam de raiva. Eu não sou e nem quero ser sua irmã, idiota! Acontece, que aquilo era tudo o que eu tinha. Ou era sua irmã, ou era bem menos que isso. Me afastei mais, saindo do seu alcance.

─ Tudo bem. Eu estava de saída mesmo, mas está tudo bem.

Ele ainda segurou minha mão, olhando bem nos meus olhos.

─ De saída? Por que vai embora?

─ Tenho coisas a fazer. ─ Eu não conseguia encará-lo.

─ Ei... Está tudo bem mesmo? Estou desculpado?

Assenti, mas antes que eu pudesse deixar o quarto, ele me chamou:

─ Lory... Não vai embora. ─ Parei e olhei para trás, mantendo-me firme, e ele primeiro abaixou o olhar para erguê-lo em seguida, sem vergonha. ─ Se importa de antes de ir, me ajudar a passar o protetor nas costas?

Porque achei aquilo o fim da picada e porque era tortura demais para mim, balancei a cabeça, negando, e depois saí, fechando a porta atrás de mim.


Para quem não conhece e quer conhecer a "kizomba", segue link. Eu ando hipnotizada por essa dança. 

Se eu danço? Óbvio que não, mas é só porque não tenho essa calça jeans.rsrsrsrsrs

Beijão

https://youtu.be/rEfR5XSl6Cc

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