Capítulo 1. Preâmbulo
As lojas da cidade estavam fechadas naquele dia, enquanto um temporal desabava sobre Ponteville e seus quase nove mil habitantes. O prefeito Ted Ford seguia para o carro, apressado e com o semblante tenso.
— Vamos embora o mais rápido possível, por favor. — gritou o prefeito para o motorista do Opala 1970.
— Senhor, eu preciso avisá-lo que a situação da estrada está complicada. - alertou o motorista. A chuva constante já havia transformado a estrada de terra, que ligava a cidade à rodovia, em uma lama escorregadia.
— Não importa, eu tenho um assunto urgente para tratar na capital.
Os dois seguiram caminho pela estrada sinuosa, entre a chuva torrencial e as curvas perigosas. A descida era íngreme, e qualquer deslize poderia resultar em uma queda de 150 metros até o fundo do rio.
— Nessa condição, sugiro que paremos na pousada logo à frente, Senhor prefeito. — sugeriu o motorista, preocupado.
— Qual é o seu nome, filho? — perguntou o prefeito.
— Me chamo Gustavo, Senhor. –— respondeu o motorista, com calma.
— Gustavo era o nome do meu pai. Ele morreu quando eu era criança.
— Sinto muito pela sua perda, Senhor.
— Não se preocupe com isso agora. Apenas dirija. É o que você tem que fazer hoje. Foi para isso que o contratamos, não é mesmo?
— Sim, Senhor. Só estava tentando avisá-lo sobre as condições da estrada.
— Eu já aguentei por muito tempo os fantasmas de Ponteville. Hoje é o dia da mudança para todos aqueles terríveis cidadãos daquele maldito lugar.
— Problemas na cidade, prefeito?
— Todos temos problemas desde que aqueles malditos pagãos chegaram.
— Pagãos? O senhor está se referindo aos moradores da Fazenda Santa?
— Sim, aqueles adoradores do demônio. – respondeu o prefeito, com raiva.
O prefeito cuspiu no chão do carro, demonstrando sua aversão pelo assunto.
— Mas os moradores da fazenda não são pagãos. Eles cultuam o mesmo Deus que o senhor, prefeito.
— Você está enganado, eles são adoradores do demônio.
— Como o senhor pode ter tanta certeza? Eles têm feito muito bem à cidade desde que chegaram aqui.
— Demônios podem se passar por anjos, meu rapaz.
A conversa ficou em silêncio por um momento, enquanto ambos refletiam sobre suas palavras. O prefeito começou a se preocupar com as tendências de seu motorista.
— Me diga, você tem alguma ligação com eles? — perguntou o prefeito, com desconfiança.
— A minha ligação é Divina, meu bom homem.
O prefeito olhou para o motorista com um olhar desconfiado. Ele não sabia mais em quem confiar.
— Divina? — o prefeito perguntou, mas o motorista não respondeu.
O prefeito sentiu um arrepio subir pela espinha. Ele não sabia se devia se sentir aliviado ou preocupado. A situação era tensa e ele não sabia o que esperar a seguir.
— Quem é você lá dentro da fazenda? — o prefeito perguntou novamente.
— Eu sou apenas um pobre pagão — respondeu o motorista, mas algo em sua voz parecia estranho.
O prefeito tentou abrir as portas do carro, mas elas estavam trancadas. Ele começou a sentir o coração bater mais rápido. O que estava acontecendo ali?
— O que está acontecendo? — ele perguntou, mas o motorista permaneceu em silêncio.
O prefeito olhou pela janela do carro e viu as montanhas que tanto admirava quando criança. Elas pareciam diferentes agora, como se algo estivesse errado. Ele se perguntou se estava apenas sendo paranoico ou se havia algo de errado acontecendo.
O motorista finalmente quebrou o silêncio.
— É tarde demais, não é? — ele disse.
O prefeito sentiu um frio na barriga. Ele não sabia o que significava aquela frase. Ele não sabia o que iria acontecer a seguir.
Gustavo pisou no acelerador, indo em direção a pequena mureta da rodovia que não aguentou o impacto. O carro voou, virou e caiu na água do rio raso. A colisão com as pedras despedaçou todo o interior do veículo e qualquer esperança de sobrevivência acabou quando o carro explodiu.
O prefeito nunca soube o que realmente aconteceu naquele dia. Ele nunca descobriu quem eram os membros daquela estranha seita e o que eles queriam com ele. A verdade permaneceu um mistério, deixando-o com a sensação de que algo terrível poderia acontecer a qualquer momento.
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