Capítulo XXXIII - TONHO
Eu sabia que eu estava meio que perdendo o controle com tudo o que acontecera nos últimos meses. E para não entrar em parafuso, resolvi tirar o dia de folga. E com 'tirar o dia de folga' eu estava me referindo a não pensar em nada o dia inteiro. E desenhar, é claro.
Após passar a manhã inteira deitado, coisa que não fazia há tanto tempo que nem conseguiria dizer quando foi, resolvi sair até o jardim. Tudo parecia normal e vi ao longe a Sara e a Helô conversando. Não que fosse da minha conta o assunto que discutiam com tanto entusiasmo, mas admito que me bateu uma curiosidade esquisita.
- Posso saber o que é tão interessante? - indaguei, sentando-me ao lado delas.
- Você ainda não soube? - tornou a Sara, com seus olhos verdes arregalados.
- Acho que não – respondi.
- A Iolanda terminou com o Zeca – contou a Helô, dando de ombros. – Grandes coisas! Todo mundo sabia que esse namoro deles era o maior teatro.
- Quando? - tornei, franzindo o cenho.
- Dizem que foi ontem à noite, mas ninguém tem certeza. Os dois parecem dois túmulos! Não querem contar por nada o que aconteceu - contou a Sara.
- Eu, hein!? - exclamei. – Isso não está cheirando bem. Acho que vou lá conversar com o Zeca. Talvez ele esteja precisando de um amigo.
Deixei as meninas para trás e segui até a calçada, onde eu imaginei que o encontraria. Dito e feito. O Zeca não mudara tanto assim, afinal.
- Está a fim de conversar? - perguntei, enquanto sentava-me ao lado dele.
Ele parecia distante. Apenas deu de ombros, como se não se importasse.
- Ia acabar acontecendo – disse ele, olhando para um ponto fixo em algum lugar – Mais hora, menos hora.
- E como você está?
- Chateado, mas aliviado. É como se tivessem tirado uma tonelada dos meus ombros. Eu só não queria que fosse assim.
- Assim como?
- Ela me odeia, Tonho!
- Odeia agora. Mas logo logo isso vai passar. Sempre passa.
- Espero que você tenha razão.
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Não esqueçam do votinho maroto e dos comentários.
Beijão
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