- Eu estou me sentindo tão burra – chorava ela, ao meu lado.

Estávamos sentados na calçada, como naquela outra madrugada. A Iolanda chorava tanto que mal conseguia falar uma frase completa sem um soluço para cortar as palavras no meio.

- Você não tem que se sentir assim – disse, tentando consolá-la. – Na verdade, você foi muito corajosa.

- Você acha?

- É claro! - exclamei. – Era muito mais fácil ter se enganado por mais tempo. Você foi lá e provou para todos eles que não é nenhuma idiota.

- Obrigada, Tião. Eu jamais teria tido coragem de fazer isso, se não fosse você.

- Não foi nada - respondi, totalmente sem graça.

Não sei se ela notou – e acho que sim – mas senti meu rosto corar imediatamente. E quando eu ficava com vergonha, além do meu rosto, minhas orelhas também ficavam vermelhas.

- Você vai contar pro Tonho o que você descobriu? - perguntei, mudando o rumo da conversa.

- Não sei.

Por um lado, eu queria que ela contasse. Nada me satisfaria mais do que ver aquele idiota se dando mal. Mas eu sei que se isso acontecesse, a Helô seria a maior prejudicada. E ela já era bem prejudicada em ter um irmão psicótico como o Tonho. Além disso, eu não queria que ela contasse por vingança, pois isso significaria que ela ainda sentia alguma coisa por ele, a ponto de querer se vingar. Essa ideia me incomodava um pouco.

- Eu ainda não decidi.

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E aí? A Iolanda deve contar ou não?

Não esqueçam do voto e do comentário.

Beijinhos