Eu já estava tão habituado a fingir ser essa enfermeira que já não ficava assustado quando as pessoas me encaravam demais. Eu era ótimo nesse disfarce e, provavelmente, as pessoas me encaravam porque a enfermeira era muito gata e só isso.

Ainda assim, admito que quase infartei quando um enfermeiro parou para conversar comigo.

- Puxa, Fátima! Eu pensei que depois da sua promoção, você não precisasse mais carregar os internos para cima e para baixo como antes - começou, apoiando-se na parede. - Se quiser, eu faço isso para você.

Concentrei-me o máximo possível e fingi um sorriso bobo.

- E quem pensa em promoção quando o doutor te pede pessoalmente para levar essas aberrações para a reabilitação? - comentei, tentando soar despretenciosa, enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha. - Eu bem que gostaria de deixá-los com você, mas você sabe bem como ele é.

- Ele te pediu pessoalmente? - indagou, coçando a cabeça. - Então deve ser algo bem importante.

- E desde quando ele nos explica alguma coisa?

- Você tem razão - sorriu. - Tem algumas semanas que ele anda ainda mais perturbado do que de costume. É melhor não contrariar, né? - concluiu, dando uma piscadinha.

Aliviado por finalmente ser deixado em paz, continuei meu caminho por alguns metros, até ser chamado novamente pelo imbecil do enfermeiro.

- Ei, Fátima! - Ele saiu correndo atrás de mim, como se tivesse esquecido algo importante. - Eu não sei o que aconteceu, mas você está muito mais feminina hoje. Seja assim mais vezes.

Sentindo o sangue ferver nas minhas veias, precisei de muito autocontrole para não socar a cara daquele imbecil. Ainda mais, depois que ouvi os "internos" atrás de mim segurando o riso.

Apenas fingi o meu melhor sorriso - que aquela altura do campeonato, saiu muito mais amarelo do que eu queria - e seguimos pelo corredor

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Tonho só se mete em confusão, coitado kkkkk

Gente do céu! Sábado postarei o último capítulo, então faltam só 4 capítulos para acabar. :/

Não esqueçam do voto e do comentário.

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