Capítulo VII - HELÔ
Eu não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas eu já percebera que a Malu estava envolvida nisso. Na verdade, vindo do Zeca isso era tão óbvio que eu não sei como eu não percebera antes.
Não consegui ouvir a conversa deles, pois minhas ilusões de ótica de nada servem numa situação dessas. Ainda mais, estando consideravelmente longe deles, já que eu não queria que ele soubesse que eu o seguira.
Precisei esperar ele ir embora para então vir embora também, alguns minutos depois. Eu nunca tinha feito nada parecido em todo esse tempo que eu passara com eles. Um pouco porque o Tonho jamais deixaria. Depois porque eu acho que nunca tinha notado como as coisas funcionavam de verdade.
Não pude deixar de sentir um pouco de pena da Iolanda mesmo sabendo que ela era um pouco complacente. Quer dizer, se fosse o meu namorado, eu jamais teria o aceitado de novo. Eu não sei o que é amar alguém, mas eu sei o que é amar a mim mesma.
Cheguei em casa um pouco depois do Zeca. Não sei qual a desculpa que ele deu para se ausentar por tanto tempo. Seja lá qual foi ela, ninguém desconfiou de nada. Como sei que eu não tenho toda essa credibilidade dele, deixei uma ilusão minha na cama, como se eu estivesse dormindo. Permaneci escondida por algum tempo, até perceber que a barra estava limpa e deitei na minha cama.
Eu ainda estava muito ligada. A adrenalina de tentar não ser pega me deixou desse jeito, por isso demorei muito tempo para dormir.
*
Apesar de ninguém ter notado que eu estava caindo de sono, eu notei que o Zeca se encontrava nessa mesma situação. Como eu sabia que ele não sairia durante o dia, aproveitei para ficar com a Sara e, dessa forma, não levantar nenhuma suspeita.
- Está afim de procurar uma casa? - indagou ela.
- Pode ser - respondi, distraída.
Ela levantou-se do gramado, onde estávamos sentadas e seguiu até o portão.
- Você quer ir agora? - indaguei.
- Sim - respondeu.
Eu não podia sair naquele momento. Já era fim da tarde e eu sabia que logo o Zeca iria sair. Ao mesmo tempo, eu não podia simplesmente dizer pra Sara que eu não iria com ela, pois isso poderia levantar suspeitas.
- Mas já está anoitecendo - argumentei, tentando fazê-la esquecer dessa ideia.
- E o que é que tem? - tornou ela. - O Joca acende as luzes, oras.
- É claro... - concordei, sentindo muita raiva de tudo isso.
Saímos pelo portão e seguimos por algumas quadras. A Sara contava alegremente sobre o seu dia, mas eu estava distraída demais para prestar muita atenção. Apenas soltava um "aham" ou "sério?" para que ela não notasse que eu estava completamente em outra.
- Você viu alguma casa? - indagou ela.
- Quem tem a super visão aqui é você - respondi de forma grosseira.
- Eita! - exclamou ela - O que você tem hoje?
- Estou cansada - menti. - Não tive uma boa noite de sono.
- Puxa, Helô! Por que não me disse antes? - perguntou, dando-me um abraço. - Se eu soubesse não tinha insistido pra você vir. Vamos voltar.
- Obrigada, Sara - disse. - Você é a melhor amiga do mundo.
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Hoje eu gostaria de propor um desafio. Se alcançarmos 15 votos até terça-feira (12/09), vou postar um capítulo nesse dia e outro na quinta.
Votem, comentem e indiquem para os amigos votarem para batermos essa meta, ok?
Beijão
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