Capítulo LXVII - MALU
Eu estava tão apreensiva que não consegui dormir naquela noite. E agora eu e o Bruno caminhávamos em silêncio. Ainda era bem cedo e recém tinha anoitecido, mas o caminho era longo e o ônibus passaria em alguns minutos.
- É a primeira vez que eu volto lá – disse ele, temeroso.
- Vai dar tudo certo – tornei, tentando parecer otimista.
A empresa ficava do outro lado da cidade, o que nos tomou muito tempo dentro do ônibus. O clima estava tão tenso que quase não dava para suportar, mas finalmente acabamos chegando ao nosso destino e esperamos pelos outros no ponto de ônibus, como combinado.
Não demorou muito para que o Zeca e Helô chegassem e, sem nenhum cumprimento caloroso, seguimos até o portão de carga e descarga como a Nice tinha nos indicado. Ajudamos a Helô a vestir seu uniforme e sentamos na calçada, esperando o sinal da Nice que viria a qualquer momento.
Aproveitei o momento de espera para ter uma conversa muito séria com o Zeca. Pedi que ele me acompanhasse até um local onde ninguém pudesse nos ouvir.
- Eu quero que você me prometa uma coisa – comecei, muito séria. – Se o plano não der certo, eu quero que você não tente fazer nenhuma idiotice e fuja de lá o mais rápido possível.
Ele me olhou estarrecido por um tempo, até que finalmente disse:
- Você está brincando, né?
- Não, Zeca. É muito sério - respondi. – Eles querem a mim e ao Bruno e somente nós dois. Eles não vão tentar te impedir de fugir tanto quanto eles vão tentar nos impedir.
- Malu, isso é loucura!
- Não é - insisti, enfática. – Se nós todos formos pegos, o que vai acontecer em seguida? Quem vai nos resgatar? Você já parou para pensar nisso?
Ele hesitou e eu percebi que ele estivera tão otimista com nosso plano, que nem sequer cogitou a possibilidade de alguma coisa sair errada.
- Eu não quero ficar presa naquele lugar sabendo que você vai estar na segurança máxima. Além do mais, eu vou estar muito mais segura sabendo que você vai estar aqui fora, bolando milhões de planos para me tirar de lá - expliquei, abraçando-o com força. – É por isso, Zeca, que eu preciso que você me prometa.
- Mas... eu não posso te abandonar lá. Eu...
Não sei o que ele ia dizer em seguida, pois fomos interrompidos pela Helô nos chamando.
- Por favor – insisti, com súplica no olhar.
Ele não respondeu. Apenas desviou o olhar.
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Estão sentindo o cheirinho das confusões? Eu estou ;P
Gostaria de agradecer a todos pelos votos. Graças a vocês, estamos em segundo lugar :D Muito obrigada <3 <3
Não esqueçam do voto e do comentário.
Beijinho
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