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Capítulo XVI - Um interlúdio antes da desgraça

"Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas.

Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota.

Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas."

Sun Tzu

Dois anos, sete meses e 7 dias atrás

Akira o ajudou a remover as ataduras com cuidado, suas mãos trêmulas demais para conseguir fazer o movimento. Conseguia sentir sua pele errada no rosto, um repuxar quando movia a boca, a pele sensível no ar frio do quarto.

As mãos dela eram gentis, o rosto não mostrando nada do que ela via, mas Izuku sabia que devia ser uma visão desconfortável. Só havia tanto que se podia fazer com um ferimento daquela magnitude.

Quando as bandagens saíram levou a mão ao rosto e sentiu a pele em alto relevo onde tocava. Ele lembrava com claridade da sensação de pele, músculos e osso se desintegrando, mas agora podia sentir seu zigoma intacto. Sentiu o pulso da sua carótida e fechou os olhos tentando tirar da sua cabeça os olhos de Shigakari naquele momento.

Abriu os olhos quando Takashi sentou ao seu lado na cama e lhe deu um espelho de forma silenciosa.

—Takashi... – Akira tentou refutar a ação, mas Izuku já tinha erguido o objeto, ele não podia mais adiar isso. Havia coisas piores do que uma cicatriz que deformava seu rosto como essa. Ele conseguia ver os dedos de Shigakari claramente, como uma marca pessoal dele em sua pele. Como uma lembrança de que ele não conseguia salvar todo mundo.

Era só mais um lembrete, porque Izuku os via já com frequência, e ele continuaria a os ver nos meses que se seguiriam. Em sonhos em boa parte, mas também ainda acordado. Pelo canto dos olhos ele via Miyagi, com sangue escorrendo pelos olhos, implorando por ajuda, ou Saa caída em uma poça de vômito perto da geladeira quando ia beber água. Na primeira noite que acordou teve a certeza de ver Tsubasa voando pelo quarto, o corpo deformado e monstruoso como o vira da última vez do lado da cela deles.

Ele sabia que eles não estavam lá de verdade, mas as imagens o perseguiam e provavelmente o perseguiriam pelo resto da vida. Mais ainda do que a sensação de Shigakari corroendo seu rosto, se engasgar em seu próprio sangue tendo a certeza que morreria sozinho como todos os outros.

Izuku tinha prometido que ia salvar os outros, mas viu todos morrerem sem poder fazer nada.

Izuku tinha acreditado que salvaria Shigakari, e pagou um preço alto por isso.

— Você ia morrer, Izuku. – O tio tocou o seu rosto, desviando seu foco do espelho. Os olhos dele estavam duros e firmes. Pelo canto do olho ele viu Akira tentar interferir, mas sem saber como. – Você foi estúpido e isso quase custou sua vida e a minha também, se Akira tivesse transferido todo o dano para mim como pedi eu estaria morto, e minha morte estaria nas suas costas.

Izuku fechou os olhos e tentou desviar o rosto, mas ele não deixou.

— Olhe para mim. Akira salvou sua vida, e dividindo o dano entre nós dois ela nunca vai conseguir andar direito e vai sentir dor o resto da vida. Um erro seu custou a nós três. – Izuku soluçou e viu a expressão do outro suavizar, o aperto em seu rosto diminuir. O homem o puxou para perto em um abraço reconfortante, em contraste com as palavras duras de segundos atrás. – Quase me custou você. O que eu ia falar para Inko se eu perdesse você?

—Desculpe...

—Não foi sua culpa. – Ergueu os olhos do ombro do outro e viu Akira o fitar seriamente pela visão borrada. – Minha perna. Foi escolha minha. Eu admito que nunca tinha pensando em usar a quirk dessa forma, podia ter me saído melhor, mas fico feliz que esteja vivo.

—Por quê? – Izuku murmurou e a mulher o fitou levemente confusa. – Por que se arriscou por mim?

Essa dúvida o corroía. Ele havia falado três palavras com Akira antes de ser levado por Min naquela noite, e ela parecia resoluta em o deixar ser levado.

A mulher tocou sua mão de leve, o rosto bonito ainda pálido por tudo o que havia acontecido.

—O que eu ia falar para Takashi se eu perdesse você, hum?

As palavras junto com o sorriso matreiro o fizeram sorrir levemente. Takashi soprou um insulto perto do seu ouvido.

—Além do mais. – Ela continuou, os olhos nos seus – Anos atrás seu pai e seu tio idiota salvaram minha vida também. Salvar você foi pagar minha dívida com eles. – Ela ponderou algo e então desviou os olhos. –Talvez um dia eu precise de você também.

—Agora parece que está se justificando para si mesma. – Takashi murmurou em seu ouvido e Izuku sentiu seu lábio se retorcer em um sorriso.

—Ou talvez eu tenha feito por ter uma irmã da idade dele que tem um comportamento desconfortavelmente semelhante.

Izuku percebeu que eles deviam estar fazendo aquilo de propósito vendo uma troca de olhar dos dois por cima da sua cabeça. Sentiu seu corpo parar de tremer, um soluço morrendo em quase uma risada. Takashi o afastou, fazendo cara de nojo com o catarro na camisa depois de uma sessão de choro em cima dele.

—Igualzinho a mãe. – pensou o ouvir resmungar. – Mais calmo, boyo?

—Foi você que o fez chorar, Takayashi.

—Não me chame assim. – o tio segurou seu rosto de novo, dessa vez mais gentilmente. – Talvez eu tenha exagerado um pouco...

—Talvez?

—Calada. Izuku, mas o que eu disse é verdade. Você disse que queria um herói, mudou de ideia?

Negou devagar, de forma incerta. Ele ainda queria ser um herói, mesmo que por outros motivos. O tio percebeu sua hesitação, a mão tocando de leve a cicatriz em seu rosto.

—Como herói um erro desses teria custado mais do que sua vida, ou a minha. Eu sei que tentou fazer a coisa certa e que deve se importar com o desgraçado...

—Eu não... – Izuku se calou, se sentindo envergonhado por perceber que uma parte sua realmente se importava com Shigakari. Ele achou que era recíproco, mas parece que tinha muito o que aprender ainda.

—Sua avó costumava dizer que o mal de um Midoriya é atrair e se importar com monstros. Mas eu quero que entenda, que olhe para seu rosto, para nós dois, e entenda que nem todo mundo pode ser salvo.

Izuku assentiu levemente, sentindo a cicatriz em seu rosto com os dedos.

— Um dia talvez vai ter que escolher entre salvar uma pessoa ou 100, mas essa pessoa vai ser alguém que você ama, e ainda assim vai ter que escolher. Desde o começo eu só queria tirar você de lá. Talvez me odeie por isso, talvez por isso tenha feito o que fez tentando salvar os outros, e por isso a culpa tenha sido minha também, mas eu não sou um herói, Izuku. Não esqueça disso.

Semanas depois eles iriam embora do Japão e Akira ficaria para trás. Eles apenas se reencontrariam anos depois, em circunstâncias não tão ideais.

Akira não sabia até então as consequências de ter salvo a vida de Izuku.

E Izuku não sabia o quanto ele entenderia o que Takashi havia dito um dia, o quanto ele se depararia com a mesma escolha, e que a resposta que escolheria definiria seu caminho para sempre.

..........................................................

Yaoyorozu realmente queria a posição como líder de classe, mas não imaginava que ganharia algum voto além do dela, então ninguém a culparia por olhar estupidamente para o quadro por alguns segundos processando que havia empatado os votos com Iida.

Alguém realmente havia confiado nela para ser líder? Não conseguiu esconder um sorriso no rosto, ainda mais ao saber que Todoroki havia sido um dos que votaram nela. Ele sempre parecia tão frio e distante, mas sua confiança aumentava ao saber que o melhor aluno da sala acreditava no seu senso de liderança.

Depois de certa comoção causada por Bakugou, como de costume, a classe se preparou para ir ao refeitório e foi quando a segunda surpresa do dia aconteceu.

— Yaoyorozu, tem um minuto?

Shinsou não era muito o tipo sociável e não havia se esforçado para se integrar na sala, ainda assim era constante o ver sendo puxado para todos os lados por Uraraka, fugindo de Kaminari que parecia bem obcecado em formar uma amizade ou provocando alguma reação em Bakugou. Ele era sarcástico e amargo e precisava seriamente de um cochilo, mas também tinha que admitir que a batalha dele no trial havia a deixado impressionada.

E agora Yaoyorozu estava muito curiosa.

—Hum, okay.

—Parabéns pela co-liderança, sei que vai fazer valer meu voto.

Seus olhos se arregalaram, não imaginava isso.

—V.votou em mim?

O outro assentiu com um pequeno sorriso e coçou o pescoço de forma desconfortável.

— Isso vai parecer uma troca de favores, o que não é, mas pode me ajudar em uma coisa? É muito importante.

Alguém estava pedindo ajuda a Yaoyorozu. Com isso era a quarta ou quinta surpresa do dia.

—Se eu puder, Shinsou-kun.

—Não é nada demais, eu só preciso de ajuda com...meu gato.

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Aya estava feliz, mas também levemente temerosa de ter sido escolhida como líder de sala. Mesmo com Tako a seu lado e a sala sendo mais reduzida do que qualquer uma em U.A, ela temia por essa responsabilidade.

Principalmente ao olhar ao redor e ver seus colegas de aula trabalhando nos seus projetos de sala. Eles deviam estar fazendo os upgrades nos uniformes das classes de heróis, mas já ajudara Maijima-sensei a apagar dois pequenos incêndios.

Havia algo de errado com Deku, mais do que o normal e Hatsume estava...bem ela hoje. E os dois estavam juntos na bancada. E Aya temia pela vida de todos.

— Ele parece bem cansado. – Maijima-sensei comentou. – Talvez seja melhor ele tirar um cochilo. Deixe ele saber que ele pode. Vou preparar o laboratório, volto logo.

Aya queria se agarrar nele o pedindo para não ir, mas apenas assentiu.

—Não se preocupem! – Hiro surgiu do lado dele. – Já ajudei Deku!

Tako trocou um olhar com ela e perguntou 'como', desconfiado, já procurando o maluco da sala ao redor.

—Eu dei algo para ele ficar mais disposto.

—Você deu energético a ele?!

—Não podia?

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Katsuki pensava em como seria passar um dia sem querer jogar alguém pela janela. Estudando com aquelas pessoas isso se tornava uma tarefa difícil.

—Não está irritado ainda por não ser líder de classe, está? Hein? Bakubro?

Ele não estava, não realmente.

—Por mim quero que quatro-olhos meta a liderança no cu.

Talvez ele estivesse um pouco.

—E deixa de me seguir, caralho!

Pelo menos era só o cabelo de merda. Katsuki tinha conseguido desviar do bando de idiotas no intervalo, mas parece que aquele ali tinha um radar para o encontrar pior do que Deku. E desconfiava que Deku tinha realmente um radar para o encontrar, lembrava de encontrar algo que desconfiava ser um rastreador quando criança e...longa história.

—Awn, não fica assim, Bakugou! Eu votei em você.

—Mentira.

O outro coçou a cabeça e deu uma risada sem graça.

—É, mentira, votei em Uraraka. Para onde estamos indo?

—EU estou indo. – Katsuki virou e deu uma explosão na cara do outro, vendo a pele dele endurecer imediatamente. Era enervante como aquele imbecil não tinha um pingo de medo dele. Cadê o respeito que tinha meses atrás?

'Você quer dizer medo.'

'Calado voz do nerd de merda.'

Katsuki devia dar meia-volta e voltar para cantina. Ele realmente não queria fazer aquilo.

Como se percebendo seu pensamento a velha lhe mandou um texto na hora:

Velha: É melhor já ter entregado o Katsudon do Izuku, seu moleque.

Não teria como ela saber se ele não entregasse.

Velha: Vou saber se ele não receber.

Maldito Deku, tudo culpa dele.

Katsuki apertou o passo querendo logo acabar com isso, o idiota ainda conversando no seu ouvido. Virou no corredor da sala do Departamento de Suporte que naquele horário ainda tinha aula.

Ele sabia disso por acaso, não porque tivesse decorado o horário do nerd.

E foi assim que ele deu de cara com duas presenças desagradáveis.

—O que esse demônio dos infernos faz aqui?

—Oê! Bakugou, não se fala assim com um colega, Shinsou é gente boa.

—To falando do gato. O que está fazendo com esse capeta?

E por que o capeta deixava o olho de defunto o pegar daquele jeito? Ele estava se esfregando nele. Era perturbador.

—Hum?

Katsuki sentiu sua sobrancelha tremer.

—O gato do nerd, o que faz com ele?

O outro o fitou com um sorriso irritante e desagradável.

—Ah. Então o gato é do Izuku? Bom saber.

Izuku? Que intimidade era essa agora?

O outro sorriu mais, e sabia que tinha feito isso de propósito. Como se Katsuki fosse ligar.

'Tomara que o capeta arranque a cara dele.'

'E é porque não liga.'

—Tanto faz. O que faz aqui?

O outro abriu a boca e fez uma explosão.

—Não quero saber. Sai da frente, Clozapina.

—Muito engraçado. Tenho uma coisa aqui para você.

O maldito vasculhou os bolsos e tirou a mão vazia de lá, mostrando o dedo. Katsuki ponderou por alguns segundos em explodir o outro, mas seu telefone vibrou no bolso com as mensagens da velha.

Velha: Melhor não tentar matar ninguém no processo, moleque.

Ia ser a pessoa melhor nessa.

—Sabe onde enfiar esse dedo, Clozapina.

Seu pai morreria de orgulho.

'Não mesmo.'

Katsuki virou as costas para abrir a porta da maldita sala e acabar logo com isso. Ouviu cabelo de merda perguntar "O que é Clozapina?"

—Remédio controlado, ele se acha engraçado.

Katsuki era hilário.

Quando abriu a porta paralisou no lugar.

Parecia ter aberto as portas do inferno, a maldita sala devia ser a prova de som, porque aquele barulho incomodava até surdo.

'Eu disse que sou hilário.'

Tinha alguém tentando apagar um fogo no canto, duas meninas estavam guardando o que devia ser centenas de canetas em uma sacola, tinha peças se movendo sozinhas (?) enquanto um idiota cantava 'Bibbidi Bobbidi boo' e uma menina e um cara com vários braços parecia tentar conter os outros.

-KACCHAN!

Katsuki tinha um reflexo incrível, porque ele conseguiu segurar a massa que veio de algum lugar do teto facilmente. Tentou jogar o nerd longe, mas o gremlin se agarrou em seu pescoço, as pernas se trancando com força ao redor da sua cintura como um filhote de Coala com pilhas Duracell. Katsuki nunca odiou tanto a sua velha como naquele momento.

—LARGA, DEKU.

—Nope! Veio me ver? Quer ver seu uniforme novo?

—EU NÃO VIM VER PORRA...Uniforme?

Perguntou tentando não parecer interessado.

—Yep! Eu fiz um upgrade nele. Quer ver? Hein? Quer ver?

Katsuki piscou atordoado para o maldito e notou a expressão dele, os olhos arregalados e vidrados, o sorriso maníaco enquanto ele murmurava a 100km por hora. Suas mãos suaram frias ao se dar conta do problema. Um problema que, infelizmente, estava familiar com ele.

'Ah merda'

—Há quanto tempo não dorme, nerd?

Deku fez um bico e conseguiu finalmente o fazer o soltar. Agarrou a cara do idiota notando os sinais.

'Nada bom'

—Eu dormi seis horas.

Katsuki estreitou os olhos, já conhecendo o maldito.

—Hey! Toshi! Veio me ver? Posso te chamar de Hichan? Vou te chamar de Hichan. Catchan está com o Hichan, e eu com o Kacchan. Catchan, o que faz aqui? Eu deixei você em casa. Hey. Você é o cara que fica duro.

—Todo cara fica duro! – alguém falou de algum lugar da sala – Ai! Aya! Foi mal.

—Qual o seu nome? É amigo do Kacchan?

— Eu? Eijirou Kirishima.

—Kirichan? Posso te chamar de Kirichan? Ou Eichan? É muita intimidade? Kacchan diz que eu devia ser mais formal. Hey hey, posso fazer teu uniforme? Me fala da sua quirk! Você é amigo do Shouchan? Eu gosto do Shouchan.

Katsuki sentiu a veia em sua testa pulsar. Cabelo de merda parecia estar se divertindo. Ele só queria colocar as mãos no pescoço de quem deu energético ao nerd. O Gremlin estava vibrando nos próprios pés, tentando alcançar cabelo de merda pulando por cima do seu ombro na porta, o olhar lunático.

—Nerd! Foco! Seis horas? Ontem?

—Nope, semana passada.

—Merda.

Katsuki empalideceu e ergueu a mão em uma explosão, cabelo de merda o segurou com alarme. O nerd correu e se escondeu atrás do Clozapina, se agarrando nas costas dele e o usando como escudo.

—O que está fazendo!?

—Me larga! Desacordando esse idiota, antes que ele cause um desastre e feche a escola.

—Explodindo a cara dele?!

—Seis horas é bastante. – O nerd fez um bico. – E prometeu que nunca ia falar sobre o incidente.

—Teu cu, Deku! Vem cá, é só uma explosão na cara.

—Seis horas é um tempo decente. – Uma voz feminina falou muito perto e viu uma maluca com uma fita métrica vindo em sua direção da zona da explosão. Os olhos fundos e um sorriso familiar na cara. – Eu dormi só quatro e estou totalmente bem. Hahahaha

Que ótimo, eram dois deles agora.

—Você deve ser o Shinsou-kun! Vamos ser grandes amigos.

—Hum?

Em outro momento teria rido do outro, do olhar alarmado com os dois esquisitos em cima dele daquele jeito, porque era bem feito, mas a necessidade de salvar a escola do desastre daquele nerd sem dormir era maior.

—Shinsou? – a menina que tentava parar o desastre veio até eles. – Shinsou da classe 1-A? O Shinsou que pode controlar as pessoas?

—O que tem? – Olhos de defunto perguntou na defensiva, o nerd se esfregando na cara dele como um gato. – Como sabe disso?

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Izuku e Mei saíram do controle de Shinsou no final da aula, depois de dormirem por toda tarde, tomarem um banho e comerem algo saudável.

A partir daquele dia ele se tornou o herói do departamento do suporte.

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Maijima confiava em Aya e Tako como novos líderes da sala para controlar os colegas por alguns minutos enquanto preparava o laboratório.

Ainda assim, quando a sirene de evacuação acionou ele correu de volta para suas crianças, e os encontrou já fora do prédio no gramado. Três estudantes da classe de Aizawa estavam com eles, por alguma razão. Hatsume e Shimizu estavam desacordados, dormindo placidamente nos braços de Tako e uma das crianças de Aizawa, que era olhado por seus alunos com gratidão e admiração profunda.

Maijima pensou seriamente se queria saber o que aconteceu, a cena por si já era bizarra o bastante, mas tudo parecia no controle.

—Meu método era melhor. – Uma das crianças de Aizawa resmungou. – Só uma explosãozinha na cara.

—Bakugou, não.

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—Então, parece que suas crianças e as minhas estão se dando bem, Aizawa.

—Eles não são minhas crianças. – Pausa. – Quais deles?

—Bakugou-kun parece ser bem amigo de Shimizu. Ou algo parecido. E minha sala adora Shinsou-kun!

Isso cheirava a desastre.

.................................

Katsuki havia perdido alguma grande ação no refeitório, pelo jeito. Alguma coisa sobre o quatro-olhos criar uma espinha e fazer todo mundo calar a boca.

Bom para ele.

No final da aula ele encontrou o nerd na saída, banho tomado, olheiras reduzidas e uma aparência menos assustadora do que antes. O demônio estava em seu ombro no momento, e se perguntava como ele não foi pego ainda com o animal dentro do colégio?

O nerd fitava atentamente algo a frente, a expressão indecifrável.

—O que está fazendo, Gremlin maldito? Mandaram sair pelo outro lado hoje.

O outro piscou e olhou para cima. Pelo menos ele parecia mais normal do que antes.

—Ah, estava esperando Kacchan! Tia Mit pediu para eu passar lá hoje, vamos ver a Oka-san juntos.

—Tanto faz.

Esperava não encontrar os outros idiotas. Parecia que Deku com eles sempre acabava em dor de cabeça.

—Ei, Kacchan?

Grunhiu, porque o nerd que estava estranhamente calado, o que nunca era bom.

—Sabe o que aconteceu hoje a tarde?

—Um grupo de jornalistas invadiu a escola.

—O portão. – O nerd comentou baixo. – Eu vi o portão, não sobrou nada dele, quase como...

—Como o quê?

— Nada, Kacchan. Nada.

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—Kurogiri, o informante estava certo, Player 2 não está na classe de heróis. Não gosto disso. Não gosto nada disso.

—Paciência, Tomura Shigakari. Não se pode ter tudo de uma vez.

—Não, não. Player 2 tinha que estar lá e ver o show, e ver All Might caindo. – Tomura coçou o pescoço insatisfeito. – Não vai ser a mesma coisa, ele sempre gostou do All Might, e ele vai perder a grande surpresa!

—Vai ter uma oportunidade de mostrar a ele a surpresa, Tomura Shigakari. Paciência.

—Não gosto disso, nada disso. Kurogiri, vou sair hoje a noite.

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Izuku não conseguia parar de pensar no portão.

A imagem dele estava na sua mente mesmo enquanto visitava sua mãe. Com tia Mit do lado ele não podia contar as coisas que sempre contava, mas deixou ela saber que estava indo bem na escola.

Kacchan andava no quarto com familiaridade e não pela primeira vez se sentiu grato por ele estar lá por todos esses anos, quando ele mesmo não esteve.

Segurou a mão fria na sua e fitou o rosto dela, mais magro e pálido. De forma involuntária procurou traços do irmão dela ali, encontrando apenas a textura do cabelo e a curvatura suave do nariz. Takashi sempre havia dito o quanto Inko havia puxado ao lado materno e ele o paterno. Apesar disso, Izuku nunca encontrou uma foto do avô para comparar.

Izuku sentia falta de ver os olhos da sua mãe abertos, assim como sentia falta dos abraços raros do Takashi. Ele sentia falta de não se sentir tão sozinho sem eles dois.

—Vai ficar tudo bem. – Sentiu a mão calosa de Mitsuki em seu pescoço, a voz dela suave como raramente era. – Ela vai acordar logo, eu sei disso. Está ouvindo Inko? É melhor tirar essa bunda dessa cama logo, agora que seu garoto está aqui. Por enquanto, deixa ele comigo e com o Shinsou. Ei, o que é isso?

Izuku sentiu seu coração se comprimir, limpando a lágrima que caiu do rosto desacordado na cama.

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"Obrigada, Mitsuki."

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Mei anotou em sua caderneta para nunca, mas nunca mais, confiar em Shinsou. Ela havia perdido uma tarde inteira do seu projeto dormindo. Quem precisava dormir mais do que seis horas por semana?

—Não sei se quero ele mais no nosso clubinho.

Ouviu a risada do outro lado enquanto observava as câmeras de segurança do caminho. A noite estava sendo calma e pelo menos assim havia tido tempo de trabalhar no novo projeto. Ele tinha que estar pronto até o festival, afinal. Por sorte Akira, que andava estranhamente no seu pé nos últimos dias, havia saído de casa mais cedo.

—Ele não vai entrar se não cumprir a tarefa.

—Uhum. Caminho limpo. Tem certeza que não quer que eu entre no sistema para ver a quirk dos oponentes? Seria mais fácil.

—Hum, não. Vou tentar do meu jeito primeiro. E só com os pedidos de upgrade nos uniformes já se conseguiu muita informação.

Verdade. Olhou as notas de Izuku e admitiu, não pela primeira vez, que ele sabia o que estava fazendo. Como o esperado do seu rival, claro.

Mal podia esperar por esse festival. O mundo inteiro ia ver do que ela era capaz!

—Ei, a câmera leste acabou de sumir. Tentando voltar. Oeste também. Gato, na escuta?

Como resposta só recebeu estática. Isso não era nada bom. Nunca tinha acontecido antes. Alguém estava rebatendo seu ataque no sistema de segurança. Outra tela ficou escura e ouviu um som de estática maior.

— Nora? – Um zumbido a fez afastar o comunicador. – Merda.

Mei estava tão concentrada que quase não percebeu os gatos miando na porta. Ela virou na cadeira devagar, os olhos em zoom. Eles estavam parados, olhando fixamente a porta fechada. Como se alguém estivesse do outro lado.

E como estava na torre tecnicamente abandonada e as duas da madrugada, isso não era bom.

Pegou a pulseira que estava preparando e colocou, a luva se formando em sua mão. Quem entrasse naquela porta ia ter uma grande surpresa.

Duas coisas aconteceram de forma simultânea:

Catchan saltou de onde estava na estante, sumindo no ar.

Alguém bateu na porta.

..............................................................................

—Mecânica? Mecânica?!

—Ela está bem, só uma interferência.

Izuku quase caiu de onde estava pendurado em uma gárgula, se preparando para voltar para a torre. Mesmo com a angústia ele reconheceu a voz antes mesmo de vê-la. Roupa social e sem um cabelo fora do lugar, apesar de estarem no último andar.

—Olá, Izuku.

Se endireitou, pulando no parapeito facilmente. Mesmo com a situação não se sentia em perigo, ainda assim segurou o bō com firmeza. Cautela nunca era demais.

—Quem?

Akira revirou os olhos, a bengala fazendo barulho enquanto se aproximava e sentava no parapeito calmamente.

—Eu estou irritada com você, sabe? – Ela comentou tirando um cigarro da bolsa. – Meter minha irmã nessa? Não sei com quem fico mais preocupada.

—Não sei do quê...

—Senta logo, Izuku.

Abaixou os ombros e sentou com um resmungo.

—Ninguém tem respeito por minha identidade.

—Você que é um desastre para guardar isso. Sabia que sempre passa por esse mesmo prédio, quase sempre na mesma hora? Pensei que Takayashi tinha te ensinado melhor que isso.

Ele não tinha culpa se todo mundo era observante! Torceu o nariz com a fumaça do cigarro e ela riu com isso.

—Então?

—Então o quê?

—O que Takashi diz disso. – Ela apontou para seu uniforme. – Se lembro bem ele nunca quis o mesmo destino para você, e vou te dizer, garoto, o pessoal está de olho em Nora já faz um tempo.

Izuku sempre soube que era uma possibilidade. Ele não sabia exatamente quem o 'pessoal' era, mas sabia que eles comandavam os registros de heróis. Ele sabia que eles eram os responsáveis pelas leis contra o vigilantismo. Ele sabia também que quando um vigilante chamasse a atenção deles e fosse pego, recebia uma proposta: Tártaro ou trabalhar para eles. Fazendo o trabalho sujo e por baixo dos panos, infiltração, missões de assassinato, aquilo que os heróis não faziam.

Limpando o 'lixo' do Japão.

Foi o que aconteceu com seu pai e Takashi quando foram pegos.

Foi o que aconteceu com Akira também.

E parece que Nora estava no radar deles também agora.

—Takashi não sabe. – Admitiu, sentindo seu coração pesar, porque se ela estava perguntando isso, então ela não tinha tido contato com ele. – Na verdade, eu preciso de ajuda nisso.

—Hum?

—Akira, Takashi sumiu. Voltamos para o Japão, ele disse que ia limpar a área para que eu entrasse em U.A com segurança.

—Idiota. – Ela xingou, apagando o cigarro. A expressão dela finalmente saindo da diversão e ficando séria. Ela sempre ficava assim quando era sobre Takashi, e por isso sabia que podia confiar nela sobre.

Porque Akira amava seu tio. Mesmo que nenhum deles admitisse isso.

—Ele disse onde ia?

Negou devagar: —Eu liguei para ele, uma vez alguém atendeu. – Seu coração comprimiu ao lembrar. – Akira, Shigakari atendeu.

A bengala caiu das mãos dela, o barulho da madeira no chão o assustando na tensão do momento. A mulher colocou a mão trêmula no rosto e respirou fundo.

—Okay. Isso...isso não é nada bom. Você. – Ela apontou para Izuku. – Não vai fazer nada estúpido, eu vou resolver isso.

—Mas...

—Sem 'mas', eu não posso te impedir de sair pulando em cima de prédios como uma perereca desenfreada, mas confio na Mei para manter vocês seguros mais do que qualquer um. E eu sei que ele está de olho.

—Ele quem?

A mulher balançou a mão.

— Essa bagunça eu vou resolver. Eu vou achar Takashi, e esganar ele por fazer essa merda sozinha. Você, abaixa a cabeça, fica na sua. Qualquer coisa você vai me ligar por aqui.

Ela lhe estendeu um telefone comum e o fechou em sua mão.

—Eu estou falando sério, Izuku. Não se aproxime deles, de nada envolvendo a liga.

—Então sabe sobre esse nome, liga, os criminosos vêm falando isso.

—Eu sei, isso não importa, vai ficar longe deles.

Os dois sabiam que ele não conseguiria fazer isso.

Um som de estática foi ouvido do comunicador.

—...ora? Nora!

A voz de Mei era frenética. Akira fez um movimento com a mão de vai em frente.

—Aqui, estou bem. Tudo bem aí?

—Talvez tenhamos um problema por aqui.

Seu coração disparou e olhou Akira com os olhos arregalados. Sem se despedir saltou para a beirada do prédio, fincando as garras na parede.

E correu.

—Está em perigo? Mecânica?

—Não. Mas temos visita.

Izuku saltou por um dos becos e subiu na escada de incêndio.

Ou tentou.

No meio do caminho ele sentiu o material sumindo abaixo dos seus dedos e caiu, amortecendo a queda com um giro no chão.

Antes mesmo de o ver ele sabia quem era. A mesma razão da parede e portão desintegrados de mais cedo estarem girando em sua mente. Seus olhos se fixaram na figura encapuzada metros a sua frente, a mão ainda estendida onde havia desintegrado a escada.

Izuku levou o dedo devagar ao comunicador, os olhos sem perder nenhum movimento enquanto tentava ignorar seu peito acelerado e a falta de ar que ameaçava vir com aquela presença.

—Mecânica, está mesmo segura?

—Sim. Nora, está em um ponto cego meu. O que aconteceu?

—Vou me atrasar um pouco.

Desligou o aparelho ignorando os protestos, focando totalmente na pessoa a sua frente.

—Noraneko, você disse que eu viesse pessoalmente. – Shigakari sorriu de forma maníaca. – Vamos conversar.

Antes que pudesse responder foi engolido por uma massa escura no chão.

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Um ano e nove meses atrás

Izuku acordava gritando com frequência, de sonhos que envolviam crianças mortas e prédios caindo. Geralmente Takashi estava no quarto quando abria os olhos, mesmo que não se jogasse mais em cima dele como anos atrás.

Dessa vez ele estava sozinho. Não sabia para onde ele teria ido, mas devia ser algo importante. Naquele mês eles estavam na América do Sul, por algumas semanas pelo menos. Quando ele retornasse provavelmente teriam que partir de novo. Era sempre assim.

Se ergueu da cama, pingando de suor, e tomou um banho. Comeu algo se preparou para correr, tirar sua cabeça das imagens que o perseguiam. Agora com o bônus de sonhar com seu pai também, depois da última conversa que tiveram sobre ele. Pensar em seu pai o fazia pensar em Shigakari também, e isso nunca era bom.

Uma hora depois, com os pingos o atingindo, resolveu voltar.

Foi quando ele ouviu os miados.

Izuku o encontrou em um beco. Ele estava ferido e sozinho ao lado de uma gata maior que parecia morta já há algum tempo. Estava chovendo e ele o colocou dentro do seu casaco. Ele havia o arranhado e lutado, assustado e já marcado pela maldade do mundo, se o ferimento do que devia ter sido a mãe dele dizia qualquer coisa.

Izuku o limpou e alimentou, ignorando os arranhões, até que eles pararam. Por semanas ele cuidou dele, o aquecendo, alimentando e conversando. Os olhos avermelhados inteligentes eram algo tão familiar que sentia seu coração doer. O faziam se sentir menos sozinho, até receber a mensagem de Takashi que ele estaria voltando. Izuku sabia que teria que o deixar ir, o tio nunca permitiria um animal com eles, não com eles mudando de lugar assim.

Com o coração pesado, pesquisou o lugar do abrigo mais próximo, empacotou os brinquedos que havia feito e colocou o filhote dentro do seu casaco.

Na esquina de casa ele olhou para dentro e os olhos vermelhos o fitavam de volta.

Izuku desabou no choro no meio da calçada, o gato se esfregando em seu queixo em consolo.

Ele deu meia volta quase correndo.

—Tudo bem, Catchan. Eu não vou te abandonar.

Quando Takashi descobriu não tinha mais jeito. Ele tentou deixar o gato no abrigo duas vezes enquanto Izuku dormia, mas quando acordava ele estava lá novamente, até desistir. Não valia a pena aguentar o choro por isso, ou ter que fugir de ser esfaqueado na mão quando se aproximava do sobrinho desconfiado.

E Izuku tinha prometido que seria o único e último.

Ele mentiu.

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Notas finais

Aêe, cheguei. Não corrigi nada, desculpem os erros e me avisei qualquer coisa. Estou correndo aqui, vou passar próximo mês bem sumida.

Então, Clozapina=remédio controlado. Shinsou controla as pessoas. Got it?

Shinsou herói do departamento de suporte foi inspirada em uma tirinha de Shinsou e Mei de blamedorange no Tumblr, que é hilária!

Esse capítulo foi um interlúdio, já diz o título, porque no próximo começa o arco USJ, e vou dizer uma coisa, a porra vai ficar séria. Ansiosa, não vou mentir.

Tivemos aqui algumas respostas, e eu sei que muita gente já começou a ligar bem as coisas nesse ponto. Me deixem saber 😊

Em uma outra nota, algumas pessoas vêm me perguntando pelos relacionamentos aqui, vou ser bem sincera, as únicas relações com o Izuku que penso são platônicas no momento, não vejo nenhum deles realmente entrando em um relacionamento, mas tem flerte para todo lado, por isso o dekubowl. É um Dekubowl platônico. O plot é bem mais voltado para ação do que romance. Sorry!

Imagem do capítulo: por CrazyClara!

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