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Amanda mal podia acreditar que já era o seu último dia no Gosto da Casa. Era um domingo calmo, a maioria das pessoas aproveitara pra curtir os pré-carnavais que brotavam pela cidade como flores no asfalto. Anotava todas as coisas importantes que aconteceram durante o mês em um documento, que passaria mais tarde para a tia de Halanda, quando Diego entrou como um raio na sala ainda usando o dolmã branco com ornamentos dourados, que tirava assim que acabava o seu turno.

— Graças a Deus tu ainda tá aqui — ele pegou a mão dela para ajudá-la a levantar da cadeira muito alto pros seus 1,50 — Nós temos um problemão!

— Aconteceu alguma coisa? — questionou assustada pelo tom dele — Eu tenho certeza que as entregas de hoje foram feitas direitinho...

— Como tinha poucos clientes eu dispensei o pessoal, achava que conseguia cuidar de tudo sozinho hoje — ele fez uma pausa dramática — Mas apareceu um cliente de última hora, ele é muito importante e a aprovação dele é importante pra um negócio crucial... você é a única com habilidades na cozinha por aqui, precisa me ajudar!

— O que estamos esperando?! — exclamou subitamente cheia de adrenalina enquanto corriam pra cozinha.

Segundo Diego, a refeição precisava ser rápida e impecável. Amanda vestiu um avental extra da cozinha e passou vinte minutos ouvindo ordens e recomendações, era fácil seguir o ritmo de Diego e quando tudo terminou ele deixou que ela fizesse a ornamentação do prato, colocando-o sob uma tampa grande e redonda que ela só vira em filmes. O único prato foi colocado em um carrinho de transporte e ele pediu para que ela fosse na frente guiando-o até a única mesa ocupada do restaurante.

Seu coração batia mais rápido conforme se aproximavam e ela percebia quem era o cliente importante. Serviu o prato com timidez e viu a expressão dura do pai mudar completamente conforme comia, com os dois observando tudo cheios de expectativa.

— Quem fez isso? — ele perguntou 

— Amanda fez tudo sozinha — Diego lhe disse —Ela tem um talento natural pra isso, é uma jóia rara.

— Você gosta mesmo de trabalhar aqui, amada? — sussurou com carinho.

— Eu amo isso aqui — respondeu com sinceridade.

— Eu e sua mãe sempre quisemos que você fosse a pessoa mais feliz desse mundo — ele começou e ela se encolheu esperando pelo discurso típico sobre educação — Não importa qual seja o seu sonho, meu amor, eu vou apoiar você em tudo o que quiser.

Segurando um grito de felicidade Amanda abraçou desajeitadamente o pai que continuava sentado, sendo pouco tempo depois puxada para os braços de um Diego eufórico. Mesmo que ela não se sentisse mais feliz com a vida que levava anteriormente, encontrara um novo sonho para seguir em frente.

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