04 - O Gosto da Casa
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Gosto de Casa.
A placa da sede em que a tia de Halana trabalhava era algo entre antiquado e vintage, Amanda simplesmente odiava aquele lugar. Antigamente Halana achava que era um ódio sem fundamento, mas Amanda explicara todo o perrengue que passaram quando o pai não conseguia emprego na capital e teve que trabalhar naquele lugar horroroso e racista. Diziam que havia mudado de direção já fazia uns anos, mas o trauma de ser tratado como um lixo simplesmente por não ter o tom de pele certo ainda permanecia forte e vívido sempre que citavam o nome do lugar.
— Bom dia! — Uma mulher que deveria ter na faixa dos 30 anos lhe cumprimentou de forma calorosa quando ela passou pela entrada dos funcionários — Você deve ser a Amanda, que veio substituir a Dona Suzete.
— Eu mesma, é um prazer! — estendeu a mão com o sorriso mais falso que seu rosto lhe permitiu fazer — O que irei fazer por aqui? Sem querer me gabar, mas sou ótima com planilhas! — exclamou animada por poder falar sobre o que era boa.
— Ai, nem se preocupe você não vai nem precisar mexer nesse monte de papel até o fim do mês — a mulher deu um suspiro teatral — Dona Suzete trabalha lá na frente, ela com certeza é a alma disso aqui, eu vou te mostrar... aliás, meu nome é Luana.
Amanda não podia imaginar que as coisas pudessem ser piores do que apenas trabalhar ali, mas Luana provou que era perfeitamente possível quando a levou através de uma porta dupla até o restaurante propriamente dito. Era um espaço agradável que parecia ter saído de uma imagem do pinterest, mas tudo parecia ter esse ar de elitismo que a deixava um tanto enojada... assim como qualquer uma das dezenas de filiais da Gosto de Casa.
— Aqui na Gosto nós presamos muito pela qualidade de tudo e a qualidade só vem quando tudo está em perfeita harmonia — começou a explicar passando pelas mesas em direção ao que deveria ser a cozinha — Em uma orquestra se um instrumento não está em sincronia com o restante toda a apresentação vai mal e é aí que você entra. Dona Suzete era a regente de tudo isso e era ela que cuidava para que tudo saísse perfeito. Bem, agora a batuta é sua!
A garota engoliu em seco conforme entravam no ambiente agitado da cozinha, pessoas correndo por todos os lados com panelas, ingredientes e louças a lavar, mas no meio de todo o caos, como um pedacinho de paz no inferno, estava alguém perfeitamente concentrado em colocar a decoração do prato mais lindo que ela já vira em toda a sua vida.
— E aquele é o nosso Chef — Luana sorriu com orgulho — Diego Filgueiras!
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465 palavras.
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