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Roxo

Taehyung e Jeongguk estavam parados no meio do quarto do mais velho, entre as camas de solteiro impecavelmente arrumadas. As cortinas estavam abertas e a claridade da manhã caía bem em cima deles como um foco, a poeira dourada do ar girando em torno dos dois.

Taehyung sentia o coração bater com tanta força no peito que era difícil respirar, mas ele não tinha medo. Agora que sabia que Jeongguk o aceitara como ele era, Taehyung enfim se sentia leve, livre e confortável na própria pele.

E ele enfim entendeu que o problema nunca foi o sexo, ou o fato dele não sentir vontade de fazer com outras pessoas. Era a rejeição. Sempre foi. Desde o primeiro beijo desastrado no armário debaixo da escada até agora, ele acreditou que era errado e deveria, de alguma forma, se encaixar nas expectativas das pessoas ou então perdê-las.

Mas Jeongguk estava ali, diante de si, tão lindo e real e seu. A primeira pessoa que havia lutado por Taehyung. Não por seu corpo, apenas por ele.

Taehyung nunca tinha se sentido assim. Tão amado e especial e desejado.

— Taehyungie —, a voz de Jeongguk estava rouca e a postura dele era tensa, os punhos fechados e os braços esticados ao lado do corpo. — O que você quer testar?

Taehyung tirou o sobretudo pesado e o jogou na cama desocupada de seu companheiro de quarto ausente. Então despiu o suéter e levou os dedos até os botões da própria camisa. Os olhos grandes de Jeongguk acompanham cada movimento seu, fascinado e descrente.

— Jeongguk, por muito tempo eu me escondi. Dos outros e de mim mesmo. Mas você me fez ver beleza no corpo de outra pessoa e... — engoliu em seco, terminando de desabotoar a camisa e a retirando pelos ombros. Corou quando o olhar de Jeongguk deslizou por seu peito nu. A sensação de estar se expondo de todas as formas para alguém era estranhamente boa, como subir no ponto mais alto de uma montanha russa e olhar para baixo antes da queda, — Eu quero saber como é a sensação de tocar e sentir. Sem nenhuma barreira ou medo.

Jeongguk abriu a boca, claramente confuso, mas então assentiu depressa, a compreensão o atingindo. Tirou o casaco de couro e o jogou junto com o sobretudo de Taehyung. Arrancou as Timberlands e as meias, sem despregar os olhos de Taehyung nem por um segundo, temendo que tudo aquilo fosse um sonho ou de uma hora para a outra Taehyung lhe dissesse que ele estava entendendo tudo errado e eles se afastariam outra vez.

— Hyung —, Jeongguk ofegou. Acabara de tirar a camisa e estava com os dedos sobre a fivela do cinto, hesitando. — O que exatamente você quer? Eu não quero te ofender ou... ir depressa demais e ultrapassar os limites.

— Só sentir você, Jeonggukie — Taehyung disse com suavidade. — E que você me sinta.

Ele viu a dúvida em Jeongguk, a forma como os dedos do garoto tremiam sobre a fivela do jeans, então tomou a iniciativa e, lentamente, começou a desabotoar a própria calça.

E então, suas peles estavam inteiramente nuas. Eles se livraram das últimas peças e se olharam fixamente através da poeira dourada, pele caramelo e pele cor de leite. Taehyung jamais vira nada tão bonito. Jeongguk era perfeito. Músculos e carne macia e ossos fortes alinhados com elegância e flexibilidade. Ele não tinha pelos e Taehyung se aproximou para tocá-lo no peito. Jeongguk puxou o ar com força, mas ficou completamente parado, permitindo ser explorado.

— Pode olhar para mim, Gukie — Taehyung sorriu. Jeongguk estava fitando o teto com uma expressão aflita.

— Não acho que seja uma boa ideia — Jeongguk riu nervosamente pelo nariz.

Taehyung o tocou no rosto, beijando-o de leve no queixo e no canto da boca. Sentia Jeongguk tenso em suas mãos, o que era engraçado. Sabia que o mais novo já estivera com centenas de pessoas antes e, no entanto, estava agindo como um virgem de tão preocupado que estava em magoar ou oprimir Taehyung de alguma forma. Era adorável. O peito de Taehyung apertou em ondas de afeto.

— Olhe para mim — afastou-se um passo, dando espaço entre os corpos para que Jeongguk o fitasse. O mais novo tragou uma grande quantidade de ar antes de abaixar a cabeça e analisar o rosto de Taehyung, que assentiu. — Desça.

Jeongguk o fez. Desceu o olhar pelos ombros e peitoral de Taehyung, passando pelo abdômen liso e a cintura. Molhou os lábios, os punhos apertando ainda mais ao lado do corpo. Ele deslizou o olhar pelas coxas de Taehyung, os pés, e subiu outra vez, parando na pélvis. Abriu a boca e arquejou.

Taehyung se esforçou o máximo que pode para não corar e falhou.

— Não é muito másculo, eu sei — desculpou-se com um sorriso tímido.

— Caralho — Jeongguk suspirou e então sua boca estava esmagando a de Taehyung.

A empolgação do mais novo causou um formigamento agradável no estômago de Taehyung e ele sorriu contra os lábios macios de Jeongguk. Correspondeu ao beijo devagar, ao seu modo, deixando que Jeongguk o tomasse enquanto o fazia recuar até a cama.

Alguns meses atrás e aquele ataque teria assustado Taehyung, quando ele ainda se incomodava um pouco com o desejo sexual de outrem por si por não saber como corresponder, mas agora era apenas curioso. O sentimento de incapacidade e frustração não existiam mais, porque não havia obrigação alguma de acabar em sexo. Jeongguk sabia disso e ele estava deixando claro em cada movimento, no modo como tocava em Taehyung com cuidado, tentando não forçá-lo apesar de estar claramente se excitando.

Taehyung sentou na cama e recuou até a parede, a língua de Jeongguk tomando a sua em intervalos molhados. Ele o beijava com fome, saudade e necessidade, mas ainda era gentil, ainda era carinhoso como Taehyung gostava.

Interromperam o beijo para se ajeitarem – Jeongguk colocou um joelho sobre o colchão, a mão que não se apoiava no ombro se Taehyung cobrindo a ereção entre as pernas, o rosto em chamas.

— Desculpe por isso — murmurou, sem saber o que fazer a seguir e mantendo-se meio ajoelhado, meio em pé entre as coxas de Taehyung.

— Jeongguk, é você. Não se cubra, não peça desculpas. Ou eu terei que pedir desculpas pelas razões contrárias.

— Ainda é um pouco confuso — Jeongguk sentou ao lado de Taehyung, a mão ainda tentando desajeitadamente cobrir a prova de seu tesão. O olhar fugia para o corpo de Taehyung como se tentasse roubar momentos íntimos de apreciação para si, então Taehyung deitou na cama, relaxado, e puxou Jeongguk delicadamente para o colo.

— As vezes é confuso para mim também. Isso é novo, eu nunca estive com alguém assim. Jeongguk, você quer tocar em mim?

Em resposta, Jeongguk abaixou-se sobre Taehyung e o beijou na boca, um beijo demorado e pontuado por murmúrios suaves de afirmação. Taehyung sentia o membro úmido e quente palpitando sobre seu ventre, mas não se incomodou. Tocou as coxas de Jeongguk, alisando-as várias vezes até sentir a pele dele esquentando cada vez mais sob suas palmas. A textura era tão boa, acetinada nas regiões onde ele naturalmente não tinha pelos, ligeiramente áspera nas regiões onde ele depilava. Explorou as costas e os braços e o peito, circulando os mamilos e percebendo as reações de Jeongguk a cada contato.

Podia viver aquilo para o resto da vida. Aqueles sons, os pequenos tremores do corpo de Jeongguk sobre o seu, a palpitação acelerada do peito dele pressionando o seu quando Taehyung tocava alguma zona mais sensível que o fazia soltar o peso totalmente sobre si, sem forças.

Beijaram-se sem pressa, Taehyung incentivando Jeongguk cada vez que o mais novo fazia algum movimento mais erótico, os quadris involuntariamente roçando sua pélvis em busca de alívio.

— Isso é bom? — Jeongguk perguntou quando desceu os lábios pelo peitoral de Taehyung, que o afagou nos cabelos em resposta.

— É. Seu carinho é sempre bom.

Jeongguk deixou uma trilha de selos macios na linha do abdômen de Taehyung, em seguida desceu para as coxas. Taehyung suspirou, sentindo-se adorado, os beijos e os toque de Jeongguk imprimindo em si sensações novas e cálidas e tão maravilhosas e sagradas.

Quando Jeongguk o beijou nas virilhas e no membro flácido, Taehyung oprimiu em estremecimento que percorreu suas entranhas. Um ligeiro incômodo o fez recuar e Jeongguk repetiu o gesto afetuosamente antes de subir o caminho todo de volta até seu pescoço.

— Você é lindo demais, hyung — confessou, a voz morna e manhosa. — Cada centímetro seu. Nunca pense que é insuficiente para mim, porque você é perfeito assim. — as palavras seguintes ficaram abafadas entre o travesseiro e a pele quente da nuca de Taehyung, porque a voz de Jeongguk estava saturada de emoções, mas mesmo assim ele as ouviu.

Eu amo você.

O quarto ficou agradavelmente quente conforme eles se beijavam e se tocavam, as janelas embaçaram. A poeira cintilante descia em fachos dourados sobre as peles nuas, intensificando o caramelo da de Taehyung, tornando a de Jeongguk ainda mais pura. Os dedos e as palmas reconheceram cada parte um do outro, as peles se aquecendo juntas. Jeongguk acabou debaixo de Taehyung; Taehyung tocou a barriga rígida de Jeongguk com os lábios, sentindo o garoto se contorcer embaixo de si. Observou os músculos duros dele ondulando conforme os quadris se erguiam e ele arquejava e gemia suplicante.

Enquanto se beijavam e se tocavam, Taehyung percebeu que Jeongguk queria levar a mão até o próprio pênis, mas se continha.

— Vá em frente — Taehyung murmurou, e foi o que bastou para Jeongguk enfim acolher o pau dolorosamente excitado no punho apertado e iniciar uma masturbação desesperada.

Taehyung afastou a pélvis para dar espaço para Jeongguk e sorriu ao ver o prazer nublando as feições do mais novo. Era lindo. Jeongguk tentou continuar sustentando o olhar de Taehyung, a boca aberta deixando escapar sons abafados, o rosto todo coberto por uma fina camada de suor rosado pelo calor dos estímulos, mas a cada estocada da mão em seu pau, um brilho febril turvava sua visão. Ele se contraía, o abdômen repuxando, as coxas apertando em volta da cintura de Taehyung. Revirou os olhos e Taehyung ficou surpreso ao se dar conta de que Jeongguk estava inteiramente à vontade consigo, tão entregue e imerso que começou a gozar soltando gemidos gostosos de satisfação, o sêmen atingindo o próprio peito em jatos fortes e espessos.

E Taehyung assistiu cada detalhe com fascínio e interesse, cada mudança no rosto de Jeongguk, bebeu cada arquejar.

Apesar de ter durado pouco mais que alguns minutos, para Taehyung foi como ver em câmera lenta. Segundos preciosos em que seu coração perdeu o ritmo e sua respiração acompanhou a de Jeongguk. Experimentou um nó diferente no peito, uma realização intensa e grandiosa que o deixou tão perplexo que não conseguiu mais coordenar o beijo. As bocas de ambos ficaram abertas próximas uma da outra, os lábios se roçando, mas nenhum deles fez mais do que ofegar.

E tão forte quanto a liberação de Jeongguk, a compreensão veio como um baque para Taehyung. Ele finalmente entendeu o porquê da Dra. Watanabi pedir para que pesquisasse sobre hedonismo. A busca pelo prazer. Ele havia interpretado o prazer como algo exclusivamente sexual, e por mais que tivesse descoberto que era, sim, um hedonista assistindo Jeongguk gozar livremente debaixo e si, por causa de si, não se tratava disso. Tinha mais a ver com a beleza que era estar apaixonado e se sentir bem com todas as reações boas que podia proporcionar a Jeongguk.

Fosse com um beijo, ou fazendo-o sorrir, ou acariciando-o, ou tocando-o com uma flor.

Ele sentia prazer em proporcionar prazer a Jeongguk simplesmente porque estava apaixonado. Verdadeiramente apaixonado.

***

O semestre finalmente chegara ao fim e, com ele, a apresentação dos trabalhos finais.

Taehyung estava na galeria que a universidade havia alugado para expor os trabalhos de fim de curso dos alunos de Fotografia, esperando sua vez de ser avaliado. O professor passava por cada coleção de fotos tomando notas em sua prancheta enquanto os visitantes chegavam e circulavam pelo local. O tema da exposição era erotismo, e ele se sentia nervoso ao constatar que muitos visitantes se demoravam tempo demais diante de suas fotos, inclinando a cabeça para lá e para cá, tentando encontrar nelas alguma correlação com o tema.

Todas as fotos expostas ali estavam disponíveis para venda, a verba ia para o próprio curso, como manutenção dos laboratório e cursos livres para os alunos. Quando um visitante se interessava por uma moldura, devia tratar direto com o curador, e então um selo de vendido era colado embaixo da foto.

Poucas fotos tinham sido vendidas até então e, em sua maioria, de corpos nus, como Taehyung já esperava.

— TaeTae — ele girou nos calcanhares ao ouvir a voz animada de Jimin às suas costas. Ele, Yoongi e Hoseok acabavam de chegar. Foi abraçado pelos três, e então Jimin passou um braço por cima dos ombros de Taehyung, sorrindo orgulhoso. — E então, já foi avaliado?

— Ainda não. Acho que ninguém está entendendo minhas fotos —, Taehyung admitiu nervosamente.

— Ah? — Hoseok franziu a testa, olhando ao redor — Quais são as suas?

— Ali — Taehyung apontou para o fundo do salão.

Eles andaram até lá e pararam diante de uma coleção grande de fotos expostas. Taehyung corou e Yoongi lhe deu tapinhas nas costas, sem nem ao menos se preocupar em disfarçar a risadinha cretina.

— Pobre homem, está tão fodidamente apaixonado.

— Hm, eu sei que existe uma lógica nisso — Hoseok cutucou o queixo. — Eu só não estou conseguindo identificar. O tema é erotismo, certo? Deveria ter a ver com sexo, não?

Jimin apoiou o queixo no ombro de Taehyung, sendo o único a não comentar nada. Taehyung não queria ter que explicar a própria arte, isso o irritava, mas saber que as pessoas não conseguiam entendê-la também o sufocava, sobretudo porque aquele trabalho em específico significava muito para si.

Para começar, eram fotos em preto e branco e cinza. Não que fosse algo inovador, mas havia uma razão para que ele escolhesse exatamente aquela escala de cores. E, bem, eram todas de Jeongguk, tiradas no dia do Jardim Sensorial, com o lírio tocando-o, incluindo também as fotos do dia em que se reconciliaram e outras feitas depois disso. Jeongguk num campo de trigo. Jeongguk na cama, sem camisa, a palidez da pele acentuando os tendões e as veias nos antebraços. Jeongguk na chuva, as gotas grossas de água escorrendo pelo pescoço nu.

Em todas as fotos, Taehyung editara as cores de modo a ter algum detalhe em roxo. As mechas na franja de Jeongguk. Os lábios dele. As flores de lavanda no campo. O lençol em torno de seu corpo claro.

— São lindas — Jimin murmurou. — Eu entendi, TaeTae. Eu sei o que quer dizer com elas.

Taehyung apertou os dedos de Jimin sobre seu peito com um sorriso tímido. Ia abrir a boca para agradecer quando o professor se aproximou deles com um pigarro, chamando atenção para si. Jimin, Hoseok e Yoongi se afastaram e Taehyung engoliu em seco.

— Muito bem, Sr. Kim —, Ele olhou atentamente para as fotos antes de assentir. — Fez um bonito trabalho. A combinação de luz e sombras, a edição de cores e o ajuste de foco. Realmente muito bom, eu considero um trabalho profissional e artístico. Mas eu tenho que perguntar, qual a relação do seu trabalho com o tema? Por favor, nos fale sobre sua interpretação.

Taehyung mordeu o lábio. Outros alunos e visitantes se aproximavam deles para escutar a explicação, curiosos e intrigados. Sentiu-se acanhado. Era a primeira vez que declararia algo íntimo para tantas pessoas, mas era isso ou corria o risco de ter uma nota ruim se seu trabalho não estivesse de acordo com o tema e, pelo menos para a grande maioria ali, ele não estava. Tirando uma ou duas fotos de Jeongguk com o peito nu, em todas as outras ele estava vestido. Não havia nada fálico ou sexual ou qualquer indicativo de erotismo explícito nas fotos, eram até mesmo inocentes demais.

— Professor, quando nos pediu para fazer uma exposição sobre o erotismo, eu não soube o que fazer, porque... — tomou fôlego. — Sou assexual.

O professor o encarou, atordoado. A caneta que estava sobre a prancheta pronta para tomar notas parou e os ombros dele cederam. Ele parecia claramente envergonhado e perdido diante do que acabara de escutar e a reação das pessoas ao redor foi de silêncio perplexo, como se Taehyung tivesse dito uma palavra num idioma alienígena. Ele prosseguiu:

— Eu não sabia como identificar esse tema e passá-lo para o meu trabalho. Pensei em desistir e reprovar de uma vez na sua disciplina, mas então eu pesquisei mais a fundo sobre a etimologia da palavra erotismo, até chegar a Eros, o Deus grego. Descobri que, antes que Eros se tornasse Cupido, o amor carnal na acepção latina e os significados se perdessem depois da invasão do Império Romano, os gregos viam o deus Eros como uma força vital. Eros era vida, no sentido mais subjetivo da palavra. Com o passar dos séculos e com uma nova organização social, esse significado se limitou ao erotismo carnal. Mas não é esse o sentido que estou usando aqui. É o sentido original.

O professor piscou, a expressão franzida e hipnotizada em Taehyung, que não podia estar mais sem graça com todos os olhares cravados em si.

— Esse significado foi mais fácil para mim, porque embora eu seja assexual, tenho sentidos, sensações e emoções como qualquer pessoa e é através delas que eu me sinto vivo. Então, ele... — coçou a nuca, completamente envergonhado ao indicar Jeongguk nas fotos com o queixo. — Bem, o modelo... é meu namorado. — fingiu não ouvir alguns burburinhos atrás de si. — Ele me faz sentir vivo. Pequenos detalhes nele. E eu tentei retratar isso.

— É bem p-pessoal, Sr. Kim — o professor gaguejou. Voltou a olhar as fotos sob uma nova luz. — Uma forma inteiramente nova de retratar o erotismo, confesso que não esperava por isso. Bastante poético, eu diria, e inovador.

Taehyung arregalou os olhos, surpreso.

— Então gostou?

— Ah, sim, muito, e me parece que não fui só eu — o professor riu, apontando para uma funcionária que se aproximava da moldura da foto de Jeongguk com o lírio e colava um adesivo de vendido logo abaixo. Taehyung assistiu, perplexo, ela colocar o mesmo adesivo em todas as fotos de sua coleção.

Elas tinham sido vendidas. Todas as suas fotos.

— Obrigado pela explicação, Sr. Kim — o professor fez uma mesura para Taehyung, que retribuiu com ainda mais respeito e entusiasmo, ainda sem acreditar que tudo dera certo. Mais que certo.

Quando o professor se afastou e as pessoas ao redor dispersaram, Jimin, Hoseok e Yoongi se aproximaram para parabenizá-lo, orgulhosos e animados. Tiveram uma breve discussão sobre arrastar Taehyung para uma comemoração depois da exposição, desde que Taehyung não usasse camisas com cachimbos ou penicos, o que Taehyung aceitou, e então Jimin viu algo atrás de Taehyung que o fez se calar abruptamente.

— Vamos indo na frente pegar uma mesa — disse depressa com um sorriso aberto, acenando para Hoseok e Yoongi para que fossem embora. — Boa sorte, TaeTae!

Sem entender, Taehyung se virou para vê-los saindo e seu olhar bateu com uma pessoa parada alguns metros atrás de si.

Jeongguk estava parado ali, alto e escuro entre as pessoas que circulavam no local, a mochila alçada num ombro, a expressão típica de surpresa, com olhos arregalados e lábios entreabertos.

Ele encarava as fotos de si mesmo em total espanto, um rubor suave cobrindo lentamente as bochechas macias. Taehyung se perguntou se haveria algum dia em que olharia para Jeongguk sem sentir aquela pontada de choque no peito por achá-lo tão bonito.

— Achei que não ia conseguir vir — Taehyung disse, aproximando-se de Jeongguk, que nem ao menos piscou. — Hm. Você gostou?

— Eu pareço importante — Jeongguk soou descrente.

Taehyung riu.

— É sério — Jeongguk molhou os lábios, a perplexidade dando lugar a um sorriso maravilhado. — Sabe, especial.

— O tema é erotismo — Taehyung explicou. Já havia comentado com o mais novo que estava trabalhando num projeto de fim de curso, mas não entrara em detalhes, queria fazer uma surpresa. Até achou que Jeongguk não viria, pois quando mandou uma mensagem mais cedo perguntando se poderia vir, Jeongguk respondeu que tinha uma prova e não sabia se ia conseguir chegar a tempo. E ele estava com os cabelos negros bagunçados e a respiração meio ofegante e Taehyung podia perfeitamente imaginá-lo atravessando o campus correndo.

— Erotismo — Jeongguk piscou, baixando os olhos para o chão, envergonhado. — Você tem fotos minhas bem mais comprometedoras que essas.

— Não acha que eu ia expor seus nudes aqui, não é?

— Se tirasse meu rosto, ninguém ia saber — Jeongguk deu de ombros.

— Acontece que isso não é o que você representa para mim. Eu não estaria sendo fiel ao que eu penso sobre erotismo com você.

Jeongguk enfiou as mãos nos bolsos do moletom e pareceu incomodado. Taehyung afastou uma mecha da franja macia para longe dos olhos que amava.

— Ei, o que foi?

— Nada, é só que... eu não estou acostumado com isso.

— Isso o que, Jeonggukie?

— Que as pessoas vejam algo em mim além do meu corpo. Do sexo. — ele coçou o nariz e fungou, sem conseguir encarar Taehyung nos olhos.

— Qualquer pessoa é muito mais que isso — Taehyung o afagou na nuca. Queria beijá-lo, cobri-lo de carinho como costumavam fazer quando necessitavam de mais contato físico, mas isso teria que esperar. — E você vai ter que se acostumar, porque é meu modelo pessoal e eu vou fazer centenas de ensaios como este até que você entenda o que significa para mim.

Jeongguk riu, desviando o rosto quando Taehyung tentou acertar um beijo em sua boca que acabou pegando na bochecha.

— Não aqui.

— Vamos, Gukie, um beijinho.

— Hyung — Jeongguk riu, os dedos se entrelaçando com os de Taehyung para tentar pará-lo.

— Você não se importa em me beijar em público que eu sei — mas Taehyung desistiu de lutar quando a mochila pesada de Jeongguk deslizou por seu ombro e caiu no chão com um estrondo, chamando a atenção dos visitantes. Fez-se um silêncio constrangedor e eles riram, sem graça, mas os dedos de Jeongguk entrelaçaram discretamente os de Taehyung. — Venha comigo comemorar com Jimin, Hoseok e Yoongi.

— Quem as comprou? — Jeongguk apontou para as etiquetas de vendido embaixo das molduras.

— Não faço a menor ideia.

— Não quer saber? — mas antes que Taehyung respondesse, Jeongguk o arrastou até o curador atrás de uma mesa de vidro. — Com licença, senhor, pode nos dizer quem comprou a coleção de Kim Taehyung?

O curador consultou os registros no computador antes de anunciar:

— Uma senhorita, Kim Yejin.

Yejin.

Taehyung levou alguns segundos para relacionar o nome. Fazia tanto tempo. Não podia ser ela. Soltou a mão de Jeongguk e andou pela galeria em puro choque, até que seu olhar passou casualmente pela vitrine da galeria e ele a viu lá fora, parada na calçada, cutucando o celular.

Mesmo distante e meio de lado, ele a reconheceu. Sua ex noiva.

Pediu para Jeongguk que o esperasse e explicou que conheci a compradora, precisava agradecê-la. Jeongguk percebeu a apreensão nos olhos do namorado, mas não questionou nada. Taehyung saiu da galeria e Yejin ergueu o olhar para ele, pega de surpresa.

— Olá, Taehyung — ela sorriu forçadamente — Quanto tempo. Como você está?

— Bem — ele respondeu no automático. — Yejin, o que está fazendo aqui? E por que comprou minhas fotos?

O sorriso dela ficou triste.

— Eu vou me casar semana que vem — comunicou. — Mas eu não podia fazer isso sem antes conversar com você e pedir desculpas. Eu fui muito cruel com você, agi errado e disse coisas horríveis, quero que saiba que me arrependi muito. Eu soube sobre essa exposição dos universitários do curso de fotografia, soube que você estaria aqui e achei que era uma boa oportunidade para me desculpar, talvez a única. Mas aí eu...

— Você ouviu. Quando eu expliquei sobre as fotos.

— É. — ela desviou o olhar para a rua, torcendo as mãos enluvadas. — Eu não podia imaginar... eu realmente não sabia, Taehyung, sobre sua... assexualidade. E tudo fez sentido. Porque você não ia adiante comigo, porque evitava o sexo... Talvez eu não fosse a pessoa certa, de qualquer forma, e comprar suas fotos, todas elas, foi a forma que encontrei de compensá-lo pelo meu erro. Eu o traí da pior forma possível, fui covarde, e sei que nada justifica, por isso não consegui dizer nada para você no fim das contas.

Ele não sabia o que responder. Aquele assunto estava tão distante, ele não lembrava mais de Yejin, mas estava aliviado por ela estar lhe dizendo aquelas coisas. No fundo, aquela ligação horrível no meio da noite sempre foi um caroço entalado em sua garganta, o puxando para o fundo da não aceitação.

Yejin ergueu os olhos úmidos para Taehyung.

— Taehyung, você não é insuficiente para ninguém, nunca foi, você foi uma das melhores pessoas que conheci na vida, você é especial e merece ser amado e respeitado. Eu espero que você seja feliz com quem quer que seja.

Taehyung assentiu. Continuava sem palavras. Yejin sorriu para ele uma última vez antes de despedir-se com um aceno tímido de cabeça e atravessar a rua. Taehyung a assistiu ir embora, e então Jeongguk estava ao seu lado, os dedos quentes acolhendo os seus outra vez.

— Hyung, está tudo bem?

Taehyung piscou. Lágrimas mornas arderam em seus olhos, mas ele puxou Jeongguk para si e o abraçou, enterrando o rosto no pescoço macio do garoto.

— Sim, Jeonggukie. Agora está.

***

Primavera

O campus da universidade estava apinhado de estudantes aproveitando o calor agradável da tarde de sábado. Taehyung e Jeongguk estavam afastados numa nesga de sol, olhando Jimin, Yoongi e Hoseok jogando bola com outros alunos do curso de física enquanto Seulgi tirava fotos deles e filmava, rindo dos lances engraçados.

Taehyung e Jeongguk estavam fazendo seis meses oficialmente juntos. Sobre a toalha de piquenique em que estavam, além da cesta de sanduíches e doces que Jimin e Seulgi prepararam juntos, havia também o buquê de lírios brancos que Taehyung dera para Jeongguk naquela manhã. Taehyung colhera uma flor do buquê e com ela acariciava o rosto de Jeongguk, ambos imersos num mundo particular.

Jeongguk estava deitado no colo de Taehyung, olhos fechados, lábios entreabertos, respiração rasa. As pétalas macias do lírio deslizavam por seu nariz, boca e pescoço lentamente e Taehyung mal piscava, hipnotizado por Jeongguk. Ele ficava bonito até mesmo naquele ângulo, de ponta-cabeça, os cabelos afastados da testa e as pintinhas marcando a pele clara e lisa.

— Mmm — Jeongguk murmurou.

— O que foi?

— Isso é muito bom...

— Vai dormir?

Jeongguk riu. Taehyung contornou com o lírio as pequenas ruguinhas que surgiram ao redor de seus olhos.

— Dormir — Jeongguk debochou. — Estou é ficando excitado.

— Aish — Taehyung sorriu com vergonha. — Tão sensível...

— Não sou — Jeongguk abriu os olhos e fitou Taehyung profundamente. — Você sempre disse isso, que sou sensível, mas não é bem assim. É você, só você.

Taehyung molhou os lábios e deslizou as pétalas brancas sobre a garganta de Jeongguk, o pomo-de-adão que subia e descia conforme Jeongguk engolia a própria saliva. Usava uma regata branca e fina por causa do clima morno, e Taehyung pode ver os mamilos do garoto marcando o tecido e os pelos arrepiados de seus braços.

— Está mesmo excitado? — Taehyung sondou.

Em resposta, Jeongguk olhou discretamente para baixo e dobrou uma perna para disfarçar o volume aparente na calça jeans justa, cruzando as duas mãos sobre a pélvis. Eles riram, cumplices, e Taehyung olhou ao redor, avaliando se estavam sendo observados. Não estavam. Os amigos pareciam realmente entretidos no jogo.

— Seu cheiro, hyung — Jeongguk suspirou. Taehyung acariciou os lábios dele com o lírio e eles estremeceram como se pedissem por um beijo. — Estou ouvindo sua respiração. Sua voz. É tão sedutor...

— Como você quer? — Taehyung curvou-se um pouco mais na direção de Jeongguk para sussurrar. O mais novo puxou o ar em arquejos suaves quando o hálito quente de Taehyung tocou sua bochecha, tão, tão perto...

Jeongguk enrubesceu. Fechou os olhos outra vez, o peito tremulando sob a camiseta.

— Algemas. Você mandando em mim.

— Tapas?

— Ah, sim — soou como uma súplica.

— Com ou sem roupa?

Jeongguk hesitou, atordoado com a proximidade da boca de Taehyung sobre a sua.

— Vamos, Gukie, me diga. Eu preciso saber, como você quer?

— Eu não sei, Tae... fico tão duro olhando o seu corpo, mas daquela vez que você me chupou vestido, com as mangas da camisa enroladas até os cotovelos... eu não sei...

— Você gozou tão rápido — Taehyung riu e se afastou um pouco para que o mais novo tomasse fôlego. O rosto de Jeongguk estava afogueado; por mais que o ar primaveril fosse cálido, não era o bastante para fazê-los suar. Era apenas o início da estação.

Eram reações a Taehyung, e a essa altura do relacionamento o mais velho já estava viciado em cada uma elas.

— Foi tão bom — Jeongguk assentiu. — Sem camisa, hyung. Hoje eu quero tocar em você.

— Antes das algemas?

— É.

— E depois?

— Só me faça gozar com força — Jeongguk não conseguiu conter um gemido abafada ao imaginar tudo o que diziam. Ajeitou-se no chão, as mãos apertando discretamente a ereção na calça, tentando acomodá-la no espaço apertado.

— Eu sempre faço — Taehyung disse casualmente, fazendo Jeongguk rir. — Precisa de um tempo para levantar?

— Uns cinco minutos — Jeongguk respirou fundo algumas vezes. — Diga algo broxante.

— As provas finais estão chegando. Eu tenho um projeto e um TCC para entregar.

— Eu tenho dois projetos e cinco artigos para publicar.

— Tenho só mais um período antes de me formar e ter que procurar um apartamento para alugar e arrumar um emprego e ter contas para pagar.

—Eu tenho dois.

— Como está aí embaixo?

— Totalmente broxado.

— Ótimo. Vamos.

***

— Hyung, acho que o seu companheiro de quarto nunca existiu — Jeongguk disse quando entraram no quarto de Taehyung. — Como esse cara viaja o tempo todo e não foi jubilado?

Do banheiro, Taehyung riu. Jeongguk abriu o aplicativo de música no celular e colocou sua playlist preferida para tocar. Ele havia dado a ela o nome de (a)ssexual, porque o fazia se lembrar de Taehyung, e do quão incrível era que estivessem juntos a seis meses e que todos os medos e acepções erradas que Jeongguk tinha sobre ter uma vida sexual ativa com um assexual haviam se mostrado infundadas.

Ele sabia que existiam casos em que, de fato, assexuais não se sentiam à vontade nem mesmo com contato físico e, nesses casos, relacionamentos só davam certo com outros assexuais. Ao longo daqueles meses, Jeongguk procurara saber ainda mais sobre a assexualidade e descobrira desdobramentos interessantes, como assexuais arromânticos, que não sentem atração romântica por nenhum gênero, e até mesmo assexuais aplatônicos, que não se sentem confortáveis ou não sentem vontade nem mesmo de manter laços de amizade.

Era um universo muito complexo e Jeongguk se interessava cada dia mais por ele, e ajudava a entender seu Taehyung e achá-lo ainda mais especial e único. Eles não se preocupavam mais em encaixar Taehyung numa classificação – em vez disso, testavam os limites e suas zonas de conforto, recuando quando Taehyung não se mostrava interessado.

Eles haviam entrado num entendimento de que Jeongguk sempre devia dizer o que queria e como queria detalhadamente e Taehyung deveria dizer até onde podia satisfazê-lo. Transar de roupa era algo que em geral deixava Taehyung mais confortável – ou, pelo menos, com a parte de baixo. Ele não se sentia à vontade que Jeongguk o tocasse em regiões íntimas. Isso era respeitado. Nem sempre Taehyung estava com vontade de satisfazer Jeongguk. Isso era respeitado. Quando Taehyung tinha ereções noturnas quando dormiam juntos, preferia masturbar-se sozinho no banheiro. Isso era respeitado.

Jeongguk selecionou a música que mais gostava na Playlist, Dark Star, de Jaymes Young. Eu estive procurando por você por um longo tempo até encontrar/ Eu mergulhei através do universo, só para deitar ao seu lado/ Qualquer lugar que você quiser que eu te leve, eu vou (sim)/ Mas há coisas sobre mim que você simplesmente não sabe/ Porque, querido, eu sou uma estrela negra.

Quando Taehyung saiu do banheiro, Jeongguk já tinha separado tudo que iam precisar no criado mudo ao lado da cama, o lubrificante, as algemas e o vibrador. Taehyung sabia que daquela vez Jeongguk queria ser dominado, então avançou até o mais novo e o beijou intensamente antes de começar a desabotoar a própria camisa. Jeongguk fez menção de retirar a regata, mas Taehyung segurou seus pulsos sem cerimônia. Gostava de interpretar papeis e era especialmente bom sendo dominador, o fato de não estar sendo sexualmente afetado possibilitava que controlasse a situação com toda a calma do mundo enquanto observava Jeongguk implorando a ponto de chorar.

Ele aceitara sua porção hedonista e até mesmo desconfiava que podia haver algo de voyeur em si, ainda que de forma superficial.

— Vai fazer só o que eu mandar, Jeongguk — Taehyung sussurrou na boca do mais novo, puxando-o para a cama.

Jeongguk sentou sobre as coxas de Taehyung, os dedos afundando nas mechas macias e loiras antes de desceram pelo peitoral agora exposto. Taehyung se deixou ser beijado e tocado, Jeongguk ficava excitado ao senti-lo e ele queria exatamente esse efeito.

— Você é tão gostoso, hyung — a língua de Jeongguk estava ficando lubrificada na de Taehyung enquanto se beijavam, como se ele estivesse saboreando um doce palatável. Taehyung a chupou e a envolveu, interrompendo o beijo apenas para puxar a regata de Jeongguk para cima e despi-lo. Então colocou ambas as mãos de Jeongguk sobre seus ombros e reclinou-se para trás, permitindo ser explorado.

Jeongguk desceu para o chão, ficando de joelhos entre as coxas de Taehyung e afastando as laterais da camisa para beijá-lo e chupá-lo no pescoço, peitoral e cintura. A saliva de Jeongguk deixava rastros úmidos na pele cor de caramelo, marcando-a com flores vermelhas onde as sucções eram mais intensas. Jeongguk chupou até mesmo os dedos de Taehyung, enfiando-os na boca e fechando os olhos ao gemer de satisfação com a boca cheia.

— Você quer tanto ser preenchido, Gukie.

— S-Sim...

— Não foi uma pergunta — Taehyung o segurou pelos cabelos com força, fazendo Jeongguk chiar. — Tenho uma surpresa para você hoje, seja um bom garoto e vou preenchê-lo do jeito certo.

— Tira a calça — Jeongguk pediu, manhoso. — Quero chupar suas coxas, hyung.

Taehyung sorriu preguiçosamente.

— Não é você que dá as ordens. — puxou-o pelos cabelos de volta para cima até que Jeongguk estivesse novamente em seu colo. Beijou-o sem delicadeza, um beijo diferente dos que costumava dar. Jeongguk estava quente em suas mãos, Taehyung deslizou os dedos pela rigidez da barriga do mais novo e a sentiu tremendo. Afagou a região e o apertou na cintura e no membro duro, locais em que sabia que Jeongguk era sensível.

Jeongguk amoleceu em seus braços, a cabeça pendendo na curva do pescoço de Taehyung conforme a ereção pulsava com força na palma do mão do mais velho.

— Deite — ordenou Taehyung.

Arquejando e suspirando, Jeongguk deitou.

— De bruços.

Ouviu um xingamento suave quando Jeongguk se deu conta do que viria a seguir. Virou na cama, a testa enterrada no travesseiro e a coluna arqueando. Mal tinham começado e o quarto já estava cheio com os sons abafados da antecipação de Jeongguk.

— Desabotoe a calça.

Jeongguk levou as mãos desajeitadamente para os botões da calça, apoiando-se num cotovelo e erguendo os quadris para descê-la. Taehyung se ergueu de joelhos sobre o mais novo e puxou o cós da calça pela curva musculosa das nádegas de Jeongguk, removendo-a junto com a boxer e deixando o garoto enfim completamente nu.

— Taehyung — a voz de Jeongguk era um chiado necessitado.

— Shh. — Taehyung estalou um tapa na nádega direita de Jeongguk, a mão grande acertando a carne macia. Jeongguk teve um espasmo de surpresa antes de gemer baixinho. Acariciou a região e a beijou, arranhando as costas de Jeongguk com as unhas curtas. Jeongguk se remexia embaixo de si, esfregando a ereção contra o colchão e murmurando coisas que Taehyung não conseguia entender. Acertou outro tapa na mesma nádega, deixando-a brilhante e rosada, e novamente cuidou da pele magoada com beijos e carícias e palavras de consolo.

Jeongguk não mais gemia, ele choramingava.

Se perguntassem para Taehyung se ele gostava da sensação de deixar as marcas de seus dedos compridos na pele de Jeongguk, ele diria que não, não gostava. Mas não era uma questão de apenas gostar, e sim de fazer algo por alguém que se ama. Eram fetiches de Jeongguk e havia o lado bom de ser ele a realizá-los.

— Hyung — Joengguk virou a cabeça para olhá-lo por cima do ombro, o rosto inteiro rosado e a respiração descompassada — Taehyung, toque em mim, por favor.

— Eu sei como você gosta — Taehyung deixou um beijo na base da coluna de Jeongguk antes de subir pelo corpo do mais novo e prender o lóbulo de sua orelha entre os dentes, sugando a argola prateada. — Já conheço você.

Marcou a nuca de Jeongguk com um chupão, enterrando os dedos nos cabelos escuros. Provocou-a um pouco mais, falando no ouvido do garoto porque sabia o quanto Jeongguk ficava maluco com sua voz.

— Por favor... — Jeongguk tentou deslizar a mão para baixo do corpo em direção ao próprio pau, mas Taehyung flagrou-o no meio do caminho e, um instante depois, o estalo seco fez Jeongguk bufar quando as algemas se fecharam em torno de seu pulso no espelho da cama.

— Nada de apressar as coisas — Taehyung murmurou em seu pescoço, então virou o queixo de Jeongguk para beijá-lo de lado. Desesperado, afoito, Jeongguk colocou a língua para fora e capturou o lábio superior de Taehyung, correspondendo ao beijo da melhor forma que conseguia naquele ângulo desconfortável. — De quatro.

Taehyung acertou um terceiro tapa nas nádegas de Jeongguk, que firmou os joelhos no colchão. Na posição em que estava, os pulsos presos na base da cama, tinha que empinar os quadris para ficar de quatro, a coluna curvada para baixo e a testa afundada no colchão.

O mais velho recuou na cama, sentando atrás de Jeongguk e tendo a visão da parte de trás de suas coxas lisas e firmes, o traseiro marcado por seus dedos, os testículos pesados e cheios e o pau duro de Jeongguk pulsando e pingando pré-gozo nos lençóis. Apesar da posição submissa, Jeongguk não tinha nada de frágil. Ele era grande, ocupando quase praticamente todo o espaço estreito da cama de solteiro, o peso do corpo afundando o colchão.

Taehyung o tocou nas costas e no dorso, sentindo as calosidades da espinha, a musculatura, as curvas. Era lindo, seu Jeongguk. Cada centímetro dele.

— Lembra do que eu disse, Jeonggukie? — Taehyung disse com suavidade, beijando a região em torno do anel apertado de seu ânus. Jeongguk gemeu manhoso, estremecendo. — Tenho uma surpresa para você hoje.

— O que é? Ah... hyung... — Jeongguk soluçou, porque Taehyung deslizou o polegar pelo músculo rosado de sua entrada e pelo períneo, indo e voltando com as carícias até que os pulsos de Jeongguk estivessem repuxando na algema quando ele tentava empurrar o corpo para trás. — Taehyungie, por favor, eu preciso.

— Do que? — Taehyung observou o anel apertado pulsando para si, o pênis de Jeongguk saltando no vão entre as coxas.

— Sua língua. Seus dedos. O vibrador. Qualquer coisa dentro de mim, por favor...

— Ah, mas era justamente disso que eu estava falando — Taehyung chupou o polegar e o afundou devagar em Jeongguk, testando a resistência. — Vou precisar prepará-lo bem hoje, Gukie.

— P-por que?

— Você vai ver.

Taehyung beijou Jeongguk, as nádegas, aproximando-se no anel rosado, e enfim chupando-o e lambendo-o até penetrá-lo com a língua. Jeongguk quase desabou na cama com o solavanco de prazer. Taehyung passou a mão por entre as pernas abertas de Jeongguk para masturbá-lo e o mais novo soluçou de alívio contra o travesseiro.

— Sim, hyung, assim, por favor, mais rápido — Jeongguk ondulou os quadris, tentando estocar o punho de Taehyung e ganhou um chupão dolorido na nádega em resposta. Gemeu de dor e prazer, o polegar de Taehyung pressionando a glande molhada e sensível, a língua adentrando-o fundo e recuando.

Os sentidos de Taehyung se abriam quando estava com Jeongguk e entre quatro paredes não era diferente. Ele ouvia os sons eróticos da própria boca estalando na entrada pulsante de Jeongguk, o calor da pele dele fervendo onde sua mão o estapeara.

Taehyung afastou-se, chupando a própria saliva que escorria entre as coxas de Jeongguk. Aplicou lubrificante nos dedos e o preparou devagar, com muita paciência, sussurrando gentilmente para Jeongguk quando este implorava para gozar. Dedilhou a próstata inchada e pulsante, e a cada estocada Jeongguk empinava mais os quadris, o pênis tão duro que as veias pareciam prestes a explodir.

E então, levantou da cama, abaixou-se e puxou uma caixa debaixo dela. Jeongguk virou a cabeça para encará-lo, o olhar confuso e nublado pela proximidade do orgasmo. Mal conseguia respirar, a boca aberta e o corpo todo tremendo.

Taehyung abriu a caixa e tirou de lá um vibrador roxo, diferente do que Jeongguk tinha. Colocou-o do lado do brinquedo antigo e os olhos de Jeongguk arregalaram-se. O vibrador de Jeongguk parecia uma coisinha insignificante perto do vibrador que Taehyung acabara de colocar ali.

— Você sempre quis saber como é me ter dentro de você — Taehyung explicou, contendo um sorriso de satisfação pela expressão mortificada de Jeongguk. — Eu mesmo encomendei. — começou a dobrar as mangas da camisa lentamente até os cotovelos. — Dezenove centímetros. Eu mesmo tirei as medidas, a circunferência também é exatamente a mesma. E eu pedi com quatro velocidades. Será que você vai dar conta disso, Jeongguk?

Jeongguk fechou os olhos, espasmos subindo e descendo por sua coluna e Taehyung achou que aquilo fora demais para ele, estava gozando. Mas Jeongguk enterrou a cabeça no travesseiro, bufando em autocontrole.

— Sim.

— O que? Repita.

— Eu vou. Meu Deus, por favor.

Taehyung riu, pegou o vibrador e o lubrificante e voltou a se posicionar atrás de Jeongguk, que agora ofegava audivelmente. Lambuzou a entrada do mais novo com o gel e repetiu o mesmo com o vibrador e, apenas quando teve certeza de que tudo estava devidamente molhado, firmou os quadris de Jeongguk e começou a deslizar o vibrador por sua entrada estreita.

Jeongguk gritou e gemeu, mordendo o travesseiro conforme Taehyung enfiava devagar, centímetro por centímetro, o vibrador que mandara fazer sob medida para que Jeongguk tivesse a sensação mais próxima do que era o ter dentro de si. Afagou a coluna de Jeongguk, dando um tempo para que ele respirasse. O vibrador que usavam antes era duas vezes menor, Jeongguk não estava mais acostumado a uma penetração tão profunda o alargando.

— Está machucando? — Taehyung perguntou quando encaixou o vibrador inteiro em Jeongguk, até a base, percebendo o interior do mais novo sugando o brinquedo, o feixe de músculos comprimindo-o ao redor.

— Hmmm — Jeongguk estava muito parado e Taehyung imaginou que ele estivesse se concentrando para não explodir. — N-Não...

— É bom? Sente como eu preencheria você bem, meu amor?

— S-Sim — a voz de Jeongguk estava sufocada. — Deus, Taehyung, tão bem...

Taehyung ligou o vibrador na frequência mais baixa, deslizando-o para fora e voltando a preencher Jeongguk com ele.

— Assim?

— Hyung, é tão gostoso — Jeongguk soltou uma sequência de gemidos quebrados.

Por algum tempo, Taehyung apenas estimulou-o devagar, ouvindo Jeongguk murmurar manhoso, os sons ficando mais urgentes e sofridos conforme Taehyung ia aumentando a velocidade das estocadas e a frequência da vibração, até que Jeongguk estivesse tremendo, os joelhos oscilando sem forças no colchão.

— Vire — Taehyung comandou com um tapa na coxa de Jeongguk. Ele virou do jeito que pôde de barriga para cima, arquejando quando o vibrador afundou ainda mais em si conforme se movia. Os quadris caíram pesadamente no colchão, os pulsos ficando cruzados acima da cabeça. — Olhe só para você, tão excitado...

O pau de Jeongguk liberava uma grande quantidade de pré-gozo, melando seu umbigo e sua cintura. Os olhos dele brilhavam com lágrimas quentes e a boca estava inchada de tanto morder. Taehyung o beijou demoradamente, sorrindo com o fato de que Jeongguk estava tão perdido que sua língua não tinha coordenação.

— Você quer gozar, Jeonggukie?

— Pelo amor de Deus...

— Como você quer gozar?

— Vo-você sabe, hyung...

— Na minha boca?

— Se vo-você de-deixar...

— Ah, eu deixo.

Taehyung masturbou Jeongguk num ritmo gradativo, beijando-o na musculatura rígida da barriga antes de descer e chupá-lo. Durante aqueles meses, Jeongguk o havia instruído sobre como gostava do boquete, intenso e com contato visual, então Taehyung o engoliu pouco a pouco com os olhos fixos nos de Jeongguk, que os sustentou o máximo que pode antes de revirar os olhos e erguer os quadris em reflexo ao prazer. Com a mão que não masturbava Jeongguk, Taehyung desencaixou o vibrador do interior dele, procurando a próstata e massageando-a com o brinquedo. Os sons molhados do boquete misturaram-se aos da fricção no vibrador entrando e saindo, lubrificante escorrendo pelas nádegas do mais novo.

A vibração crescente enviava choques de êxtase por todo o corpo de Jeongguk e não demorou nada para que ele estivesse gritando. Taehyung ajustou a frequência máxima no vibrador, ouvindo o brinquedo zumbir alto enquanto esmagava a próstata de Jeongguk sem parar, a boca sugando seu pau e engolindo a liberação que veio numa torrente contínua.

— Porra, Tae... caralho — Jeongguk segurou os anéis da algema com força e levantou os quadris em reflexo, estocando a boca de Taehyung no ritmo que os jatos do orgasmo vinham com tudo, saqueando seus testículos até a última gota. Parecia não ter fim, mas os gemidos de prazer de Jeongguk converteram em agonia quando as ondas do clímax dissiparam e Taehyung desligou depressa o vibrador que pressionava a próstata agora sensível.

Jeongguk caiu de volta no colchão, nocauteado. Taehyung retirou o vibrador com cuidado, então livrou os pulsos de Jeongguk do aperto das algemas e o beijou nos lábios trêmulos.

— Gostou? — Taehyung perguntou, afagando os cabelos suados de Jeongguk e tirando-os de sua testa.

— Você é tão bom, hyung, tão bom. — Jeongguk murmurou de olhos fechados, respiração desigual.

Ficaram deitados no espaço limitado da cama. Taehyung ajeitou-se contra a parede para dar espaço para Jeongguk se esticar; o mais novo virou de bruços na cama, o dorso alinhado ao peito de Taehyung na posição que gostava de dormir. Aos poucos, a respiração de Jeongguk nivelou enquanto eles ouviam os sons calmos do campus lá embaixo, risadas distantes, a água cascateando no chafariz em frente ao alojamento, os pássaros. Taehyung tocou as costas suadas de Jeongguk e beijou a nuca macia em selos leves até sentir que o mais novo adormecia.

O quarto ficou em completo silêncio. E, no silêncio, Taehyung assistiu Jeongguk dormindo com a mesma sensação que tinha depois que o satisfazia.

Completude e paz.

FIM

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