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10 - A VINGANÇA NÃO CESSA


A ESCURIDÃO SE ESPALHAVA PELA SALA enquanto Lyanna Stark encarava a lareira que crepitava fracamente, lançando sombras dançantes nas paredes de pedra. O calor que ela esperava sentir ali não a alcançava, e o frio do Norte parecia ter se enraizado em seus ossos, um prenúncio do que estava por vir.

Aquela sala, que outrora fora um símbolo de segurança e estratégia, agora parecia sufocante. Era o local onde Lyanna havia se reunido com seus aliados, onde havia tentado persuadir os Lords do Norte a unirem suas forças. Mas todos os seus esforços haviam sido em vão.

— Lyanna Stark... — Eles diziam com olhos cansados e almas marcadas pela guerra. — — Winterfell não é mais o que era. O Norte não é mais o que era. Sua família enfrentou algo terrível, mas você tem a chance de continuar a viver. Case-se novamente com alguém que poderá lhe fornecer um exército. — E, com essas palavras eles se retiravam, levando consigo a última centelha de esperança que ela mantinha.

Agora, sozinha, Lyanna se afundava em uma poltrona desgastada, sentindo o peso das recusas esmagá-la. Os corvos enviados ao longo das semanas não trouxeram boas novas, apenas um silêncio sepulcral ou respostas frias e calculistas. Não havia unidade, não havia um Norte que se ergueria para salvar Winterfell. Pelo menos não um que confiasse nela.

E Jon...

Ela fechou os olhos, tentando afastar o aperto em seu peito. O silêncio de Jon doía mais do que qualquer outra coisa. Para além da Muralha, ele parecia ter desaparecido, como se a escuridão do Inverno o tivesse engolido por completo. Cada dia que passava sem uma palavra dele era um lembrete cruel de que ela estava sozinha nessa luta.

Quando abriram as portas do salão e deixaram o vento frio entrar, a notícia que chegou com ele foi como uma adaga. James Mormont entregou a ela o pergaminho que chegara, ele mesmo possuía um olhar atônito e contido. Lyanna desenrolou o pergaminho e leu a mensagem.

Sansa, sua irmã e a mais doce de todas elas, havia sido dada em casamento a Ramsay Bolton, o monstro que agora usurpava Winterfell. Os rumores sobre ele, sussurrados com temor por todos que os conheciam, eram piores do que qualquer coisa que Lyanna pudesse imaginar. E saber que Sansa estava nas mãos dele a preocupava profundamente.

Ela se levantou bruscamente, o calor da lareira foi esquecido enquanto suas mãos tremiam de raiva e desespero. Seus olhos, que costumavam brilhar com a determinação do lobo, agora estavam sombrios, opacos, refletindo apenas a desesperança que ela sentia diante de tudo o que havia acontecido nos últimos meses. Lyanna costumava pensar que havia suportado tudo muito bem, não perdeu a determinação quando tiraram a vida de seu pai ou quando a mandaram para Dorne. Mas ali naquele momento começava a realmente pensar que enfim haviam conseguido a quebrar.

— Eu falhei com eles. — Ela sussurrou para si mesma, a voz trêmula e rouca. — Falhei com minha casa, com meus irmãos, com Winterfell.

Ela caminhou até a janela onde a noite engolia a paisagem além das muralhas. Lá fora a neve caía lenta e silenciosa, cobrindo tudo em um manto branco de desolação. Não havia sinais de vida, apenas a escuridão do Inverno que prometia consumir tudo o que Lyanna um dia amara.

Cada passo que dera até agora, cada batalha travada, parecia insignificante diante da vastidão de sua derrota. Os planos que ela traçara com Oberyn, a força que encontrara em Lyanna Mormont, tudo isso agora parecia distante, perdido em um mar de incertezas e falhas.

— O inverno está chegando... — Ela murmurou, as palavras saindo como um lamento. Mas desta vez, elas não eram um aviso, mas uma constatação. O inverno havia chegado, e com ele, uma escuridão que ela não sabia como enfrentar.

Lyanna se afastou da janela sentindo a opressão daquele salão se fechar ao redor dela, sufocando-a. Cada pensamento que tinha levava de volta à mesma conclusão amarga: ela estava sozinha. Aquele era o preço por ser uma Stark, por carregar um nome que, outrora, era temido e respeitado, mas que agora parecia destinado ao esquecimento.

A ideia de Ramsay Bolton em Winterfell, de Sansa sob seu domínio, era uma tortura que ela não conseguia afastar. Mas com nenhum aliado ao seu lado e sem notícias de Jon, ela se via impotente, presa em uma teia que ela mesma tecera em busca de justiça e proteção para sua casa.

Sentando-se novamente, Lyanna fechou os olhos e permitiu que as lágrimas finalmente caíssem, silenciosas como a neve lá fora. Ela sabia que precisava continuar, que havia promessas a cumprir, mas, naquele momento, a realidade de sua solidão e do fracasso era tudo o que ela conseguia suportar.

O CÉU ESTAVA CARREGADO DE NUVENS E CINZENTO quase como se refletisse o peso que Lyanna Stark carregava dentro de si. O inverno estava engolindo o Norte aos poucos, transformando o mundo em uma paisagem desolada de gelo e neve. Ela estava parada na beira do penhasco onde o vento cortante chicoteava seu rosto, a visão lá de cima e o som distante de vozes do castelo à sua direita não puderam silenciar o barulho em sua mente. Toda a dor, o desespero, o luto — tudo isso parecia ter se transformado em uma armadura gelada ao redor de sua alma.

Desde que as últimas notícias haviam chegado, a morte de Oberyn Martell em Porto Real, o casamento de Sansa, Lyanna havia se fechado em si mesma. A esperança de que seu esposo pudesse ter sobrevivido àquele inferno diminuiu com o passar das luas, até que restasse apenas uma fria aceitação. Ele estava morto. Aquele que compartilhava sua raiva, que compreendia sua sede de vingança, que se tornara mais do que um aliado... Ele se fora.

A cada dia ela se sentia mais e mais arrependida, repensava os momentos em que poderia ter agido diferente. Poderiam ter executado o plano de forma diferente ou talvez ele devesse parar de lutar contra o seu destino. Talvez se tivesse apenas ficado em Dorne e aceitado sua nova vida, tudo poderia ter sido diferente. A constatação de que nada mais lhe restava era como um soco no estômago.

O breve som de movimento a trouxe de volta ao presente, era sutil, mas ela percebeu que alguém se aproximava. Lyanna se virou em alerta, os olhos de lobo escaneando a figura que se aproximava com uma lentidão deliberada. Dois homens acompanhavam alguém, guiando-o como se estivesse ferido ou incapaz de caminhar sozinho. Um terceiro homem, que parecia um mercenário devido as vestes gastas e o colete com nítidas marcas de uso, mantinha uma certa distância os observando de longe.

Quando a figura foi trazida para mais perto, algo no coração de Lyanna estremeceu. Não era possível, foi a primeira coisa que pensou. Aquela era a mesma postura orgulhosa, o mesmo ar de desafio que ela reconheceria em qualquer lugar. Mas quando ele levantou a cabeça, a visão dela se tornou uma lâmina afiada de incredulidade e dor.

Oberyn Martell estava diante dela, vivo, mas algo havia sido tirado dele. Uma venda negra cobria seus olhos e seu rosto que outrora fora marcado pela confiança e arrogância, agora estava desgastado como se a vida tivesse roubado dele algo irreparável. Lyanna mal conseguia respirar, suas mãos tremeram enquanto ele era conduzido até ela.

Lyanna temeu se aproximar, seus joelhos tremiam e ela suspeitou que estivesse tendo algum tipo de visão e temeu que assim que estendesse a mão Oberyn desaparecesse.

— Lyanna. — Ele sussurrou e era tudo o que ela precisava, a voz dele carregava o calor das areias de Dorne e foi a única coisa capaz de aquecê-la em meio a tudo aquilo. — Achei que nunca mais te encontraria.

Suas pernas subitamente voltaram a funcionar ao o ouvir e ela correu e o abraçou forte, os servos se afastaram e Oberyn fechou os braços ao redor de Lyanna. Ela respirou fundo aliviada, ele era real.

A princípio ela não soube o que responder, não conseguia processar o que via. Ele estava ali, mas não do jeito que ela o havia conhecido. E não era só a ausência dos olhos, era outra coisa nele que estava faltando. Oberyn sempre fora uma tempestade de fogo e fúria, mas agora ele parecia quebrado, como um homem que sobreviveu ao impossível e pagou um preço terrível por isso. Ela imediatamente afastou a ideia e tocou o rosto dele.

— Oberyn... — Sua voz falhou ao pronunciar seu nome e a máscara de frieza que ela usara por tantas luas começou a rachar. — O que aconteceu com você?

Ele ergueu uma das mãos na direção dela como se tentando alcançar o seu rosto, ela segurou a mão dele e a deixou repousar em sua face. Oberyn suspirou. O toque era familiar, mas havia uma certa fragilidade no ato.

— Tyrion Lannister... — Ele começou a dizer, a voz saiu rouca e ela não soube identificar que sentimento era aquele. — Ele descobriu que eu ainda estava vivo. Usou um mercenário, um homem que devia sua vida a ele, para me tirar de Porto Real antes que os Lannisters pudessem fazer qualquer coisa. Mas... não saí ileso. O Montanha... eu... paguei um preço alto pela minha vingança.

Ele levou a outra mão à venda, como se quisesse removê-la, mas desistiu no meio do caminho. Lyanna apertou sua mão, tentando transmitir alguma força, algum consolo. Mas o desespero que sentia não podia ser escondido.

— Oberyn... Então é verdade, você conseguiu matá-lo. — Ela constatou, sua voz baixa, carregada de uma emoção que ela não reconhecia mais. — Achei que tinha te perdido.

Ele assentiu, uma amargura profunda marcava suas palavras:

— Estou vivo, Lyanna, contra todas as probabilidades, e eu vim até você... para te encontrar. Para... te ver uma última vez, mesmo que eu não possa mais enxergar seu rosto.

As palavras dele rasgaram as últimas defesas dela. As lágrimas que ela havia se forçado a não derramar começaram a cair, silenciosas, enquanto ela puxava Oberyn para mais um abraço. O luto pelo homem que pensou ter perdido, o alívio por ele estar ali, e a tristeza pelo que ele perdeu se misturavam em uma confusão de sentimentos que a consumia. Mas ele estava ali com ela e no fim isso era tudo o que importava.

— Eu pensei... pensei que você estivesse morto. — Ela sussurrou contra o peito dele, a respiração presa enquanto lutava para manter o controle. Lyanna se permitiu chorar e despejar tudo o que havia sentido, ele era o único que via o lado mais vulnerável dela. — Pensei que nunca mais o veria.

Ele a abraçou de volta com uma força que a fez se sentir novamente em casa. Finalmente Lyanna estava em casa.

Por um momento, o tempo pareceu parar. O vento, a neve, o frio—nada disso importava. Só o fato de que eles estavam juntos novamente, que de alguma forma, haviam sobrevivido a tudo que ameaçava destruí-los.

Lyanna finalmente se afastou, apenas o suficiente para olhar para ele mesmo que ele não pudesse ver.

— Eu achava que tudo estava perdido, mas essa é a prova de que eu me enganei. Você cumpriu a sua parte e executou a sua vingança. Agora preciso prosseguir com a minha.

Ele sorriu, um sorriso amargo, mas determinado ao dizer:

— Ainda há Lannisters vivos, eu não terminei. Agora, encontramos uma nova maneira de lutar, minha esposa. A luta ainda não acabou. Nunca acabou.

O frio do Norte não parecia mais tão sufocante, e a escuridão que a envolvia não parecia tão absoluta. Lyanna sabia que eles estavam longe de vencer, mas com Oberyn ao seu lado, mesmo marcado pela guerra e pela dor, ela se sentia menos sozinha. O Inverno ainda estava lá, mas agora havia uma chama, pequena, mas persistente, que queimava em seus corações. E essa chama, por mais frágil que fosse, era o suficiente para guiá-los na escuridão. Lyanna Stark levaria o frio do norte para Porto Real, não importava o quanto aquilo iria lhe custar.



NOTAS DA AUTORA: Essa foi a finalização da estória, mas tem mais uma cena bônus no epílogo que vocês podem gostar. Eu tinha planejado fazer outras fanfics do universo de asoiaf e continuar a trajetória de Lyanna de alguma forma - mesmo que não fosse o foco, mas depois de perceber que ela não foi muito bem recebida, estou considerando se não devo melhorar a minha escrita antes de tentar mais alguma coisa nesse universo. Eu tenho também uma fanfic de House of the Dragon, caso tenham algum interesse. É duro escrever sem ter um comentário de retorno, é estranho e parece que errei em algum lugar que ainda não consegui identificar. Vou reler tudo novamente para tentar entender onde que foi o ponto de ruptura que não foi agradável para vocês. Se puderem, por favor, comentem como foi sua experiência e o que achou da fic. Através de feedbacks posso enxergar melhor no quê melhorar. Obrigada a quem leu ativamente e participou dessa jornada comigo. 

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