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05 - O QUE RESTOU

    
    
    

A TRADIÇÃO EM DORNE FORNECIA mais de uma semana de festas e celebrações após a cerimônia de casamento, o culto ao prazer era levado a sério naquelas terras. Lyanna percebia o quanto aquilo era sagrado para a cultura deles, o prazer estava acima de tudo - bem, quase tudo. Valorizavam também a liberdade e a igualdade e sabiam que o prazer de ninguém poderia interferir na liberdade do outro. Eram valores curiosos de serem observados na prática, mas deu a ela uma ideia de como seu casamento com Oberyn poderia funcionar. 

O príncipe se deliciou na primeira noite de núpcias e Lyanna admitia que ela também, mas por mais que os prazeres da víbora fossem tentadores, ela já havia afirmado para si mesmo que seu corpo não ficaria à disposição das necessidades do príncipe. E também não queria apenas atender aos desejos dele, precisava lutar pelos seus. E Lyanna queria muito mais do que apenas estar na cama com o seu marido. 

Ela não se opôs às festas, aos banquetes, aos presentes. Mas ordenou que retirassem todas as atividades sexuais do cronograma e Oberyn não a contrariou. Mas ficou ligeiramente decepcionado quando na segunda noite ela simplesmente se virou para o lado e dormiu. 

— Difícil essa nortenha. — Ela o ouviu murmurar. 

Um instante depois as luzes haviam sido apagadas e Oberyn dormia pesadamente ao seu lado. Lyanna demorou a pegar no sono, ficou imaginando estar em casa. Lembrou do ar gelado de Winterfell e das paredes aquecidas do castelo, e só então conseguiu dormir. 

No dia seguinte achou que acordaria com a cama vazia, mas Oberyn estava lá esperando pacientemente por ela acordar. 

— Acho que minha esposa vai preferir deixar as festas de lado e trabalhar em outros assuntos. — Ele deduziu a estudando com os olhos. 

— Tempo pode ser valioso agora. 

Oberyn se levantou e esticou a mão para ela oferecendo apoio. Ambos trocaram de roupas, Lyanna pragmática e rápida, Oberyn calmo e paciente. As roupas em Dorne eram tão leves e suaves que se vestir dispensava criados. 

Se sentaram à mesa de café da manhã que ficava nos aposentos próxima da varanda de onde era possível ouvir a música e o som de pessoas festejando. 

— Não quer tomar o café da manhã com os convidados? — Lyanna perguntou se servindo de pães e de suco. 

Oberyn a encarou. 

— É claro que sim, mas agora sou um homem casado. E parece que minha esposa tem outras urgências.

— E quais seriam? — Ela o observou tentando conter a expressão de divertimento. 

— Estratégias de guerra. — Ele sorriu. — Mas primeiro vamos terminar o café da manhã. 

Enquanto o palácio inteiro se deliciava com os banquetes e as festas, Oberyn e Lyanna terminaram o café da manhã. Depois ele a conduziu pelo Palácio, tudo no ambiente era o completo oposto de Winterfell. A iluminação, a arquitetura, a decoração de cores vivas e o amplo espaço aberto. Dorne não precisava se aquecer como as terras ao norte. 

Lyanna seguiu o Príncipe até uma sala, ele fechou as grandes portas do recinto. Mas mesmo assim o barulho das celebrações não diminuiu, como o grande salão se estendia até uma ampla sacada, o som adentrava o local juntamente com a brisa abafada. A nortenha observou a longa mesa diante de si e se aproximou.

Sobre a mesa se estendia um mapa de Westeros, incluindo Dorne e Essos. Lyanna identificou as miniaturas que representavam os Lannisters e seu exército, mais ao norte viu as posições do exército de Robb e parou para verificar o caminho que Dorne tentava traçar até o Norte. 

— Tem sido extremamente difícil encontrar uma forma de enviar recursos daqui para lá. — Oberyn admitiu, seus dedos percorreram o mapa enquanto ele explicava. — Temos que atravessar o continente inteiro para alcançar seu irmão, Lady Stark. Por terra precisamos passar por Porto Real, e devido a fragilidades políticas, não posso abertamente expressar meu descontentamento com Joffrey Baratheon e sua corte. 

Oberyn contornou a mesa e seus dedos percorreram uma linha que traçaram no mar.

— Encontramos uma rota mas, em ambas as situações marítimas e terrestres, não conseguimos transferir cargas em quantidades significativas. Enviei dois bons cavalheiros estrategistas e uma quantidade considerável de ouro. 

Lyanna observou as marcações no mapa, imaginou sua família em cada ponto marcado, a distância e a impossibilidade de encontrá-los naquele momento parecia muito mais esmagadora. Ela sentia a urgência de sair dali, podia sentir em seu âmago algo se retorcendo e ansiando por voltar para casa. 

Queria acordar de manhã e ver a neve caindo pela janela, queria se levantar com os pés descalços e sentir as peles que cobriam o chão de seu quarto. Queria ouvir o crepitar da lareira até Sansa e Arya acordarem e fazerem barulho brigando uma com a outra. Precisava tomar café da manhã com os pais e ver Jon, Robb e Theon saírem correndo para treinar mesmo na neve. 

Precisava estar em casa. 

Mas casa não existia mais. 

Lyanna inspirou fundo, mas não conseguia sentir o ar entrando em seus pulmões. 

Não sabia se algum dia conseguiria ver sua mãe de novo. Suas irmãs seriam dadas em casamentos para formarem alianças seguras para os Lannisters. Seus irmãos lutariam até caírem em batalha. E seu pai que sempre prezou pela honra foi morto de uma maneira suja e  indigna. 

O coração de Lyanna martelava em seu peito, o sangue pulsando em suas veias subiu pelas suas veias e sua audição ficou confusa, Oberyn perguntou alguma coisa, mas ela não entendeu. 

Estava tentando desesperadamente fazer com que o ar entrasse em seus pulmões. Ela inspirou procurando por ar, sua boca produziu um som entrecortado e sua visão ficou embaçada pelas lágrimas. Um único pensamento se repetia em sua mente: 

Não existe mais casa. 

Oberyn a sentou em uma das cadeiras e se sentou ao seu lado, ela tomou o rosto dela em suas mãos. 

— Você está tentando controlar o luto dentro de você, mas você precisa deixar ele te consumir. 

Lyanna franziu a testa confusa, apertou as mãos até as unhas ficarem cravadas em suas palmas enquanto balançava a cabeça. Ela segurou o choro com determinação e isso a fez engasgar, sentiu como se tivesse desaprendido a respirar. 

— Não… posso…

— Olhe pra mim. — Oberyn disse firme, mas a forma como ele segurava o rosto dela era gentil. — Você precisa colocar para fora, não lhe deixaram sentir o luto pela vida que você tinha. 

Tiraram tudo dela, sua família, sua casa, sua vida inteira. A jogaram como um animal a ser vendido no outro lado do continente e tudo a lembrava disso. O calor que grudada em sua pele em Dorne, os olhares de pessoas que ela não conhecia, até mesmo acordar e olhar para um teto que não lhe era familiar. Ela não pertencia a lugar nenhum, lhe tiraram seus direitos. Lhe tiraram o seu pai. 

Tudo jorrou com força, intensidade e fúria. Lyanna liberou o grito que estava entalado em sua garganta, borbulhando em sua alma e deixou jorrar. Deixou que a dor a dominasse, chegasse sua visão e desenterrasse de dentro de si um sentimento poderoso. 

Eles destruíram a minha casa. Eu não tenho para onde ir.” — Ela queria dizer a Oberyn, mas só conseguiu o olhar. 

Ele enxugou as lágrimas dela e como se compreendesse muito bem, sussurrou: 

— Eu vou te levar para casa. 

Oberyn a abraçou, Lyanna sentiu a onda de alívio percorrer o seu corpo diminuindo seu tremores até que finalmente conseguisse sentir o ar novamente. E com o fôlego que conseguiu reunir, ela murmurou a única coisa na qual conseguia pensar: 

— Eu quero vingança. 

O Príncipe tirou o cabelo do rosto dela e se afastou alguns centímetros apenas para a olhar nos olhos enquanto acariciava o seu rosto. Lyanna temeu que ao expor a sua vulnerabilidade dessa forma o Príncipe a olhasse com pena, mas ao o observar notou nos olhos de Oberyn Martell que ele estava orgulhoso.

     
      

        
notas: o próximo capítulo já está pronto, vou publicar ele quando este tiver comentários, favoritos e interações. A demora foi intensa, mas estou retomando ela. Espero que gostem!

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