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15 - A voz em minha mente


Ao despertar, um calafrio subiu pela minha coluna e meu estômago embrulhou, se agitando com voracidade. Virei o rosto para o lado e cedi quando um líquido quente subiu pelo meu esôfago prestes a sair de mim. Eu estava apoiada em Dylan em uma das arquibancadas quando um fluido verde e gosmento saiu de mim.

Ele rapidamente segurou meu corpo inclinado em seu braço e usou a mão livre para segurar meu cabelo. Quando não tinha mais o que expelir, minha visão aos poucos retornou e pude ver com clareza os arredores. Estávamos sentados no primeiro degrau, não lembrava como tinha parado ali, a última coisa que lembrava eram as garras mentais de Zyan perfurando meu cérebro.

— Você está bem? — O tom suave de Dylan ecoou atrás de mim, minhas costas estavam encostadas em seu peito rígido, meu corpo era como uma gelatina e mesmo assim ele me segurava sem muito esforço.

— O que aconteceu? — perguntei, pestanejando algumas vezes e notando o ambiente praticamente vazio. Não havia mais nenhum portador de sombras ali.

— Você desmaiou por conta do veneno, foi por pouco tempo. — Recostei a cabeça em seu ombro e inspirei, seu cheiro cítrico me circulando em uma carícia reconfortante. — Vincenzo pediu para que tomasse isso assim que acordasse. — Ele estendeu a mão e exibiu um pequeno frasco.

— O que é isso?

— Só tome, vai te ajudar no processo de regeneração.

Peguei o frasco e o abri, curiosa o suficiente para cheirar o líquido bordô e me arrepender no mesmo instante. Era um odor extremamente repugnante, eu poderia até ter vomitado de novo. Fiz uma careta, mas bebi de uma vez todo o conteúdo, o gosto rascante salpicou em minha língua antes de descer quente pela garganta. Balancei a cabeça algumas vezes, o que fez o homem atrás de mim soltar uma risada.

— Eles já foram embora? — indaguei, me referindo aos portadores de sombra.

— Sim, quase todo mundo já foi, tem apenas alguns especialistas esperando por nós.

Arrepiei quando senti o toque ameno de uma de suas mãos descer pelo topo da minha cabeça e deslizar pelos fios dos meu cabelo até meus braços, subindo novamente e repetindo o ato. Ele estava sendo carinhoso e cuidadoso, eu gostei daquilo, porém me contive a não me inclinar em busca de mais contato.

— Queria ter agradecido o Vincenzo antes dele ir embora — murmurei.

— Você terá oportunidades para isso — Dylan afirmou. — Agora está na hora de irmos para casa.

Fomos para a luxuosa mansão do Presidente do IEPL. Durante o caminho meu corpo se recuperou completamente, não tinha mais dor e muito menos ferimentos expostos. Minha irmã já estava lá e me recebeu com um abraço tão apertado que não consegui controlar minhas emoções e lágrimas rolaram sem que eu pudesse fazer qualquer coisa a respeito, porém eram de felicidade.

Ísis também me deu um longo abraço e falou o tempo todo o quanto estava feliz em me ver de novo, e que em nenhum momento duvidou da minha capacidade. Mas eu confesso que duvidei e muito. Meus amigos estavam vibrantes como se estivéssemos comemorando o dia mais importante do ano, era incrível ver as feições de desafogo e euforia em seus rostos.

Enquanto alguns decidiram aproveitar a piscina gigante de Dylan, eu peguei as roupas que Ísis teve a atenção de levar para mim. Usei um dos quartos de hóspedes para tomar banho e, depois de me limpar de toda sujeira e sangue, saí do banheiro enrolada em um roupão macio e encontrei Dylan sentado à beira da cama de lençóis brancos e intocados.

— Como está se sentindo? — perguntou.

— Eu estou... aliviada, estou feliz também que tudo tenha dado certo. — Forcei um sorriso, não era bem exatamente assim.

Um pedacinho de mim ainda estava em conflito em relação a voz que jurei ter ouvido em minha mente na arena, mas decidi guardar a suposta loucura somente para mim.

Fiquei imóvel diante do olhar penetrante dele, seus olhos cobaltos se movimentavam como se estivessem registrando cada pequeno detalhe em meu rosto. Eu não precisava de forma alguma sentir qualquer vergonha ou timidez com ele, não depois de tudo que já tínhamos feito, mas ter sua atenção de forma tão... intensa, ainda me deixava desconcertada. Minha pele esquentou quando percebi ele se mexer e levantar, vindo em minha direção.

— Hoje foi de longe o dia em que eu mais precisei manter meu autocontrole — Sua voz saiu baixa e grave. Ele ergueu uma de suas mãos para acariciar minha bochecha. — A possibilidade de não te ver mais... Eu não sei o que aconteceria e nem se seria capaz de responder por mim mesmo se qualquer um dos portadores de sombra tivessem tocado um dedo em você.

Sua confissão fez meu coração dar um salto, eu pisquei uma e depois duas vezes, minha boca se entreabriu, porém eu não soube exatamente o que dizer em resposta àquilo. Um suspiro fraco me escapou e seus dedos mornos ainda me tocavam com sutileza, como se eu fosse um vidro fino e frágil prestes a estilhaçar. Ele se aproximou mais, o suficiente para que nossas respirações calmas se misturassem no pouco espaço entre nós.

— E-eu... — gaguejei — Eu estou bem, estou aqui. — Tentei tranquilizar aquela maré impetuosa em suas íris. Minha mão ergueu-se automaticamente apenas para meus dedos enrolarem em torno do seu pulso — O pior já passou e eu estou contente por isso, não precisa mais se preocupar.

Eu sorri, apreciando a carícia das costas de seus dedos resvalando pelo meu rosto e me aninhei em direção a ela, era uma sensação pacífica e segura, tudo o que eu estava procurando naquele momento para acalmar meu coração em pânico. No entanto, Dylan tinha outros pensamentos em relação àquilo, seus olhar estava fixo em meus lábios e a ponta da sua língua deslizou pelos seus próprios. Seu corpo inclinou em minha direção e estava tudo bem, só que de repente não estava mais.

Eu sabia que ele ia me beijar, tive a certeza quando seu rosto se moldou em meu espaço pessoal pronto para tomar aquela iniciativa e eu nunca fui de negar. Tivemos muitos momentos assim, muitas horas que passamos se deliciando na companhia e no prazer do outro, mas quando senti o sussurro do toque dos seus lábios sobre os meus, uma reação inesperada orientou minhas mãos por conta própria.

Eu não sabia o porquê ou o que estava acontecendo comigo, não havia uma justificativa plausível, só que eu não queria... eu não quis mais. Uma nuvem densa e escura ainda pairava no fundo da minha mente, esvaecendo de pouco em pouco e eu não me achava mais merecedora de tanta luz e paz que aquele homem, diante de mim, era capaz de me oferecer. Simplesmente, não parecia mais certo.

— Dylan, pare — eu pedi, a voz carregada de confusão e com uma mão em seu peito, impedindo que ele avançasse ainda mais.

Ele me olhou surpreso e eu vi a incredulidade tomando conta das suas feições, não comigo, de alguma forma eu sabia.

— Eu fiz algo errado? — perguntou ao se afastar o suficiente para que eu pudesse contemplar todo seu estupendo rosto com as musculaturas rígidas e definidas do maxilar.

— Não — respondi imediatamente. — É só... depois de tudo o que aconteceu eu andei pensando melhor. Essa experiência de quase morte está mexendo com minha cabeça, eu preciso de um tempo para entender o que tudo isso significa para mim — confessei, não era mentira, porém meu coração pulsou desconfortável em meu peito.

Alguma coisa de fato estava acontecendo comigo. De repente, os meus sentimentos superficiais não tinham mais sentido. Eu precisava começar a ressignificar algumas coisas em minha vida, Dylan sempre faria parte dela e sempre teria um espaço importante, só não... daquela forma.Não era certo, nem comigo e nem com ele.

Precisávamos parar de usar nossos corpos como válvulas de escape. Bom, talvez Dylan não entendesse isso naquele momento, mas era algo que eu precisava e definitivamente tomaria esse tempo para mim. Eu estava tão... exaurida.

— Desculpa se eu passei dos limites — ele disse ao se afastar um passo e levar uma das minhas mãos aos seus lábios e depositar o beijo carinhoso. — Eu vou respeitar isso. Ainda podemos continuar sendo amigos, certo?

Ele era tão complacente e gentil comigo, mesmo quando suas palavras tinham uma nota amarga de decepção ou algo similar a isso, eu não soube dizer especificamente. Ele era tão bom quanto eu em esconder seus verdadeiros pensamentos. Só que também era importante para mim, isso não mudaria, e eu necessitava reforçar isso.

— Sempre — afirmei com convicção. — Você sempre vai ser importante para mim independente de tudo o que aconteça. Eu sou muito grata por tudo e por te ter ao meu lado, nossa amizade não vai mudar por conta disto.

Um sorriso tênue e fraco surgiu em seus lábios e ele assentiu, aumentando aos poucos o espaço entre nós.

— Estarei te esperando lá embaixo junto com os outros. — falou, se aproximando cada vez mais da porta, mas ainda sim esperando pela minha confirmação.

— Estarei descendo logo atrás.

No momento em que ele saiu e a porta se fechou, respirei fundo e repensei o que tinha acabado de acontecer. Eu realmente tinha negado ele? Franzi a testa enquanto me vestia e refletia em qual momento tantas incertezas tinham começado a se reproduzir e infestar minha cabeça. Definitivamente foi por conta da "quase morte", eu tinha certeza disso.

Esperava que nos próximos dias pudesse finalmente deixar tudo para trás e esquecer, de uma vez, todas as lembranças sombrias dos dias antecedentes. Apagar para sempre os eventos após aquela noite no Carpe Noctem. As ameaças, a ansiedade, a morte do barman, que ainda pesava em meus ombros, a possibilidade de deixar minha irmã sozinha no mundo, as dúvidas a respeito da minha paranoia na arena, enfim... a lista era extensa e saturada de pesares.

Precisava também, principalmente, deletar da minha memória a imagem do homem mais aterrorizante que eu já havia conhecido, e o mais bonito também. As faíscas em suas pequenas orbes de mercúrio, os sorrisos predatórios e a forma como esculpiam seu diabólico rosto... Espera, por que eu estava pensando nele? A única coisa que eu esperava dele era que me deixasse em paz. Se dependesse somente de mim, não queria vê-lo nunca mais.

Após estar devidamente vestida, saí do quarto e desci as escadas. Os burburinhos, risadas e as notas agudas dos gritos das crianças me guiaram exatamente para onde todos estavam na área externa do primeiro andar. Uma piscina excêntrica e de borda infinita se estendia logo à minha frente, o azul cristalino do mar e o céu pouco nublado harmonizavam o fundo.

O setor 2 tinha uma vista deslumbrante, o clima parecia mais ameno ali, a brisa era refrescante e levemente salgada, a mansão presidencial, apesar de moderna, não agredia os tons naturais da paisagem, as árvores faziam um contorno exótico ao redor da construção e até mesmo o ar era mais puro. Todos os meus sentidos sempre vibravam de excitação enquanto eu estivesse naquele setor, foram poucas vezes que visitei por conta da distância, mas em todas elas tive sensações aconchegantes.

Encontrei Apollo, o irmão caçula do Dylan que ele pouco via graças aos seus infinitos compromissos no IEPL, correndo para ganhar impulso antes de se jogar na piscina, enquanto Lya se concentrava em tentar fazer alguma coisa de shifter e Safira estava claramente a apoiando. Ísis estava deitada em uma espreguiçadeira, Boris conversava distraidamente com Noah, ambos sentados no piso atérmico elegante e com os pés mergulhados na piscina.

— O que ela está tentando fazer? — perguntei ao me aproximar da ruiva, ela semicerrou os olhos o suficiente para espiar as garotas e os fechou novamente. o queixo erguendo-se para o sol.

— Lya está se preparando para sua primeira transformação, ela ainda não consegue mudar completamente, mas pequenas partes do corpo como mãos e pés estão mostrando resultado — respondeu docemente.

Assenti e arrastei uma espreguiçadeira para ficar ao lado da minha amiga, eu estava, sem nenhum resquício de dúvida, aliviada, mas não o suficiente para relaxar como todo mundo. No caminho para a mansão, Dylan deixou claro que emitiria uma licença de mais um dia, assim eu poderia ter um tempo para organizar minhas próprias ideias e passar um tempo com Safira.

A experiência de me ver por um triz de não sobreviver a uma fúria imensurável dos portadores de sombra, sedentos por uma vingança de milênios, despertou algo em mim. Enquanto eu observava as crianças brincando alegremente na piscina, os garotos conversando e até mesmo Ísis tinha uma postura menos tensa e um sorriso sincero no rosto, entendi que eu ainda remoía algo que deveria deixar ir.

Isso acabou, Alanys. Estamos livres, as coisas vão ficar bem agora...

Foi o que eu disse a mim mesma.

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