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Capítulo 02: Mundo louco, biruta

Algumas pesquisas revelam que a chance de uma pessoa ganhar na loteria é de aproximadamente uma em vinte e quatro milhões. Já as chances de alguém ser atingindo por um raio, está apenas entre um e um milhão.

Não conheço ninguém que foi atingido por um raio uma única vez na vida, sequer chegou perto disso.
No entanto, curiosamente, eu e todo o colégio Georgiana conhece alguém quem já ganhou na loteria.

Ou pelo menos, a filha deles;
Olhos azuis. Cabelo rosa, as vezes roxo, as vezes azul. A própria Katy Perry.

— Não pode fugir do Luther e nem da Milie milionária pra sempre. — Brie diz e eu sei que ela está certa. — Nem mudar todos os seus horários de aula pra não encontrar com eles.

Mantenho os olhos fixos na mão dela, onde eu estou desenhando com uma caneta azul de ponta fina.
A meia 3/4 está pinicando a minha pele e o meu estômago parece dar piruetas dentro da barriga, de modo que eu optei em deixar a minha bandeja do almoço de escanteio. O suco de caixinha. A macarronada. A maçã. E até o purê de batata delicioso.

Estou tomando todo o cuidado do mundo para não apertar a caneta e machucar a loirinha devoradora de canudinhos doces.
Rabisco algumas coisas, nada que faça muito sentido. Tem estrelas, flores, corações, jogo da velha, umas frases soltas, palavras desconexas, sem contexto.

Pode parecer loucura, eu sei, mas isso está me mantendo longe, no mínimo alheia da cacofonia do bater de talheres no refeitório e dos possíveis burburinhos sobre mim, meu ex-namorado e o seu mais novo e milionário interesse amoroso.

— Eu não eu estou fugindo... Só... — Respiro fundo e paro. Não de respirar, só de desenhar mesmo. — Eu sempre soube que era uma questão de tempo até ele se envolver com outra garota... Só que não imaginei que iria me sentir tão estranha. — Falo tão baixo que a minha voz praticamente não aparece entre o batuque irritante dos talheres. — Você viu como os outros estão me olhando?

Meus olhos estão fixos na Brieta que ergue o queixo para olhar em volta, como se estivesse checando o perímetro e dá de ombros logo em seguida.

— Olhando como? Como se você fosse a garota mais bonita do colégio? — Indaga sorrindo e mordendo outro pedaço do canudinho doce.

— Não, como se eu fosse uma coitada. — Mexo freneticamente a caneta entre os meus dedos.

— Para com essa bobagem, você não é uma coitada.

— Não? — Fungo e torno a rabiscar. — Então, por que tudo o que eu vejo estampado nos olhos das pessoas é "Luther se livrou da Fiorella filha do Fiore para ficar com a Milie milionária"?

Brie afasta a mão que eu estou desenhando e ajeita a gola da camisa do meu uniforme por cima do suéter azul que eu estou usando.

— Primeiro, vocês terminaram no fim do semestre passado e ele e a Milie começaram a sair agora. — Ela tira a caneta da minha mão. — Segundo, você não perdeu nada. — Ela puxa a minha bandeja com o almoço e a coloca na minha frente.

— A maioria das pessoas discordariam.

— A maioria das pessoas não conhecem você como eu e não sabem o quanto o Luther consegue ser escroto. — Rebate rapidamente. — Fire, ele sempre largava você pra ficar se exibindo com o time de beisebol, não respeitava o seu tempo, parecia diminuir os seus problemas o tempo inteiro... Ele queria transar e você não queria... Vocês são diferentes demais. Ele não te merecia.

— Não é só isso, Brie. — Deixo escapar um suspiro frustrado. — Sabe que não. Meu pai é o diretor, ele mal fala com os alunos, mas isso já é um bom motivo para os garotos se manterem longe de mim. Além do mais, eu sou um pouco... Você sabe...

— Pilhada?

"Neurótica" e "controladora' seriam ótimos termos, mas "pilhada" me caí muito bem.

— Por aí. — Puxo o ar. — Luther cansou de todas as minhas neuras, crises e o que eu podia fazer? Não posso pedir para alguém ficar do meu lado, especialmente por pena.

— Eu ainda acho que você não perdeu nada.

— Vamos falar de outra coisa? — Meio que suplico.

— Suponho que também não queira falar sobre a Diana e o seu pai. — A observo pôr os cotovelos sobre a mesa.

— Não mesmo. Eu estou evitando o assunto em casa o máximo possível. Queria poder esquecer disso também.

— Por que não vem dormir na minha casa hoje ou... Amanhã? — Sugere. — Podemos assistir A família Addams, Xena ou... Bonequinha de luxo pela milésima vez se você preferir.

— Eu não sei se vai ser uma boa ideia. — Eu apenas repeti o que provavelmente o meu pai falaria. Ele, pelos motivos dele.

— Fala com o seu pai. — Ela continua. — Eu quero te mostrar os folhetos das universidades que eu andei pesquisando.

— Nós nem entramos no último ano.

— Eu sei, mas é bom ver as nossas opções. Você mesma disse isso semana passada.

É, eu disse.

Eu disse justamente por não ter ideia do que eu quero fazer depois da formatura.
Minha irmã se formou em direito com nota máxima, o Flynn está fazendo medicina. Não sei como meu pai espera que eu supere isso.
Talvez, ele esteja esperando eu entrar para política, quem sabe para a linha de sucessão do trono britânico. Vai saber.

Andei falando com a Sra.Sanders, a professora de literatura. Ela disse que enviou um dos meus artigos para a academia de letras, e me lembrar disso é o bastante para sentir minhas veias tensionarem.
Não sei o que pensar. Não sei como pensar. Não sei o que a banca pode pensar.

Se eu fui muito detalhista e escrevi demais, posso causar alguma exaustão. Em contrapartida, se não detalhei o suficiente, posso soar superficial.
Eu não conheço os avaliadores, fui pega de surpresa. Não faço ideia de como impressionar, não sei o que eles gostam, o que conduzem seus neurônios a pipocarem dentro do cérebro.

Escuto um trovão. Alto e distante.

O mundo está despencando lá fora, ou seja, tem mais alunos no refeitório e no pátio do que nos outros dias. É barulheira na certa.
Gosto do som da chuva, é possivelmente um dos meus sons prediletos. O tipo de barulho que acalma. Isso quando não está misturado com o som de diversas dezenas de pessoas zumbindo...

— Falei com o professor Lopez. — Theodora aparece repentinamente ao lado da Christine, sentando-se no banco disponível a nossa frente. — Ele disse que fomos bem no teste de história.

— Mesmo? — Arregalo os olhos e aprumo a minha postura. — Eu detesto quando ele aplica teste surpresa.

— Eu disse que você precisava não se preocupar. — Brieta me cutuca com o cotovelo. — Deveria me escutar mais, cabeça de abóbora.

Rolo os meus olhos.

— Olha, o Lionel. — Chris sinaliza com o queixo para a nossa esquerda, onde está o rapaz, alguns metros de distância de nós.

Do outro lado do pátio, ele está sentado em um dos bancos, com as costas escoradas na parede, de cabeça baixa, deixando os fios de cabelo loiros caírem sobre o rosto enquanto mexe no celular, um tanto alheio a entropia em potencial pelas redondezas.

Lionel deve ter algum problema com a gravata do uniforme. Ela raramente está arrumada, na maior parte do tempo eu a vejo frouxa, na altura do peito.

— Brie, seu irmão parece que fica mais bonito a cada ano. — Thea simplesmente dispara, sem tirar os olhos do garoto.

— Eca, não. — Brie torce o nariz empinado e contorce o resto das suas feições.

— Ele sempre foi bonitinho, mas desde que ele entrou no último ano ficou ainda mais bonito. — Christine papeia, tirando a maçã da minha bandeja e levando até a boca. — As outras meninas da nossa turma também acham isso. — Pontua antes de dar uma mordida.

— É uma pena. — Thea resmoneia. — Ano que vem ele nem vai estar mais aqui.

— Vocês deveriam estar pensando na nossa ida para o último ano, não na saída do Lionel. — Brie contrapõe. — Ele é um tapado com garotas.

— Será que ele é gay? — Thea cochichou.

— Por que não pergunta pra ele? — Posso sentir a ironia no tom de voz da Brieta.

— Ele não é visto com muitas garotas. — Thea resmunga. — Pensando bem... Nem com ninguém.

Lionel abaixou o celular e ergueu um pouco a cabeça para olhar na nossa direção. Encaro o purê de batata intacto no mesmo segundo.

— Ele está olhando pra cá! — Chris alerta baixinho.

— A beleza deve compensar o trabalho. — Christine comenta afinando a voz. — É o que dizem, "garotos maus, lábios incríveis".

— Eu acho um charme o estilo Holden Caulfield, mas bem que ele podia ser mais sociável. — Observo Thea mexer na sua trança que envolvia todo os seus cachos. — Dá até medo de chegar perto dele e ele me espantar que nem um mosquito.

Lionel deve estar mais para algum membro de algum clube para desajustados do que para alguém tão revoltado como Holden Caulfield, embora ele tenha uma penca de motivos para se revoltar. Bem como a Brieta nesse aspecto, mas como eu já havia mencionado anteriormente, ela é bem mais simpática.

— Se o meu irmão fosse pego rouba...

— Christine, para. — Brie barra o comentário de imediato. A sua maneira curta e grossa.

— Não precisa desse tom agressivo, Brieta. Eu só estou brincando.

— E eu estou falando que chega.

— Não estressa. — Chris amansa a voz.

Acho bem legal a maneira como os dois se protegem. Inúmeras vezes assisti Lionel implicar com a Brita e vice-versa, mas nunca os vi injuriar um ao outro pelas costas, tampouco permitir que alguém o faça.

Fallow se formou antes de eu entrar no ensino médio e o Flynn estava saindo quando eu entrei. Nós não tivemos esse convívio direto escolar, então eu não tive amigas cobiçando o meu irmão, nem precisei torcer o nariz pelos comentários sobre a aparência dele, assim como não ouvi nada que me tirasse do sério. Não sei como é e a Brie lida com isso com uma certa frequência.

Pelo o que todos no colégio sabem, ano passado Lionel foi pego roubando uma loja na rua Palmeto. Por sorte, o dono da loja conhecia a Ruth e foi amigo do pai dele, no fim das contas decidiu não denunciar. Brieta odeia falar sobre o assunto e eu nunca vi a Ruth ou o próprio Lionel falando sobre. Nem mesmo naquela época.

Curioso, não? Os outros falarem mais do que eles mesmos. Mundo louco, biruta.

— Está melhorando, daqui a alguns dias vai estar completamente cicatrizado. — Diana evidencia os ferimentos nas minhas mãos depois de aplicar a pomada.

— Se eu não mexer mais nelas. — Apoio as minhas mãos na bancada do meu banheiro, onde estou sentada.

Usando apenas uma blusa regata, inclino levemente a minha cabeça para olhar o reflexo do espelho e enxergar os ferimentos nas minhas costas pouco sardentas. Felizmente estão mais agradáveis de se ver.

— Você vai ficar bem. — Ela retira as luvas descartáveis e fecha a pomada.

Eu não teria tanta certeza disso. Penso, enquanto assopro para secar mais rápido.

Diana é uma ótima enfermeira. Ela é bonita, faz boas piadas e é inteligente. Eu deveria ter sabido que não iria demorar muito para despertar um certo interesse no meu pai, no segundo em que ela foi designada para a incrível missão de cuidar dos meus ferimentos.
E, depois que papai começou a fazer questão de me acompanhar semanalmente no hospital, para o tratamento e os curativos, eu deveria mesmo ter somado um mais um, e entendido que não era completamente e exclusivamente por minha causa.

Pensando bem, tudo isso é culpa minha. Se eu não tivesse nenhum tique maluco e automutilador, jamais teria precisado de uma enfermeira.
Por outro lado, é bom não precisar ir no hospital toda semana ou sempre que a coisa fica feia, já que a Diana passa mais tempo na minha casa do que no próprio apartamento.

A vida é feita de contras e de efeitos colaterais menos problemáticos que os contras.

Escutamos dois toques na porta que é destrancada pela minha futura madrasta, abrindo-a posteriormente.

— Ai estão vocês. — Papai sorri, enfiando a cabeça para dentro do banheiro, depois o resto do corpo. — Como você está? — Sua pergunta é direcionada a mim, ao mesmo tempo que ele caminha na minha direção.

— Bem. — Posso dizer com facilidade.

Ele assente e encara a Diana.

— Estou pensando em jantar fora, um jantar entre nós três, o que acham? — Propõe em bom tom.

Cacilda.

— Por mim tudo bem. — Diana sorri.

De repente os dois estão me encarando.

— Filha?

Cacilda. Ele realmente está esperando uma resposta. Como eu me livro disso?
Não quero ser a estraga prazeres e dizer que não, mas também não quero ir. Na verdade, eu só quero dormir, ou pelo menos tentar.

O problema não é a Diana, eu gosto dela, o problema também não é o meu pai. De jeito nenhum. Eu só não quero estar com eles numa mesa de restaurante, agindo como se fossemos uma família feliz, se na verdade metade dela está espalhada pela Inglaterra.
Mas, não quero chatear o meu pai com a minha chatice. E eu sou chata pra caramba.

— Preciso de uma resposta para saber se já posso liberar a Ruth mais cedo. — Ele ainda aguarda uma resposta.

Faço que sim com a cabeça e vejo o seu sorriso alargar.

— Vou dispensar a Ruth. — Ele avisa quase saindo.

— Pai. — O chamei antes dele se virar. — Falando na Ruth... — Coço a garganta. — Eu posso dormir na casa da Brie amanhã?

Eu não ia pedir. Não ia mesmo. Só que se eu não pedisse a Brieta faria isso. Ela é bem insistente e na maioria das vezes abitolada e eu quero que o meu pai continue gostando dela.

— Ah. — O vejo jogar a cabeça para trás. — Meu bem, eu já disse que não é bom você misturar as suas relações. No colégio é uma coisa, mas insistir nisso...

— O senhor deu uma bolsa de estudos para ela e para o Lionel, justamente com o princípio de expandir relações entre os alunos e beneficiar os menos afortunados. — Eu treinei muito para conseguir falar isso. Bonitinho e direto. Do contrário, a minha péssima dicção estragaria tudo. — Palavras suas, não minhas.

— Isso é verdade. — Diana concorda. Ela realmente concordou comigo.

Pode ser estratégia para me ver a favor do casamento dela com o papai. E, não é má ideia. Vou precisar encarar a realidade a qualquer momento mesmo.

— Verona, acontece que são os filhos da Ruth, nossa empregada. — Papai é teimoso. — É bom manter um certo limite. Não quero você andando por aqueles bairros...

— Papai, a Diana foi a minha enfermeira quando a conheceu e vai se casar com ela. — É como dizem, tal pai, tal filha.

Sinto que sempre estou metendo os pés pelas mãos e levando as minhas chances para o brejo.
Todavia, para o menor dos desesperos, meu pai, com a boca entreaberta, abaixa as mãos e entreolha com a Diana.

— Foi um bom argumento. — Reconhece e me encara outra vez. — Pretende fazer direito como a Fallow? Tem talento. — Ele estava quase rindo e ao invés de rir, optei por continuar com o pedido.

— Estarei segura na casa deles. E, sobre saber separar as relações é bobice. A Ruth trabalha pra nós há quantos anos? Desde sempre? Por favor...

— Não. Amanhã não. — Prossegue relutante e eu solto um suspiro frustrado, descendo da bancada. — Melhor cuidar do seu tratamento e...

— Edgar... — Diana decide intervir. — O que uma noite com uma amiga pode causar de tão ruim na Fiorella? A própria Dra.Creed disse que é importante ela ter esses laços, ficar com as amigas. É só uma noite.

Nada mau, Diana.

Meu pai me olha e suspira profundamente. Ele deve estar remoendo a ideia por dentro. Sei disso.

— Promete não sair para outro lugar sem avisar, que vai ligar se acontecer alguma coisa e não chegar atrasada no colégio no dia seguinte?

— Prometo. — Evidencio as mãos sem dedos cruzados.

— É bom cumprir, conheço bem o diretor. — Ele diz saindo acompanhado da Diana, que pisca para mim antes de fechar a porta.

Eu resolvi postar mesmo achando defeito porque eu não sou nenhum guru da escrita e já aceitei isso. Eu simplesmente resolvi parar e passar por cima das minhas neuroses e cobranças porque não sou perfeita e dificilmente vou fazer algo perfeito. To com esse caramba pronto há dias e enrolei mais do que rocambole de padaria.  Resolvi postar mesmo que eu não goste completamente, encontre algo ordinário ou frívolo, insuficiente. Eu sempre posso mudar depois, enton. Vou ser mesmo a vergonha da profisson.

Mas, me digam vocês, gostaram?

O quê acharam da Brieta nesse capítulo? Gostaram dela?

Diana e o pai da Fire?

Algum comentário sobre o Lionel?

A @jujubaperigosa, leitora antiga fez um treco de como ela imagina ele, perai:

Obrigada mil milhões, eu simplesmente amo o carinho que a senhorita tem por esse livro ♡

Sobre esse livro e os próximos capítulos:


Vou indo. Volto logo. Quando voltar, estarei de volta. Dois beijos e uma salamandra.

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