Capítulo 01: A fobia com "A"
Passo o indicador pelas arestas do Band-aid no meu joelho, com os olhos cravados no relógio antiquado na parede, do outro lado da sala, fazendo nem tic nem tac. Ele até que tem um dourado bonito, surrado e opaco, mas ainda um dourado.
Deve ter algum valor sentimental para a Dra.Creed, do contrário ela não o manteria ali. E, não acredito que seja por desleixo, preguiça ou desinteresse de fazer os ponteiros funcionarem, considerando que ela é agudamente organizada e sistemática.
A mesa de vidro entre a poltrona onde estou sentada e a poltrona dela, sempre é ornamentada pelos mesmos vasinhos de cactos e edições de bolso dos livros do Freud. O consultório sempre cheira a desinfetante alfazema, clips de papéis, fita adesiva e chá de morango. As cortinas grossas, de um tom mostarda horroroso, sempre tapam as janelas, barrando qualquer claridade. E, as lâmpadas fluorescentes, estão sempre alumiando de maneira amena para os olhos. Não claro demais como luzes de hospital e nem tão escuro como numa salinha de interrogatório.
Eu acho engraçado como é tudo sempre igual. A mesa. As cortinas. O relógio quebrado. A terapeuta e seu temperamento colérico. Tão engraçado, ao ponto de soar muito parecida com algum personagem do Tim Burton.
Para não ser injusta, é importante pontuar que as roupas dela mudam conforme as sessões.
Semana passada ela usava um terno púrpura. Hoje, está usando calça jeans escura e uma blusa azul de gola drapeada.
Acho que saiu com pressa. De onde estou posso ver a etiqueta saltando para fora, evidenciando a blusa ao contrário.
Será que eu devo avisar? Se eu avisar ela pode pensar que eu estou reparando demais, o que não deixa de ser verdade, mas isso pode ser péssimo.
— Seu pai comentou que a senhorita pareceu não reagir muito bem com a notícia. — Ela prossegue, levando os olhos até o meu rosto ao recostar o corpo sobre a poltrona de couro bege.
Engraçado ele ter dito isso, porque eu não reagi.
Eu não disse nada, sequer esbocei reação. Não sorri, aplaudi, pigarrei, não cantarolei a marcha nupcial ou uma marcha fúnebre. Nada. Necas.
Imergi num estado de transe quando fui tirar satisfação com os meus sentidos e fiquei presa em uma lacuna temporal depois de ouvir a palavra "casar", que ficou rebobinando inúmeras vezes no meu inconsciente.
Papai é inteligente. Ele trabalha em meio a um montão de jovens e os conhece muito bem, sobretudo me conhece.
Aposto todas as libras da minha bolsa que decidiu me contar sobre o noivado um dia antes da minha sessão semanal com a psicóloga, por prever que eu não sairia soltando fogos de artifício e remediar uma crise cataclísmica.
Agora, ela está me olhando com os olhos arregalados e por cima dos óculos redondo pendurado praticamente na ponta do nariz, querendo saber como eu me sinto sobre isso.
— Como se sente em relação ao noivado dele com a Srta. Kingsley? — Pergunta previsivelmente.
Sinto que empilhei mil tijolos. Eles desequilibraram, despencaram um por um e agora estou sendo esmagada como um inseto.
— Eu não sei... — Dou de ombros, subindo a minha mão até a barra da saia do meu vestido vermelho, perpassando a costura. — Eu não estava esperando.
— Por quê?
Uma pergunta excelente.
— Porque eles estão juntos não tem nem um ano...? — Eu não sei o motivo disso ter saído como um questionamento.
Muito possivelmente ela também não, por isso anota alguma coisa no seu caderno de capa preta.
— Eu gosto da Diana. — Retomo. — Ela tem muitas qualidades e parece fazer o meu pai feliz, mas... — Recolho o máximo de ar que eu consigo. — A minha mãe finalmente saiu da clínica de reabilitação e... Eu sei lá.
Consigo ver semelhanças entre a minha mãe e a Diana. Seja na maneira de vestir, rir ou prender o cabelo. Isso pode não significar absolutamente nada e meu pai tem aquilo o que costumam chamar de "tipo". No entanto, pode significar alguma coisa. Um vazio, alguma brecha que ele quer preencher.
— Tinha esperança de que eles reatassem? — Indaga, deixando de anotar e remexendo o corpo na poltrona outra vez.
— Talvez. — Respondo rápido demais. — Por um segundo... Pensei que a minha mãe poderia voltar para casa e tudo voltar a ser como era. Não era perfeito, mas estávamos todos juntos.
A doutora assente lentamente.
— Seus pais se divorciaram há dois anos. — Pontua. — Ele seguiu em frente, sua mãe está seguindo em frente, se recuperando. A Srta. Kingsley...
— Ela não está substituindo a minha mãe. — Completo o que ouço praticamente em todos os encontros. — É, eu sei. Eu sei de tudo isso.
Meu pai pode estar indo rápido demais. Ele não acompanha as pesquisas?
O índice de divórcio só tem crescido nos últimos anos, e os números são mais assustadores ainda quando você reduz para a quantidade de divórcio entre pessoas que se divorciaram uma vez e se casaram com outras pessoas em seguida.
Não sou eu contra essa decisão repentina do meu pai, são as estatísticas.
— Sei que sente falta da sua mãe. — A Dra. Creed inclina se mexe novamente. Será que ela está com algum problema na coluna? — Por que não a visita?
— Nos programamos para eu ir no fim do mês. As passagens já estão compradas.
— Ótimo. — Ela sorri. — E, como ela está?
— Indo. — Molho os lábios. — Ainda está morando em Dover com a minha irmã e o meu cunhado. Falei com ela outro dia e ela disse que está procurando um emprego, para se estabilizar e talvez arrumar um lugar. E... Mencionou sobre eu ir morar com ela depois que eu me formar no colégio.
— O que você acha disso?
— Eu não sei. — Admito. — Eu ainda tenho que pensar nas universidades, mas não estou excluindo essa possibilidade.
Puxo o ar.
— Bom, você expandir as suas opções. Está fazendo as listas?
— Estou. — Solto o ar.
— Continua escrevendo no caderno que eu dei para você?
— Aham.
— E como está o seu irmão? Tem falado com ele?
— Às vezes, por mensagens. Ele anda muito ocupado com a faculdade e também evita ligar em casa para não correr o risco da Diana ou do meu pai atender.
Um dia desses isso vai acontecer, eu já o alertei. Não pode evitar o papai e a namorada, digo, noiva dele até o fim dos dias.
— Soube que o psiquiatra mudou a sua receita recentemente, como tem sido?
— É. Queria saber se é possível conversar com ele e pedir para trocar os remédios de novo, esses me deixam muito sonolenta, muito lenta. — Explico sem nem mencionar o formigamento na língua que as vezes eles causam. — As aulas voltaram e eu preciso me dar bem no semestre.
— Não tem nem uma semana, seu corpo vai levar um tempo até se acostumar.
— E, enquanto isso eu vou ficar agindo como um personagem de "a volta dos mortos vivos"?
— Precisa continuar com o tratamento, Srta.Fiore. — Ela aponta para as as minhas mãos, cobertas pelas luvas de cetim. — Percebi que ainda está usando as luvas. Se machucou outra vez?
É bizarro e cômico como o meu corpo não pertence a mim de fato. No menor deslize e distração, em gestos ímpetos e em poucos minutos, é possível fazer baita um estrago.
Uma lesma rastejando sobre uma lâmina afiada.
— Senhorita, existem coisas que vão além do seu controle. — Diz branda. — Não pode resolver a vida dos seus pais, nem pode decidir como o seu corpo vai reagir com a medicação, mas pode escolher como irá lidar com as mudanças...
Não. Não posso não.
— Eu não coloquei as luvas para dormir noite retrasada... — A interrompo atropelando as minhas próprias palavras. — Arranhei um pouco as costas e as mãos, mas a Diana já me arrumou umas pomadas. Está tudo bem.
— Entendo. — Ela torna a assentir devagar. Nunca sei o que isso significa.
Assentir nem sempre é concordar ou acreditar. É só assentir.
— Por que não traz o seu caderno na semana que vem? — Sugere melhorando o tom. — Podemos discutir sobre o que tem escrito nele.
Ele está dentro da minha bolsa e não quero mostrar pra ela. Não posso.
— É, pode ser. — Me livro do ar acorrentado nos pulmões.
Outra vez, torno a encarar o relógio. Deve ser automático, não entendo o porquê faço isso com uma certa frequência. Relógio quebrado não muda seus ponteiros de lugar.
Ele sempre está marcando três e quarenta e quatro.
É muito fácil perder a noção do tempo por aqui. As cortinas estão sempre fechadas, as luzes sempre acesas e são sempre três e quarenta e quatro.
Fico presa nesse lapso, numa cápsula inerte do tempo tentando resolver os meus problemas enquanto o resto mundo continua sem mim.
E, quando eu coloco os meus pés para fora, o cronômetro destrambelha, o tempo me dá uma rasteira ou eu simplesmente tropeço nele.
Começa tudo de novo.
Londres está parcialmente cinzenta. Se não fosse pelas folhas amareladas e alaranjadas caindo das árvores e colorindo a paisagem, eu diria que estou presa dentro de um daqueles filmes preto e branco.
A motorista de táxi que me deixou em casa deve ser uma super fã das Spice Girls. Passei o percurso ouvindo ela cantar Wannabe umas cinco vezes, sem pausas para respirar.
A música foi fixada no meu crânio com supercola e enquanto eu escrevia uma citação do John Keats no meu caderno, entre:
"Eu quase desejo que fôssemos borboletas e vivêssemos apenas três dias de verão. Três dias como estes eu poderia preencher com mais deleite do que cinquenta anos comuns poderiam conter."
Inconsciente, logo abaixo coloquei:
"Então me diz o quê você quer, o que realmente quer
Eu quero, eu quero, eu quero, eu quero
Eu quero realmente realmente zig-a-zig, ah"
Cacilda! Se a Dra.Creed ver isso vai me diagnosticar com transtorno de personalidade múltipla!
Desisti de escrever no momento em que percebi que a minha letra estava um garrancho, por causa do veículo em movimento nas ruas esburacadas.
Ainda dentro do carro, tentei falar com a Brie. A última mensagem que ela me mandou foi "Boa noite, cabeça de abóbora.", ontem, antes de ir dormir.
Mas, o dia inteiro ela não deu sinal de vida. Não sei o que pode ter acontecido e ela não deve estar me evitando.
Eu não disse nada errado e nem fiz nada. Nós conversamos um pouco sobre meu pai, sobre a Diana, sobre todo o meu drama familiar e apenas isso.
Se bem que, talvez ela me ache o ingrata ou uma imbecil por me queixar tanto da minha família. Eles estão cada um para um lado, mas ainda estão vivinhos da silva.
Brieta pode ter se aborrecido com isso, eu sei lá.
Ou não.
Eu conheço ela, geralmente diz tudo o que precisa dizer na minha cara. Se ela pensasse isso teria dito ontem. Eu saberia.
Por outro lado, ela também é muito cuidadosa, me conhece perfeitamente e talvez tenha tomado cuidado com as palavras para não me deixar pior antes da consulta com a Dra.Creed. Isso explica não responder nenhuma das minhas mensagens.
Tentei ligar também, uma, duas, três vezes e necas.
Então, eu parei. Desse jeito ela vai acabar se afastando de mim por eu ser uma chata de galocha. Nem a mãe dela deve ficar tanto no pé.
Aprumo a alça da bolsa lateral e saio do carro depois de pagar a viagem.
O vento gelado outonal chacoalha as árvores e mais folhas caem, aumentando as cúpulas sobre o asfalto.
O carro do papai não está na frente de casa. Bom. Ele vai querer saber se estou conformada com as circunstâncias depois da consulta e eu não quero falar sobre isso agora.
Nem com ele. Nem com ninguém.
Preciso pensar. Preciso refazer a rota, recalcular as coordenadas e entender. Pessoas zumbindo no meu ouvido o quê e como eu deveria me sentir não vai me ajudar em nadinha de nada.
Meu tênis vai quebrando as folhas secas do chão a medida que eu me aproximo da entrada de casa.
Abraço o meu próprio corpo instintivamente. Não estou com tanto frio nas pernas quanto estou nos braços, apesar das mangas compridas.
Mais um pouco e estarei quentinha.
Abro a bolsa para tirar as chaves de casa. O nosso bairro é muito tranquilo e ainda assim a Ruth insiste em trancar tudo quando está sozinha. Prova disso é eu ter me assustado com o bater de asas de alguns corvos do outro lado da rua, distraída, abrindo a porta.
A minha casa está aconchegante, aquecida pela lareira e cheirando desinfetante e óleo de peroba.
Olho em volta, mas não encontro a Ruth de imediato. Nada na sala e também não escuto barulho algum no andar de cima.
Largo minha bolsa sobre o sofá da sala de estar e avanço nos corredores largos, em direção a cozinha e ao cheiro forte de tempero e pimenta.
— Santa cebola! — Escuto Ruth se queixar e a avisto próxima a pia, limpando os olhos.
— Cruzes, Ruth. — Torço o nariz. — Isso deve arder. Por que está ralando a cebola?
Ruth fecha os olhos com força e tateia a bancada atrás dela, em busca dos guardanapos limpos.
Me aproximo e coloco um na mão sua mão, a observo enxugar os olhos.
— Semana passada... — Tenta explicar e se recompor ao mesmo tempo. — Eu fiz essa sopa a pedido da Srta.Kingsley... — Ofega. — E, seu pai pediu para eu picar a cebola o máximo que eu puder.
Assinto devagar.
— É. Ele gosta do gosto da cebola, mas detesta perceber cebola na comida. — A minha irmã é igualzinha nesse aspecto. — Falando nele, já chegou da reunião com o corpo docente?
Eu não vi o carro dele na entrada, embora isso não significasse que não estava na garagem.
— Eu ainda não o vi, mas a Srta. Kingsley veio devolver a chave da caminhonete que ela usou hoje mais cedo e já saiu. — Conta.
Caminho para o outro lado da bancada, na intenção de manter distância das cebolas.
Arrasto um banco alto de madeira até a bancada, onde eu me sento.
— Liguei para a Brie no táxi... — Comento, quis soar despretensiosa, só que não obtive êxito. — Mas só deu na caixa de mensagens. Está tudo bem?
— Não se preocupe. — Ruth sorri abrindo os olhos devagarinho. — Ela está de babá hoje para a vizinha o dia inteiro.
Bom, isso explica um bocado de coisa. Relaxo os ombros e procuro tentar sorrir. Menos mal.
— Corajosa. — Elogio, colocando as mechas de cabelo atrás das orelhas. — Não me imagino cuidando de outra criança.
— A Sra.Kingsley é jovem, pode ser que ela te dê um novo irmãozinho. — O tom da Ruth é animador e inocente. Ela não fez por mal. Eu sei disso.
Acontece que, eu já tenho irmãos. A Fallow e o Flynm estão bem grandinhos e distantes de mim, no entanto não deixaram de ser os meus irmãos.
Diana é sete anos mais nova que o meu pai, de fato, pode sim engravidar a qualquer momento, mas eu não sei se isso vai ser bom. E, eu não me refiro apenas a mim mesma, também estou ponderando o meu pai e uma futura crise de meia idade.
— E, como foi a consulta? — Conversa, depois de alguns minutos em silêncio absoluto.
— O mesmo de sempre. — Apoio os cotovelos no balcão, acho que se eu escorar mais um pouco durmo sob o efeito dos ansiolíticos. — Mas dessa vez a Dra.Creed acha que eu estou querendo controlar mais do que eu posso, até mencionou aquela fobia de você ter medo de não ser perfeito e errar... — Estreito os olhos encarando o faqueiro. — Eu esqueci o nome... Acho que começa com "A".
— Atelofobia. — A voz de Lionel Wyatt tange entre as paredes e eu inclino o rosto, para olhar na direção da entrada da cozinha.
Ele me olha por dois segundos, tira os fones de ouvido, seca a testa e afasta os fios de cabelo que antes caiam sobre ela.
Está usando o uniforme do seu trabalho no Margueritte, onde provavelmente acabou o expediente.
— Oi, mãe. — Cumprimenta a Ruth, aproximando-se da bancada, enfiando o celular e os fones em um dos bolsos da calça.
— Lie, eu já disse que não pode entrar por aqui. — Ela o repreende meio exausta.
— Foi mal, mas eu estou apertando a campainha dos fundos há uma eternidade. — Indica com o polegar para a porta atrás dele. — Acho que até os defuntos do cemitério da esquina estavam se levantando do túmulo pra abrir pra mim.
Eu não duvido, não duvido mesmo. Lionel está no perfil do garoto capaz de incomodar até os mortos.
— Sei. — Ela resmoneia um pouco desconfiada, tirando o avental, desamarrando-o da cintura e do pescoço. — Vou buscar as chaves. — Avisa se afastando de nós. — Seja educado e cumprimente a Srta.Fiore.
Nos deixa sozinhos e ele devolve as íris verdes até mim, esboçando um meio sorriso, quase inexistente.
— Oi, Fire. — Diz baixo.
Possivelmente, na intenção da mãe não ouvir e não o repreender por isso também.
— O que aconteceu? — Indago e arrumo a minha postura. — Perdeu as suas chaves ou alguma coisa do tipo?
— Alguma coisa do tipo. — Finge pensar coçando o queixo.
Lionel não tem mãos de tesoura, mas vive com a fuça cortada ou arranhada.
De onde estou posso ver um corte um pouco acima da sobrancelha direita e não é a primeira vez.
Nem tenho tempo de perguntar, tampouco pensar direito nessa hipótese; o tilintar do molho de chaves denuncia a aproximação da Ruth.
— Vai preparando o jantar? — Ela pergunta e entrega as chaves. — Só vou esperar o Sr.Fiore chegar e logo vou pra casa.
— Se você não se importar em comer macarrão de novo.
— Eu como qualquer coisa. — Ela começa a organizar a pia. — E, dê uma olhada na casa da vizinha pra saber se está tudo bem com a Brie com as crianças.
— Sim, senhora. — Ele imita de forma singela uma continência militar antes de se despedir falando por cima dos ombros e sair por onde entrou.
Lionel não é como a Brie. Definitivamente não.
Brie é carismática da cabeça aos calcanhares, até os olhos dela sorriem.
Os dele não. Os olhos dele apenas refletem, criptografam, codificam e escondem os seus pensamentos. Ou seja, nunca dá pra saber, no mínimo deduzir o que ele está pensando.
No colégio, os alunos dizem que ele parece com um desses psicopatas. Os boatos ganharam tanta proporção no ano passado que o meu pai precisou intervir, pois estavam passando dos limites.
Eu não acho que ele é um Billy Loomies.
Lionel é esquisito, é verdade. É esquisito como garotos da idade dele geralmente são.
No mais, já foi comprovado que psicopatas podem ser mais sociáveis e simpáticos do que a maioria das pessoas que não são.
Sem mencionar que, acho que meu cérebro também teria estragado se eu encontrasse o meu próprio pai morto. Confesso não saber como ele tem dormido ao longo dos anos.
— Você tem medo? — Ruth pergunta, me fazendo sobressaltar na cadeira.
— O-o quê?
Não. Eu não tenho medo do seu filho.
— De errar. — Esclarece. —Disse que existe uma fobia disso...
— Ah, sim. — Respondo com a garganta seca. — Quero dizer, não. Não sei... Acho que depende de onde eu errar.
Me levanto e caminho em direção ao bebedouro, onde eu começo a encher um copo.
No máximo, Lionel é metido e egocêntrico. Não acredita que alguém é suficientemente bom para estar ao lado dele. É possível que seja isso. É sim.
Assim como, pode ser que ele odeie todo mundo mesmo e não queira contato humano, nenhuma alma para atazanar os seus dias. Não o condeno por isso.
Ou não.
Afinal, não dá pra saber. Sobre ele, nunca dá pra saber.
— Senhorita, a água! — Ruth me alerta sobre o copo transbordando. Cacilda!
Pardon, qualquer erro. Me avisem se puderem ♡
Ora, ora, ora o que temos aqui? Resolvi publicar mesmo, gostaram?
O quê acharam desse início?
O quê acharam da Fiorella?
O quê me dizem sobre as circunstâncias da vida dela? Deu pra entender um pouco?
Gosto de apresentar as coisas aos pouquinhos então relaxem se ficaram meio perdidos no primeiro capítulo ♡
Fiorella vai ficar de boas com o noivado do pai dela?
Acham que ela pode ter a fobia que começa com "A"?
Qual foi a primeira impressão sobre o Lionel? O quê esperam dele?
Acham que ele é um pescopata?
Curiosamente, eu ri bastante relendo o livro pra ajeitar ele, pelo vocabulário da Fiorella que é no mínimo, curioso pra mim Kkkk. Não sei o que tinha na cabeça na época, mas resolvi manter. Faz meio que parte dela.
Aliás, eu mudei a sequência de alguns fatos, então leitores antigos, não se surpreendam se uma coisa acontecer antes de outra. Beleza? No mais, ela se manteve. Alterei o nome de uns personagens também, mas, coisa besta.
O quê esperam da história?
Eu realmente espero que tenham gostado. Eu estou muito nostálgica retomando essa pérola aqui kkkkkk espero que ganhe um lugarzinho especial no coração de vocês.
No mais, Eisto. Vou-me, mas volto logo.
Beijos e salamandras.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro