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ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 9

So wake me up when it's all over

When I'm wiser and I'm older

All this time I was finding myself

And I didn't know I was lost

Wake me Up | Avicii


Morpheus sempre teve uma visão de superioridade sobre os humanos. Afinal, todos passam grande parte de suas vidas em seus domínios, são guiados, transformados e impulsionados por seus sonhos e pesadelos. No entanto, nas últimas décadas, algumas coisas mudaram. Ele começou a aceitar as diferenças e a entender que sua existência se mantinha por conta dos mortais e não ao contrário.

E lendo aquele pequeno trecho do livro, ele percebeu que Zoe havia se tornado uma das primeiras mortais (isso se ela o fosse) a conseguir realmente o seu respeito. Com carisma e afeto, ela havia mostrado para ele um lado humano, delicado e sensível, que o Rei dos Sonhos e dos Pesadelos esquecia-se.

Ele segurou O Pequeno Príncipe com força, pensativo. Havia decidido que voltaria ao mundo desperto para descobrir como enfrentar este desafio. Acima de tudo, precisava descobrir se o pesadelo que ele imaginava estar causando tamanho caos era mesmo quem ele esperava.

– Mestre – Lucienne o chamou, do lado do salão.

A mulher negra estava com as mãos juntas atrás das costas, em uma postura que já era sua marca registrada. Parecia pensativa sobre alguma coisa e Morpheus pode imaginar essa razão.

– Sim, Lucienne.

– Gostaria de te informar que fiz o senso de Sonhos e Pesadelos que me solicitou – disse ela, usando o dedo indicador para colocar o óculos no lugar. – O Senhor estava certo. Está faltando um pesadelo.

– Quem? – perguntou ele incisivamente, a expressão fechando-se em uma escuridão.

– O Dementador.

O Rei dos Sonhos respirou fundo. Ele estivera certo. 

– O senhor acha que ele está se apoderando da alma de Zoe? Isso é possível? – perguntou ela.

– Pretendo descobrir, Lucienne – respondeu Morpheus. – Obrigada.

Então, areia escorreu entre suas mãos e ele se viu navegando entre as dimensões dos sonhos até chegar no hospital psiquiátrico que Morte o levou. Surgindo na porta, ouviu um leve crocitar conhecido.

– Chefe! – Matthew desceu em círculos até se apoiar no ombro do mestre. – Dei uma olhada por aqui, tem algumas movimentações meio estranhas. quase perdendo minhas penas de tanto estresse. Clima pesadão.

– Eu também sinto isso – respondeu Morpheus. – Vi algumas movimentações estranhas que aconteceram aqui. Sei que notou. Acho que preciso resolver esse problema de uma vez por todas.

– O senhor quer que eu fique aqui fora? – perguntou o corvo. 

– Sim, neste primeiro momento sim. Isso é algo que eu preciso resolver sozinho – continuou o perpétuo. – Mas ao primeiro sinal de perigo, pedirei que volte ao Sonhar e avise Lucienne. Pode ser?

– Sim, chefe, quééé!

 Então, o corvo largou o ombro e saiu voando com suavidade para o telhado. Morpheus entrou no hospital e seguiu para o quarto indicado, sentindo que a energia negativa ficava cada vez mais forte. Naquele dia, até mesmo os enfermeiros e médicos pareciam estar sob seu efeito, sem brilho nos olhos. O silêncio era profundo entre os corredores.

No instante em que entrou no quarto de Zoe, Morpheus fitou a janela, vendo um reflexo que ele jamais poderia esquecer. Ainda mais magra e sem cor, Zoe parecia estar definhando nos últimos momentos de sua vida. O coração do perpétuo disparou e seus lábios se entreabriram. Havia choque e medo ali e a possibilidade de não ver mais Zoe afundou em si como uma faca.

Mas então, ele notou o pesadelo ao seu lado, escondido no reflexo. Escuro como o fundo de um poço sem abertura, movimentava-se como um fantasma de partículas escuras, sugando a alegria e a vida de sua vítima. Morpheus não tinha percebido aquela criatura escondida da última vez que viera ali, mas agora explicava tudo.

Ele estendeu a mão, furioso, e atravessou o vidro pegando o pesadelo e o jogando do outro lado da parede em um movimento forte. 

– Maldit... – resmungou a criatura de forma entrecortada. A sombra pareceu se arrastar, tentando fugir, no entanto, foi interrompido.

Os olhos de Morpheus haviam se tornado dourados com toda a extensão de seu poder, mergulhados na raiva. Um de seus próprios súditos estava sendo o causador de todo aquele caos, aquela perda. Quando Coríntio fez a mesma coisa, o perpétuo apenas decidiu descriá-lo, mas ali, agarrando a poeira escura na forma de uma criatura obscura, ele queria fazê-lo sofrer. Descriá-lo seria simples demais.

– Por quê? – a voz grave e rouca de Morpheus reverberou, fazendo a estrutura do prédio tremer.

– Você é fraco – cuspiu a criatura, cheia de nojo e raiva. – Ele o dominará. Ele o destruirá.

Morpheus o puxou do chão e o jogou na parede, o deixando pendurado. A escuridão pairava em seu semblante, o desprezo pela criatura claro em seu olhar. Como um gato preto olhando um pequeno inseto, o perpétuo estava preparado para descriar aquela criatura ou então prendê-la na Escuridão como fez com tantos outros.

– Quem? – perguntou.

– Você vai fracassar – respondeu o Pesadelo, começando a rir. – Ele vai vencê-lo finalmente. Ela não vai despertar. Você perderá!

Então, tentou se desfazer novamente, no entanto, com apenas um movimento com a mão, Morpheus reuniu novamente a nuvem de poeira.

– Você vai me falar, não agora, mas logo – Morpheus sussurrou.

Balançou os dedos enviando a criatura para a Escuridão. Ele falaria, uma hora ou outra, quem era o responsável por sua rebeldia. 

Ela não vai despertar. Você perderá!

O que será que ele quis dizer com aquilo? O perpétuo teria que trabalhar para descobrir mais este mistério. Havia alguém planejando seu fim, não que não fosse algo comum, mas alguém que já tentou isso antes. Poderiam ser várias criaturas conhecidas por ele. Ele precisaria saber por onde começar. 

Então, virou-se para Zoe na cadeira. Respirou fundo e se aproximou dela velozmente. Ele não estava mais sentindo sua presença.

Ela não vai despertar. Você perderá!

Será que era isso que o Pesadelo estava falando? Morpheus pegou em sua mão, mas não havia mais nenhum tipo de pulso. Seu olhar fixo para a janela estava seco e não havia mais vida ali. O corpo era apenas uma casca vazia e morta. Matthew apareceu do lado de fora da janela e, em sua forma de pássaro, expressou grande pavor em um grito.

Aquilo o afligiu. Fez Morpheus perceber que ela morreu. Zoe estava morta. O Rei dos Sonhos e dos Pesadelos chegou a tremer levemente com a possibilidade de nunca mais vê-la. Havia raiva, tristeza e desespero dentro de si que, por um segundo, deixou de pensar. Mas ele não podia perder esse controle. Preocupado com a possibilidade da alma de Zoe se perder ou da Morte buscá-la, ele apenas se movimentou com uma mão trazendo a si e ao corvo para o Sonhar.

Surgindo no salão todo decorado, o perpétuo percebeu uma movimentação perto da parede, reconhecendo de longe Merv, Lucienne e Zoe no chão. Ignorando qualquer um, Morpheus se ajoelhou ao lado de Zoe, a agarrando para si. 

– Senhor!

– Não sabemos o que aconteceu.

– Ela começou a se sentir mal, então caiu.

– Ela não está acordando.

– Como alguém apaga no Sonhar?

Várias vozes continuaram falando entre si, mas ele não percebeu. Apenas a apoiou em si e os dispersou, a abraçando com cuidado, tentando se conectar. Havia vida ali, uma forte presença de seu poder, então, começou a chamá-la.

– Zoe? – implorava o Rei dos Sonhos. – Zoe, por favor.

– Morpheus – ele ouviu sua voz sussurrada responder.

Depois de tudo aquilo, Morpheus se permitiu respirar fundo e passar os dedos finos em seu rosto. Ela ainda existia. Quando ela abriu os olhos a primeira vez, ele ficou extasiado ao perceber que havia uma pequena auréola dourada no entorno de suas íris. Brilhando como as estrelas do céu, ela emanou intenso poder por alguns segundos. Quando piscou novamente, o brilho desapareceu.

Aquele olhar, tão dourado e intenso, no entanto, lhe causara uma das emoções mais fortes que já havia sentido. Sua mente buscava por conclusões, tentando conectar as mais fortes dúvidas e respostas que aquele longo dia havia lhe oferecido. Ele então a apertou contra si, sentindo sua respiração profunda.

Os dedos finos de Zoe apertaram no antebraço do perpétuo, mostrando toda a segurança que ela sentia ao estar próxima dele. Lucienne, Merv e Matthew pareciam aliviados da mesma forma.

No instante seguinte, algo diferente aconteceu, bem inesperado. Em sua mente, num cantinho escuro, ele ouviu algo.

Não se pode despertar aquilo que nunca dormiu... – retumbou a voz em seus ouvidos, o deixando embasbacado. – Espero que entenda, Rei dos Sonhadores...

Aquele som, fazia séculos desde a última vez que ele ouviu. Séculos. O Rei dos Sonhos e dos Pesadelos ficou em silêncio por alguns segundos, mergulhado na dúvida e na preocupação.

Não se pode despertar aquilo que nunca dormiu... 

Aquela frase o acompanharia por muito tempo. No entanto, naquele momento, a única coisa que parecia importar para ele era a presença de Zoe. Viva, bem. Qualquer outra decisão podia esperar.

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