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ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 3

There must be lights burning brighter somewhere

Got to be birds flying higher in a sky more blue

If I can dream of a better land

Where all my brothers walk hand in hand

Tell me why, oh, why, oh, why can't my dream come true

If I Can Dream | Elvis Presley


Morpheus não soube descrever o que sentiu ao tocar a mão delicada e suave de Zoe. Não era pela estranha sensação de poder que ela exercia quando controlou o sonho, nem pela beleza estonteante da mulher, com seu jeito desconfiado ou seus lindos olhos cor de jade. Mas sim, pela falta de conexão com o mundo desperto.

Não era muito comum, mas a possibilidade de uma alma se perder do corpo ainda poderia existir. Ele havia visto isso poucas vezes, mas entendia o quanto isso poderia ser comum entre aqueles que dormiam e jamais acordavam.

Como aqueles afetados pela doença do sono causada por sua prisão ou aqueles que simplesmente entram em um tipo de coma. Zoe parecia não entender que aquela não era a sua realidade desperta.

Ele, Morpheus, Rei dos Sonhos e dos Pesadelos, era a entidade responsável por encaminhar tais almas perdidas por entre seu reino até o mundo desperto. Às vezes, as enviava diretamente para sua irmã Morte, responsável por essa jornada. Mas ela... simplesmente parecia não ter um espaço na realidade, do mesmo modo que não estava morta para ser levada por sua querida irmã mais velha.

O limiar perdido do limbo era um lugar perigoso na maior parte do tempo, causador de desgraças e desequilíbrio. E como todos sabiam, o desequilíbrio levava ao caos. O caos, por sua vez, ao fim.

Assim como sempre fez, Morpheus precisaria encontrar uma forma de controlar aquela fonte de poder solta até o momento que não tivesse mais como evitar uma desgraça maior.

Quando a areia se reduziu a fumaça depois de circular os dois como um portal até o salão principal do castelo, Morpheus soltou a mão da mulher e a encarou profundamente por alguns milésimos de segundo. Ela deu um pequeno passo para trás. O toque, energizado e poderoso, era também suave e havia deixado sua mão fina e pálida formigando suavemente.

– Está tudo bem? – perguntou ele.

– Aham – respondeu Zoe, piscando. Então, ela olhou em sua volta, maravilhada com toda a construção etérea e seus elementos.

– Mestre, vejo que obteve sucesso em sua busca – ouviu-se a voz de Lucienne ecoando pelo espaço iluminado e vazio. Matthew voava atrás dela, girando em vôo pelo espaço até pousar no braço direito do trono escuro e robusto acima de uma passarela em curva com degraus. 

– Sim, Lucienne – confirmou ele com a cabeça – Esta é Zoe.

– Seja bem-vinda – ela agora se dirigiu polidamente à mulher em frente ao Rei.

– O-oi – gaguejou Zoe baixinho, envergonhada, com medo.

– Sou Lucienne, a bibliotecária real – apresentou-se a mulher negra com uma pequena reverência com a cabeça.

– Pedirei que acomode a minha convidada de forma confortável, depois, falaremos – o Rei dos Sonhos e dos pesadelos disse. 

– Claro, Vossa Alteza – respondeu a fiel escudeira de Morpheus, com um aceno de cabeça. Ela então se dirigiu à mulher de branco, apontando com a mão em direção a um dos corredores.

– Zoe, preciso de algum tempo para solucionar uma questão importante, mas prometo que ficará segura aqui – Morpheus disse à moça em um tom baixo. – Voltarei em breve.

Ela então acenou. Sua pequena ruptura na dimensão do sonhar. 

Antes de sair junto a Lucienne, Zoe fitou o Rei dos Sonhos uma última vez, retribuído com intensidade. Ele jamais havia visto alguma coisa igual. Há bilhões de anos existia naquele mundo, eras e eras de tempos que se passavam. Mortais e imortais, lugares reais e irreais. Mas aquele olhar, tão puro e brilhante, era diferente.

Assim que ela saiu, com uma parte esvoaçante de seu vestido, Morpheus se virou em direção ao seu trono, onde, atrás, haviam vitrais que demonstravam alguns de seus interesses. O maior deles, parecia apenas um vidro quebrado.

Depois de muitas experiências, Morpheus desistiu da simples exterminação dos possíveis sonhadores problemáticos. Depois de grandes aprendizados nas últimas décadas, agora que ele percebia, mesmo que minimamente, o valor da vida e do equilíbrio, se permitia guiar as possibilidades dos sonhadores, absorvendo, até mesmo, seus poderes fortalecidos, sem lhes tirar a oportunidade de se redimir.

Quééé – crocitou Matthew. – Uau. Ela é muito gata, senhor. Com todo respeito. Vossa Alteza sabe quem ela é? Como ela é uma fonte de poder? Ela é um vortex ou não, apostei com a Lucienne, seria bom saber se perdi uma grana.

Morpheus se manteve calado, olhando o pequeno corvo tagarelando. Matthew já entendia a forma de trabalho do mestre, sempre quieto e pensativo, como se o futuro do mundo estivesse em suas mãos.

– Então tá, não precisa falar comigo, tudo bem – Matthew continuou a resmungar, batendo as pequenas patinhas no não enquanto balançava as asas.

– Ainda não sei o que ela é, Matthew – respondeu ele.

– E o que o senhor vai fazer, mestre?

– Precisarei de sua ajuda para tentar encontrá-la no mundo desperto – declarou o Rei dos Sonhos. – Não consegui conectar-me à ela. É... estranho. 

– Mas isso não é... impossível? – questionou o corvo. – Achei que o Senhor tivesse total controle sobre aqueles que dormem.

– De certa forma, eu deveria ter. Mas neste caso, acho que temos uma preocupação maior. Afinal, não fui eu que a encontrei – respondeu Morpheus. – Ela que me convidou. Ela que me invocou, de certa forma. 

– Como assim ela te invocou – perguntou o companheiro empenado.

– Da mesma forma que eu o invoco.

– Ata. Tipo quando eu estava resolvendo um problemão com um pombo idiota e do nada apareci aqui no Sonhar de volta? – resmungou ele, ressentido.

– Sim, algo assim – o Rei dos Sonhos ignorou o comentário.

– Então, quééé, ela é algum tipo de entidade, como o Senhor, mestre? – perguntou Matthew.

– Não sei dizer, ela me parece... apenas mortal. Sua essência parece com tal, pelo menos. Ainda não cheguei a nenhuma conclusão plausível. Vamos precisar descobrir.

– Então vai apenas mantê-la aqui? – Matthew perguntou, em dúvida.

– Acredito ser o ideal. Por isso, preciso que comece algumas pesquisas com Lucienne sobre ela – o Rei ordenou. – Seu nome é Zoe, não sei o quanto isso poderá nos ajudar, mas é um bom ponto de partida. Assim que conseguir qualquer informação, pedirei que traga até mim no mesmo instante.

– Não se preocupe, Vossa Alteza. Isso será feito – afirmou o corvo com veemência. Então, saiu voando para o corredor que guiava ao espaço em que Lucienne estava.

Morpheus aproveitou o silêncio do salão para refletir um pouco, olhando para os três grandes vitrais que estavam logo atrás de seu trono, colorindo e iluminando todo o espaço. Então caminhou pelo salão, o barulho de seus sapatos estalando no chão até a saída.

Ao passar pela abertura gigantesca da construção, o soberano do reino se viu a observar um Sonhar que nunca esteve tão brilhante.

Com suas construções magnânimas se estendendo por todo o infinito, a visão que ele tinha era de grandes planícies floridas, sóis e seres diferentes daquilo que qualquer mente humana poderia criar.

Em seu próprio castelo havia, além de salões e bibliotecas, várias torres com quilômetros de altura, serpenteadas por heras e animais fantásticos como dragões e serpentes com asas. Árvores de frutos dourados se espalhavam por um pomar e as mais lindas e delicadas flores decoravam os Campos Verdes do Violinista. O espaço que mais brilhava junto a ele era um terreno extenso de lavandas com um por do sol próprio.

Além de um lago gigante que se separava em quatro cachoeiras das quais se dispersavam lindos arco-íris gigantes, pontes se espalhavam por todos os lados, cheias de arabescos, com a riqueza mais pura dos detalhes. E por elas, cada sonho e pesadelo caminhava para o seu próprio espaço entre os milhões de sonhadores, guiados para cada momento ideal de suas vidas. 

As vestes de Morpheus se alteraram, transformando-se em algo menos monárquico e mais casual para o mundo dos humanos, com uma jaqueta de couro preto que valorizava sua pele clara e deixava suas expressões ainda mais definidas. Então, continuou observando toda a extensão do seu reino.

De todos os modos, havia vida e calmaria naquele lugar.

O Rei dos Sonhos temia o que o Destino estaria preparando, mas ao mesmo tempo, tinha confiança plena não só no poder do irmão mais velho, como nele mesmo. Tudo sempre ficava tenso quando ele aparecia, mas era o que precisava ser feito pelo bem da própria existência.

E ele sabia, se as coisas começassem a sair do controle, o próprio Criador estaria pronto para colocar o mundo nos eixos.

Oi! Tudo bem? Eu sou a Ayla. Eu não esperava mesmo essa repercussão que rolou com dois capítulos publicados só kkkk então vocês vão ter que me perdoar se eu demorar para publicar. Mas eu gostaria muito de saber se vcs estão interessados nessa história.

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