Sede subterrânea da X-Bios - Destruída NY

Caminhava para o setor de testes no terceiro andar, acompanhado de minha assistente, que estava com seu infopad e jaleco branco, assim como eu.

Escutava os passos dados por ela com seu salto e o barulho dos demais cientistas em seus setores. O caminho pelo corredor longo e branco, com as linhas azuis neon no chão e parede do local visivelmente tecnológico mostrando a todo momento a troca de dados correndo por eles, era algo a se notar.

Caminhava com ela a passos firmes e largos com meu infopad em minha mão esquerda, até que enfim chegamos e, com meu cartão de acesso em mãos, libero nossa entrada no elevador, seguindo meu caminho.

Adentramos o pequeno espaço do elevador de vidro, onde só havia nós dois dentro, descendo para o terceiro andar, o que não levara muito tempo. Descemos e adentramos de imediato uma sala dividida por um vidro fumê, vendo a cobaia E-13 que iriamos testar. Hoje é dia de se testar mais uma tese.

Olho para os demais cientistas, que me passam os dados da paciente. Falo, de modo firme, com minha voz rouca e grossa, com todos ali, enquanto passo os olhos nos dados da paciente:

— Jovem demais. Veremos o quanto conseguimos extrair de sangue elementar dela. Espero que a área que reage ao medo em seu cérebro funcione bem ao tanto de dor que será sentido pela receptora — digo, de modo pausado, enquanto início a extração e aumento a voltagem da carga elétrica recebida no corpo dela.

A paciente aparentava ter seus doze anos, era um elementar do ar, capturada pela nossa equipe que vaga nas terras sem fim atrás dos jovens que reagiram de forma absurda ao receber o soro elementar no dia 24 de setembro de 2024.

A partir dos dados que os enviamos, eles os buscam para trazer os jovens aqui e efetuarmos o teste e recuperar a humanidade que ainda nos restas. Os testes, por hora, apenas mostraram sucesso na extração com apenas 10% de chance, mas ainda não achamos um elementar que sobreviva aos testes mais do que trinta minutos.

A jovem começa a se debater, o frasco não havia chegado na metade com seu sangue quando ela chega ao óbito. Arremesso o infopad contra a parede atrás de mim, arrancando olhares de medo e surpresa dos meus demais companheiros na sala. Passo a mão sobre meu rosto, indo até meus cabelos, e caminho na sala, parando em frente à mesa, colocando as duas mãos e lanço um holograma que estava em dados eletromagnéticos, mostrando a eles os dados de um garoto que eu pesquisei nos arquivos de nossa empresa.

Falo, de modo firme e sério, explicando sobre o garoto, que poderia ser o que procurávamos:

— O jovem, de 15 anos, se chama Max Olsen. Segundo os dados coletados no dia da vacina, ele possui o tipo sanguíneo AB, é portador do elemento gelo. Sendo um dos raros, precisamos encontrar ele para o início de testes o mais rápido possível. Não podemos permitir que tal tipo morra antes de estar em nossas mãos. Ordenem que as buscas comecem.

Eles olham para mim, parecendo que haviam entendido, mas apenas se movem quando bato com os punhos fechados sobre a mesa, gritando de raiva.

— AGORA!

Vejo eles se moverem e um sorriso confiante e maldoso surge em meu rosto, vendo os dados e foto do garoto.

"Com grandes avanços, são necessários grandes sacrifícios."

— Sinta-se honrado por tamanho sacrifício, garoto — Minha voz sai baixa, enquanto sigo para meus estudos com o pouco de sangue coletado da jovem elementar que veio a morrer a pouco.