Vitor
Ele não voltou para Gedeon, foi para Marillion e os primos Zander o acompanharam. O palácio estava calmo, Vitor mandou preparar quartos para eles, chamou curandeiros para Sophie e mandou preparar alguma coisa para os recém chegados comerem, mas não iria acompanhá -los na refeição.
O príncipe vai primeiro conferir o estado da senhorita Hauser, ainda estava inconsciente e uma fração da magia que forçou o rei a cortar a perna dela também foi detectada se espalhando pelos órgãos internos, pouco comparado ao que Vitor teve que lidar antes, mas ele foi o mais preciso possível para eliminar tudo de uma vez. Levou horas, mas o rei conseguiu repelir tudo de maligno que veio da perna de Sophie.
Sophie continuaria sob supervisão de quatro curandeiras que irão avisar ao rei caso qualquer coisa aconteça. Não os Bamidele, os curandeiros de Domhrall. Eles andam com mantos verde escuro, cheirando a ervas medicinais e não falavam com ninguém. Os rostos eram escondidos por máscaras de águia, representando Nora, a águia do rei Edric Veeren, que o permitiu se locomover por onde queria mesmo não sentindo as pernas. Eles não gostavam dos Bamidele por simplesmente terem métodos diferentes, usavam a magia enquanto os curandeiros de Domhrall usam o que a terra fornece.
Vitor voltou a andar pelo palácio para resolver outros problemas, reuniões, acalmar a imprensa e o resto da corte e organizar defesas de cidades que estavam vulneráveis e mandar recursos para quem não conseguia sair de lá, sempre esbarrando em pavões.
Isso não foi uma expressão.
Antigamente, era normal encontrar vários animais exóticos andando pelos pátios e jardins da casa dos Veeren, mas Vitor não adotou essa tendência e libertou os que seu antecessor tinha. Mesmo assim, o rei teve que manter alguns que não conseguiriam mais se adaptar à natureza e os pavões eram os únicos que andavam por todo lugar, sem restrições.
Eles nasceram no palácio, sempre tiveram a comida trazida a eles e foram muito domesticados. Os pavões que Vitor cuidava agora eram os tataranetos dos que foram trazidos da natureza para a capital. Quatro machos e cinco fêmeas, dois deles com as penas bem abertas quando Dumpling passou por eles, ele não se incomoda nem um pouco e nunca teve interesse naquelas aves. O lobo parece menos tenso agora e decide andar pelo palácio sem o rei.
Vitor vai para os seus aposentos, precisava colocar a cabeça no lugar e pensar em como agir a respeito do ataque do Caos e os outros que poderiam continuar por causa da Magnólia. Mas, as várias cartas jogadas na mesa de centro na sua sala de visitas também chamam sua atenção. Envelopes brancos, amarelos e cor de creme. As ceras com várias cores mantinha os envelopes lacrados, cada um com o brasão de uma província de sua mãe e de membros de sua própria corte. Vitor solta um suspiro ao perceber do que aquelas cartas se tratam.
- Michael.- O rei chama sem erguer a voz, mas seu protetor aparece na porta em segundos, como se estivesse ali o tempo todo, mas a verdade é que ele ouve o chamado de Vitor de qualquer lugar que esteja.- Quando essas cartas chegaram?
- Esta semana, meu senhor.- Michael responde.- Eu pretendia organizá-las por ordem de chegada e valor, mas houve alguns imprevistos aqui e...
- Tudo bem, Michael, não tem problema.- Vitor diz apenas vendo os envelopes, checando os nomes, não iria abrir nenhum agora.
- Senhor, se me permite opinar, vossa majestade deveria ao menos ler as propostas.- Seu protetor sugere com gentileza.- Ter pessoas em mente.
- Obrigado, Michael, mas... - O rapaz não consegue terminar a frase.
Não havia pretexto político para justificar um rei solteiro ignorando questões a respeito do próprio casamento, mas Vitor não queria pensar nisso agora, embora o mundo inteiro queira. O rapaz já tinha mais de dezoito anos, e aos olhos de todos, já deveria ter ao menos candidatas a rainha. As cartas vêm de todos os lugares, uma tradição formal de marcar encontros com as filhas da nobreza para o rei escolher uma para governar ao seu lado, jantares, festas e outros encontros que colocariam Vitor com alguma garota que ele sequer conhece.
Sua mãe disse que manteria a questão do casamento dele sob controle, Vitor teria liberdade de escolher, por isso as cartas vinham, mostrando as pretendentes, para o rei escolher sem nenhuma pressão. Pelo menos a mínima possível. Casamento político, sem a aprovação de ambos os envolvidos, sempre foi algo abominável para os escarianos bem antes da mãe de Vitor nascer. Se fosse algo aceito em suas tradições, ele já estaria noivo de uma das gêmeas Hipérion sem nem saber.
Aquelas cartas são o máximo de tranquilidade que Vitor teria sobre esse assunto, ele nem pensa nas cartas que sua mãe deve ter recebido a respeito de uma futura nora para ela. As Casas achavam que teriam mais vantagem se fossem enviadas diretamente para a imperatriz, as Casas estavam abaixo apenas das Famílias Primordiais e não mediam esforços para subir ao nível que apenas conseguiriam chegar por nascença ou casamento. Elas existem em todo o continente, seguindo sistemas diferentes, mas a base é a mesma.
- A senhorita Tereza Wasser também o convidou para jantar na casa dela, ela é uma candidata viável, o senhor a conhece melhor do que essas outras.- Michael sugere, mais uma vez.- Ela já conhece Domhrall e ama o reino e a Floresta de Cecília como uma rainha deve amar.
Tereza era dois anos mais velha do que o Vitor, mas entrou na corte depois dele, ela se encarregou de proteger a Floresta Sagrada de qualquer proposta de desmatamento e a manteve preservada na ausência dele, mas Vitor não se imaginava nesse nível de proximidade com a conselheira. Sem contar que ela não era reconhecida pela sua capacidade de socializar com os membros do Conselho, ela não participava de uma reunião sem humilhar alguém. Era muito indelicada.
- Michael, eu tenho muita coisa para pensar agora, podemos deixar essa questão sobre casamentos de lado?- O rei pergunta em voz baixa e cautelosa, sem mostrar raiva ao seu também conselheiro.
- Com todo o respeito, majestade.- Edmund aparece na porta, se apoiando em sua bengala com ambas as mãos.- Ficamos quatro anos sem o senhor, pense nisso como uma garantia de segurança para Domhrall caso uma tragédia como aquela ocorra de novo.
A questão era essa, um herdeiro ao trono. Domhrall não queria passar por aquilo de novo. Um reino sem rei, eles não querem repetir essa tensão. Sem ele, o reino dos Veeren se tornou uma isca jogada aos tubarões. Mesmo assim, Vitor não conseguia pensar nessas coisas agora. E também não queria imaginar a sua corte cuidando de um bebê. Por experiência própria, o rapaz sabe que as pessoas em seu palácio não sabem cuidar de crianças.
- Eu sou jovem, ainda tenho tempo, aquilo não vai acontecer de novo e, como eu disse, eu tenho outras prioridades.- Ele diz com a voz calma e gentil, entendia a preocupação deles, mas não podia ignorar as ameaças ao seu reino para procurar uma noiva.
- Senhor, a vida é imprevisível.- Edmund diz em voz calma.
- Eu sei.- Vitor diz, tentando se manter paciente, eles tinham razão em se preocupar com isso, ele tinha que se lembrar. Mesmo assim, as lembranças voltaram, o calor do seu sangue manchando sua pele, saindo pela sua boca, as raízes se enrolando ao redor dele, o puxando para o templo enquanto ele tentava desesperadamente respirar - Mas, eu tenho que manter meu reino de pé para escolher uma rainha para ele e garantir um legado para o futuro príncipe ou princesa também, certo? Agora, podem me dar licença? Eu prometo pensar em todas essas propostas quando o problema com a Floresta Sagrada for resolvido e esse inimigo, capturado.
Edmund e Michael o deixam sozinho, o rei suspira aliviado, pega mais um envelope e o solta preguiçosamente sobre as outras cartas antes de ir ao banheiro. Quando tira as roupas de cima, Vitor fecha os olhos, não queria olhar para aquela cicatriz em seu abdômen. As linhas desenhadas em suas costas ao longo de sua vida parecem ter vida própria como água corrente, não eram tatuagens, faziam parte de um sinal de nascença bem complexo e único.
Vitor colocou uma camisa social branca e uma calça preta, estava colocando suas botas quando ouve alguém bater na porta.
- Vitor?- Hank o chama do outro lado.
O príncipe abre as portas do closet, Hank parecia bem melhor do que como Éden e ele o viram pela última vez, usava jaqueta de couro preto, camisa azul por baixo, calça jeans e tênis. Vitor fica feliz em ver que o amigo está bem, mas franze o nariz para o que restou do animal morto que ele vestia. Perto da mesa no quarto do rei, Éden estava olhando as cartas.
- O que foi?- Vitor pergunta saindo do closet, seu outro amigo já tinha aberto alguns envelopes. O herdeiro do Oeste não o repreende, as opiniões de Éden sempre são boas e ele tem mais sensibilidade do que Hank.
- A Rede foi reativada.- Hank conta.
- E a Sophie não corre perigo agora.- Éden complementa, sorrindo.
- Isso é muito bom, Edie.- Vitor diz.- Quando a Rede voltou?
A Rede era a maior fornecedora de informação do Império Íris e não pertencia à mãe de Vitor. Foi fundada por Tyr Zander na Guerra do Alvorecer e desativada antes de Magnólia declarar guerra contra a Família Minori e reassumir o comando da Família Zander e seus recursos. Se Magnólia tivesse acesso a toda a informação que a Rede obtinha, ela já seria a nova Senhora do Oeste e o Leste já estaria seguindo pelo mesmo caminho.
Os agentes da Rede estão distribuídos pelo mundo todo e não são identificados por nenhuma inteligência, como se deixassem de existir ou como se fossem fantasmas. Nunca detectados, mas presentes em qualquer lugar que precisarem. Tudo isso em volta de um sistema extremamente complicado que o pai do Éden nunca tentou fazer ninguém entender.
- Agora. - O Zander responde.- Minha mãe assumiu o gerenciamento de tudo.- Éden responde enquanto lê uma carta.- Olha, Vitor, essa aqui é aquela que tem aquele santuário de pássaros no jardim. - Ele mostra o selo para o amigo.- Te chamou para tomar café lá.
- É uma estufa onde os pássaros mal têm espaço para voar, não quero nem pensar no que ela faria com os animais da Floresta Sagrada ou com o Dumpling.- O rei responde.- Sua mãe já começou a divulgar o que tem sobre esse Caos?
- Ainda não, estão se reunindo porque ele é como uma lenda urbana na maioria dos lugares.- Foi Hank que respondeu.- São poucos que acreditam que ele existe e menos ainda que já o viu.
Vitor ouve os passos de alguém correndo até seu quarto, Leonard chega na porta, arfando como um humano cansado.
- Senhor... a madame Cecília... ela... - Ele diz entre uma bufada de ar e outra. O rei se levanta preocupado, Hank e Éden ficam imóveis.
- O que houve? - Vitor pergunta.
- Ela enviou um- Ele é interrompido quando Dumpling esbarra nele e entra no quarto, Vitor percebe que ele está emburrado e vai até ele quando o lobo enfia o rosto na cama do rei.
- Ei, o que foi? - Vitor pergunta se ajoelhando ao lado de Dumpling, que se recusava a olhar para ele. - Por que está irritado?
- Acho q-q-q-que ele está com ciúme. - Éden sugere, Vitor se vira para o amigo e entende o motivo do nervosismo.
Um firon, chamado assim porque as primeiras pessoas que o viram pensaram que seu pelo era feito de chamas, passa pela porta e vai em direção à Vitor. Era menor que o Dumpling se não contar com as orelhas pontudas do felino, era mais comprido e sua cauda balançava com cautela, analisando tudo e andando lentamente até Vitor.
- Entendi. - É o que o rapaz diz quando o felino para na frente dele e se senta.
Sua madrinha mandou esse felino para vigiar ele, ao que parece. Ela pode controlar os animais da Floresta Sagrada, mas Vitor desconfiava do esforço que deveria estar fazendo agora para manter um dos maiores predadores do continente sob controle total no palácio de Marillion. Por isso Dumpling estava emburrado, se sentiu insultado pela madrinha ter enviado outro animal.
- Não se preocupe, grandão. - Vitor diz, fazendo carinho na cabeça do lobo. - Você sabe que é insubstituível, não é?
Dumpling olha para ele e depois para o felino, depois vira a cabeça para o outro lado. Não queria olhar para nenhum dos dois. Vitor queria abraçar ele até que o mau humor passasse, mas não poderia ser agora. Primeiro, analisar o novato. O felino estava sentado, olhando para Dumpling com um olhar esnobe, isso não ajudaria muito.
Vitor anda em volta do felino, sentindo o olhar dele o seguindo. Sua aura transborda um pouco de insegurança, o príncipe passa a mão pelo pêlo perto da bochecha dele como um sinal de que ele não precisava se preocupar. O rapaz percebe uma cicatriz que começa na lateral do corpo dele e lembra que ia até o meio da barriga, fez o firon perder sangue e estava criando uma infecção.
- Eu conheço ele. - Vitor diz fazendo carinho acima do focinho triangular do felino.
- De onde? - Hank perguntou com receio de se aproximar do felino.
- Ele se machucou durante uma tempestade, bateu em uma árvore que tinha se partido ao meio e se cortou. - Vitor conta analisando a cicatriz, bem fechada e a sujeira era comum nos animais selvagens. - Encontraram ele perto de uma cachoeira tentando subir a cratera, eu curei ele até onde permitiu já que estava frustrado e não queria ajuda de ninguém.
O felino parece ainda ter a mesma atitude pelo modo como virou a cabeça para o lado.
- Então, agora ele é seu novo... gato de guarda? - Hank pergunta.
- Ele é uma nova Besta da Coroa, meu senhor. - Leonard diz.
Dumpling levantou em um salto e ficou de frente para o firon sem se importar por ter acabado de quebrar a cama do Vitor, todo rei de Domhrall já passou por isso com Bestas que conseguiram entrar no quarto. O felino olhava o lobo com um olhar de superioridade e o volume do rosnado de Dumpling apenas aumentava, Vitor ficou entre os dois. O pelo de neve do Dumpling e o de fogo do felino sem nome.
- A Madrinha Cecília já o conectou com o senhor.- Leonard avisa.
- Quando? - Vitor pergunta, indignado.
- Senhor, o senhor... tirou o... - Ele aponta para o próprio peito e depois para Vitor.
O rei procura no pescoço e na nuca a corrente que usa desde que se entende por gente, mas ela não estava ali. Estava com a Sophie, a ajudando a se recuperar. Além de ser capaz de regenerar qualquer ferimento e impedir que algo como uma infecção se espalhe muito rápido, o pingente que a mãe de Vitor fez para ele o protegia da Madrinha Cecília.
Os reis de Domhrall sempre tiveram esse inconveniente. A Madrinha Cecília sempre podia entrar na mente deles para fazer o que queria, interferir em uma reunião ou mandar uma mensagem para a corte, todos percebiam quando ela fazia isso. Ela também pode colocar encantamentos ou mexer no seu organismo para o que achar ser melhor.
Isso nunca foi nenhum segredo, mas a mãe de Vitor não queria que a madrinha Cecília entrasse em sua mente sem permissão e mexesse no corpo dele, então fez o colar que o protegia. Durante a operação, Vitor tinha esquecido de bloquear a passagem, como uma porta que ele esqueceu aberta e a madrinha Cecília passou sem perceber. Depois disso, o rei teve que fechá-la por causa da raiva que sua madrinha sentia de Hank.
O colar também permitia que sua regeneração funcionasse mesmo com ele inconsciente, já que ela só é ativada quando Vitor está desperto, por isso ele colocou em Sophie. Para que a magia de cura ajudasse.
- Foi para o seu próprio bem, senhor.- Leonard diz.
- Eu sei. - Vitor diz em voz baixa.
Antes que o rei dispensasse Leonard, tosses barulhentas ecoam pelo corredor. Nathan aparece com sua cadeira de rodas eletrônica barulhenta, uma moça estava atrás dele. Não era escariana, tinha a pele parda, o cabelo loiro, um olho azul e o outro castanho, ela segurava um tablet na mão.
- Meu rei - Nathan consegue dizer antes de outra série de tosses. - soube das últimas notícias?- Ele tossiu mais três vezes depois que perguntou.
- Do que se trata?- Vitor perguntou, já imaginando o que mais poderia acontecer.
- Encontraram - Nathan volta a tossir.- um dos filhos da Magnólia. - Ele bate no próprio peito com o punho fechado.- O...
- Onúris Zander, bisavô. - A garota diz, se inclinando um pouco na direção dele.- O ator.
- Acharam o tio Oni? - Éden pergunta atrás de Vitor.
Nathan tosse mais assim que olha para Éden, ele franze a testa e soca o peito de novo quando a série de tosses demora para parar.
- Não, acharam o Onúris. Aquele que vocês chamavam de "príncipe" mesmo ele não sendo um.- Ele limpava a garganta antes de gesticular para a neta. - Mostre ao rei, Mabel. Mostre a foto dele lá na praia.
Mabel vai até Vitor e lhe entrega o tablet com um sorriso, ela usava um vestido azul vibrante com um decote em forma de coração, mangas que cobriam até o limite dos ombros e um salto alto branco. O rei vê as imagens de Onúris Zander na praia, o cabelo escuro pela água, as roupas encharcadas e Vitor pôde ver pela sua visão de médico que ele precisava de atendimento. A foto foi tirada por um fã que estava muito feliz com a volta dele.
- É o tio Oni, é apelido de "Onúris". -Éden explica, também olhando as fotos.
- Ah, certo, já estava começando a pensar que- Nathan volta a tossir. - que estavam espalhando mentiras por aqui. Pelo menos a notícia da sua mãe, eu sei que é verdade, majestade. Está na TV.
- O que houve com minha mãe?- Vitor pergunta, quase deixando o tablet cair.
- Nada de novo, ela só está colocando os traidores para correr. - Nathan diz soltando uma risada fraca, que virou tosse.
Vitor vai para a sua sala de visitas, pega o controle que estava perto da televisão e a liga.
Estava em todos os canais. A cidade estava coberta por uma névoa vermelha, só era possível ver o topo de alguns dos prédios mais altos, alguns relâmpagos acertando navios de guerra que tentavam disparar contra a cidade e pessoas fora dela relatando o que viram.
"Ela chegou do nada, sacou? Aí começou a fazer os negócios dela lá com as mãos" - Um dos civis tenta imitar os movimentos da mãe de Vitor. "As coisas começaram a voar do nada e um pessoal começou a correr. Foi tudo muito rápido."
"Caraca, maluco! Essa mulher é " A palavra foi censurada. "Ela é uma deusa, cara."
"Ela e o General Urano apareceram e os soldados, quando viram eles juntos, começaram a correr e outros se ajoelharam no chão para se render." Uma idosa fala, ela estava sentada no banco de uma rodoviária lotada, provavelmente onde os civis estão. "Foi como se-"
Um adolescente aparece para atrapalhar o depoimento da idosa e se senta ao lado dela.
"Foi igual aqueles filmes de ação onde a dupla começa a discutir no meio da luta, mas continuam lutando. Duas pessoas colocaram um exército inteiro para correr, cara! Eu amo o meu continente!" Ele grita, segurando o microfone do repórter. "Os escarianos são-" Mais uma palavra censurada. "pra-" mais uma censura.
Vitor se segurou para não perguntar ao Hank o motivo de ninguém ter dito nada ao príncipe a respeito de um ataque contra o império, mas se conteve, não queria mostrar ao Nathan e a sua bisneta que ele estava sendo excluído, deixaria todos em pânico. Sua mãe continuava escondendo informações dele, mesmo com a situação em que Domhrall estava, ele sentia a magia da Floresta Sagrada querendo se esvair e sua madrinha ficando sem forças para manter tudo de pé, Sophie estava estável, mas ainda não acordou e ela foi a única que viu Caos pessoalmente e ouviu o que ele disse.
"O ataque foi evitado, os soldados de Magnólia Zander recuaram e a cidade não sofreu praticamente nenhum dano comparado ao que todos esperavam antes da imperatriz Miriam Minori e o General Urano Febe aparecerem e defenderem a cidade pessoalmente." Um repórter no estúdio diz. "Agora, ambos estão embarcando para a capital imperial para discutir sobre as providências que devem ser tomadas em relação a esse ataque e o que ele significa para o continente."
- O que fará agora, meu senhor?- Mabel pergunta.
O jornal começa a mostrar a previsão do tempo.
- Eu vou para Gedeon.- Vitor respondeu.
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