Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Urano

Hank ainda estava no corredor do banheiro como o Vitor disse, estava encolhido, com os joelhos próximos do rosto e cobrindo a boca. Urano vai até ele devagar, seu filho parecia como antes. Um soldado, conduzindo uma fila de criminosos atrás dele, passa por Hank sem nem notar, mas o último soldado da fila para e tenta dirigir a palavra ao rapaz.

- Está tudo bem, eu cuido dele.- Urano diz colocando a mão entre o soldado e seu filho.

Eles continuam e o corredor fica vazio, apenas com pai e filho presentes. Haviam vários criminosos naquele bar, e políticos que não deveriam estar ali, mas não importava, Hank estava em uma crise. Isso é mais importante do que qualquer coisa. O General Supremo do Império Íris se ajoelha na frente do filho.

- Hank.- Ele chama com a voz calma.- Filho, olhe para mim.

Era como antes, Urano viu aquele garotinho indefeso que não tinha ninguém por ele naquela cidade no interior de Cyrus que ninguém lembrava. Os olhos de Hank estão cheios de lágrimas e as bochechas marcadas pelas que ele não aguentou segurar, ele ainda está cobrindo a boca. Urano queria fazer como fez quando o conheceu, levá-lo para longe daquelas pessoas, para um lugar onde ele poderia se curar e não precisaria temer nada.

- Ei.- O General chama em voz baixa, segurando os pulsos dele e o influenciando delicadamente a afastar suas mãos da boca.- O que houve?

- Eu...- Ele tenta responder com a voz trêmula.- Eu vi ele.- Hank responde sem olhar nos olhos do pai.

- Viu quem?- Urano pergunta, pensando em quem assustaria Hank assim apenas pela presença.

- O Velho Ray, eu vi ele, ele estava aqui.- O rapaz diz, voltando a ficar assustado.- Eu vi, ele quase olhou para mim.

A única pessoa no mundo que ainda assustava o Hank, mesmo anos depois, as lembranças continuavam assombrando ele. Hank ainda tinha medo daquele homem, nunca o enfrentou e Urano entendia.

- Ei.- O General chama a atenção do filho de novo.- Lembra do que eu te prometi?

Hank volta a olhar para ele, é tudo que Urano precisa.

- No pediatra, quando você era criança.- Ele relembra.- Eu prometi que ninguém, nunca mais, te machucaria. Prometi que você não precisaria ter medo porque eu vou te proteger sempre, porque você é meu filho e não há nada que eu não faça pelo seu bem e pela sua segurança. Não precisa ter medo, aquele desgraçado está preso e você está aqui, a milhares de quilômetros de lá.

- Mas, eu vi.- Hank insiste, ainda assustado.- Vi ele aqui, ele estava aqui, pai. E se...

- Vou mandar procurar ele. - Urano assegura. - Agora, respire fundo, se acalme e vamos procurar alguma coisa para você comer.

Ele ajudou o filho a levantar, Hank quis lavar o rosto e Urano não saiu do lado dele, nem quando seu filho apoiou as duas mãos na pia e começou a chorar.

- Está tudo bem, Hank. - O General diz colocando a mão em suas costas.

- Por que isso ainda acontece? - Ele pergunta com a cabeça abaixada. - Por que ele ainda faz isso comigo? Por que eu fico assim?

- Você está seguro agora, não tem que ter medo dele.

Urano não sabia como ajudá-lo, também teve problemas assim quando tinha a idade de Hank e não sabia se a solução dele também serviria para o filho.

- O que você quer fazer agora? - Ele pergunta para Hank.

O rapaz demora a responder, apenas fica olhando para a cerâmica branca da pia e fecha os olhos.

- Eu quero ir para casa. - Hank diz com a voz áspera. - Não quero comer nada, só quero ir para casa.

- Certo, vamos.

Quando eles voltam para o salão, Urano xinga ao perceber que Vitor e Éden tinham sumido. O General vai até os soldados que estavam no mesmo lugar onde os garotos estavam há alguns minutos.

- Onde estão o príncipe Vitor e os primos Zander? - Ele pergunta, contendo sua irritação ao máximo.

- Foram embora com oficiais de Denver, senhor. - Um soldado diz. - O rei os levou. - Termina batendo continência.

- Com oficiais de Denver? - O General pergunta.

- Sim, senhor.

Isso era algo na política que Miriam criou que aborrece bastante o Urano, Vitor é um rei em Denver, o único governante que continuou em ação como antes.

Sendo assim, os denverianos pensam que estão à parte do Império, não se sentindo obrigados a respeitar as regras do continente. Eles se sentem protegidos por Vitor e ele dá essa proteção. Com isso, eles podem ir para onde quiser, passar por cima de quem quiser, pelo menos isso tem um limite que o filho de Miriam impõe sempre, e eles não têm medo de contrariar ordens dela se outras vieram de Vitor.

Os soldados dele obedecem apenas a ele e ao Leonard, um humanoide que nem pode sair dos limites de Denver e ignoram Urano, não se importam com as ordens dele ou da imperatriz.

- Já preparem tudo para a limpeza.- Urano diz aborrecido, olhando para o cenário que ficou ali.

Tinha sangue da filha da Lídia no chão, a perna que foi cortada fora ainda estava ali, tão podre que Urano não aguentou olhar, provavelmente teria mais do DNA dela espalhado por aquela pista de dança. A equipe de limpeza chega, com seus trajes de proteção brancos, luvas de borracha e outros equipamentos para eliminar qualquer vestígio do DNA de Sophie Zander.

Desde que o reino de Escarion foi descoberto por outros reinos, nenhum escariano jamais foi enterrado, todos foram cremados e suas cinzas jogadas ao vento ou no mar, nunca guardadas. Quando os escarianos não passavam de lendas para outros reinos, ainda havia cemitérios, mas quando o mundo os descobriu, passaram a haver sequestros de escarianos vivos e saques em túmulos de escarianos mortos.

Com isso, a rainha Melanie Minori, bisneta da primeira rainha e a primeira desde que Escarion foi revelada, decretou que todos os corpos mortos deveriam ser queimados e ofereceu esse serviço gratuitamente para as famílias mais pobres. Depois disso, organizou a proteção das cidades mais próximas das fronteiras de Escarion com outros reinos. A defesa foi feita pela Família Zander e a Família Febe, que guardaram as fronteiras do reino até o Império Íris ser construído, quando os escarianos estavam fora desse tipo de perigo.

Mesmo assim, há algumas pessoas do mercado clandestino que ainda matariam por uma amostra do DNA escariano e cientistas de integridade duvidosa que pagariam qualquer preço para estudá-los, então essas medidas da quarta rainha nunca foram abolidas e isso também não é mais um incômodo para as famílias, é até mais prático já que não existem mais cemitérios em Escarion.

Por isso, muitos estão procurando o corpo do Tyr, ou pelo menos descobrir o que Magnólia fez com ele. Para ter certeza de que ninguém pegou o sangue de um membro das Três Famílias Primordiais. Seria perigoso demais. Ainda mais o dele... Urano pensa.

A equipe de limpeza coloca a perna arrancada debaixo de uma redoma pequena de aço, ela brilha em uma luz branca e quando levantam aquele aparelho, não restou nada da perna de Sophie Zander e até o piso foi limpo, um círculo perfeito e brilhante cercado pelo piso marcado pelo passo de milhares de pessoas.

Eles jogam algo gelatinoso por cima de onde o sangue de Sophie estava visível e colocam um equipamento que parece uma caixa de vidro por cima, o gel roxo transparente flutua dentro da caixa, carregando o sangue da garota, o diluindo dentro dele, também se tornando líquido e evaporando tudo, deixando um cheiro de lavanda no local.

O local todo é fechado para que continuem com a limpeza, para garantir que não reste nada, já tinha pessoas olhando o que aconteceu do lado de fora junto com a imprensa. Urano odiava eles, as perguntas que fazem do nada que o deixam irritado a ponto de permitir que alguns trovões cantem acima deles. Sendo o General Supremo do Império e maior aliado da Miriam, aqueles urubus não medem as perguntas que fazem a ele.

- General Urano! General Urano! - Ele ouve a pior voz que poderia ouvir naquele momento, Clara Dylan.

Urano estava com Hank ao seu lado, mas mandou o filho entrar no carro antes de ir falar com aquela repórter. Ele não podia nem ignorar aquela mulher, seria apenas mais um incentivo para ela inventar teorias que poderiam causar mais problemas. Quando chegou, dez outros microfones de outras emissoras vieram na direção dele.

Não revire os olhos. Não revire os olhos. Urano diz a si mesmo antes da primeira pergunta.

- Pode nos dizer o que aconteceu aqui hoje? - Um repórter escariano, cabelo laranja, olhos castanhos e a pele de um tom quase roxo pergunta primeiro.

- Uma operação conjunta nossa com o rei de Denver e príncipe do Império em busca de aliados de Magnólia Zander, não houve mortos, apenas uma pessoa se feriu. - Urano responde com a voz burocrática, fechando os olhos por causa do flash de uma câmera que ele não viu antes.

- O que o terrorista que se auto nomeia Caos queria aqui hoje? - Uma repórter de uma emissora de Therese pergunta, a pele cor de cobre, o cabelo castanho ondulado e um olho verde e outro azul. - Ele é aliado de Magnólia Zander?

- Não há nada confirmado sobre uma suposta ligação entre os dois, mas esse Caos não é uma ameaça séria.- Urano mente, ele não sabe nada sobre essa pessoa nem como pretende alcançar seu objetivo. Mas as perguntas desses dois repórteres não são difíceis de lidar, o problema é a Dylan.

Ela é sempre a última a perguntar alguma coisa, guarda o melhor para o final ou monta uma armadilha com as respostas que Urano dá aos outros e nem percebe quando cai nela. Clara Dylan é boa no que faz, e é insuportável justamente por isso.

- O que o senhor tem a dizer sobre um escariano com traços da Família Febe ser responsável pelos ferimentos causados em Sophie Zander? - Ela pergunta, o que fez Urano congelar por um instante.

Aí está, a pergunta para pegá-lo desprevenido, algo para deixar ele alterado ou desconcertado. E ela conseguiu.

- Como é que é? - O General pergunta, sem conseguir esconder a surpresa e um pouco da raiva por nenhum dos seus soldados ter mencionado esse detalhe para ele.

- Eu tomei a liberdade de entrevistar alguns dos presentes na hora em que Sophie Zander foi atacada, todos mencionaram um homem de cabelo branco, pele azul perolado e olhos castanhos que se autodenomina Caos. - Clara Dylan diz, como uma cobra cuspindo veneno. - Também relataram que ele sumiu em meio a uma neblina. O senhor não é o último da sua família? O único com esse dom?

Urano não conseguiu raciocinar, sua mente parou de funcionar por um segundo. Ele olha em volta, procurando por pessoas que nunca vão aparecer de novo. Lembra da estátua, do navio que explodiu por nada, de outro navio que nunca voltou e uma porta que nunca abriu.

- Eu sou o único herdeiro da Família Febe e o único no mundo com meu tipo de poder. - O General diz calmamente. - A pessoa que suas "testemunhas" alegam ter visto não passa de um impostor, que vai ser punido por achar que pode usar meu sobrenome, perturbar meu império e acreditar que isso basta para lhe trazer uma reputação.

Dylan não se abala nem um pouco, na verdade, mostra um sorriso malicioso.

- Então, o senhor tem algo a declarar sobre ser deixado de fora da operação conjunta da Imperatriz Miriam e o antigo Chefe da Família Zander?

Urano mordeu o interior da bochecha, sentiu os flashes em direção ao seu rosto e fechou os olhos para tentar manter a calma. Lembre-se do que deve dizer. Lembre-se do que deve dizer.

- Eu não fui deixado de fora. - Ele diz com a voz mais contida possível. - Foi uma operação conjunta com as Três Famílias Primordiais, cada um teve uma função específica, a minha foi manter Denver segura. Agora, se me dão licença, eu tenho trabalho a fazer.

Ele vira as costas para eles e segue em direção ao carro onde Hank está, mas Clara Dylan não ficou satisfeita com o que ouviu.

- General Supremo, o senhor pode nos esclarecer nos dizendo sobre como sua família foi...- Ela começa, mas o relâmpago que cai aos calcanhares de Urano a silencia, assim como todos naquela rua.

Urano se vira devagar para os repórteres, eles estão congelados no mesmo lugar.

- Há sim inimigos que querem prejudicar o nosso Império, mas a Imperatriz Miriam e eu não temos medo deles. Magnólia Zander está com os dias contados e esse impostor que insiste em usar meu sobrenome para causar impacto vai ser derrotado antes que percebam.

Com isso, ele segue em direção ao carro onde seu filho o esperava. Quando fecha a porta, Urano solta um grunhido de aborrecimento e massageia a região acima do nariz.

- Eu odeio essa mulher. - Ele resmunga.

- E você deu tudo que ela precisava para criar uma teoria conspiratória imbecil. - Hank diz em voz baixa, com a cabeça recostada na janela, o olhar dele ainda estava vazio.

- Verdade. - Urano cobre o rosto com as mãos, quase resmungando um palavrão, mas não diz quando se lembra de sua mãe dizendo que uma boca suja deixa a alma ainda mais suja.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro