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Onúris

Onúris não sabe lidar com celas. Muito menos com aquela. E menos ainda como ela funcionava. Ele percebeu duas coisas. A primeira, e mais perturbadora, foi que as barras de nutrição tinham um remédio que o fazia dormir por horas. A segunda, e que talvez o ajudasse em alguma fuga, é que uma hora da noite, aquela cela abre. 

Ele não sabia como ou quando, mas sabia o motivo. As bandejas. As barrinhas vem em bandejas que somem depois que Oni dorme. Ele se sentiu um completo idiota por não ter notado antes. Era óbvio, ele comia e caía no sono.

Onúris começou a fazer alguns testes para tentar adivinhar como alguém entrava em uma cela que não tinha porta. Primeiro, se deixou vomitar no banheiro, espalhando aquela barrinha nojenta do dia anterior pelo piso e deixou lá, saiu e comeu a barra do dia para dormir. No dia seguinte, o banheiro parece nunca ter sido usado. 

Outro dia, Oni fez algo parecido, espalhou migalhas da barrinha pelo chão de propósito, não comeu nada e deixou a bandeja a dois passos de sua cama. Ele caiu no sono, mas acordou e a bagunça ainda estava lá. Outra barrinha veio mais tarde. 

Magnólia não deixaria que abrissem a cela a não ser que tivesse certeza de que o filho estava dopado. Onúris se perguntou se suas irmãs notaram isso, provavelmente a Lili, por ser médica, deve ter notado os sintomas de primeira e percebido que não era sono o que sentia depois que comia a barrinha. 

Era um plano simples e arriscado, do jeito que Sophie, sobrinha preferida de Onúris, faria. Ele comeu apenas metade da barrinha, sem saber como seria nem se sua teoria idiota teria a sorte de funcionar. Contou os segundos, quatro minutos no total, e o sono veio. Oni deitou na cama e esperou. 

Diferente das últimas noites, ele teve um sonho. Estava em Liadain, na propriedade de sua família. Tudo estava vazio, Onúris estava usando um terno com lapelas de seda preto, sapatos bem engraxados e botões de prata no paletó. Ele começa a andar pela casa, mas estava em câmera lenta, as armaduras que eram prateadas e brilhantes no segundo andar estavam pretas como carvão.

O piso xadrez estava rachado, como se alguém tivesse acertado cada quadrado com uma marreta. Onúris se vê indo para a ala onde seu quarto fica, mas não vai até lá. Vai para o vizinho. Tyr tinha saído daquele quarto depois que se casou, mas, naquele sonho, tinha voltado. Usava um terno parecido com o de Onúris, estava sentado na cadeira de sua escrivaninha com um pé sobre o outro joelho e concentrado em um cubo mágico.

Tyr voltou a ter dezenove anos e Oni voltou a ter dezoito, quando ainda podiam viver tranquilos em casa.

- Tyr?- Onúris chama.

Seu irmão mais velho continua concentrado no cubo que Onúris notou ser vermelho de todos os lados.

- Tyr, me ajuda.- Ele pede.- Por favor.

- Não.- Seu irmão responde, friamente.

Oni sente seu coração acelerar, sente sua respiração falhar. 

- O quê? - Ele pergunta indo em direção ao irmão.

Ao chegar e empurrar seu ombro para fazê-lo olhar para ele, Onúris vê o terno que Tyr usava sujo com sangue seco, as bochechas de seu irmão magras, murchas, e seus olhos estavam cinzas, sem vida. Mortos. Oni acorda em um salto, é cegado pela luz e, depois de ajustar a visão, percebe um homem com um macacão verde água escuro ajoelhado, estendendo as mãos para a bandeja no chão e uma porta aberta. 

O Zander age rápido, levantando e nocauteando o faxineiro com um chute. Ele sai apressado para fora da cela e vê um corredor branco iluminado por lâmpadas amarelas. Onúris corre para a direita, é sempre a direita, e tenta reunir metal o mais rápido que pode, mas nada vem.

No início, pensa não ter metal por perto, mas ele ouve os passos ecoando em um som familiar, o metal está ali, mas Onúris não o sente. 

Ele percebe isso antes de dois guardas aparecem na frente dele e Oni conseguir virar para outro corredor antes de ouvir os disparos. Onúris tenta sentir alguma coisa de novo, mas não vem nada. O metal está ali, diante de seus olhos, e ele não consegue manipulá-lo.

O ator decide pensar sobre isso depois que os disparos acabarem e ele corre na direção dos atiradores. Eles não têm tempo para agir, Onúris sempre foi o mais rápido dos irmãos, e um é derrubado. Oni pega a arma dele e atira no outro que tenta fugir, ele é atingido pelas costas.

-Lídia!- Ele chama quando volta a correr na direção de onde os soldados vieram.- Héstia! 

Não há mais portas e Onúris não escuta suas irmãs responderem, ele continua correndo e atira em outros soldados assim que eles aparecem. Sua sensibilidade volta aos poucos, mas não servem nem para erguer um parafuso e ele começa a ficar preocupado com o que Magnólia possa ter feito com ele. 

Oni vê escadas que levavam para cima e acelera o passo para chegar até lá, para a liberdade ou suas irmãs, não importa. Onúris tinha que conseguir um dos dois. O piso de metal balança, o fazendo tropeçar e cair de cara no chão, foi tão de repente que ele não teve tempo de reagir. 

Cordas finas de ferro se enrolam de seus tornozelos até as panturrilhas e outras prendem seus braços, dos pulsos aos ombros. Na sua frente, Magnólia aparece. Está com uma calça preta plissada, um suéter de lã branca com estilhaços de metal sendo usados como enfeites e sapatos azuis escuros fechados. 

Onúris tenta levantar mais uma vez, desesperado, mas segurando as lágrimas de frustração. Queria se levantar e matar aquela desgraçada, encontrar suas irmãs e sair dali. Oni foi tão longe, lutou tanto, para quê? Para voltar para sua mãe maluca e ser aprisionado como um falcão em uma gaiola minúscula. 

- Sua desgraçada!- Onúris rosna e levanta o rosto.- Eu odeio você! Você é um monstro, nojento, podre, depravado. Babaca!- Ele abaixou o rosto e tentou se soltar mais uma vez.- Assassina! 

Sangue escorre pela sua testa e Magnólia não reage aos berros dele, Oni tenta ao menos se virar, mas desiste pensando em como seria ridículo ficar igual uma tartaruga com a barriga para cima.

- Você destruiu a vida dos seus filhos e diz que é o melhor para eles! Seu monstro!- Ele sente algo furando sua nuca.- Monstro! 

Sua visão começa a ficar turva e Onúris se sente fraco e cansado. Ele deita no chão, ainda xingando Magnólia com palavras que nem ele conseguia entender mais. 

Ele acorda em um lugar diferente, era uma sala de interrogatório, mas a cadeira parecia a de um dentista e os pulsos de Onúris estavam algemados à ela. Ele tenta se soltar, mas não consegue, seu poder não o responde como deveria. Ao lado de Oni, tinha uma mesa com três pílulas de cor verde - água em um pires de metal. 

Não tinha ninguém ali além dele, Onúris tentou soltar as algemas, mas elas eram fortes demais. Depois de várias tentativas inúteis de ao menos mover a cadeira, Magnólia reaparece. Ela está com a mesma roupa que Oni viu antes de desmaiar, anda com calma até uma cadeira próxima e se senta ao lado dele.

- Isso é pior do que me manter trancado, se for me matar, não faça isso como uma covarde.- Onúris sibila.

- Eu não vou matar você, filho.- Magnólia diz com a voz gentil.- Nunca quis matá-lo, sabe o que eu quero para você.

- E eu disse milhões de vezes que eu não quero, e também, você não se importa com o que seus filhos querem.- Oni inclina a cabeça para o lado.- Por que eu deveria ser diferente com você? 

Magnólia solta o ar pelo nariz e balança a cabeça devagar, mostrando seu desapontamento elegante com o filho mais novo. 

- Foda-se, eu não quero conversa com você.- Oni solta e tenta se soltar de novo.- Onde estão as minhas irmãs? 

- Estão bem, Onúris.- Ela diz com a voz em tom tranquilizador, tem até a audácia de colocar a mão sobre o braço dele.- Não precisa se preocupar com elas.

Oni gargalha e levanta a cabeça, deixando a risada ecoar pela sala por mais tempo. 

- Claro, porque elas estão completamente seguras com você, mamãe.- Ele zomba.- O que aconteceu com o Tyr? 

Magnólia demora a responder e desvia o olhar por um minuto.

- Ele não tem mais nenhuma preocupação.- Ela sussurra. 

- Filha da puta.- Onúris rosna, batendo a cabeça contra o encosto da cadeira.

- Eu não quis matá -lo, Onúris.- Magnólia diz com a voz mais firme.- Nunca quis machucar nenhum de vocês.

- Que bom que você demonstra isso muito bem.- Oni zomba.- Ela não é uma ótima mãe, Tyr? Ah, não, espera, ele não está aqui. 

- Pelo menos o seu irmão me escuta.- Magnólia bufa. - Eu não quero repetir aquilo, não quero matar vocês. Na verdade, vim fazer uma proposta. 

Ela se levanta e vai até a mesinha para pegar as três pílulas. 

- Se eu quebrar isso, você vai esquecer de tudo o que aconteceu.- Magnólia diz, mostrando as pílulas para ele, tinham cheiro de álcool em gel.- Não vai se lembrar desses… problemas que tivemos. Vai poder começar de novo.

Onúris afastou o rosto o máximo possível daquelas coisas.

- Você quer apagar a minha memória?- Ele desdenha com um sorriso, escondendo seu medo.- Que generosidade, assim eu esqueço os motivos de te odiar tanto. 

Magnólia não parece nem um pouco irritada.

- Com isso, Onúris, você pode ter a chance de se esquecer e se libertar das dores dessa vida medíocre em que insistiu em viver. 

- Dores? Sendo um ator premiado dezessete vezes como melhor ator de cinema pela academia mais renomada do continente Leste? - Oni bufa e solta uma risada.- Sendo o primeiro ator iniciante a ser premiado logo no seu primeiro filme? Oh, por favor, tire essas lembranças de mim. Ah, não esqueça de apagar da minha memória que meu personagem ficou em primeiro lugar no ranking de personagens mais queridos da série sobre magos durante todos os anos em que a série foi transmitida graças à minha atuação impecável.

Magnólia fecha os olhos e inspira, depois abre os olhos e gira as pílulas nos dedos. 

- Se estourar elas, e se permitir sentir o cheiro, ou tomar como remédio, vai poder enxergar o poder que pode alcançar.- Ela insiste, mas mantém a voz calma.- Vai ver que você tem uma vocação maior.

Onúris não conseguia olhar para ela sem sentir desgosto e fúria, Magnólia era como um mar turbulento onde ele era obrigado a navegar com uma caravela de quinta categoria em uma viagem que parecia nunca ter fim.

- Minhas irmãs vão receber isso também? - Oni aponta para as pílulas com o queixo. 

- Sim.- Magnólia coloca o "remédio" na mão de Onúris. - Mas, depois. Primeiro, você.

- Ah, sim. Por ordem de nascimento.- Onúris comenta.- Até que é justo. 

- Vou deixar você aqui, para pensar sobre o assunto.- Magnólia diz indo em direção à porta. Antes de fechá-la, ela olha para Oni com um olhar que ele se recusa a decifrar.- Você também não vai mais sofrer pelo que aconteceu com o seu irmão.

- Quem disse que eu estou sofrendo?- Onúris pergunta com um sorriso de lado.- Eu estou até feliz. Sempre soube que se fosse matar você, ele me impediria. Agora que meu irmão não está aqui - Ele dá de ombros.- apenas aguarde, mamãe.

Magnólia fecha a porta depois de revirar os olhos, Onúris ri da forma como sua mãe o subestima. Ele não aceitará que ela brinque com ele dessa maneira.

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