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Danielle

Dani estava deitada ao lado dele. Seu marido estava virado para o outro lado, dormindo com um braço embaixo do travesseiro. Quando Danielle estica a mão para tocá-lo, para passar os dedos pela linha de sua coluna, sua mente acorda. Seu sonho vai embora e leva Tyr junto.

Todas as noites em casa foram assim desde que Danielle Alfred voltou a Gedeon. Ela deitava na cama, via Tyr deitado ao seu lado, ou já dormindo ou olhando para ela com aquele sorriso que Danielle tanto amava, ela tentava tocar nele e acordava antes de conseguir.

O terceiro sonho quase destruiu Dani por dentro, ela já estava deitada e ele apareceu no quarto, também estava de pijama, e foi em direção à ela. Seu marido se deitou ao seu lado, aproximou seu rosto do dela e sorriu. Quando estava prestes a envolvê-la em seus braços, Dani acordou e Tyr tinha sumido. Foi a noite mais fria que Danielle já teve que suportar.

Todas as noites, ela sente que a cama é grande demais, que o quarto é espaçoso demais, que o closet precisa de mais roupas ao mesmo tempo em que ela sabe que nenhuma peça que comprar conseguirá preencher o vazio que está ali. Que aquele espaço vazio estaria onde quer que Danielle fosse.

Depois de fugir, acordou perto da capital de Cyrus, com seus filhos sentados em um sofá ao lado de sua cama, Danielle não sentia mais dor, abraçou seus filhos e ficou tranquila e aliviada pelo pior já ter passado. Quando perguntou sobre o marido, foi quando seu mundo desabou. Sua visão ficou turva e seu coração pareceu quebrar ao meio.

Tyr está morto.

Ninguém contou exatamente como foi, mas Danielle sabia. Seu marido quebrou o acordo, a libertou e tentou levar a família embora, então Magnólia o matou. Dani nem se lembra da última noite que teve com ele. Quando se reencontraram, o abraço foi breve, nenhum dos dois conseguiu falar o que realmente queria e o beijo foi rápido demais. Danielle não viu problema naquele momento porque pensou que eles tinham que sair dali rápido, porque pensou que eles teriam tempo.

A última lembrança que tem de Tyr é a dele dizendo que ela tinha que ir enquanto ele segurava a megera da mãe dele. Aquela desgraçada berrou como um animal, dizendo que seus filhos se desperdiçam. Sem parar com o maldito refrão. Foi quando Éden puxou a mãe pelo braço e ela correu. O resto se resume em dor, escuridão e acordar em um mundo onde seu amor não está com ela.

Danielle nunca pensou que faria isso, mas questionou se suas crenças eram verdadeiras. Sobre a Praia de Verônia. Seus pais diziam que quando alguém morre, as pessoas, boas ou más, vão para a Praia, onde a areia é branca e macia, as águas do mar cristalinas, onde o sol ilumina sua alma e queima todos os demônios que circulam por dentro e por fora de seu corpo. Onde Céu e Mar estão em sua forma mais pura.

Pensou se Tyr realmente estaria lá, esperando por ela, se a luz daquele sol o iluminou e lhe trouxe a paz que ele tanto precisava, se espantou seus demônios. E se não fosse? E se ele realmente foi para o vazio? Se nossos corpos são apenas máquinas que estão destinadas a desligar? E se o homem que Danielle amou apenas... desligou?

Dani não queria pensar nisso, na possibilidade de nunca mais vê-lo de novo. Um dia, eles vão se reencontrar, se Céu e Mar forem justos.

Danielle Zander Alfred era agora a Chefe oficial da Família Zander, reconhecida pela Imperatriz Miriam. Sua primeira ordem foi reformar a mansão Bracken para que qualquer resquício de Magnólia fosse apagado dali.

Aquela mulher não deveria ser lembrada, Céu e Mar teriam trabalho em eliminar todos os demônios que habitam dentro dela para assim deixá-la ir para a Praia. Algumas paredes brancas eram pintadas, algumas peças de decoração trocadas, os lustres de metal também foram retirados.

O quarto da sogra de Danielle seria transformado em algum outro cômodo totalmente diferente que ninguém conseguiria associar Magnólia à ele.

[...]

Dani foi para a estufa, onde haviam várias rosas e outras flores, as magnólias foram arrancadas por ela mesma com as próprias mãos e a própria raiva. Era lá onde Danielle tomava café por uma razão simples, quase todos os cômodos daquela casa ou estavam poluídos pela memória de Magnólia ou traziam à memória momentos de Dani com o marido, às vezes é bom, outras é doloroso demais saber que não passarão de lembranças.

Danielle também se dedicou a ajudar na caça à desgraçada, e não foi a única. Éden e Cori se candidataram a soldados contra a vontade da mãe, mas ela não poderia obrigá-los a ficar, eles já eram maiores de idade e não precisavam da autorização dela para entrar no esquadrão, mas Danielle ainda se preocupava como se eles fossem crianças. Tudo o que podia fazer agora era rezar a Céu e Mar para que os filhos e as sobrinhas ficassem bem.

- Chefe Zander?- Seu secretário chama, já era idoso e veio de Therese. Usava um terno azul bem escuro, camisa branca e gravata vermelha.- Está tudo pronto para o julgamento.

Esses são alguns dos momentos em que Danielle sente um pouco da dor diminuir.

- Ótimo.- Ela diz fechando a pasta e tomando um último gole do café amargo.

[...]

Na constituição de Escarion, se tratando das Três Famílias Primordiais, quando um deles cometia um crime, teria que ser respondido perante o Chefe atual da Família do criminoso. Fica a critério do Chefe como será o julgamento, que agora é a Danielle.

Ela poderia decidir que a Imperatriz Miriam deveria se encarregar da punição, ou a própria Senhora do Oeste poderia tomar o comando do julgamento para si, mas ela deixava Dani decidir o destino dos traidores de sua família. Danielle Zander Alfred nunca fora tão grata à Imperatriz como é agora.

Ela usava um vestido branco justo no tronco e com uma saia de fenda que mostrava uma calça de veludo preta por baixo, com flores roxas na barra do vestido. Não tinha mangas, apenas uma gola alta que cobria metade do pescoço de Danielle.

Diante dela, estava um homem identificado como um dos informantes de Magnólia. Dani sabia bem quem era, foi ele quem avisou a sua sogra que o filho planejava prendê-la. Ele é um dos responsáveis pelo que aconteceu à Família Zander.

- Você está sendo acusado de traição, chantagem, assassinato e conspiração.- Danielle diz com a voz imperiosa.- Sua traição e lealdade à uma traidora custaram muitas vidas, incluindo a do Chefe legítimo da Família Zander.

Essa última frase fez o estômago de Danielle se revirar, ela não chegou a ver o corpo do marido porque Magnólia o levou consigo, mas os soldados que estavam ajudando na captura foram testemunhas, foi tão rápido que ninguém conseguiu fazer nada. Um deles disse que os dois, Danielle e Tyr, caíram ao mesmo tempo.

- Também devo mencionar os registros que encontramos de desvio de dinheiro para uma conta privada?- Ela perguntou ao homem algemado em uma mesinha de madeira, ele estava com um macacão cinza com um número costurado no bolso do peito, já tinha sido preso há duas semanas.

O homem abaixa a cabeça e Danielle tem vontade de mandar alguém levantar o rosto dele para olhá-la nos olhos. Onúris disse à ela uma vez antes de deixar a capital, os aliados da Magnólia têm medo dela e fariam qualquer coisa para não entrar na sua lista de incômodos. Ela conseguiu o medo deles para evitar traições, agora Danielle teria que aturar um bando de covardes para responder aos julgamentos.

- Senhora, por favor, peço que se ponha no meu lugar. - Ele pede com a voz contida.- Você sabe o que é ser obrigado a conviver com aquela mulher.

- Eu sei e não tive escolha nem chance de agir, mas o senhor teve ambos.- Danielle respondeu, impassível.- E escolheu trair aos verdadeiros Chefes da Família Zander, trair sua majestade, ser cúmplice em dezenas de assassinatos e compartilhar informações sigilosas com o inimigo.

Dani para de falar para evitar ficar com mais raiva do que já estava, ela se recosta na cadeira e inspira um pouco de ar pelo nariz. Mantendo a calma. É como no meu trabalho, se eu me alterar, não vou ser a única prejudicada. Ela se lembra. Seu trabalho não era apenas prender traidores, Danielle tinha que restaurar a honra da Família Zander para os que eram inocentes.

- Suas defesas já foram encerradas, a solicitação de sua prisão perpétua já foi aprovada pela Imperatriz Miriam Minori.- Danielle diz com o queixo erguido.

O homem arregala os olhos e é erguido por dois guardas, ele tenta ir até Dani, mas é arrastado para trás enquanto sua filha fica aos prantos em uma cadeira no canto da sala. Danielle permitirá que ela visite o pai, mas não estava disposta a amenizar nada para ele na prisão. Nenhum deles.

Os julgamentos continuaram, quarenta e cinco pessoas no total, das quais os que foram condenadas a prisão perpétua cumprirão a sentença na Ilha de Ferro e outras sete foram mandadas para prisões comuns, o resto foi condenado a noventa e sete anos de prisão e todos os seus bens e contas em seus nomes foram bloqueados. O dinheiro seria gasto para bens sociais, como diz a lei.

Danielle se levantou cansada, mas aliviada por parte disso ter terminado. Resolveu cumprir o resto de seus afazeres em casa, ao chegar no escritório que era apenas dela, o destinado ao Chefe da Família Zander também estava sendo reformado, ela liga a televisão no jornal internacional. Uma foto de Magnólia está estampada ao lado do jornalista que diz que sete bases dela já foram derrubadas e recuperadas para a glória do Império Íris, mas ainda não há notícias dos filhos mantidos como reféns.

Assim, aparecem as fotos de Héstia, Onúris e Lídia. Danielle conseguiu garantir as fotos que seriam divulgadas pela mídia, a de Onúris é uma dele recebendo um prêmio com um sorriso alegre no rosto e lágrimas nos olhos; a foto de Lídia deu trabalho, mas Dani conseguiu uma foto dela no hospital fazendo anotações, vestindo o jaleco e um estetoscópio em volta dos ombros; a foto de Héstia é de quando ela recebeu o cargo de governadora de Liadain e usava um terno preto que mostrava seu decote e com espinhos de cobre nos ombros. "A governadora mais estilosa da história", ela disse que seria.

Danielle sente o coração se apertar por eles e piora com a continuação da matéria. A jornalista, que também apresentava, diz que os soldados encontraram um corpo guardado em uma gaveta.

Os segundos que levaram para a maldita mulher dizer que o corpo não era de Tyr pareceram horas, Danielle já estava prestes a desligar a televisão quando finalmente disseram. Mesmo assim, ela ainda sentia algo apertando sua garganta. O que Magnólia fez com o corpo? Onde o escondeu?

Danielle tinha pesadelos com seu marido perdido no escuro, abandonado, perdido, e ela tentava ir até ele, mas era sempre impedida por uma parede invisível enquanto assistia Tyr ser afogado pela escuridão. Ela temia que isso fosse um sinal cruel de que seu marido não foi devidamente sepultado. Dani desliga a TV, não assistiria o jornal até essa situação se amenizar.

Então, tentando aliviar sua dor, conferiu os arquivos de seu trabalho anterior para se distrair, tudo nos conformes, graças a Céu e Mar.

Antes, apenas as pessoas do Oeste queriam se mudar para Escarion; depois, quando a Guerra do Alvorecer estourou, até mesmo os escarianos fugiram do país. Agora, apenas algumas pessoas do Império vizinho ainda atravessavam o mar na esperança de encontrar melhores condições de vida aqui. Danielle garantiu que eles encontrassem facilidade em se instalar, sua equipe manteve isso mesmo com sua ausência.

Alguém bate na porta, Dani fecha uma pasta vermelha e olha para o seu secretário.

- Minha senhora, Magnólia Zander esteve aqui.- Ele diz ao lado de uma empregada que trabalhava na mansão.

Danielle levanta, furiosa.

- Onde?- Ela pergunta, indignada por ninguém ter notado.

- Entrou nos quartos, mas até agora não demos falta de nada.- A empregada responde.

Dani sai apressada do escritório, indo até seu quarto. Alguns arquitetos e decoradores estavam no corredor, ainda sem ter noção da invasão.

- Chegou a entrar no meu quarto?- Ela pergunta antes de abrir as portas, olhando para o secretário.

- Não verificamos ainda.- Ele responde, contido.

Danielle entra no quarto intacto, olha ao redor e abre as cortinas que estavam fechadas. Tudo estava do jeito que ela deixou. Se fosse uma Zander de sangue, poderia detectar alguma coisa com o poder do magnetismo. Ela abre o closet e confere as roupas e gavetas dela, respira fundo e verifica as roupas de seu marido que ficaram depois que ele foi forçado a deixar Gedeon.

Os ternos, as camisas, calças e acessórios. Apenas uma coisa que não estava ali antes aparece em destaque.

Em Escarion, as alianças têm diversos modelos, mas em Cyrus elas são de um mineral que parece mármore azul claro com veias brancas e um cristal branco retangular, simbolizando Céu, que os mantém unidos. "Não importa onde vocês estejam, sempre estarão juntos pois o mesmo céu estará sobre vocês." Foram as palavras que Dani ouviu no seu primeiro casamento.

Danielle Alfred e Tyr Zander se casaram duas vezes, uma em Cyrus e outra em Escarion, e ambos usavam duas alianças. A de Escarion era de ouro com um fio de cobre no interior dela, a de Dani tinha uma pedra de diamante pequena e a do Tyr não tinha, ficavam no dedo anelar e as de Cyrus no dedo indicador.

Em uma das gavetas do marido de Danielle, estavam as duas alianças que ele usava. Limpas, sem sangue ou qualquer resquício de sujeira. Dani pega os dois anéis como se fossem de areia e pudessem desmanchar ao toque, ela os aproxima mais de seu rosto como se de alguma forma pudesse sentir seu amor ali. Danielle imagina Tyr na frente dela, segurando suas mãos entre as dele com a testa encostada na sua.

Ela fecha os olhos, se agarrando às memórias de sua voz, seu toque, seu gosto e seu carinho. Porém, não passam de sensações que ela nunca sentirá de novo.

- Me deixem sozinha.- Diz com a voz dura para o secretário e a empregada.

Assim que eles saem, Danielle leva as duas alianças ao seu coração, junto com as próprias. Se ajoelha, olha para cima, para baixo e finge pegar um pouco de água do mar com as mãos. Ela passa os dedos pelas alianças do seu marido, imaginando-as em seus dedos. Lembrando dos dedos de Tyr entrelaçados nos seus, algo que Dani não sentia há anos.

Danielle se levanta, vai até suas gavetas de jóias, procura uma corrente prateada simples com o pingente de um rubi e retira a pedra para colocar as alianças ali.

Ela coloca a corrente no pescoço e esconde as alianças por baixo da roupa, junto ao coração. Ainda não entendia porque Magnólia colocou os anéis ali, ainda a caçaria e faria o possível para ela apodrecer numa cela com apenas um penico como companhia, mas aquelas alianças eram uma lembrança de Tyr. Danielle não jogaria aquilo fora.

Ela não vai me abalar com isso. Dani pensa ajeitando a gola de seu vestido.



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