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QUARENTA E TRÊS - Por Rosa

Entrei em casa mas me sentia como se ainda estivesse em Trindade. Eu e Valente sozinhos na cabana, o poder daquele olhar azul, capaz de me fazer estremecer dos pés a cabeça, suas demonstrações seguidas de carinho. Definitivamente havia algo acontecendo, nele eu só podia suspeitar, já em mim, tinha certeza. As sensações me pegavam com frequência, de um fio de cabelo até a ponta dos pés, bastava qualquer gesto, por mais singelo que fosse, como o encaixar de uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, e a carícia de seu dedo em meu rosto me deixar em frenesi. Fechei os olhos e sorri feito uma besta. Sacudi a cabeça para me livrar daquilo. Mas logo voltei a imaginar o que teria acontecido se Isis não tivesse nos interrompido.

Sei lá o que ela supôs ao nos flagrar na piscina natural. Cheguei a ter medo quando a vi descer do carro, parecia a garota do Exorcista, pensei que o pescoço dela daria um giro de 360O.

Mas não queria me preocupar com nada. Apenas curtiria a felicidade que percorria meus poros. Então ignorei o motivo óbvio da alegria, ciente de que começava com a letra "V" e terminava com "alente".

A mochila pesava mesmo uma tonelada, joguei-a no sofá e percebi que meus ombros arderam ao se livrar da alça.

Droga. Esqueci de passar o protetor hoje de manhã.

Nem liguei, porque a semana prometia, afinal, eu organizaria uma feira de livros!

Como sempre, minha casa estava um puro breu, tudo apagado, por causa da mania do meu pai. Fui acendendo as luzes enquanto andava até o corredor e ouvi a voz dele vindo da cozinha.

O tom exasperado me fez frear antes de abrir a porta.

— Eu estou te falando, Augusto. Eu não sei o que ele ganha com isso, mas esse moleque está querendo me prejudicar. — O tom exasperado me fez frear antes de abrir a porta. — E eu não vou deixar isso barato!

Ouvi um ruído seco e em seguida o tilintar de talheres. Meu pai provavelmente socou a mesa.

— Calma, Vitor. Você não tem mais saúde pra se estressar com essas coisas. E a Rosinha depende de você – disse nosso vizinho.

— Por isso mesmo! Se esse moleque pensa que pode me prejudicar só porque é filho do dono, ou porque acha que seus músculos me assustam, vai descobrir logo, logo, que está muito enganado.

Escancarei a porta. Sequer me importei em fingir que não escutava.

— Do que você está falando, pai?

Ele e Augusto arregalaram os olhos.

Sim, voltei de viagem e ouvi tudo. Não adianta tentar me esconder.

— Ele só está preocupado, Rosinha. —Augusto massageou a têmpora. — Como sempre.

Meu pai tirou os óculos e esfregou o rosto. Depois apoiou os braços na mesa de madeira e respirou com força. Seu peito inflou e esvaziou visivelmente. Comecei a ficar nervosa. Ele agia de modo muito semelhante ao da vez em que tivemos que correr para o hospital.

— Pai! O que você tem?

Ele puxou o ar com força e soltou devagar enquanto se sentava. Seu rosto parecia ficar mais vermelho a cada segundo, me aproximei e coloquei a mão em suas costas, ouvir um chiado em seu peito.

— Pai, vamos pro hospital? — Falei baixinho.

Ele respirou fundo de novo, parecia estar considerando o meu pedido.

— Vou tirar o carro da garagem! – O Sr. Augusto nem esperou, levantou rápido e saiu da cozinha.

— O remédio da pressão. –- Quase não entendi o que meu pai falou, sua voz era um fio. —Pega pra mim, filha. Guardei no armário do banheiro.

Corri desesperadamente. Abri o armário, peguei várias caixas, e no nervosismo, derrubei algumas pelo corredor. Catei todas o mais rápido que pude e voltei à cozinha, pude ouvir o motor do carro parado ao lado de fora. O Sr. Augusto ajudava meu pai a levantar, ele mantinha as mãos no peito, como se tentasse impedir o próprio coração de explodir. O Sr. Augusto o amparava.

— Fique calma, Rosinha. —Ele tentou me acalmar quando os alcancei. — Seu pai precisa de um médico. Vou levar vocês.

Meneei em resposta e os segui. Esperamos pouco tempo na varanda. Meu pai respirava como um asmático, enquanto eu segurava umas dez caixas de remédio nas mãos, completamente perdida, sem saber o que fazer.

Entramos no carro e comecei a inspecionar os remédios para descobrir qual era o indicado para pressão.

— Qual deles, pai? — Mostrei várias caixas na minha mão, ele apontou com o indicador. Entreguei o comprimido ao meu pai que engoliu com saliva.

Meu Deus, ele não consegue nem falar!

Seu estado parecia mais grave que da última vez. Normalmente ele escondia os sintomas para não me deixar preocupada, o fato de ele não ser capaz de mascarar me fez considerar o risco real para sua vida. Cerrei os olhos lutando para não pensar em desgraça. Tudo ficaria bem. As coisas se ajeitariam. Minhas mãos transpiravam no colo. Mordi tanto a língua que senti gosto de sangue na boca.

Descemos do carro. Corri aos tropeços e pedi ajuda na recepção enquanto meu pai e o Sr. Augusto vinham atrás. Ele praticamente se arrastava. Parecia prestes a desmaiar quando espiei por sobre os ombros. Minha vista escureceu, por pouco não caí de costas. Mas reuni forças não sei de onde e me mantive de pé.

Uma enfermeira apareceu empurrando uma cadeira de rodas. Meu pai se sentou e foi encaminhado para uma sala aos fundos.

Sentei de novo naquele banco de plástico. Quando cadeiras de hospital se tornam familiares, percebemos que o problema é grande.. Funguei para segurar as lágrimas antes de preencher os formulários do hospital. O Sr. Augusto enxugou a testa e sentou ao meu lado no meio de um suspiro. Fiquei sentada, balançando as pernas e roendo as unhas. Pensei no quanto me tornava impotente diante dessas situações. E meu pai era um teimoso de carteirinha. Insistente, workaholic e estressado, que nunca seguiria as recomendações médicas.

Ai, pai, por que você não consegue relaxar?

Abracei o tórax e deixei as lágrimas rolarem. Foi a segunda vez que corremos para o hospital em menos de um mês. Enquanto permanecêssemos em Itaipava, tudo indicava que a tendência era piorar. Gastão fechava o cerco. Sem dúvidas meu pai e Augusto se referiam a ele quando cheguei.

Por que esse ser humano infeliz não deixava a gente em paz? Meu pai jamais pediria demissão. 

Ele continuaria se exaurindo até seu próprio corpo jogar a toalha branca. Só que não existia nada mais importante que a sua saúde. Eu preferia ajustar minha expectativa à realidade do que perdê-lo. 

E aceitei a minha saída. 

Mesmo se eu precisasse desistir do sonho. Desistir de ingressar na única faculdade de cinema em São Paulo com certificado da American Film Institute. 

Com certeza haviam outras universidades semelhantes, que também ofereciam bolsa integral. Então, fiz uma promessa naquele instante. A mim, a vida, aos Céus, a Terra e à qualquer coisa que pudesse intervir ao meu favor.

Por favor, se meu pai ficar bem, vou conquistar uma bolsa de 100% em alguma faculdade de cinema em São Paulo. E nada vai me tirar do caminho.

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Olá meus amoresss! Já estou com dó da Rosa, e vocês? No próximo capítulo vou trazer uma surpresa... Hummm, o que será?

beijosss

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