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QUARENTA E SEIS - Por Gastão

Sentei no banco de madeira e cocei o rosto por dentro da máscara com furos para os olhos e a boca. Estava de saco cheio daquela vidinha de agiota em Itaipava, de conviver com um bando de pés rapados. Não existia ninguém ali, além de mim, com objetivos maiores ou ambições na vida. Olhei para a mulher que tremia e transpirava na cadeira. Claro, agora ela sentia medo. Ninguém parecia prestar atenção aos meus avisos, até levar o primeiro susto.

Seres humanos, todos medíocres.

— Larga a tesoura na mesa e fica de vigia dessa daí, Carlão. — Massageei o rosto e soltei o ar com força. — Vou dar uma pausa. Bota a mordaça também que não tô com saco pra mulherzinha chorando.

— Já é, chefe.

Deixei o galpão e subi para o escritório, no andar superior da Taberna do Soberano. Pelas três ligações perdidas no meu celular e pelo DDD, coisa boa não viria. Nunca vinha coisa boa do coroa. Desenrolei a máscara do rosto e sequei o suor da têmpora. Detestava usar aquilo, mas era um mal necessário para ocultar minha identidade.

Me preparei para conter o impulso assassino, que só o coroa era capaz de despertar e retornei a ligação. Pressionei o botão do viva voz, larguei o aparelho na mesa e peguei a seringa de 3ml na gaveta. Estava habituado a injetar os ciclos de anabolizantes em mim. A agulha sugou o líquido da ampola enquanto o telefone chamava pela terceira vez. Claro, agora ele se faria de difícil, não me atenderia. Umedeci o algodão com o álcool 70 e desinfetei o braço.

— Ah, então o maricas resolveu dar as caras. Pensei que precisaria mandar um segurança atrás de você. — Quase quebrei a agulha na pele, quando a voz prepotente do coroa irrompeu pelo viva voz.

— Você sabe que ligou pra mim, Gastão, não sabe?

— Sei muito bem. Falo com o irresponsável do meu filho. O moleque que só me trás arrependimento e vergonha.

— Isso é uma piada?

— Piada é você se julgar merecedor de alguma consideração ou respeito, depois do papelzinho ridículo que prestou diante das câmeras de segurança da loja. — Ele não se exaltou ao falar, me tratava como se eu fosse mais um funcionário qualquer. — E pensar que fui burro de acreditar que você tinha amadurecido, que levaria o trabalho a sério. Mas quer saber? O maior burro é você, Gastão. Qual é o seu problema, esqueceu das câmeras? Estava drogado? Ou os esteroides começaram a afetar seu cérebro?

— Não sei que palhaçada é essa que você está inventando. — Tentei soar calmo, não havia como ele saber, podia ser um blefe.

— Oh, coitado do meu filho com deficiência de aprendizado. Além de tudo é inocente. — Ele soltou uma risada sarcástica e isso fez meu sangue ferver. — Agradeça a eles por não terem dado entrada em um processo judicial. Dá pra ver nitidamente nas câmeras que é você trocando as etiquetas nas caixas do almoxarifado.

— Eu não...

— Cala a boca e presta atenção. Você está demitido! E ouça meu último conselho, arranje um emprego na academia ou volte pra escola, Gastão. Eu quero você longe das minhas franquias. — O escroto rosnou. — Se eu souber que botou os pés perto de alguma delas, você vai se arrepender. Se ocupe de algo que seu cérebro limitado seja capaz de executar, porque as próprias planilhas que me enviou, seriam melhor elaboradas por uma criança de 4 anos.

O celular sobre a mesa entrou em silêncio. Meu cérebro batalhava com minhas entranhas. Não dava para digerir nada daquilo. E não dava para negar. Diante do problema maior, até as ofensas do coroa escroto encolheram drasticamente.

Eles olham as câmeras todos os dias?

Quase quebrei a mesa com o soco. Assim que o fiscal não encontrou nada de errado, eu soube que alguém havia trocado as datas nas etiquetas, mas até então, era só isso. Um dos dois havia percebido a sabotagem e agido rápido. Pensando bem, só podia ter sido a garota. O gerente chegou de São Paulo naquela noite, seria impossível que tivesse tempo de perceber.

Isabela Rosa, sua vadiazinha. Farei você implorar por perdão.

Mas se ela enviou o vídeo ao coroa, então o pai dela colaborou. Talvez o babaca do Valente também tivesse alguma participação. Não bastou a aparição do cabeludo no drive in e o papel de idiota que me fizeram passar. Eles obviamente armaram aquilo, queriam se livrar de mim.

Joguei as ampolas na mesa e desci. Abri a porta do galpão e Carlão levantou assustado. Esvaziei o peito. Precisava de algo para me acalmar. A raiva em excesso, me levava a cometer deslizes. O ódio desceu como veneno quando o engoli.

— Segura a cabeça dela — dei a ordem ao meu comparsa.

A mulher choramingou e arfou ao mesmo tempo. Acertei um tapa com o dorso da mão no rosto da mulher.

— Não gosto de cabelo loiro falso, sabia? Prefiro as morenas.

Sorri para a mulher desesperada, e afivelei os cintos da cadeira nos pulsos e nos tornozelos dela. Carlão me observava em silêncio. Apertei mais a mordaça na boca da mulher e busquei a tesoura na mesa. Um desejo esmagador me percorreu quando imaginei o rosto de Rosa nela.

— Se eu fosse você, ficava bem paradinha. — Falei com calma. — Senão, posso acabar cortando algo além do cabelo. A tesoura está perto, muito perto do seu pescoço e acho que não vai gostar de um corte nas orelhas.

A mulher soltou um murmúrio abafado. Isso me fez rir.

— Ah, falei errado... quis dizer um corte na altura das orelhas. — Acabei rindo.

Enrolei o longo cabelo da mulher no punho e cortei um palmo de uma só vez. A mulher estremeceu.

— Quer ajuda aí, chefe? — Carlão chegou a esbarrar em meu ombro, me encarava de olhos arregalados, era um frouxo.

— Vaza daqui. — Lhe dei uma cotovelada.

— Mas...

— Vaza!

Carlão saiu e cortei mecha a mecha do cabelo da mulher, sem me demorar. Não havia pressa dessa vez. A cada clique da tesoura, ela soltava um espasmo. Eu chegava a transpirar, minhas mãos tremiam dominadas pela ira. Concluí o trabalho e conferi o resultado. A ordinária parecia um filhote de urubu. Aquele corte de cabelo cairia muito bem em Rosa. Puxei o banco de madeira e me sentei diante da mulher. Ela arregalou os olhos.

— Depois vou trazer um espelho pra você admirar o resultado. Viu como sou bonzinho?

A mulher não se mexeu.

— Eu fiz uma pergunta! — Cerrei o maxilar e lhe acertei um soco no estômago. — Responda!— Ela se contraiu.

A mulher meneou concordando.

Demitido. Estou demitido. Humilhado pelo coroa. Feito de babaca por uma garotinha. Cobra. Dissimulada.

Acertei outro soco na mulher. No tórax. Lembrei do soco inglês de ferro no bolso. Se o usasse, causaria umas belas fraturas nas costelas dela.

Enterrei o rosto nas mãos e me dei conta do erro. Movido pela ira, esqueci de vestir novamente a máscara de ninja. E aquela mulher não poderia sair dali com minha fisionomia na memória. Massageei o maxilar. Agora era tarde. Cheguei ao limite. Ao meu limite. De certa forma, foi o estímulo que eu precisava.

Abri e fechei a tesoura no ar. Em seguida, arranquei a mordaça da mulher. Agora eu queria ouvir os seus gritos. A dor dos outros me acalmava.

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GENNNNNTE! Que psicopata!!!!

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