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QUARENTA E NOVE - Por Rosa

O pânico de ontem ainda era palpável, nem mesmo a feira de livros que corria tão bem, exigia o bastante da minha atenção para me distrair. Bastava eu fechar os olhos para rever o galpão repleto de aparelhos de tortura.

Olhei para o gramado do castelo e sorri. Os estandes das escolas, lado a lado, estavam todos com filas, e pela quantidade de pessoas que se cadastravam para ter acesso ao acervo, muito em breve a biblioteca do castelo ficaria lotada de visitantes.

As barraquinhas de comida preenchiam o ar do dia ensolarado com um aroma saboroso de fastfood. Quando uma gota de suor escorreu pela minha nuca, percebi que já estava há bastante tempo torrando no sol. Fiz um coque no cabelo, o prendi com uma caneta e saí em busca de algo para comer. Depois de comprar um espeto de churrasco e um copo de mate, procurei um canto escondido para tirar a hora do almoço.

Sentei na grama atrás de uma árvore e devorei a comida. Sentia as pálpebras arderem de sono. Claro que eu não havia dormido nada. Como? Depois do filme de terror que assisti ao vivo ontem? Suspirei e meneei a cabeça. Eu precisava parar de pensar naquilo, ou comprar uma espada de samurai e garantir minha própria segurança.

— O que está aprontando escondida aí, Isabela?

Pelo visto, não me escondi bem o bastante. A sedução personificada andava em minha direção, Valente. Só para testar minha pobre resistência, ele vestia uma blusa de algodão azul, colada no peitoral de super-homem. Uma capa vermelha me convenceria de vez. Tinha o cabelo comprido preso em um rabo de cavalo e sua barba parecia menor. Ainda comprida, mas em vez de chegar ao peitoral, agora terminava no pescoço. Titubeei.

Meu batimento acelerou em um ritmo que me dizia o óbvio, eu não tinha mais forças para resistir. Passei a manhã toda tentando evitá-lo. Na verdade, eu não sabia mais o que fazer para controlar o que sentia quando ele se aproximava. E eu tinha plena certeza que, se ele tentasse mais alguma coisa, eu ficaria muito feliz em deixar.

Assim que ele parou na minha frente, levantei pronta para inventar uma desculpa e correr.

— Espera aí, o que foi? — Valente segurou meu pulso.

— Preciso voltar para o estande — falei olhando para o chão, não podia encará-lo. — Já terminei de almoçar.

— Estou a manhã inteira pensando em você. — Ele soltou, do nada.

Eu ouvi isso mesmo? Ou tinha alguma droga no churrasquinho?

Valente fitou os pés. Ele estava com aquela cara de menino perdido, a expressão de cachorro abandonado. Meu coração encolheu até ficar do tamanho de uma aveia.

Resista, Rosa, você consegue!

Pude sentir meu corpo inteiro aquecer. Ele ergueu o olhar e me fitou de uma maneira que varria minha consciência para longe.

Eu tentei me mover, mas meus pés colaram na grama e se recusaram a sair de perto dele. Valente me fitava com suas safiras e seus cílios espessos, o olhar que me fazia tremer.

— Pensando em mim? — Alguma luz divina me iluminou e consegui perguntar.

— Parece que é só isso que consigo fazer ultimamente.

— Co...mo? Quê? – Vou morrer! Ele está se declarando, ele está se declarando!

— Eu não paro de me preocupar com você. Estou obcecado em saber se você está bem, quero saber o que você comeu, o que fez, com quem falou, onde está quando não estou contigo. Fico pensando como andam seus estudos para a bolsa na faculdade, como anda o seu pai... No que vocês vão fazer se o desgraçado do Gastão reaparecer.

Ele franziu o cenho. Fui totalmente arrebatada pela declaração e as respostas acabaram se embolando na língua. Pensei no que falar. Quis dizer que tudo que ouvi também acontecia comigo.

— Eu...eu... — Travei.

Ele pareceu ansioso quando me encarou. Me deu alguns segundos para continuar a falar, mas minha alma havia deixado o corpo.

— Eu penso o tempo todo, Isabela. Nesses seus olhos amendoados de coruja, nessa sua língua afiada, nessa sua teimosia... — ele se aproximou mais e acariciou meu rosto. — A verdade é que tem uma coisa que eu preciso fazer desde aquele dia em Trindade, ou vou acabar enlouquecendo.

Engoli em seco. Eu soube exatamente ao que ele se referia. Eu provava daquele mesmo desespero. Era a atração insana, que sobrepujava tudo ao redor quando ficávamos sozinhos.

Valente abriu um sorriso irresistível e colou o corpo no meu. Sem permissão, removeu a caneta que prendia meu cabelo em um coque e os fios caíram por meus ombros. Ele os empurrou gentilmente para trás e cravou seus dedos macios em minha nuca, onde moveu o indicador algumas vezes me provocando arrepios. Fitei de perto suas safiras intensas, que ao mesmo tempo transbordavam uma ternura delirante. Ele trouxe seus lábios quentes para os meus, e me deu uma leve e doce mordida, antes de mergulhar a boca na minha. Perdi tudo. O ar, o raciocínio, o autocontrole, e afundei naquela imensidão. Dei um salto sem volta enquanto fui arrebatada por seu beijo ardente. Apaixonado. Devorador.

Fui embriagada por ele. O perfume, os lábios, o abraço. Envolvi o pescoço dele, e mesmo estando colados um ao outro, senti que precisava ficar mais próxima. Suas mãos desceram por minhas costas, ele mordeu meu lábio inferior e me engoliu de novo com sua boca macia. E então, percebi uma semelhança avassaladora no beijo dele, como se nós já tivéssemos feito isso antes.

Mas onde? Não é possível, eu jamais esqueceria. Será que eu pirei?

Dei um passo para trás e o encarei confusa. Se eu perguntasse, daria uma péssima impressão. Ele ergueu uma sobrancelha e me puxou pela cintura, depois encaixou uma mexa do meu cabelo por trás da orelha.

— O que foi, corujinha? — ele perguntou com sua voz marcante. — Arrependida?

Balancei a cabeça em negativa, com um sorriso besta no rosto.

Ele cruzou as mãos atrás das minhas costas.

— Sabe, eu estava pensando. O que acha de nós...

— Eu sabia! Sabia, Rosa! — Uma voz histérica fez com que eu e Valente e eu olhássemos para o lado, nos repelimos com o susto.

A bomba Isis caía a alguns metros e não poderíamos desativá-la. Uma explosão inevitável.

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Gennnte! Ninguém merece brigar por homem, né?

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