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QUARENTA E DOIS - Por Valente

Valente

Na viagem de volta, a tensão entre Isabela e Isis dentro da Land Rover era quase palpável. Suspirei quando depois de cinco horas desconfortáveis, finalmente chegamos à Itaipava. Fiz questão de deixar Isis em casa primeiro, poque queria ficar a sós com Isabela, óbvio que Isis não pareceu gostar muito, pelo visto, uma ida ao drive-in já a fazia pensar que possuía algum direito de posse sobre mim.

Mas também, culpa de quem? Só faço cagada.

Praguejei mentalmente ao refletir sobre as burrices que cometi. Parecia um cachorro correndo atrás do próprio rabo. Passei anos naquela luta comigo mesmo para me afastar emocionalmente do mundo, somente para por tudo a perder?

Isabela soltou o ar quando Isis bateu a porta do carro contrariada. Notei que ela me olhava de soslaio. Desde o momento em que fomos interrompidos por Isis na piscina natural, eu quase podia ouvir o cérebro dela se emaranhar em dúvidas. Como o meu. O som de Avenged Sevenfold no rádio não preenchia em nada o silêncio pesado.

Sacudi a cabeça e girei o volante em direção a rua de Isabela. A Land Rover tremeu no chão de paralelepípedo. Estacionei em frente à grade azul e puxei o freio de mão. Ela parecia incomodada, como se de repente estivesse assustada por estarmos sozinhos. A verdade é que eu também estava. Havia planejado algo para dizer quando estivéssemos a sós, e de repente, me vi constrangido.

— Obrigada pela carona. —Ela agradeceu enquanto tirava o cinto.

— Só trouxe vocês para garantir que não percam o trabalho amanhã. – Provoquei Isabela com a piada sem graça para esconder o nervosismo. Quando ela puxou a maçaneta para descer, derrubou a bolsa de praia que levava no colo.

Prendi uma risada ao ver os pertences se espalharem pelo banco. Enquanto ela catava, contornei a Land Rover pensando em alguma deixa para dizer o que planejava e abri o porta-malas. Ela parou ao meu lado instantes depois.

— Pode deixar que eu levo a mochila.

Ignorei a tentativa dela de se mostrar forte e passei a alça no ombro.

— Vou carregar até a porta – anunciei enquanto andava devagar para ganhar tempo. – Pelo peso, posso dizer que ou você pretendia se mudar para Trindade, ou tem um corpo aqui dentro.

— E você? Trocou de cueca pelo menos? — Ela resmungou atrás de mim.

— Posso te mostrar se você quiser. — Espiei por sobre os ombros.

Isabela corou e não respondeu. Paramos no portão e ela estendeu o braço para segurar a mochila. Me aproveitei da sua falta de palavras e acomodei uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. Depois a fitei, sério, e finalmente pronunciei o discurso já memorizado:

— Isabela — limpei a garganta. — Quer me ajudar na organização da primeira feira de livros do Castelo?

— Jura?

— Sim.

O sorriso que ela abriu em resposta, foi o suficiente para me convencer de que fiz a escolha certa.

— Mas como funciona? O que precisaremos fazer?

— Nada demais. A ideia do evento é divulgar a abertura da biblioteca ao público. Era um sonho da minha mãe. — Soltei a informação sem querer. Limpei a garganta e prossegui. — A catalogação do acervo está quase finalizada, vou pedir a ajuda de Isis com isso. Eu vou acompanhar a restauração da antiga entrada da biblioteca pela parte de trás do castelo e você ficará responsável por organizar a estrutura das tendas no gramado, a divisão por categorias e o contato com escolas.

— Obrigada. Eu vou adorar! — Os olhos de coruja dela brilharam, senti algo aquecer dentro de mim.

No que me pareceu ser um ímpeto de felicidade, senti os braços de Isabela envolverem meu pescoço. Fechar os olhos foi involuntário com o toque. O perfume floral dela me preencheu e suspirei. Percebi que o abraço me causou um tipo de alívio. O contato entre nossas peles me provocava uma espécie de choque. Eu não podia negar a existência da faísca, mas quando o desejo ameaçava vir à tona, eu ouvia instantaneamente o passado em meus ouvidos.

"Não deixe nenhuma outra mulher amar você, Tiago. Há algo em você que as destrói."

Detestava essa recordação, era o discurso do meu pai. Soltei Isabela e me despedi enquanto entrava de volta na Land Rover:

— Amanhã alinhamos os detalhes.

Não aguardei pela resposta. A voz de meu pai ameaçava minha paz. Repetia as palavras daquela tarde horrível. Nunca mais me senti o mesmo depois do que descobri, quando ele me confidenciou o que aconteceu de verdade à minha mãe. E isso me deixou com uma mancha na alma. Uma marca profunda e enraizada demais para ser removida. No entanto, concordei com as palavras dele na época.

Concordo até hoje.

A Land Rover tremeu novamente até deixar os paralelepípedos e chegar ao asfalto. Mesmo com o pedido de desculpas do meu pai no dia seguinte, algo se alterou dentro de mim. Lembrei-me do que senti, uma espécie de ressecamento nas entranhas. Uma dor que gritou forte por um tempo, até se calar pouco a pouco e se perder em um túnel escuro, um lugar que eu jamais ousava visitar. Deixava a memória lá, úmida e empoeirada.

Alcancei a estrada BR-040 e apertei o volante. Bruce despertou da hibernação no banco de trás e latiu. O que havia de especial em Isabela? Ela parecia exercer um poder inexplicável em todos os meus esconderijos. Algo nela me fazia desejar abrir as janelas, para sentir a luz invadir os túneis escuros e me expor de uma vez. Contar aquilo. Mas tão rápido quanto a vontade de me aproximar aparecia, ela se perdia no medo.

Eu não tinha a certeza de estar pronto. Qualquer outra mudança poderia trazer reações desagradáveis. Aprendi desde pequeno que me permitir ter sentimentos, às vezes era a pior escolha a ser feita.

***

Destravei o portão automático e guardei a Land Rover na garagem. Bruce correu feito um louco quando abri a porta. Puxei a corrente debaixo do banco do carona e parei ao ver um pequeno objeto brilhante.

Segurei o pen-drive no formato de mestre Yoda. Claro que havia caído da bolsa de Isabela.

Curioso, me apressei em buscar o laptop no quarto.

Por que ela levou um pen-drive para Trindade?

Provavelmente eu encontraria algo interessante ali. Pluguei o dispositivo na saída usb e fuxiquei as pastas de arquivo. Filmes e mais filmes. Documentos de estudo sobre cinema, roteiros, aulas de edição de vídeos.

Girei o cursor até um nome me chamar atenção.

"Gastão, o machão."

Cliquei duas vezes. Um vídeo, obviamente editado por alguém que sabia o que fazia, iniciou na tela. Assisti e não tive problemas para entender do que se tratava. Não acreditei que o desgraçado fosse capaz daquilo. O cara, além de tudo, não passava de um bandido. Acabei rindo quando a exibição chegou a final. Em primeiro porque a edição ficou engraçada, de um jeito que ridicularizava Gastão. E em segundo, porque tive uma ideia que livraria Isabela e seu pai, da presença daquele imbecil de uma vez por todas. 

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Olá meus amores! Finalmente consegui postar! Meu computador está uma desgraça, perdão pela demora.

E agora, hein? Sinto cheiro de treeeta!

beijosss

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