DEZ - Por Gastão
Gastão
Gostei de ver a garota estremecer ao ouvir minha voz. Os anabolizantes que injetava, além de fazerem meus músculos saltarem, deixavam meu tom imponente, marcante. Antes de se aproximar, ouvi parte da conversa e adicionei, satisfeito, mais um ponto a meu favor. Pelo que os dois diziam, o velhote atarracado vinha enfrentando algum problema de saúde.
— Me desculpem por interromper essa bela reunião familiar. Sou Felipe Gastão, o novo consultor.
— Prazer, Felipe — o cara me estendeu a mão e apertei a contragosto. — Sou Vitor, o gerente. Essa é minha filha. — Ele indicou a garota sentada.
— Prazer, Rosa.
O velhote parecia nervoso, sua mão estava molhada de suor. Sem disfarçar, enxuguei a minha na calça que vestia. Já a garota possuía um ar inocente, quase angelical, do tipo perfeito para ser convertido. Quanto mais elas hesitavam, mais eu apreciava. E suspeitava que o olhar daquela me oferecia um belo desafio a ser vencido.
Não pode deixar de pensar que ela deveria ser, também, dona de uma bela bunda.
— Prefiro que me chamem de Gastão.
— Claro, claro — comentou Vitor. — Gostaria que eu o acompanhasse em um tour pela Grão Puro? Eu e Rosa discutíamos exatamente como lhe apresentar à loja.
— Não será necessário. Não preciso de instruções sobre o que me pertence.
Sem me dar ao trabalho de verificar sua reação, saí para investigar cada canto da Grão Puro. Não pretendia desperdiçar tempo conferindo relatórios de vendas, estoque ou qualquer uma dessas outras palhaçadas, muito menos seria amigável com o gerente queridinho de meu pai. Se o coroa gostava do velhote, devia ser tão panaca quanto.
De qualquer maneira, as falhas da gerência seriam encontradas. Ou melhor dizendo, seriam forjadas. Não aceitaria as franquias em meu nome com um gerente de brinde. Um brinde vigilante de meu pai.
Entediado com aquela baboseira, deslizei o vidro da vitrine de doces e salgados que ficava no centro da loja. Reparei que as outras funcionárias me observavam.
— Algum problema? A propósito, sou o novo chefe de vocês.
A caixa e a balconista assentiram e olharam para o chão. Pelo visto, desaprenderam a falar.
Agora só falta mostrar quem manda, para os infelizes da cozinha.
Andei até o final do corredor quando alguém carregando uma pilha de pastas esbarrou em mim. Escutei um terremoto de papéis cascatearem pelo chão. Atrás da pilha, dois olhos amendoados e esbugalhados me fitavam.
A garota angelical. E, muito em breve, corrompida.
Assim de perto, pude sentir o cheiro dela. Floral. Tinha uma inclinação pelas mais novas e podia apostar que aquela ali era virgem.
— Desculpa! Pode deixar que vou catar tudo! — falou Rosa, que se abaixou apressada para cuidar da bagunça.
— Sem problemas, gracinha. Mas só porque é você. — Exibi meu sorriso infalível, agachei para ajudá-la e acariciei o joelho exposto da garota. Para minha surpresa, ela não sorriu de volta. Em vez disso, fechou a cara, levantou rapidamente já com as pastas organizadas no colo e devolveu:
— Prefiro que me chamem de Rosa.
Uma resposta atravessada? Para mim?
Ela me deu às costas. Estalei o pescoço, olhei-a de baixo e confirmou minha suspeita. Ela possuía de fato, uma bela bunda. E E ainda era do tipo nervosinha. Só que a nervosinha havia se metido com a pessoa errada.
Acompanhei os passos dela pelo corredor, sorrateiro como um felino. O traseiro se pronunciava na saia a cada movimento de sua perna. O rastro de seu perfume despertava minha tara.
Com certeza é virgem.
Para sorte da garota, por enquanto não poderia fazer nada muito drástico com ela. Precisava se controlar por um mês.
Trinta dias.
Trinta dias e as franquias seriam minhas.
Na verdade, se eu excluísse o dia de hoje, já poderia contar que faltavam vinte e nove. Nesse tempo, quem sabe, brincaria com ela de outras formas. Fiz questão de gravar as curvas do seu corpo ingênuo enquanto andava. Ela ficaria frágil em minhas mãos fortes. Exatamente como eu gostava.
Vi-a empurrar uma grande porta de ferro após cruzar o corredor e desaparecer. Alguns segundos calculados depois, cruzei a mesma porta e sorri. Estávamos apenas nós dois em um depósito. Caixas e mais caixas de papelão se amontoavam nas estantes de ferro pelos cantos.
Observei-a se inclinar ao máximo e a vi depositar no alto da estante a pilha de papéis que segurava. Cheguei a salivar, ela se virou e quase caiu ao me ver.
— Que susto! O que você está fazendo aqui?
O sobressalto dela acendeu mais o meu desejo. Gostava do medo. O medo me despertava muito mais emoções que o próprio prazer.
— Eu sou o dono disso aqui. Vou aonde eu quiser.
— Tudo bem. Só tenta fazer mais barulho da próxima vez.
— Por quê? Deixei você com medo?
— Não. Só estava distraída.
Não respondi. Minha mente borbulhava em um milhão de fantasias pervertidas.
Rosa tentou andar até a porta, mas me posicionei no caminho e cruzei os braços. Em resposta, ela pigarreou, virou-se de lado e tentou se esgueirar entre mim e a saída. Esse movimento errado a fez ficar de costas, completamente vulnerável.
Encurralei-a e a segurei pelos pulsos junto ao corpo. A proximidade, por pouco não me fez esquecer de meus planos. Detestava ser contrariado. Ela merecia ser punida. E estávamos ali sozinhos no depósito, com ela de costas para mim, imprensada.
— Preste atenção, Rosa... – Inspirei com força, perto do pescoço dela. — Eu mando nesse lugar, agora. Enquanto você estiver por aqui, vai me tratar com respeito, entendeu? — Falei em seu ouvido. Senti o pequeno corpo dela estremecer e isso fez meu desejo pulsar violentamente.
— Sim.
— Diga sim, Gastão.
— Sim, Gastão.
— Muito bem, gracinha. É só não me corrigir mais e nos daremos muito bem.
A contragosto, soltei os pulsos da garota e ri da corrida descompensada que ela fez pelo corredor.
Gracinha, você não faz ideia do que despertou em mim.
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Olá meus amores! Postei o capítulo de segunda e o de hoje, desculpem pelo atraso, fiquei sem wifi =/
E esse Gastão, hein? Aposto que ainda vai dar o que falar...
bjossss e até sexta!
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