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CINQUENTA E DOIS - POR VALENTE

Valente

Exaustão era uma palavra pequena para definir como eu me sentia. Ao encontrar Bruce ensanguentado no chão horas atrás, precisei de toda a minha estrutura mental para não demonstrar a Isabela como fiquei abalado. Um misto de angústia e revolta dilaceravam meu peito. Como ele podia ter feito aquilo ao Bruce? Um cachorro inocente? Era covardia demais. E com exceção de minha avó, o brutamontes era a única parte de minha família que ainda vivia. Se algo tivesse acontecido... Se não fosse pela veterinária...

Afastei o temor. Não queria pensar nisso quando havia algo muito mais agradável ali, de frente para mim.

Ajeitou-me devagar no sofá, com medo que algum movimento brusco acordasse Isabela. Ela parecia um anjo dormindo. Passeei com o polegar em suas bochechas rosadas. Observei-a estremecer e abrir os olhos. Em seguida, ela ergueu o tronco, sobressaltada. Puxei-a de volta para meus braços. Ela era tão pequena. E ficava ainda menor em minha mão abrutalhada.

— Calma, corujinha. — Falei baixo perto do ouvido dela.

— Por que você não me acordou?

— Não tive coragem, você parecia tão tranquila.

— Que horas são? — Isabela soava preocupada.

— Oito e meia.

— Credo, estou exausta! Preciso de mais umas trinta horas de sono. — Ela bocejou e tocou o próprio rosto. — Parece que estou com febre, também. Dormi ao lado de uma lareira humana.

— Você ainda não viu nada. — Enterrei as mãos na nuca de Isabela e ela corou. Eu não conseguia desviar os olhos de suas amêndoas. Era atraído como ímã.

— Por que está me olhando assim? — Ela esfregou os olhos.

— Seu rosto... Você tem um rosto que pede cuidado.

— Hã? Como assim, cuidado? — Ela fez uma careta. — Cuidado antiacne? Creme antirrugas?

— Não, sua paranoica. — Beijei sua bochecha para demonstrar. — Assim.

Ela abriu um sorriso tímido e suspirou.

— Eu preciso ir pra casa. — Disse cansada. — Não quero deixar meu pai preocupado.

— Eu levo você.

— Não precisa...

— Eu vou te levar e não adianta reclamar. — Falei incisivo.

Prendi o riso ao vê-la morder a língua e me levantei indo contra o desejo de todas as fibras do meu corpo. Não queria me afastar dela. De alguma maneira, me sentia em paz ao seu lado, aquela pele perolada parecia exercer uma espécie de efeito anestésico sobre mim. Como se Isabela fosse uma cura.

Devo estar ficando maluco mesmo. Só me arranjo mais problemas.

Isabela ainda tentou protestar depois que tirei a moto da garagem, mas por fim, cedeu.

— Me avisa assim que tiver qualquer novidade sobre o Bruce? — Ela me pediu quando chegamos ao portão da sua casa.

— Vai ficar tudo bem. — A abraçei com força. — E você me avise se achar qualquer movimento suspeito por aqui, ok?

Ela meneou a cabeça, eu não queria soltá-la, mas seu pai ainda não sabia sobre nós dois e Isabela queria manter a discrição.

Voltei ao castelo perturbado após olhar a pequena grade azul da casa dela. Aquilo ali não impedia a entrada de ninguém! Seria melhor dormirem com tudo aberto de uma vez.

Subi as escadas do castelo e me assustei com Alcindo me esperando na porta do quarto.

— Alcindo, por que ainda está aqui? — Franzi as sobrancelhas. — Vá pra casa, tivemos um dia cheio.

— Sr. Valente, eu... eu... — Ele não parecia nada bem.

— Não precisa se desculpar, não foi culpa sua. O importante é que Bruce vai ficar bem.

— Preciso lhe entregar uma coisa, Sr. Valente. Não mostrei antes para não assustar a garota. Esse... Esse papel estava caído perto de Bruce quando o encontrei.

Alcindo me entregou o bilhete e se retirou com a expressão cansada. Soltei o ar antes de ler. Pela hesitação de Alcindo, coisa boa não viria.

"Estou só começando, Valentão."

Amassei e atirei o papel no chão, depois massageei a têmpora. Se Gastão aparecesse ali naquele exato momento, eu esmurraria a cara dele até deixá-lo desfigurado, depois o jogaria na piscina com pernas e braços quebrados e o deixaria ancorado debaixo d'água. Senti prazer ao imaginar os pulmões daquele mauricinho explodindo. Gastão despertava o pior de mim. Só de supor o que o desgraçado poderia estar planejando para Isabela, não tive dúvida de que o mataria se fosse preciso. O bilhete não foi nenhuma surpresa, apenas confirmou minhas suspeitas. Gastão havia se aproveitado da feira de livros e foi lá deixar seu aviso. Ou talvez não tivesse sido o próprio.

Será que ele suja as próprias mãos?

Pelo que vi na Taberna do Soberano, o mauricinho devia estar cheio de comparsas. Talvez um deles tivesse ferido Bruce.

Claro que Gastão não agia sozinho, covardes costumam manter olhos e punhos por todos os lugares. Pensando na minha ideia de colecionar evidências, guardei o bilhete no bolso. Eu já possuía o flagra dele com Isabela no drive-in, talvez pudesse ainda conseguir fotos da sala de tortura escondida no bar, mas com certeza o bar não estaria no nome dele. Ele não podia ser burro a esse ponto. Mas de qualquer forma, agora eu possuía a faca utilizada no ataque a Bruce. Estava mais do que na hora de ir à polícia registrar uma ocorrência.


Abri a porta do quarto e sentei cansado na cama. Dei de cara com o livro azul de capa dura sobre o travesseiro. Outra vez, no meio da correria, esqueci de ler a mensagem. Mas o objeto maldito nunca trazia respostas para a maldição, somente charadas e o desconforto de tentar me fazer digerir o passado goela abaixo. E agora, aquela contagem regressiva.

"Tic-tac. Faltam oito dias. O Enforcado não parece compreender. Com cola e força bruta, não há remenda. A ferida só se fecha por dentro. Termine de contar a história. Beijos e abraços são bons, mas não trazem a solução."

Cerrei os dentes ao fechar o livro, com a cabeça latejando. Fui até a escrivaninha, segurei a caneta e encarei o caderno em branco como se fosse minha própria sentença de morte. Corri os dedos pela barba e inspirei o ar. Só tinha oito dias para salvar minha avó, encarar aquilo se tornava crucial. Minhas mãos tremeram nas primeiras linhas, mas me obriguei a continuar a escrever.

Era agora ou nunca.

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GENNNNNNTE! Sinto que a coisa tá esquentando! Perdão pela demora, amores. Espero que gostem! Bjosss 

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