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— Detetive! — O delegado me chamou antes que eu pudesse sair para ver o corpo de Schukrut.

Fui até o departamento para pedir uma arma extra. A burocracia era infernal, mas eu precisava que Isac estivesse pronto para se proteger em casos extremos. Foram horas preenchendo a papelada que ainda deveria ser assinada e quando finalmente me vi livre, o delegado me encontrou.

A primeira coisa que ele percebeu na cena foi a presença de Isac. Porém teve a delicadeza de tentar ignorar o fato de eu preferir confiar em um suposto criminoso a em um de meus colegas de trabalho.

O delegado não era idiota, ele sabia que eu estava certo.

— Delegado. — Cumprimentei quando parou na minha frente. Isac fez cara de desentendido e olhou para o teto.

— Detetive, preciso de um minuto. — O homem nem esperou a resposta e já saiu em direção à sua sala.

— Me espere aqui. — Falei para Isac que se sentou em um banquinho do corredor.

Foi a última coisa que vi antes de entrar na sala. O delegado estava em seu lugar habitual e analisava uma pilha de papéis. Provavelmente relatórios que esperavam sua assinatura.

— Sente-se. — Ordenou enquanto mal erguia os olhos dos papéis para me lançar uma olhadela.

Obedeci e me sentei em uma das cadeiras. Cruzei e descruzei as pernas três vezes enquanto esperava sua iniciativa de começar o diálogo. Sim, eu estava nervoso. Não tinha todo o tempo do mundo para salvar meu emprego.

— Então... — Joguei a palavra no ar e dei um pigarro.

— Ah sim! — Falou como se tivesse se esquecido da minha presença. — Me desculpe, estou um pouco aéreo já que tenho me preocupado muito em manter meu emprego. — O delegado pousou os papéis sobre a mesa com uma delicadeza estudada e se recostou na cadeira enquanto me escrutinava com o olhar.

Senti um desconforto descomunal. Alguém mais fraco correria dali enquanto gritava pela mãe.

— Então detetive, quais os resultados das investigações?

— Não muitos. Trabalhamos com tudo o que temos. — Respondi. — Tudo o que sabemos até então é que o casal, Nia e Miguel, estavam preocupados com algo. Miguel pediu que fizessem urgentemente  instalação de câmeras na casa dele, mas cancelou durante a madrugada. O muro da casa foi construído em tempo recorde.  Um vizinho viu Nia pisotear um buquê de flores amarelas, o que me leva a pensar que eles sofreram algum tipo de ameaça, por esse motivo quiseram aumentar a segurança da casa.

— Muito interessante. — Disse quando fiz uma pausa para respirar.

— Sim, mas é frustrante. O Schukrut sabia alguma coisa sobre Miguel que ele preferiu morrer a contar. Sei que é prematuro, mas minhas principais hipóteses são: a) Miguel tem um gêmeo e ele é o assassino; b) O próprio Miguel é o assassino. — Passei a mão sobre a testa enquanto mudava de posição.

— Como você pode ter tanta certeza? — Perguntou.

— Porque pedi um retrato falado do homem que matou Naila dentro da prisão e esse homem era o Miguel. Ou parecido com ele, única diferença é que era loiro. — Me levantei da cadeira, a impaciência corria pelas veias como uma droga. — Preciso que liberem uma arma para o Isac. — O delegado me olhou como se eu estivesse fazendo piada em um velório. — O homem que perseguimos é ardiloso, não podemos estar de guarda baixa.

— Nico, você pode levar reforços onde estiver. — O delegado falou antes de apoiar o queixo em uma das mãos.

— Não, eu não posso. — Coloquei as mãos na cintura e encarei meu superior. — Sabe por quê? — Perguntei.

— Não faço idéia.

— Porque Miguel e Nia se mudaram para uma ilha. Em outro estado. — O delegado sabia em que implicava tal acontecimento. Diante da notícia, colocou as duas mãos sobre o rosto para conter um grito de raiva. — Isso significa que iremos precisar da Federal, e eu não posso pisar em falso, preciso ter absoluta certeza de quem estou procurando.

O delegado tirou as mãos do rosto e suspirou pesadamente.

— Eu sei, Nico. — Ele pegou alguns papéis que estavam em um canto da mesa. — Por falar em Federal, mandaram a lista que quem estava no navio. Com endereços. Pedi que me entregassem o relatório da perícia sobre o caso Lianmar. — Ele estendeu os papéis e eu me aproximei para pegá-los. — Dei uma olhada. Acho que você está na trilha certa, mas precisa se apressar.

Peguei os papéis e nem me dei ao trabalho de ler. Na ida ao IML Isac poderia dirigir enquanto eu analisava o conteúdo dos relatórios.

♠♠♠♠

A frequência das lembranças relacionadas à minha mãe diminuía gradualmente. Apesar de ficar mais lúcida e cada vez mais consciente, eu ainda não conseguia falar. Permanecia presa na escuridão. Assistindo a todos os esforços de Miguel. Um homem jovem preso a um peso morto. Eu precisava recobrar os sentidos. Precisava viver. Era necessário me movimentar outra vez e lidar com minha dor sem parecer uma boneca de pano.

O máximo que eu conseguia era andar, com muita concentração e esforço. E nas últimas horas, todo meu esforço fora direcionado a não precisar das fraldas.

♠♠♠♠

— Você me deixar dirigir seu carro, depois do meu histórico com ele, significa desespero. — Brinquei enquanto ligava o motor. Nico estava sentado do lado do passageiro com uma pilha de papéis sobre o colo. Não faltava muito tempo para anoitecer e nós nem almoçáramos ainda.

— O importante é que você sabe dirigir. Vamos ao IML. — Nico avisou o paradeiro e começou a ler os papéis.

Sua expressão ficava cada vez mais amarrada, e a cada página virada, a sobrancelha erguia mais. Cerca de vinte minutos depois estacionei o carro em frente ao prédio do IML. Era minha primeira vez ali, e saber que teríamos contato com um lugar no qual corpos ficavam em gavetas, não me deixava nada animado.

— Então, o que tem de tão interessante nesses papéis? — Perguntei e esfreguei as mãos no tecido da calça para limpar o suor.

— Esses — Nico ergueu uma resma de papéis — tem endereços dos passageiros de um navio no qual apareceram alguns cadáveres brutalmente assassinados, em cujos corpos haviam rosas colombianas.

Olhei desconcertado para Nico, que falou daquilo como se fosse algo casual.

— Isso é... — Não consegui achar palavras para completar a frase. — Bom, e quais as conclusões?

— Havia quatro pessoas da cidade no navio. Dois casais. Um deles bem conhecido por nós. — Nico revelou.

— E a outra pilha de papéis? — Questionei, ainda tentando digerir as primeiras informações.

— É o relatório da perícia sobre o caso de Lianmar. — Ele arrumou os papéis sobre o colo e depois os colocou no porta luvas. — O corpo dela apresentou uma dose cavalar de calmante.

— Ela não tomava esse tipo de remédio. Era uma mulher robusta, aguentava tudo com firmeza. — Expliquei. Eu a conhecia há muitos anos, o suficiente para saber daquela verdade.

— Era o que eu queria saber. — Nico abriu a porta do carro e me encarou. — Sabe o que isso significa?

— Não. — Respondi.

— Que o assassino não apenas entrou na casa sem arrombar, como também conseguiu a fazer ingerir calmante. — Nico falou antes de sair do carro. — O grande motivo de ela não ter gritado.

Perplexo, segui Nico pelo labirinto que era o prédio do IML. Um lugar frio e silencioso demais no qual eu gostaria de nunca ter colocado meus pés. Foram horas com Nico analisando o corpo de Schukrut enquanto recebia um relatório detalhado e depois uma conversa acerca do caso Lianmar.

Aparentemente ela não foi obrigada a ingerir o remédio, tinha sido por livre e espontânea vontade. Também não havia outras marcas de violência no corpo, apenas as que eram claras para todos que viram o cadáver pessoalmente e em fotos. E a pior parte: Quando o assassino abriu seu corpo, ela ainda estava viva.
Enfim saímos daquele lugar. Parcos raios do sol poente iluminaram nossos rostos. Estávamos cansados, e eu, faminto.

Nico achou melhor que fôssemos para casa. O cerco se fechava, e no centro dele estavam Miguel e Nia.

— O que faremos amanhã? — Perguntei enquanto dava partida no carro.

— Iremos à prefeitura. Quero saber se o antigo imóvel de Miguel ainda pertence a ele.

♠♠♠♠

Foi um dia longo e cansativo, mas todas as questões burocráticas foram resolvidas. No dia seguinte poderíamos nos mudar para nossa casa.

Nia e eu jantamos no restaurante do hotel. Depois lhe dei banho e a vesti com seu pijama mais confortável. Recostei-a em vários travesseiros e liguei a TV. Coloquei em um filme de comédia romântica para que ela pudesse assistir enquanto eu cuidava de minha própria higiene. Sentia-me exausto.

Após o banho, cadastrei meu novo número de telefone, que tinha o ddd local.

Por fim, vi que Nia adormecera recostada nos travesseiros. Sua expressão estava mais serena e menos carregada. Movimentei-a devagar para deitá-la.

Precisava procurar um profissional para ela e fazer um teste de gravidez. Tínhamos comprado um na farmácia. Mesmo que eu acreditasse que ela não estava grávida, era necessário comprovar, para continuar seu tratamento.

Cuidaria da situação no dia seguinte. Eu também precisava descansar.

♠♠♠♠

04:00 a.m.

Juan se esgueirou pelo quarto e pegou o celular. Abriu a porta com toda a delicadeza e desceu para a área de lazer. Estava vazia.

Usando o novo número de Miguel, Juan ligou para seu fornecedor na Colômbia e deu o novo endereço para entrega dos materiais. Precisaria começar um novo roseiral.

Depois saiu para encontrar uma farmácia aberta.


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Curiosidade dos 2K de views.

A pronúncia do nome de Schukrut é "Iscucrutch", mas a imaginação de ninguém é obrigada a ler assim.

Agradeço a todos vocês que chegaram até aqui. Meu coração se enche de alegria.
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