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Frisson

QUERIDOS LEITORES, SEJAM BEM VINDOS!

1. Não romantizem comportamento abusivo, o texto é narrado em primeira pessoa, e a vítima muitas vezes se sente perdida, sem saber o que fazer, por isso ela escolhe a tolerância com atos abusivos;

2. Não responderei às críticas a menos que sejam enviadas por mensagem privada;

3. Apesar de usar a realidade brasileira como pano de fundo, tomei algumas liberdades poéticas em relação ao funcionamento do legislativo e do judiciário. Já deixo avisado;

4. Sobre a narração: é proposital. Existem partes em primeira pessoa, em terceira e por aí vai. E não, eu não vou assinalar quem está narrando, porque não é essa a proposta. Aqui vocês precisam  ouvir a voz dos personagens para identificá-los. E sim, eles são diferentes.

Boa leitura! ♡♡♡♡♡
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Joguei meus sapatos desconfortáveis no banco traseiro do carro. Meus pés ardiam, castigados após um dia intenso de trabalho no qual, infelizmente, não fiz mais que escrever sobre acidentes de carro e incêndios. Não é que eu menospreze tais tragédias, porém não são exatamente assuntos sobre os quais eu gostaria de dissertar.

Desatei o coque do cabelo para deixar os fios livres da pressão do penteado, olhei no espelho retrovisor de meu carro e com o auxílio de um guardanapo, retirado de uma embalagem que eu guardava no porta luvas, removi o batom que enfeitava meus lábios.

Um serial killer. Um assassino cruel e maldoso que causasse alvoroço, era o tipo de matéria que no intimo eu almejava cobrir, e era do que essa cidade sem graça necessitava. Apesar de não ser uma cidade pequena, também não era grande e muito menos movimentada.

Tirei o par de chinelos da bolsa e calcei. Era sexta-feira e eu faria o que devia fazer: ir a um bar e tomar toda a cerveja que coubesse em meu estômago.

Era minha vida depois após me graduar em jornalismo, depois de afortunadamente conseguir emprego e não arranjar um namorado. Sim, a solidão era minha companheira constante, afinal eu morava sozinha. Meus pais, um casal saudável e feliz, residiam em um bairro distante, e meu irmão mais novo, que morava com eles, cursava Medicina em uma Universidade Federal.

Saí do carro e tranquei a porta.

Uma pétala de rosa veio pairando pelo ar e aterrissou sobre o capô do veículo. Era amarela. Analisei aquele pedaço de planta por três segundos e a joguei no chão. Era bela, mas não tinha muita serventia sem o restante da rosa.

Entrei no bar pouco movimentado do outro lado da rua, sentei em um pequeno banco frente ao balcão e pedi cerveja barata. Suco de milho, todos brincavam com o fato de a cerveja ter a fórmula vagabunda.

É eu concordava, mas o importante era servir como distração passageira e barata, quando queria cerveja boa procurava alguma artesanal.

Iniciei a inspeção das mensagens em meu celular e não encontrei mais que coisas triviais. Respondi o que precisava ser respondido, liguei para quem esperava uma ligação, depois descansei o celular sobre o balcão, e em seguida pedi mais uma garrafa do líquido gelado.

Tomei mais um gole do que recém havia despejado no copo americano e senti meus músculos relaxarem, fitei a TV em um suporte, transmitiam uma reprise do sagrado futebol de quarta. Suspirei contente e coloquei minha atenção na tela plana.

Poucos minutos depois entrou no bar um sujeito singular. Bastante alto, mas não mais que Ricardo, meu irmão. Tinha cabelos lisos e negros que brilhavam sob as poucas luzes artificiais que mal iluminavam o recinto, os olhos seguiam a cor do cabelo estabelecendo um interessante contraste com a pele clara. O homem usava bermuda jeans e camiseta uniforme de time de futebol.

Parecia comum, mas não era. Apesar do ar divertido expresso por um sorriso discreto, avaliava cada canto do bar com minúcia. Para minha surpresa, se aproximou e sentou no banco ao meu lado. Eu o havia observado com atenção, mas parcimônia, e certamente ele não notara, por isso fingi estar absolutamente compenetrada no andamento do jogo.

— Sou Miguel e alguém está ligando para a senhorita — Disse. Pelo tom de voz que ouvi julguei que ele sorria.

Quando minha mente processou as palavras, me amaldiçoei em pensamento. Droga! Esqueci-me de tirar o celular do modo silencioso.

Um pouco emburrada, peguei o telefone e atendi a chamada. Tratava-se de Isac, meu amigo, explicando que não poderia se juntar a mim, pois teve problemas no trabalho. Amaldiçoei novamente.

— Obrigada. — Agradeci ao estranho pelo aviso e aproveitei para fitar bem dentro de seus olhos, depois me acovardei e mirei o olhar no mármore do balcão.

— Não é “obrigada” — Gracejou.
Eu ri. Maldição, eu ri. E foi no riso que me perdi.

Duas horas e dez litrões depois estávamos em uma mesa conversando acerca das vantagens e das desvantagens de ter um poodle. Assunto mais ridículo não haveria. Talvez houvesse, mas nossa imaginação não foi fértil o suficiente para alcançá-lo.

— Então, qual sua graça? — Perguntou de repente.

Só então percebi que não tinha me apresentado ainda, apesar de já ter dito a idade e onde trabalhava. Faltava apenas dizer o número do meu documento de identidade. E meu nome, claro.

— Nia Alves — respondi sem jeito —, Petúnia, na verdade. Minha mãe gosta de Petúnias.

— Sou Miguel Tunísio. — Contou e piscou charmosamente com um olho. Senti inveja, eu conseguia piscar com um olho somente se abria a boca, como quando ia passar rímel. Não era algo charmoso de ver, posso garantir.

Miguel tinha o maxilar com traços rudes e os fios do cabelo eram grossos. Por minha ampla experiência de jornalista, poderia dizer que aquele biótipo é o que chamam de “beleza turca”, mas ele não era turco, provavelmente não tinha nenhum parente da Turquia, poderia apostar minha vida nisto. Era brasileiro mesmo.

— Qual sua altura? — Questionei descaradamente, influenciada pelo álcool e pela curiosidade latente.

— Um metro e noventa, e a sua?

Uau! Um metro e noventa.

Pensei um momento antes de responder, havia chegado à hora de admitir que não era uma moça baixa e delicada.

— Tenho um metro e setenta de altura. — Suspirei.

— Altura ideal. — Olhou para o copo americano enquanto deslizava o dedo pela borda.

— Ideal para quê? — Perguntei com genuína inocência.

— Para eu te beijar. — Lançou as palavras à  queima roupa.

Fiquei surpresa e arrepiada. Era expectativa? Sim, era. Eu queria ouvir aquela voz grave sussurrando coisas obscenas ao pé de meu ouvido.

Fiz o possível para lançar um olhar sedutor.

— Seus olhos são duas jóias preciosas e raras. — Elogiou, pegou minha mão e beijou a ponta dos dedos. — Nunca vi olhos cor turquesa tão de perto.

— Obrigada. — Respondi encabulada.

Meus olhos realmente eram lindos, e ornavam bem com meu cabelo castanho e ondulado cortado na altura dos ombros.

— Você é deveras poético — devolvi — e eu gosto.

— Sou escritor, romancista. Escrevo romances policiais. — Sorriu.

Fiquei interessada, a leitura era um hábito que eu cultivara desde menina.

— E qual é sua grande inspiração?

— A vida real. — Lançou as palavras de maneira displicente.

— Fantástico! — Massageei-lhe a palma da mão com as pontas dos dedos.

— Sei que é absolutamente deselegante de minha parte, mas tem um beco atrás do bar e poderíamos ter um contato preliminar por lá. — Propôs.

Acenei em concordância.

Eu devia me preocupar em ser estuprada? Claro que sim. Ele podia ser um maníaco, mesmo assim resolvi arriscar. Se acontecesse algo seria culpa de Isac, que devia estar comigo naquela noite.

Pagamos a conta e saímos do bar. A parede era de tijolinhos visíveis. Miguel começou a me beijar na calçada da frente mesmo e em seguida me conduziu aos tropeços até que estivéssemos no beco escuro.
Meu corpo se incendiou com o beijo. Aceitei as carícias que ele oferecia e provoquei outras pressionando meu corpo ao dele que me encostou contra uma parede. Fiz meus malabarismos e enfiei uma mão dentro de sua bermuda. Ele gemeu e me mexeu de um jeito torto. O chinelo saiu do meu pé é acabei pisando em algo pegajoso. Não quis cortar o clima e continuei os beijos, mas aquilo começou a me incomodar.

— Espera, pisei em algo pegajoso aqui. — Avisei. Ele parou de me agarrar e ficamos sem ação por alguns segundos.

Tive a idéia de pegar meu celular e iluminar o lugar com a lanterna.

Soltei um grito agudo de puro terror quando meus olhos se ajustaram e percebi o que havia no canto. Miguel abriu a boca, completamente horrorizado.
Era um cadáver, aparentemente fresco a julgar pela consistência do sangue. O rosto, completamente mutilado e irreconhecível.

Senti ânsia de vômito, minhas pernas bambearam e me recostei em Miguel se pôs petrificado.
Algum tempo depois, que não sei dizer quanto tempo foi, ele me arrastou para fora do beco e passou apenas um dos braços sobre meus ombros. Com o outro, livre, pegou o próprio celular e ligou para a polícia, que é claro, pediu para permanecermos onde estávamos.

Assim fizemos.

Quando os policiais chegaram, nos perguntaram aonde vimos o cadáver. Apontamos para o beco. Eles checaram e chamaram uma equipe para realizar a periciado local. Depois isolaram a área.
Vários curiosos se juntaram por ali. O corpo foi retirado e levado para o IML e nós fomos conduzidos À  delegacia.
Vi-me sem palavras. Meu chinelo manchado de sangue foi tirado de mim, meu pé fotografado, fomos revistados e éramos - de certa forma - suspeitos.

♠♠♠♠

Após sairmos da delegacia, levei Miguel para sua casa, um sobrado no centro. Depois fui para a minha própria residência.

Naquela noite, sonhei com o cadáver.

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