... e desejei morrer.
⚠CENA DE VIOLÊNCIA SEXUAL! SE VOCÊ NÃO TIVER CERTEZA SOBRE LER ISSO, POR FAVOR, NÃO LEIA!!!!!!!!⚠
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Abri os olhos devagar. Perdida e atordoada pelo sono. Foi preciso alguns segundos para me situar no tempo e no espaço. Estava de bruços sobre a cama.
Vi a fronha macia do travesseiro. Ouvi barulho de passos e depois o som de algo pesado pousando sobre o chão. Miguel não estava ao meu lado no leito, então era ele a andar pelo quarto.
Sentei na cama, esfreguei os olhos, bocejei e finalmente foquei o olhar no espaço ao lado. Miguel estava lá, em pé. Seu corpo tapava algo coberto com um lençol.
— Miguel? — Chamei e ele se virou. A expressão estava diferente, arrogante. Estremeci com o arrepio do pressentimento de que algo estava errado.
— Meu nome não é Miguel, my girl. — O homem sorriu de maneira sádica e enviesada. — Meu nome é Juan.
Juan? Como assim? Quem era esse homem tão parecido com Miguel? Minha cabeça se tornou um mar revolto de dúvidas.
— Onde está Miguel? — Perguntei com a voz embargada.
— Tirando um cochilo. — Respondeu. Depois gargalhou alto de modo terrivelmente assustador. Encolhi-me na cama enquanto pensava em uma saída para aquela situação.
— O que é isto? — Apontei para o amontoado coberto pelo lençol.
— É a concorrência, my girl. — Juan se abaixou até o amontoado e tirou o lençol de maneira cerimoniosa.
O mundo desacelerou. Eu ouvia apenas a batida do meu coração, mais um músculo inútil naquele momento. Estava tão tomada pelo choque que não consegui gritar, nem tapar minha boca aberta pelo susto e pelo horror. Tudo que eu ouvia era um zumbido fino. Uma lágrima solitária e gelada correu pelo meu rosto.
Lancei-me sobre o cadáver. Gritei um sofrido e dolorido “não”. Sacudi o defunto, mas era tarde demais para fazer qualquer coisa por ele.
Arranquei a faca que ainda estava cravada em seu peito. Era a mesma faca dos outros dias. Olhei para Juan, que claramente se deleitava com meu desespero. O relógio acima da cabeça dele marcava quatro e meia da manhã.
Agarrei-me ao corpo de William e chorei. O desespero me tomou. Meu tórax era pequeno para tanta dor. Eu conhecera William no dia anterior, durante o café da manhã, e na madrugada ele estava morto. Soltei o cadáver de William e peguei a faca que eu tinha arrancado e jogado no chão.
Lancei-me sobre Juan para matá-lo, mas ele me segurou pelos pulsos. Muito mais forte que eu. Ele era Miguel, mas com outra personalidade. Olhei no fundo de seus olhos negros enquanto ele torceu meu braço e me obrigou a soltar o objeto afiado.
O homem me jogou sobre a cama e montou sobre meu corpo. Tentei escapar, mas não tinha forças. Mal conseguia me debater sob todo seu peso. Juan aproximou o rosto do meu e forçou um beijo. Senti ânsia de vômito quando a língua penetrou minha boca e a saliva se juntou à minha.
— Está revoltada porque eliminei seu amante, vadia? — Juan passou a língua pelo meu rosto e puxou meu cabelo.
Senti na alma uma dor lancinante, tão horrível quanto qualquer outra dor física que já tivesse sentido até então.
— Você é minha, só minha!
Fiquei congelada pelo medo e pelo asco. O que aconteceria comigo? Quem era esse monstro?
Outra lágrima desabou quando ele desamarrou minha camisola. Era um modelo fácil de abrir. Escolhi com segundas intenções para que Miguel não tivesse dificuldades na hora de fazer amor. E não teve. Quando me viu vestida com a peça, me jogou sobre a cama e desfez os laços com os dentes para lamber e beijar toda a extensão de meu corpo. A aquele homem maldito também não viu dificuldades em abrir a lingerie, e eu me amaldiçoava por aquilo, mas não era minha culpa. Eu não devia temer ser estuprada em meu próprio quarto. Eu não devia temer ser estuprada em lugar nenhum.
Juan acariciou meu seio e com sua mão e me arrancou dos pensamentos. Senti que meu estômago se revirava e eu ia mesmo vomitar. Virei o rosto. Se acontecesse, eu não me afogaria em meu próprio vômito.
Minha visão começou a escurecer. Senti que o homem encostava a boca em um de meus mamilos. Fechei as pálpebras com força e desejei a morte. O demônio gargalhou outra vez daquela maneira assustadora. Abriu minhas pernas e se encaixou entre elas. Não! Uma segunda vez? Não! Eu realmente seria estuprada. Tentei me debater, não consegui, ele era forte demais.
Fitei o rosto dele e implorei que não fizesse aquilo, mas ele não se importou com minhas súplicas, apenas me penetrou com toda a força. Minhas pernas amoleceram, eu não tinha mais controle dos meus músculos. Entrei em choque.
Fiquei ali, jogada debaixo de seu corpo. Onde estaria Miguel? Por que ele não me salvava? Onde estava Isac? Eu não conseguia piscar, então precisei assistir aquele homem nojento abusar de meu corpo. Eu realmente estava só? Até a morte havia me abandonado?
O homem lambeu meu rosto outra vez. Eu sequer tinha força para desviar desse gesto.
Onde estava a morte que não me levava?
Senti meu corpo. A área dolorida abaixo do meu ventre.
A sensação dos músculos voltou.
O homem gozou e caiu sobre mim.
Com toda a força que eu tinha naquele momento, mordi seu ombro.
Ele se levantou acima de mim e estapeou minha face. Tão forte que desmaiei.
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