Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Confissão

Eu sentia medo.

Tecnicamente, eu não tinha família para me ajudar, Nia estava casada e seus pais sequer se lembravam de minha existência. Eu estava acabado, humilhado, na sarjeta. Eu era um fracassado.

Quando chegamos à clínica, me obrigaram a descer da ambulância, de supetão. O resultado foi que caí e machuquei o rosto, e eu sequer resistia. Senti em meus ossos que nada de bom sairia daquela estadia.

Meus planos eram me afastar da cidade e me suicidar com estricnina, não havia mais motivos para viver. A maior parte do tempo eu sentia apenas tristeza, na outra parte, um vazio que não me deixava ter paz. Tudo saiu errado. Ao invés da morte, eu carregava a humilhação de ter confessado meus sentimentos para Nia e ela sequer ter se importado.

Talvez ela estivesse rindo de mim pelas costas, ou apenas aproveitando a comemoração de seu casamento, enquanto eu permanecia ali, com o rosto borrado de sangue, sentado em um banco no centro de uma sala toda branca. E ainda por cima algemado.

Perdi as contas de quanto tempo fiquei ali. Com toda a sinceridade eu estava sonolento demais para me concentrar. Era o resultado de todos os dias nos quais não dormi. Calculava mentalmente uma maneira de me deitar no chão e dormir quando vi a distinta, e bem vestida, figura de Nico entrar na sala.

Ele trouxe uma cadeira consigo, se sentou em minha frente e olhou no fundo de meus olhos.

— Isso pode ser do jeito fácil ou do difícil. Você me diz a verdade e eu te arranjo um advogado, ou, você mente e eu te deixo apodrecer aqui. — Seu tom era rude. A expressão, fria.

Mal sabia ele que eu não tinha motivos para mentir. Eu sequer tinha motivos para viver.

— Eu, Isac Nowaes Cordieri de Assis não tenho motivos para mentir ou omitir absolutamente nada. — O fitei com meu melhor olhar sincero e gélido.

— Então me confesse tudo o que fez. Talvez eu lhe arranje um advogado. Lembre-se que tenho provas e testemunhas de seus atos. — Sua voz tinha um ritmo calculado.

Tudo que se mexia era a boca, o restante do corpo dele estava absolutamente imóvel. Aquilo assustaria qualquer pessoa comum.

— Eu sempre amei Nia, e faria tudo por ela. Era costume nos encontrarmos em um bar na sexta à noite, bebíamos e passávamos um tempo juntos. Confesso que eu a amava há muitos anos, mas tentei respeitar seu tempo e seu espaço. No fundo eu achava que ela também gostava de mim, mas talvez eu estivesse errado — minha boca estava seca —, ela conheceu Miguel em uma noite que não pude ir ao happy hour. — Uma lágrima travessa saiu de meu olho e pousou no piso. — Fiquei preso em uma reunião de trabalho. Sei que eles se apaixonaram e ao mesmo tempo o assassino começou a agir. Nia ficou contente com o assunto que surgia para suas matérias. Gradualmente ela me esqueceu. Mas acontece que eu não confiava em Miguel, então resolvi segui-la, para defendê-la caso algo acontecesse. No começo foi pouco, mas precisei me dedicar mais, pois eles passavam mais tempo juntos. 

Dei uma pausa. Nico nada disse.

— Aluguei um apartamento próximo ao dela, comprei a moto porque seria difícil segui-los a pé ou em uma bicicleta. O revólver era para caso extremo e o veneno... — Outra lágrima caiu no chão. Minha voz estava embargada. — O veneno era para mim.

— Para você? — Franziu o cenho.

— Você já amou alguém mais que a si mesmo? — Perguntei enquanto o encarava. — Já amo tanto que sua vida não valesse mais nada? Já amou a ponto de desafiar o mundo por aquela pessoa? Já amou alguém como amo Nia?

Ficamos nos encarando no silêncio daquela sala incomodamente branca.

— Não. — Respondeu por fim, e apesar de a expressão continuar gélida, havia algo diferente no tom de voz.

— Não — repeti —, claro que não. Então você não sabe qual é a sensação de sua vida valer nada. De estar oco. Não sabe como é ter sua felicidade arrancada de si. Ela se foi com alguém melhor e mais bonito que eu. Nunca a terei. — Não consegui mais segurar o choro e ele caiu na intensidade real de minha dor.

— Acalme-se. — Ele vacilou, e por alguns segundos sua postura se desfez.

Era um teatro. A pose de homem grosseiro era uma farsa.

— O veneno era para mim. Eu não tenho mais vontade de viver. Olhe para mim, por acaso já não estou quase morto? — Era a crua verdade.

— Você está péssimo. — Confessou. — Te segui por alguns dias e vi você seguindo eles. Minha próxima pergunta é: por que você não confiava nele?

— Não sei, talvez por instinto, ou por ciúmes, mas sempre pensei que há algo muito errado com aquele homem. É perfeito demais, e parece que a sorte o acompanha. Não parece? — Olhei para o sapato elegante no pé de Nico, ele tinha bom gosto.

— Não. — Ele blefava.

— Sim, parece. Porém, eu já havia desistido. Hoje seria meu último dia sobre a terra e você me atrapalhou! — Destilei meu ódio reprimido.

— Vou te providenciar assistência jurídica. — Foi tudo o que ele falou antes de sair.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro