Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Balaio de gato

Naquela noite Miguel dormiu em meu apartamento.

Pensei que seria melhor ele estar acompanhado e amparado, não era bom que ficasse só.

Abatido como estava, Miguel não se opôs à minha proposta.

Já no apartamento, tentei fazer com que ele comesse um pouco de sopa, mas recebi uma negativa, ele não tinha apetite.
Também não falava muito. Perguntei se preferia o quarto de visitas ou o meu, ele quis ficar em meu quarto.

Dormimos abraçados.

♠♠♠♠

04:00 a.m.

Acordei para ir ao banheiro e senti falta de algo, logo que meus pensamentos se desanuviaram, percebi que Miguel era o que faltava no ambiente. Procurei por ele pela casa toda e não encontrei. Não era possível que ele tivesse ido para a própria casa. Era?

Procurei as chaves de seu carro, mas elas não estavam no suporte, junto às minhas, onde eu as tinha colocado.

Desesperei-me. Onde ele estaria? O que fazia? Ainda se encontrava tão frágil, poderia tentar alguma besteira, como tirar a própria vida.

Meu carro já fora devolvido depois de higienizado, por precaução o mandei para um lava jato e pedi que limpassem outra vez.

Estaria mentindo se dissesse que não tinha medo de usar meu próprio carro, mas a preocupação era maior que o medo. Sendo assim, peguei as chaves e desci rumo ao estacionamento, de chinelo, pijama e com os cabelos bagunçados. Obviamente estava frio, mas eu não tinha condições de voltar e pegar um casaco sem que isso me fizesse perder muito tempo.

Olhei para meu carro que brilhava de tão limpo e polido, tomei coragem durante um minuto e entrei nele. Coloquei meu cinto de segurança, liguei o motor e olhei no retrovisor. Foi quando vi o vulto negro no meu banco traseiro.

Meu coração batia tão forte que pensei ser ataque cardíaco.

Arranquei o cinto o mais rápido que pude e saltei para o chão do estacionamento. As cascas do meu joelho ralado saíram e ele se machucou ainda mais.

A porta de trás se abriu. Tentei correr, mas o vulto agarrou a blusa o meu pijama.

— Socorro! SOCOOOOORRO! — Gritei desesperada.

— Nia! Calma Nia! — O homem disse.

— Socoo... — Minha voz morreu aos poucos quando percebi que o conhecia.

Parei de me debater e me virei para encarar Isac.

Estava vestido de preto dos pés à cabeça, literalmente, já que usava um gorro preto.

— QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO NO MEU CARRO AS QUATRO HORAS DA MADRUGADA?!! — Eu era a personificação da fúria. — VOCÊ ENLOUQUECEU, ISAC!?

— Não, eu só estava preocupado com você Nia. — Tentou tocar meu ombro, mas me desviei.

— Ah claro, quando eu fico preocupada com as pessoas, invado a casa delas, o carro, a PUTA QUE PARIU! — Gritei enquanto apontava o indicador bem próximo ao rosto dele.

— Não, eu queria cuidar de você, mas o Miguel estava lá e achei melhor não atrapalhar — disse tristonho —, tenho uma chave extra do seu carro, lembra?

Sim, ele tinha, mas isso não queria dizer que ele poderia entrar no meu carro e dormir ali.

— Você está louco, Isac. — Ralhei.

— Me desculpa. — Fitou o chão enquanto uma lágrima descia pelo seu rosto.

Senti-me culpada, ele só estava preocupado, e no fim das contas foi gentil em não querer nos interromper, apesar de não haver algo para ser interrompido, mas aquilo não vinha ao caso.

— Você está a procura de Miguel? — A pergunta dele me despertou.

— Sim! Você o viu? — Lembrei-me de meu real objetivo que era encontrar Miguel.

— Vi, ele saiu um pouco antes de você chegar aqui. — Explicou.

— E POR QUE DIABOS VOCÊ NÃO ME CHAMOU?! — Isac tinha sérios problemas em avaliar as situações, era a única explicação lógica para tudo aquilo.

— Pensei que você soubesse que ele tinha ido. — Colocou uma mão sobre a testa.

— Se você sabia que eu estava só, por que não subiu? — Questionei.

— Achei que você não iria avaliar como normal eu estar na porta da sua casa às quatro horas da manhã! — Explicou impaciente.

— Mas que diabos, nesse prédio não têm portaria mais?! — Decerto não, todos entravam e saíam quando bem entendiam.

— Tem, mas o porteiro me conhece e me deixou entrar.

Estávamos perdendo tempo com aquela discussão imbecil, então resolvi dar seguimento ao meu plano inicial.

— Você vem? — Perguntei enquanto  ligava o motor. Isac não respondeu, apenas sentou no banco ao meu lado.

Seguimos em silêncio até o sobrado de Miguel. Pude ver o carro dele quando estacionei. Era um alívio e ao mesmo tempo um incômodo. Por que ele saiu da minha casa e foi para a dele?

Tentei abrir a porta do sobrado, mas estava trancada. Tentei arrombar, mas era forte demais, então fiz o óbvio e toquei a campainha. Pessoas normais fariam isso em primeiro lugar, mas nada estava normal naquela noite.

Ninguém atendeu, por isso toquei outra vez. Depois mais uma e quando ia para a quarta Isac segurou minha mão.

— Espera. — Nesse momento Miguel atendeu a porta, usando ceroulas de seda.

♠♠♠♠

Ceroulas. E estava sexy com seu abdome semi definido à mostra.

— Enfim você atendeu a porta! — Nia disse enquanto eu soltava o braço dela.

— Desculpa, estava dormindo. — Ele sorriu com os olhos um pouco fechadinhos de sono e os cabelos bagunçados.

— Tudo bem, mas você tem muito que me explicar. — Nia apontou o dedo para o rosto dele.

Ele me fitou. Analisou minhas vestes e ergueu as sobrancelhas.

— Estava trabalhando como dublê de espião, Isac? — Brincou.

— Não, eu só...

— Ele só estava preocupado conosco por isso foi me ver. — Nia contou a meia verdade sem me deixar terminar a frase.

Claro, não seria conveniente dizer para o namorado dela que eu estava no carro dela na madrugada, e aquilo era um alívio, não gostaria que ele investigasse isso.

— Sei... Você é um cara legal, Isac. Obrigado. — Ele estendeu a mão para me dar um cumprimento decente.

— Vai nos deixar na calçada? — Nia estava impaciente. Fazia frio ali.

— Não, é melhor eu voltar com você, no caminho nos entendemos.

Nia me entregou as chaves do carro dela para que eu o levasse, ela iria no de Miguel.

Curioso, mas por um instante parecia que ele nem se lembrava da morte da mãe. No entanto, quando voltou, estava com uma mala, todo trajado em preto e com a expressão profundamente abatida.

Eu não confiava nele. Não o queria por perto.

♠♠♠♠

Miguel insistiu em dirigir o próprio carro, mas eu não confiava em deixá-lo só. Sua expressão ainda estava muito abatida, mesmo assim ele precisava me dar uma explicação sobre as razões que o levaram a fugir no meio da madrugada.

— Por quê? — Fui direta.

— Por que, o quê? — Perguntou.

— Você saiu e não avisou — suspirei —, o que você precisava fazer que fosse tão urgente?
— Enviar meu último “manuscrito” para a editora. Esqueci-me. — Falou.

— Não podia fazer isso amanhã?
— Poderia, mas eu gostaria de dormir o quanto conseguir, não foi o dia mais fácil da minha vida — sua voz estava rouca e profundamente grave —, e não dava para deixar escapar essa publicação.

As últimas palavras foram ditas com tom de quem segurava o choro. Entendi o que ele quis dizer, era apenas uma tentativa de aproveitar melhor o tempo que passaria em minha casa.

Dormimos os três em meu apartamento, estava muito cedo para Isac ir embora.

♠♠♠♠

Na manhã seguinte expliquei a Miguel onde tudo ficava, levei Isac para casa e fui trabalhar. Estacionei próximo a uma banca de revistas e peguei o celular descartável que escondi na bolsa antes de sair.

— Preciso de vitaminas. — Falei quando ouvi que a pessoa do outro lado atendera ao telefone.

— Quais tipos de vitaminas? — Questionou. Pelo código seria B1, mas eu precisava de três relatórios.

— B1, B2 e B3. — Rezei para que ele entendesse.

— Entendo, vai ficar cinco vezes o valor normal. — Isso significava dez mil reais.

— Parcela no cartão? — Era o código para pagar em duas vezes.

— Claro, a senhora é quem manda. — Disse.

— Entrega em casa. — Desliguei. Com toda certeza ele tinha entendido.

A boa notícia é que eu conseguiria os relatórios da perícia. A má notícia é que eles me custariam um bom dinheiro e o jornal não iria cobrir mais que o normal, então três mil sairiam por minha conta, mas valeria a pena. Dessa vez eu queria os relatórios não para fazer uma matéria bombástica, mas para tentar descobrir alguma pista de onde encontrar o criminoso ou acerca de quem ele era.

Desci do carro e tentei comprar um Jornal da Hora, a matéria do dia era a que Nico pedira, porém não foi possível porque os jornais acabaram. Ótimo sinal, a delegacia estaria em polvorosa e é para lá que eu iria

♠♠♠♠

Era cedo, mas já havia uma fila de cinco pessoas que diziam ter informações sobre o dia no qual o primeiro cadáver foi encontrado. Eu sabia que Nico não daria informações então fiz o óbvio, saquei o gravador e fui entrevistar as pessoas.

Logo, mais pessoas chegaram e a entrevista rendeu bem, no entanto, cada pessoa dizia algo diferente, claro que isso já era esperado, mas não pensei que fosse ser tão cansativo.

Quando Nico chegou ao hall para chamar a primeira testemunha, percebeu o que eu fazia e me afugentou do local, já era tarde, naturalmente, eu tinha material para mais uma matéria que seria no mínimo emocionante. Todavia eu sabia que todos aqueles testemunhos estavam errados.

Liguei para meu informante.

— Preciso rápido, em uma hora no máximo.

♠♠♠♠

Ela entrevistava as pessoas que estavam na fila para dar informações sobre a Noite do Primeiro Cadáver.

De muitas maneiras aquele caso já me tirava o sono. Na noite anterior fiquei de vigia perto do apartamento de Nia. Eu havia prometido tirar ela e Miguel da lista de suspeitos, mas não tirei Isac. O segui da casa dele até o prédio onde ela morava e lá fiquei.

Algo interessante sobre o apartamento de Nia é que, de certa distância, era possível ver se as luzes estavam ligadas. Claro que ela não deveria saber deste fato, uma vez que morava sozinha e só ligava as luzes quando estava em casa.

O dia fora cansativo, a semana toda era uma enorme pedra que eu carregava  de maneira penosa. O assassino rondava Nia de um jeito demasiado perigoso e eu não entendia os motivos doentios que o levavam a matar, mas sabia que era uma pessoa fora de controle.

As luzes do apartamento dela estavam apagadas quando Isac entrou no prédio, e assim permaneceram até cerca de três e quarenta da manhã. Não ficaram mais que dez minutos acesas e voltaram a ser apagadas. Pouco tempo depois Miguel Tunísio saiu em seu carro e parecia estar só. Cerca de mais meia hora depois confirmei minhas suspeitas, quando, no apartamento, luzes foram acesas e rapidamente apagadas.
Vi o carro de Nia sair do estacionamento do prédio. Algo estava muito errado ali. Para pessoas que participaram de um velório o dia todo, suas vidas estavam agitadas demais.

Como estava à vigia de Isac, não segui Nia e Miguel, o que foi um erro, pois estranhamente algum tempo depois Isac chegou com o carro de Nia. O vi pela janela semi aberta. O casal, chegou no carro de  Miguel.

Isac não saiu do prédio mais, não antes do amanhecer. Eu estava exausto depois da noite de vigia, fui a minha casa apenas para tomar banho, trocar de roupas e tomar café da manhã. Em seguida fui para a delegacia entrevistar o pessoal.
No caminho parei rapidamente em uma banca de jornal para comprar um Jornal da Hora, porém os exemplares já estavam esgotados, sinal de muito trabalho vindouro. Pelo caminho para o trabalho eu pensava em como perguntaria para a moça o que aconteceu sem parecer que vigiara sua casa.

Quando cheguei ao trabalho me deparei com Nia entrevistando as pessoas. Eu precisava admitir que ela tinha energia, o que era admirável e irritante. Então aconteceu. Eu estava no banheiro usando o mictório quando ouvi um policial atender o celular e não dizer mais que “alô”.

Ele saiu e não olhou em meus olhos, então havia algo de meu interesse ali. Pensei que ele pudesse ter algo com o caso, então o segui discretamente. Da minha sala pude observar enquanto ele pegava um envelope e saía. Deixei um colega fazer meu serviço por ali e continuei a investigação.

Segui-o até um parque. Ele esperou alguns minutos antes de descer do carro, depois andou como se estivesse observando a paisagem. Em um banco ao longe havia uma mulher de malha rosa fluorescente, óculos espelhados e cabelo verde. O policial seguiu até ela e lhe entregou o envelope, ela entregou a ele outro envelope e ambos se separaram.

Acompanhei com os olhos a moça seguir até o estacionamento e pegar seu carro. Fiz uma manobra e me aproximei enquanto ela estava parada no semáforo. Olhei a placa, era o carro de Nia.

Não descobri o assassino, mas descobri o informante de Nia.

♠♠♠♠

Entre o vão de dois prédios um homem com binóculos observava sua presa.

♠♠♠♠

Estacionei a duas quadras do parque e abri o envelope. Li atentamente.

“Caso Yamma Sota: padrão dos demais assassinatos, o homem não foi morto muito tempo antes de ser encontrado. As chaves do cadeado permanecem desaparecidas. Rosa colombiana de cor amarela, provavelmente colhida no mesmo lugar que as demais. Para fins de investigação houve comparação entre as rosas colhidas por Yamma e as colhidas pelo assassino. Enquanto Yamma fazia corte reto, o assassino corta a haste de suas rosas de maneira diagonal.”
Havia uma anotação feita com caneta:

“A filha de Yamma, Yuki Sota, não sabe mais informações. Apenas que o pai vendeu uma rosa amarela para um cliente não frequente. Segundo ela, a rosa ornara o centro de um buquê de rosas vermelhas.”

Então essa foi a causa da morte do floricultor. Ele vira o rosto do assassino e sabia quem ele era. Aquele buquê era o que Yamma havia me entregado naquela manhã de domingo, última vez que o vi vivo. Todos os pêlos de meu corpo se eriçaram.

“Caso Eliane Magdalena Pinho da Silva: Carro atropelado por caminhão. Testemunhas viram o acidente e descreveram o caminhão com as seguintes características: preto, sem placa, cabine alta e carreta tapada com lona sem identificação. Ainda segundo as testemunhas a vítima infringiu as regras de trânsito ao ultrapassar o sinal vermelho. Resquícios de uma rosa amarela foram encontrados entre as ferragens, mas não foi possível identificar mais que a cor e a espécie. O motorista evadiu do local.

“Caso Elísia Moretti Tunísio: Esfaqueada duas vezes, uma sobre o coração e a outra no abdômen. Marcas de resistência. Expressão de surpresa, o cadáver possuía resquícios de aplicação de formol. A rosa amarela segue os padrões anteriormente descritos.”

Abaixo havia uma observação:

“A polícia não sabe o que a trouxe à cidade.”

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro