Capítulo 18 - Hogwarts
Olá pessoal!
Segue outro cap com carinho para vocês.
Aproveitem a quarentena!
Bjuuuusssss
*Always***************
Snape estava novamente arrasado. Ele não aparatou diretamente para Hogwarts. Seguiu para sua casa, na Rua da Fiação em Cokeworth. Lá, naquele imóvel velho, empoeirado e deteriorado, ele encontrou uma foto de Lilian e a encarou cheio de tristeza. Olhou para a guitarra em sua outra mão e lembranças com Hell também o invadiram. Ele estava confuso. Amava a primeira com todas as fibras do seu corpo e com toda sua alma, mesmo ela estando morta, mas ver a outra mulher lhe dar aquele olhar de decepção quando tentou apagar suas memórias o deixou destroçado. De novo havia magoado a garota.
Como sempre ele estragara tudo. Primeiro chamando Lilian de sangue-ruim, agora tentando apagar as memórias de Hell. Ele era bom nisso – pensou – em magoar as pessoas que se importavam com ele.
Olhou ao redor e tudo naquela casa o irritava. Lembrar de seu pai bêbado que odiava magia, sua mãe submissa que aceitava aquelas humilhações, aquele bairro trouxa imundo e fedorento repleto de trouxas igualmente imundos... aquela casa era a personificação de sua vida horrível. Da solidão. De seu coração vazio, abandonado, empoeirado...
Estava triste, frustrado. No fundo queria ter permanecido no escuro. Se não tivesse se lembrado de nada talvez estivesse feliz agora. Talvez tivesse seguido com a vida. Mas aquela vida podre sempre o atormentaria. Sentiu que nunca poderia ser feliz.
- Por que simplesmente não me deixaram morrer de uma vez por todas? – Pensou amargurado.
Consumido pelo ódio acenou com a varinha destruindo tudo ao redor fazendo as prateleiras explodirem com seus livros, as paredes serem cortadas como manteiga e por fim ateou fogo destruindo todo o resto. Aquela era uma espécie de morte simbólica para ele.
Do meio das chamas aparatou para longe dali. Resolveu voltar a Hogwarts e lá fora mesmo recebido como um herói, apesar de não se sentir assim.
A professora Minerva o recepcionou com um abraço caloroso e fez questão de lhe restituir o cargo de diretor. Ela gostava mesmo era de lecionar. Relutantemente, ele aceitou, mais para poder ficar afastado das pessoas.
Passava a maior parte do tempo enclausurado no gabinete do diretor. Só descia às masmorras à noite para dormir ou para continuar o preparo de doses generosas de poção matacão, que enviaria a Hellen logo que estivessem prontas.
...
Naquela manhã Hellen fora acordada por um pássaro que bicava insistentemente sua janela.
- Ah, para com esse barulho dos infernos!!!! – Ela reclamou. Mas a coruja insistiu e ela precisou levantar para espantar o bicho.
Quando Hellen abriu a janela a coruja voou até a cama dela depositando um pacote pardo e foi embora.
A garota olhou assustada para aquilo. Como assim uma coruja entregando uma encomenda? Olhou para o pacote e viu a letra fina e inclinada que dizia apenas: Para Hellen Kramer.
Abriu o pacote e dentro havia um frasco bonito contendo um líquido azulado e um pergaminho enrolado. Desenrolou-o e começou a ler.
"Olá Hell,
Espero que não esteja mais brava comigo. Quero que saiba que nossos momentos foram sim maravilhosos e nunca me esquecerei de você. Mas preciso que entenda que eu não sou uma boa pessoa e você merece alguém melhor do que eu. Foi melhor para você assim.
Esse frasco contém Poção do Acônito. Infelizmente, a licantropia não tem cura, mas a poção garantirá que a transformação seja menos dolorosa e que você se mantenha consciente durante o ciclo. Siga meticulosamente as instruções. Todo mês enviarei uma coruja com poção nova para você.
Seja feliz Hell. Você sempre estará nos meus pensamentos.
Severo."
A garota terminou de ler a carta com lágrimas nos olhos. Correu mostrar a novidade para Eddie. Seguiu todas as instruções do pergaminho e bebeu aquele líquido horroroso e nojento todos os dias da semana que antecedeu a lua cheia.
- É hoje à noite Eddie... – disse Hellen ansiosa. – Será que vai funcionar mesmo?
- Vai, vai sim. Temos que acreditar.
Ao cair do sol, Hellen, por precaução, entrou na jaula de prata e Eddie ficou com ela dentro do quarto do pânico esperando.
A noite chegou, e com ela a lua cheia, brilhante, enorme, linda. Ambos se olharam esperando algo acontecer. Mas quando finalmente a transformação iniciou foi tranquila. Não houve gritos, nem dor. Pelos foram crescendo pelo corpo da garota, assim como garras e presas. A loba estava ali, por fora, mas por dentro era ela... Hellen.
Ambos se olharam e Eddie começou a chorar de alegria. Tinha mesmo funcionado! Hell estava, em partes, livre; mesmo que sua liberdade fosse condicionada à poção e mesmo que continuasse sendo uma loba.
Eddie abriu a jaula de prata e a primeira coisa que Hellen fez foi avançar pulando sobre o pai pegando-o no colo, abraçando e lambendo a cara dele, em seguida rindo, apesar que seu riso foi um grunhido. Saiu do quarto do pânico e, de longe, espiou pela janela encarando a lua cheia na noite. Seu rosto de loba sendo iluminado por aquele brilho prateado.
- Ah Hellen! Olha só isso que coisa mais linda! – Disse o velho com um sorriso imenso abraçando calorosamente aquela fera. – Estou tão feliz que você não vai mais se ferir, minha princesa. – Disse acariciando o pelo dela como se faz com um cachorrinho.
Hellen, apesar de transformada em loba, estava muito feliz. Ela e Eddie passaram a noite assistindo filmes e comendo (baldes) de pipoca. Acabaram adormecendo juntos. Hellen embolada como um cão.
Naquela manhã a garota acordou super bem-disposta, tomou banho e ficou perturbando Eddie para que eles fossem comemorar.
Hellen se arrumou e seguiu com Eddie pelas ruas de Londres onde passearam de braços dados, andaram de roda gigante e comeram bolinhos numa padaria chique. A garota era toda sorrisos o que deixava o velho Eddie de coração derretido.
- É bom ver você sorrir de novo Hell... – Disse Eddie tirando uma fotografia dela com o pub ao fundo. Ela fez coraçãozinho para ele com as mãos.
- Pra ser melhor só faltava um detalhe... – Disse murchando.
- Sabe Hell, às vezes a gente quer muito uma coisa e então acha que vai querer a vida toda. Mas aí o tempo passa. E o tempo é o tipo de sujeito que adora mudar tudo... o Severo é assim. Ele quis a Lilian a vida inteira, mas o tempo, esse matreiro, veio e colocou você no caminho dele. Ele está balançado.
- Está nada. Ele queria deletar a minha mente.
- Hell, toda essa história de perder a memória pode ter feito com que ele sentisse as coisas com mais intensidade. Tipo, de repente ele acorda e a Lilian está morta? Deixa ele se acostumar. Só dê tempo a ele...
...
Em Hogwarts Snape olhava para a lua cheia com o coração pesado de dor. Será que ela tinha tomado a poção? Ela estaria bem? Uma lágrima desceu por seu rosto e ele a limpou com raiva.
Ele merecia sofrer. Tinha causado tanta dor e sofrimento a tanta gente. Iria pagar por aquilo agora. E seria sozinho. Pois tudo o que ele tocava morria. Isso já estava enraizado em sua mente.
Apesar de Snape administrar Hogwarts muito bem, deixava a parte de interagir com os alunos e participar de eventos públicos com Minerva. Ele ficava enclausurado no gabinete, com as cortinas fechadas. Só olhava para fora à noite, encarando a lua. Também tinha desenvolvido o péssimo hábito de ficar encarando o Espelho de Ojesed.
No espelho ele via a si mesmo sorrindo feliz acompanhado de uma mulher cuja face ele não conseguia ver.
Snape era muito inteligente. Ele sabia o porquê de não conseguir ver o rosto da mulher. Lilian e Hellen disputavam o espaço no seu coração e, apesar da primeira ter morrido, ele não conseguia deixar de ama-la, o que não era justo com a segunda. E também ele não se achava digno de mulher alguma. Seu passado o atormentava incansavelmente.
Snape passou vários meses assim. O Natal já estava batendo à porta. Hogwarts entregava os resultados finais e os alunos seguiam para suas casas a fim de comemorar o feriado com suas famílias.
Nesse tempo que se passou Snape continuou enviando corujas para Hellen, mas as caixas continham apenas frascos de poção e nenhuma carta.
Na última entrega Hellen finalmente conseguiu segurar a coruja e prender um envelope ao seu pé. O animal devia estar cansado após voar pela tempestade de neve.
Snape ficou espantado quando a coruja bicou a janela do gabinete lhe estendendo o pé.
Ele retirou o envelope da ave abrindo-o avidamente. Dentro havia apenas uma fotografia de Hellen fazendo coraçãozinho com as mãos. O sorriso dela era imenso. No verso da foto estava escrito: "Tentar se afastar de mim não vai fazer diminuir o que eu sinto por você."
Snape se permitiu dar um breve sorriso com o canto da boca para aquela fotografia. Hellen era tão linda, cheia de vida, destemida. Ela não devia perder seu tempo, sua liberdade com ele, um morcego rancoroso e cheio de trevas...
Ele colocou aquela foto sobre a mesa e ficou horas a encarando. Sua tristeza era palpável.
Minerva vivia dizendo que ele precisava sair e tomar um pouco de ar, tomar um sol. Mas ele apenas a ignorava, assinava quaisquer papeis quem fossem necessários e voltava à sua clausura.
Até que um certo quadro resolveu começar a conversar com ele.
- Ah Severo, já estou calado por tempo demais. – Disse o retrato de Dumbledore. – Certa vez, quando Harry se deparou com este espelho, eu lhe disse que não adiantava ficar sonhando e esquecer de viver... não aguento ficar aqui vendo você assim. Até eu saio mais deste gabinete que você e eu sou uma pintura. Viver assim não faz bem.
- Você é só um retrato, não sabe nada sobre viver. – Disse seco.
- Viver é a coisa mais rara do mundo, Severo. A maioria das pessoas apenas existe. É o que você está fazendo agora.
Snape apenas bufou dando as costas ao quadro.
- Severo, o que está feito, está feito. Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. Você já errou demais, sofreu demais. Sua conta está paga. As trevas só ficarão para trás quando você encarar o sol. Permita-se sentir coisas novas. Permita-se ser amado. Essa moça da foto, você a ama?
- Não se meta velho ridículo. Eu apenas estou fazendo poção do acônito para ela. Nada além disso!
- A forma mais verdadeira de mostrar que você ama alguém não é com palavras, mas com atitudes. E o que você tem feito por essa moça, Severo, é amor.
Snape não aguentava mais os conselhos melosos daquele retrato. Seguiu para seus aposentos nas masmorras e se trancou lá. A guitarra que Hermione havia conjurado para ele estava recostada numa parede.
Olhou para o instrumento com um misto de raiva e saudade... seus sentimentos estavam todos embaralhados.
Seguiu para tomar um banho e lembrou-se de quando Hellen tomou banho com ele, num dos dias de pesadelo. Na volta, só de cuecas, sentou-se de frente para a lareira bebendo Whisky. Após esvaziar a garrafa e, ainda frustrado, pegou a guitarra. Ele não sabia mais como manuseá-la. Pegou a varinha e com um aceno fez com que ela própria se fundisse ao instrumento, como estava antes. Correu os dedos aleatoriamente pelas cordas e um belo som se fez.
Sentia uma tristeza sem tamanho dentro de si. Começou a dedilhar as cordas e cantar sua tristeza:
https://youtu.be/qnkuBUAwfe0
"Um Último Suspiro (Creed - One Last Breath)
Por favor, venha agora, eu acho que estou caindo
Estou me segurando em tudo que acho ser seguro
Parece que eu achei a estrada para lugar nenhum
E eu estou tentando escapar
Eu gritei quando ouvi o trovão
Mas o que me restou foi um último suspiro
E com ele, me deixe dizer
Me deixe dizer
Me segure agora
Eu estou a seis passos do precipício e eu estou achando que
Talvez seis passos
Não sejam tão distantes assim
Estou olhando para baixo agora que tudo acabou
Refletindo sobre todos os meus erros
Eu pensei que havia encontrado a estrada para algum lugar
Algum lugar na Sua graça
Eu clamei aos céus "me salve"
Mas o que me restou foi um último suspiro
E com ele, me deixe dizer
Me deixe dizer
Me segure agora
Eu estou a seis passos do precipício e eu estou achando que
Talvez seis passos
Não sejam tão distantes assim
Olhos tristes me seguem
Mas eu ainda acredito que tenha restado algo para mim
Então, por favor, venha ficar comigo
Porque eu ainda acredito que tenha restado algo para mim e para você
Para mim e para você
Para mim e para você
Me segure agora
Eu estou a seis passos do precipício e eu estou achando que
Me segure agora
Eu estou a seis passos do precipício e eu estou achando que
Talvez seis passos
Não sejam tão distantes assim.
Por favor, venha agora, eu acho que estou caindo
Estou me segurando em tudo que acho ser seguro"
Do lado de fora, no corredor das masmorras, os alunos haviam saído de seus dormitórios e comunais e ouviam Snape cantar. O som da guitarra mágica se propagava pelas masmorras.
Filch, que viu aquela movimentação, correu e chamou a professora McGonagall para ver aquela balbúrdia. A professora desceu depressa, mas quando ela chegou e ouviu a música ficou parada onde estava emocionada. Não podia imaginar que Snape cantasse tão lindamente.
Aquela música era tão bonita e ao mesmo tempo tão triste. Exatamente como Snape era. Ninguém ousou rir ou fazer brincadeira, mesmo os alunos da Sonserina. Pelo contrário, eles próprios se identificaram na solidão de Snape, sempre tendo que manter a pose de frios e durões que a Sonserina exigia. Alunos da Lufa-Lufa, mais sentimentais, se entreolharam com olhos marejados e se abraçaram balançando suavemente ao som da melodia.
Como Dumbledore já havia dito em vida: "Ah, a música! Uma mágica que transcende todas as que fazemos aqui."
Quando Snape terminou de cantar estava com o rosto molhado de lágrimas. Aquela música foi um tipo de desabafo que ele fez para si mesmo admitindo sua dor, seu medo de estar sozinho, de cair no precipício da solidão.
Foi surpreendido pelo "toc, toc" em sua porta. Levantou rápido, limpou o rosto com as mãos e vestiu apenas um roupão negro indo atender.
- Minerva. Aconteceu alguma coisa? – Perguntou sombrio como sempre.
A professora o encarava cheia de carinho. Os olhinhos molhados.
- Ah Severo! – Disse Minerva invadindo o quarto dele o abraçando. – Por que você se martiriza assim?
- Do que você está falando? – Disse vestindo sua máscara de indiferença.
- Não precisa disfarçar, todos nós ouvimos a bela e triste música que você estava cantando...
Snape ergueu os olhos para a porta e notou que os alunos o olhavam com um misto de curiosidade e pesar. Vários olhinhos marejados o encarando. Com um aceno de sua mão a porta se fechou com força batendo na cara deles.
Ele não sabia o que dizer. Estava furioso. Se sentia um idiota por se expor assim perante toda a escola. Sentiu-se fraco por demonstrar seus sentimentos assim.
- Conheço esse olhar Severo. Você sempre tentando se manter indiferente, inexpressivo, mas por trás desses olhos negros profundos sei que há um mar revolto de sentimentos reprimidos e você está dentro de um barquinho à deriva lutando para sair.
- Você parece o Dumbledore falando! – Disse girando os olhos.
- Mas é a verdade! Não entendo porque você reluta tanto em mostrar seu melhor lado... Severo, todos nós sofremos e choramos. Não há nada de errado nisso! Chorar ajuda a dor a sair. Se você vive com essa dor presa dentro de si não sobra lugar para que sentimentos bons cresçam.
Snape não conseguia encarar a professora. Tinha ido se sentar à beira da lareira e encarava o fogo em silêncio.
- Harry e seus amigos me contaram, através de cartas, que você parecia feliz naquele bar tocando rock com a garota trouxa. Eu gostaria de ter visto isso! – Disse empolgada. - Eles disseram que se divertiram muito assistindo ao seu show. Disseram que você era muito bom! Isso foi antes de recuperar suas memórias, antes de lembrar que você vive para alimentar seu sofrimento.
- Eu não vivo para alimentar sofrimento algum.
- A não? E essa garrafa de Whisky vazia? Está afogando as mágoas bebendo. Consigo sentir o cheiro vindo de você... reaja homem!
- Eu sou uma pessoa ruim Minerva, que matou e fez pessoas sofrerem. Por que eu teria o direito de ser feliz?
- Por Merlin! Porque você é humano, oras! Humanos erram e aprendem com seus erros!
A professora se aproximou e tocou o ombro dele.
- Me lembro de um garotinho pálido de cabelos negros que chegou a este castelo cheio de atitude. Ele era o mais inteligente de sua turma e tinha orgulho de pertencer à Sonserina. Não aceitava levar desaforo! E ele era feliz ao lado de uma garotinha ruiva. O que houve com aquele garotinho, Severo?
- Ele morreu Minerva. A parte boa dele morreu quando chamou a garotinha ruiva de sangue-ruim e o restante dele morreu junto com ela.
- Isso não é verdade Severo. Há muita bondade em você. Veja o que está fazendo por essa moça. Está permitindo que ela viva. Está dando saúde a ela. A Srtª Granger disse que a moça ficou abalada quando sugeriram que você viesse embora. E notei que você tem uma fotografia dela na sua mesa...
- Ela vai me esquecer...
- Mas e você? Vai esquecê-la também? Deixará o amor passar... de novo? Você se martiriza porque Lilian nunca retribuiu o seu amor. Mas agora que apareceu alguém que retribui você simplesmente vai deixar passar porque acha que não a merece? Francamente! Você nem parece um Sonserino! Onde está a sua ambição? A sua determinação? Um Sonserino de verdade sabe agir de maneira a angariar vantagens para si, mas você só está se afundando cada vez mais! Onde está o seu instinto de autopreservação? O seu amor-próprio?
Snape olhava agora com fúria para a professora. Quem aquela grifinória convencida achava que era para lhe dar lições de moral?
- Pense bem Snape, enquanto você ainda é jovem. Eu deixei um amor passar uma vez. Não cometa o mesmo erro.
A professora Minerva saiu enxotando todos os alunos de volta a seus dormitórios e Snape ficou remoendo as palavras dela.
***************E aí gentem?!
Me contem o que acharam.
Adoro seus coments.
Bjuuuusssss
*Always*
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