CAPÍTULO 12 - A história de Hell
Olá genteee!!!!
Conforme prometido segue outro cap na sequência.
Espero que gostem.
Bjusss
*Always*
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Outra semana de doença havia acometido Hellen.
O show tinha acabado e Snape e Eddie estavam terminando de atender no bar. Eddie mandou Snape subir para descansar que ele iria trancar o pub.
Quando Snape estava entrando no quarto ouviu um som vindo do cômodo ao lado. Era muito alto. Coisas sendo arrastadas, arremessadas e quebradas e um grunhido, tipo um rosnado.
Na hora se assustou achando que alguém pudesse ter entrado no quarto de Hellen; tipo um ladrão ou um estuprador. Ficou apavorado pensando que alguém pudesse estar fazendo algum mal com a garota.
Seguiu rápido para a porta dela e bateu.
- HELLEN!
BAM! BAM! BAM! – Batia na porta.
- HELLEN! Você está bem? ABRA!
A quebradeira cessou e ele pode ouvir mais claramente os rosnados.
Sem entender o que estava acontecendo resolveu abrir a porta ele mesmo. Ou melhor, arrombar. E quando, após três esbarrões, conseguiu entrar deparou-se com a enorme criatura. Feições de lobo, garras, dentes, pelos cobrindo o corpo. Porém humano também, de pé sobre duas pernas.
Não sabia o que pensar. Aquilo era um lobisomem? Isso existe? Será que ele estava sonhando? Hellen, onde ela está? Estava bem?
Não pôde pensar por muito mais tempo. A criatura avançou salivando para ele que só teve o instinto de correr. O lobisomem saltou e bateu contra a parede do corredor. Sacudiu a cabeça e uivou. Snape seguiu correndo escadas abaixo com a criatura em seu encalço. Graças a Deus o Pub já estava fechado, pois Snape e o lobisomem chegaram lá e seria um desastre se estivesse cheio de clientes.
A fera tentava pegar Snape a qualquer custo. Este corria entre as mesinhas tentando despista-la. Mas também não funcionou duas vezes. O lobisomem começou a dar patadas nas mesas e cadeiras atirando-as longe deixando seu caminho até Snape livre.
O lobisomem rosnava e salivava. As garras em riste, pronto para estraçalhar Snape que se encontrava imprensado contra uma parede.
A criatura deu o bote e Snape virou o rosto fechando os olhos. Era o fim.
Então ouviu o tiro.
O lobisomem grunhiu e se retorceu. Cambaleou e caiu com a boca aberta. A língua para fora. Eddie estava de pé atrás do bicho, de arma em punho.
Um Snape de olhos arregalados só conseguiu dizer: - Eddie, esse... esse monstro, estava no quarto da Hellen. O que ele fez com ela?
- Esse monstro É a Hellen. – Respondeu o homem arrancando o dardo de prata das costas do lobisomem.
Snape ainda não tinha conectado A com B. Afinal ele não se lembrava de nada do mundo bruxo. Na cabeça dele lobisomens não existiam.
- Vem, me ajuda a carregar ela lá para cima antes que o efeito do tranquilizante passe. Eu já te explico tudo.
Cada um pegou o lobisomem de um lado com extremo esforço, pois a criatura era imensa e muito pesada, subiram a escada e seguiram para o quarto de Hellen.
O quarto dela era bem bonito. Bem decorado, claro, arejado e confortável. Apesar de que agora estava destruído. Ela tinha seu próprio banheiro e tudo o mais, como a princesinha do papai que era. Mas no canto havia uma outra porta, de aço, que levava ao que eles chamavam de quarto do pânico. Lá dentro era tudo forrado com espuma acústica para abafar o som e no meio do cômodo havia uma grande jaula de aço banhada a prata. Haviam grilhões de aço presos ao chão e Snape se lembrou das marcas nos tornozelos dela.
Eddie abriu a jaula e ambos a colocaram lá dentro trancando em seguida.
Eddie respirou fundo secando o suor da testa e se sentou no chão.
- Senta aí Severo. Vamos esperar passar o efeito do tranquilizante. Deixa eu te explicar tudo isso...
* A história de Hellen. *
Os pais de Hellen eram criadores de ovelhas na Escócia. Eles ficaram muito felizes quando descobriram que a mãe de Hellen estava grávida e conforme ela crescia eles mimavam a única filha de todas as formas. Seu pai costumava dizer que ela era sua princesinha.
Em seu aniversário de 4 anos Hellen havia ganhado um pônei ao qual deu o nome de docinho e passava praticamente o dia inteiro junto do animal. Ela penteava sua crina e amarrava laços, abraçava, montava, dava cenouras...
Certa vez, com a noite já avançada, o Border Collie da família latia impacientemente e o pai de Hellen pegou sua lanterna e seu rifle para checar. Às vezes lobos apareciam para atacar as ovelhas.
Já do lado de fora o jovem homem circundou a casa e seguiu em direção ao celeiro, onde as ovelhas estavam agitadas. O cão latia e rosnava feroz na direção do celeiro e o pai de Hellen apontou a lanterna para dentro. Viu apenas a carcaça da ovelha retalhada no chão. Seu sangue e lã espalhados por todos os lados.
Desligou a lanterna e, muito quieto, entrou no celeiro, pé ante pé com a arma em mãos pronto para atirar naquele lobo maldito que viera roubar o sustento de sua família.
Raios de luar entravam pela abertura no alto do celeiro iluminando um pouco o local e, quando menos esperou, viu olhos perversos brilhando num canto. Apontou a arma na direção do lobo e já ia puxar o gatilho quando o animal correu. O pai de Hellen quase teve um ataque cardíaco.
Não era um lobo. A criatura gigantesca tinha trejeitos de lobo em um corpo humanoide. Coberto de pelos com garras e dentes imensos, andando em duas pernas. A saliva escorrendo de sua boca.
Quando a criatura passou por uma parte iluminada ele pôde ver que sua boca e garras estavam vermelhas de sangue. Sangue da pobre ovelha morta na entrada do celeiro.
Recobrando o fôlego o pai de Hellen apontou o rifle na direção do Lobisomem e atirou, mas errou.
O caos se instalou no celeiro com as ovelhas se dispersando, fazendo algazarra e fugindo descontroladas porta afora. O pobre pônei relinchava apavorado em sua baia e dava coices no portão com suas perninhas curtas tentando abri-lo para fugir, sem sucesso.
Em casa a mãe e a pequena Hellen escutavam amedrontadas toda aquela confusão. Quando ouviu o desespero do pônei Hellen se desvencilhou da mãe e correu em direção ao celeiro.
- DOCINHO, DOCINHO! – Ela gritava aflita.
- HELLEN NÃO!!! VOLTE! É MUITO PERIGOSO! – Gritou a mãe correndo atrás dela.
A pequena criança chegou ao celeiro e correu até a baia do seu amado docinho.
Ao ver a criança a criatura retorceu a cara numa espécie de sorriso e ressurgiu da escuridão avançando sobre ela agarrando-a pela barriga com suas garras cortando-a. A menina deu um grito agudo e seu pai desesperado apontou o rifle, mas o lobisomem deu um tapa fazendo a arma cair. O pai da menina avançou de mãos nuas sobre o animal.
O lobo Grayback segurava a menina firme com a mãozorra e já a levava em direção à boca. Ela gritava, esperneava e chorava. A intenção do lobo não era comer a menina, mas machuca-la, feri-la, contamina-la com sua saliva para que ela contraísse a mesma doença que ele. Era isso que ele fazia com toda criança que cruzava seu caminho. Mas ele não podia dizer que faria o mesmo pelo pai da criança.
O pai da menina se jogou sobre a cabeça da criatura segurando sua boca com ambas as mãos impedindo que ele mordesse a criança. Os dentes do animal eram deveras afiados e cortaram os dedos do pobre homem sem dificuldade, mas mesmo assim ele não soltou. Com a mão livre o lobisomem agarrou o homem pelo peito erguendo-o e então abocanhou seu pescoço matando-o.
A mãe de Hellen chegou no celeiro e gritou horrorizada ao ver aquele mostro de posse de seu amado marido e de sua filhinha. Ela viu o momento em que o lobo matou seu marido e lançou-o longe. Novamente levava a pequena criança até a bocarra.
A mulher viu o rifle aos pés do monstro. A única coisa que tinha ao alcance da mão era um ancinho espetado no feno. A mãe de Hellen pegou a ferramenta e correu até o lobisomem que havia acabado de morder o bracinho de sua princesinha e o lambia espalhando sua saliva contaminada. Enfiou o ancinho na lateral do corpo da fera, pouco abaixo das costelas, ferindo-o.
Sentindo uma dor lancinante o lobisomem largou a criança no chão e avançou para a mulher atacando-a, rasgando-a com garras e dentes.
A criança ainda conseguiu se arrastar e se esconder no meio da pilha de feno enquanto o monstro trucidava sua mãe. Com a mulher já morta o animal olhou em volta à procura da criança, mas não a viu e a ferida estava doendo demais para que ele se concentrasse em farejar. Mas seu plano havia dado certo, ela estava contaminada. Fugiu deixando apenas o rastro de destruição para trás.
...
Eddie Kramer era jovem. Estava no auge dos seus 30 anos e era um excelente músico. Estava viajando com sua banda, Poison, fazendo shows pelos pubs de todo o Reino Unido.
Era madrugada. A banda havia terminado uma apresentação na Escócia e seguia pela estrada em direção ao novo local onde fariam um show no dia seguinte. Queriam ganhar tempo, mas aquela noite conspirou contra.
O carro superaqueceu e parou. Aqueles jovens de 30 anos meio bêbados se viram perdidos no meio do nada e sem comunicação. Olharam ao redor e viram luzes ao longe. Seguiram naquela direção. Quem sabe aquelas pessoas talvez tivessem telefone ou soubessem consertar carros ou, talvez, deixassem eles dormirem lá.
Seguiram pelo campo e passaram por entre um mar de ovelhas que pastavam sob o luar. A porta da casa estava escancarada. Eddie entrou na varandinha chamando.
- Oi, tem alguém em casa?
Nada.
- Oláááá!
Nada.
Ouviu o cachorro que latia perto do celeiro e caminhou até lá seguido por um de seus companheiros.
- Olááá! Senhor, Senhora, alguém? Tem alguém aqui? O nosso carro quebrou e viemos pedir ajuda.
Eddie entrou no celeiro e deu um grito e um pulo para trás ao ver a ovelha destroçada.
- Carái! Que susto! Que porra que aconteceu aqui? – Disse apavorado passando a mão na cabeça.
- Eddie, olha aquilo cara. – Disse seu amigo assombrado.
- Que foi cara, viu o fantasma da ovelha? – Disse zoando.
Ao olhar viu os corpos do homem e da mulher estraçalhados no chão. Havia muito sangue.
- Cara, o que rolou nesse lugar? – Disse assombrado dando passos muito lentos em direção aos corpos. O pônei voltou a se inquietar na baia.
- Eddie vamos sair daqui cara. Eu não tô gostando disso.
Conforme Eddie se aproximava o pônei ficava mais assustado.
- Oh, Oh, amiguinho, calma. – Disse Eddie tentando acalmar o pônei. E então ouviu um gemido baixinho.
- Quê que foi isso? Quê que foi isso? – Disse o amigo apavorado. – Cara eu vou dar o fora daqui.
Saiu deixando Eddie sozinho. Este continuou em silêncio prestando atenção de onde vinha aquele som.
Foi andando devagarinho e o som foi aumentando. Ele identificou como sendo o choro de uma criança, bem baixinho. Mas só havia uma pilha de feno. O choro vinha lá de dentro.
Cavando com as mãos ouviu a vozinha chorosa.
- Vai emboia! Sai!
Cavou mais depressa e encontrou a minúscula criança encolhida lá dentro. Toda esfarrapada. Os cabelinhos castanhos cheios de feno. Sua camisolinha branca rasgada e coberta de sangue.
A criança segurava o bracinho com a mão. O sangue jorrava de uma grande ferida. Engoliu em seco e se abaixou tentando tirar a menina de lá.
- Calma, eu não vou machucar você. Vou ajudar, vem. Por favor feche os olhos e não abra, está ouvindo?
Puxou a menina e a aconchegou no colo de forma que ela não visse os cadáveres dos pais. Seguiu levando-a para casa correndo.
Os amigos estavam do lado de fora da casa apavorados com o que o outro havia lhes contado. Viram Eddie passando acelerado com aquele pacotinho no colo e entrando na casa sem fazer cerimônia.
- EDDIE!!! Pensei que a gente ia embora.
- TEM UMA MENINA! – Ele gritou lá de dentro.
Colocou a criança sentada na mesa. Ela tremia e as lágrimas desciam por seu rostinho fofo. Mas estranhamente ela não estava se esgoelando de chorar. Apenas dava alguns gemidos de dor.
- Tá adendo. Adendo muito. – Ela choramingou.
- Eu imagino que esteja ardendo... – Disse Eddie abrindo a torneira da cozinha e esperando que a água esquentasse.
Pegou uma panela e encheu de água morna. Molhou um pano e foi limpando a ferida da menina que puxava o bracinho conforme ele a tocava.
- Calma, eu sei que dói. Mas tenho que limpar tá bom? Você tem que ser forte... como você se chama?
- Hellen.
- E quantos anos você tem Hellen?
Ela levantou a mãozinha mostrando 4 dedinhos.
- Hm, ok. Você já é uma mocinha. Tem que ser forte Hellen. – Continuou limpando. – Você sabe onde tem remédios aqui?
A menininha apontou o armário do alto. Eddie encontrou antissépticos e remédios para dor e seguiu cuidando dela enfaixando seu bracinho.
- Certo. Agora sua barriga. – Disse pegando a barra da camisolinha da menina e levantando.
- Eddie você não pode tirar a roupa da menina.
- Teu rabo que eu não posso! – Respondeu aflito. – Tô cuidando dela. Né Hellen? Tem problema se o tio limpar você? O bracinho já tá melhor né?
Ela balançou a cabeça positivamente e Eddie já foi retirando a camisolinha deixando-a só com a calcinha cheia de babados.
- Não sou pedófilo seu merda! – Disse com raiva.
Ele não era nenhum tarado mesmo. Pelo contrário. Estava totalmente focado em ajudar aquela criança. A imagem dos pais dela trucidados no celeiro não saíam de sua cabeça.
Haviam ferimentos por todo o tronco da menina, mas não eram tão profundos. Ele limpou e enfaixou. Terminou de limpar a menina com o pano úmido. Espanou o feno do cabelinho dela e finalmente sentou se entregando à exaustão.
A menininha apenas o olhava curiosa. Suas feições ainda eram de dor, mas ela não chorava.
- Você tá bem? – Perguntou ele.
- Obigada! – Respondeu.
Os olhos dele se encheram de lágrimas. Ela ainda nem sabia falar direito e já estava passando por aquilo.
Eddie se levantou e pegou a menina no colo levando-a para cima.
- Onde é o seu quarto? Vou te colocar pra dormir.
A menina apontou a direção e ele chegou ao quarto cor de rosa apinhado de bonecas. Colocou-a na cama de dossel cobrindo-a com a coberta.
- Tô com medo.
- Não... não tem que ter medo. Tá tudo bem agora. Eu e os rapazes somos quatro homens grandes. Nós vamos proteger você. EU vou cuidar de você. – Disse fazendo carinho nos cabelinhos dela e deu-lhe um beijo na testa.
- A mamãe canta pa eu dumi...
- Canta é? (Agora não canta mais – pensou). Tá, vou cantar então. - Pensou um pouco e começou:
https://youtu.be/Kq_Sl9G28EM
"Rock and Roll Lullaby – B.J.Thomas
Ela tinha apenas 16 anos e completamente só
Quando eu passei a existir
Então nós crescemos juntos
Minha mamãe criança e eu
Agora as coisas estavam ruins e ela estava assustada
Mas sempre que eu chorava
Ela acalmava meus medos e enxugava minhas lágrimas
Com um rock n' roll de ninar
E ela cantava sha na na na na na na na
Vai ficar tudo bem
Sha na na na na na na na
Agora apenas aguente firme
Cante para mim mamãe, (mamãe, mamãe, ma)
Cante doce e claro, oh!
Mamãe deixe-me ouvir aquele velho rock de ninar
Você conseguiu atravessar aqueles dias solitários
Mas Senhor as noites eram longas
E nós sonhávamos com momentos melhores
Quando mamãe cantava a canção
Agora eu não consigo lembrar todas as palavras
Não faz sentido tentar
Pois eu só sabia que muito amor vinha através
Daquele rock n' roll de ninar
E ela cantava sha na na na na na na na
Vai ficar tudo bem
Sha na na na na na na na
Agora apenas aguente firme
Eu posso ouvir você mamãe, mamãe, mamãe
Nada liberta minha alma
Como o som do bom e velho rock n' roll de ninar"
A menina pegou no sono e ele ficou ali sentado olhando-a a noite inteira. Tinha se apaixonado pela pequena criança. Iria fazer tudo por ela.
Pela manhã, o amigo que viu os corpos junto com ele, insistiu que eles precisavam ir embora dali porque poderiam ter sérios problemas se a polícia aparecesse.
Outro dos integrantes da banda voltou ao carro que milagrosamente ligou.
Relutante, Eddie juntou o que pôde para a menina entre roupas, calçados, bonecas e enfiou tudo dentro do carro sob os reclames de toda a banda.
- Eddie, não podemos levar uma criança junto.
- Seu rabo que não podemos! – Disse segurando Hellen no colo e socando as coisas no porta-malas junto com os instrumentos.
- Mas Eddie...
- CALA A BOCA CARÁI! Eu vou levar ela sim seus merdas, vocês querendo ou não.
...
- E assim foi a vida de Hellen, Severo. Eu a criei como um pai. Um pai meio desbocado e louco, admito, mas muito carinhoso e preocupado com ela, sempre. – Disse olhando a fera no chão com imenso carinho nos olhos. - A princípio eu achei que a família tinha sido atacada por lobos, no plural, porque afinal um animal sozinho não poderia ter feito aquele estrago todo. Mas, na primeira lua cheia que seguiu eu presenciei uma coisa inacreditável...
Eddie seguiu contando a história.
Estavam num hotel, ainda viajando com a banda. A menina tinha se curado numa velocidade que ninguém acreditou. Eddie apresentava a menina como sua filha. Dizia que a esposa tinha morrido no parto. Ele era jovem e muito bonito, além de extremamente charmoso o que ajudava a sempre conseguir enrolar as recepcionistas sobre os documentos da menina.
Subiram para o quarto. Eddie havia acabado de dar banho na criança. A vestiu e a acomodou na cama de solteiro dando um beijo e cantando para ela dormir. A noite começava a cair. A lua estava gigante e brilhante lá fora então Eddie deixou a cortina aberta, pois Hellen tinha medo de escuro. Ele desceu com os outros. Iriam se apresentar no restaurante daquele hotel.
A apresentação foi alucinante. Com o fim do show os amigos de Eddie seguiram para seus quartos cada um muito bem acompanhado de uma bela moça. Exceto Eddie. Ele até havia se atracado com uma loira lindíssima no bar, mas quando esta fez menção de subir com ele precisou dispensa-la.
- Desculpe, mas eu já tenho companhia para esta noite. – Disse fazendo a mulher o olhar com raiva. – Ela tem 4 anos. É minha filhinha. – Disse rindo. – Eu queria mesmo ficar com você, mas... desculpe.
Eddie subiu relaxado as escadas para o quarto, mas ouviu barulhos estranhos de grunhidos e coisas sendo quebradas.
- Hellen, HELLEN!!!! – Entrou com tudo achando que alguém poderia estar machucando sua menininha e para seu completo espanto lá estava uma minilobisomem louca, surtada, destruindo o quarto todo.
Levou vários minutos para assimilar o que estava acontecendo e nesse vacilo a criaturinha avançou sobre ele tentando morde-lo, mas não conseguiu. Sorte estar com sua melhor e mais grossa jaqueta de couro – pensou. Empurrou a coisinha de volta ao chão com muita dificuldade. Ela era muito forte e agressiva. Chegou a tentar arranha-lo no pescoço com as unhas afiadas, mas deu um guincho de dor soltando-o quando tocou na grossa corrente de prata que ele usava.
- Foi difícil domar a diabinha. Eu a ameacei com a corrente de prata e consegui tranca-la no banheiro. Desci e comprei um sanduíche para tentar alimenta-la, mas ela só comeu o bife. – Disse rindo. – Daí eu me manquei que eu tinha uma lobisomem para criar. Desci de novo e comprei carne. Aí ela se encolheu num cantinho e comeu tudo, cru mesmo, que nem um cachorrinho. Nossa como foi difícil esconder isso da banda.
E continuou...
- De manhã a camareira veio arrumar o quarto e quase enfartou. O quarto estava destruído e a Hellen dormia que nem um anjinho na cama, a bandida. A doença do lobisomem só aflora à noite com a lua cheia. Com os primeiros raios de sol a transformação cessa. Mas a pessoa fica muito debilitada e às vezes ferida. Para justificar a aparência doentia da menina eu disse que ela sofria de surtos psicóticos. Eu nem preciso dizer que meu cachê foi todo para o conserto do quarto né? – Explicou - E.... para que não chamassem a polícia eu precisei "pegar" a dona do hotel. Eu estava pregado. Quem é que dorme com um lobisomem no quarto? Mas dei conta do recado...
- Imagino o quanto isso deve ter sido difícil para você... – Disse Snape sarcástico.
Eddie gargalhou. - Até que foi bom. Ela tinha quase uns 130 quilos, mas mandava bem a danada. – Disse rindo. – Não tenho preconceito. Mulher é mulher.... e eu gosto de mulher. – Olhou para a LobisHellen e suspirou - Essa mocinha é tudo que eu tenho. Depois que ela seguiu com a gente as coisas ficaram muito mais difíceis e fui EU que precisei fazer essas escolhas difíceis. Com as transformações mensais dela eu não pude mais viajar e a banda se desfez. Ou melhor, eles se desfizeram de mim. A única coisa que eu pude manter foi o nome da banda. Tentei trabalhar cantando em bares, mas era difícil tendo que faltar sete dias seguidos todo mês. Alguns lugares negociavam, mas quando tudo parecia se encaixar os vizinhos me denunciavam por "maus tratos". – Disse rancoroso. – A escola era um problema também... ela conseguia frequentar durante o dia, mesmo durante o ciclo, mas a aparência dela era muito sofrida. Às vezes ela se debatia muito e ficava roxa e com ferimentos. Se encostasse na prata ficava com queimaduras... tudo era um problema. Eu era chamado na escola sempre. A gente vivia se mudando. Por fim paguei professores para ela estudar em casa.
E continuou...
- Nós conseguimos manter um ritmo a partir daí. Chegou um ponto em que ela conheceu o John. Ele era um cara bacana...
- Era?
- Era... lembra que eu disse que ela perdeu uma pessoa que amava muito e depois não se envolveu com mais ninguém? Foi o John. Ela já tinha vinte e poucos anos. Eles estavam juntos a um tempo e eu nunca a proibi de namorar, nem de tentar ter uma vida normal. Eu era um pai bem liberal. A única coisa que eu não aceitava é que os namorados dormissem em casa, não por causa de sexo, por causa da lobisomem... e ela obedecia isso. Ela sabia as consequências. Mas o pobre John estava muito apaixonado. Passou a tarde com ela. Eu tinha que trabalhar e pedi que ela o mandasse embora na hora certa. Mas eles estavam assistindo filmes no quarto e acabaram cochilando. Bem... eu só posso dizer que o John nunca mais acordou.
- Entendi.
- Pela manhã quando fui checar a transformação ela estava encolhida num canto nua, desgrenhada e coberta de sangue. Ela chorava muito. O rapaz ficou em pedaços. De lá nos mudamos para cá e ela nunca mais namorou sério com ninguém. Você foi a pessoa com quem ela passou mais tempo depois do John.
Snape se mexeu incomodado. Sabia que ela estava magoada com ele.
- Saiba que apesar das grosserias dela ela ainda sente algo por você...
Dito isto os primeiros raios de sol começaram a brotar lá fora e ela foi se transformando, voltando a ser mulher.
*****************E aí pessoaaaaallllll?!?!?!
Que sinistro né? Pobre Hell, não a julgo por ser tão estressada às vezes. Olha só que vida difícil.
E o Eddie? Tem como ele ser mais fofo?
Me contem o que acharam.
Bjusss
*Always*
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