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O Acidente - Parte 5

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Acho que toda criança gosta de ver acidentes de rua. Na rua que eu morava, era costumeiro um acidente de moto. A cena mais chocante que presenciei foi no terminal de ônibus, quando uma velhinha tropeçou e caiu atrás de um ônibus no momento da ré. O barulho do crânio sendo esmagado dela fora semelhante à de uma bexiga estourando, pelas rodas só ficou um rastro mucoso. Não tive interesse em me aproximar, porque a psicólogo havia me aconselhado a não ir atrás de coisas que poderiam ser gatilhos das minhas crises. Então, observei de longe a multidão se amontoar ao redor. Principalmente crianças, pouco se importavam com a morte, nem mesmo as violentas.

As crianças de hoje são umas sádicas...

...

Não sei porque, imaginei se poderia haver alguma criança do lado de fora do ônibus observando o acidente. Será que ficariam chocadas por nós sermos apenas adolescentes e estarmos naqueles estados deploráveis?
Não importa...
Eu estava delirando por causa da hemorragia em mina cintura. Uma das barras do ônibus havia se quebrado e perfurado meu abdome, ao forçar um pouco o pescoço, vi a pontinha dela perto do meu umbigo.

Após os capotamentos, o ônibus havia parado de lado. Eu estava meio em pé, de costas contra a janela, com uma barra de ferro me atravessando. O restante do cenário era de uma carnificina.

Como ninguém estava usando o cinto de segurança, seus corpos foram chacoalhados pelo ambiente como se estivessem dentro de um furacão. Romão havia batido sua cabeça a toda força contra o teto e teve o crânio rachado. O sangue escorria pela nuca e encharcou sua camisa. Atrás dele, estava minha amiga, Aline.

Mesmo sendo asfixiada pela dor abdominal, não contive o acesso de choro soluçante quando testemunhei o lindo corpinho de Aline retorcido em minha frente. Sua perna havia se dobrado de lado, e pude ver a ponta do fêmur rente à pele arroxeada. O quadril se torcera fazendo dobras entre o intestino e os ossos do quadril. Ela, que estava usando uma saia azul até o joelho, teve a vestimenta erguida, revelando a calcinha toda manchada de sangue e com uma víscera saindo por ela. Só depois fui aprender que existe algo chamado prolapso genital. Aquilo era o útero de Aline exposto com manchas coaguladas ao redor.

Aqueles brilhantes olhos avelã estavam pálidos, havia hematomas nas pálpebras que as incharam e estufaram as órbitas de minha amiga. Estava morta, isso não me restava dúvidas.

GRITEI!

Meu espasmo de melancolia foi tão intenso que me arranquei da barra perfurante e livrei meu abdome. Cai em direção ao corpo dela ignorando a dor maciça dentro de mim mesma, estiquei a mão até poder tocar na dela. Gélida. Sua fina pele já se apresentava em estado cadavérico.

Apertei-a e continuei a chorar. Não tive medo, isso exigia forças que já havia perdido. Apenas fiquei ali em desespero e esperando logo minha vez, só assim... Só assim, poderia me ver livre daquele terror. Viver significaria ter que recordar daquilo todos os dias, imaginar uma vida sombreada de violência e catástrofe, saber que perdi minha melhor amiga, e mais... Ainda tinha aquele sonho horrível com aquela fera, aquele monstro mascarado. Aquela floresta...

— MEU FILHO!

O som despertou novamente meus sentidos. Até então, fiquei presa dentro dos meus pensamentos fúnebres. Mas aquele grito agonizante de uma mãe fora do ônibus me fez acordar. A partir daí, tudo se esclareceu. Ouvi o som de sirenes; homens conversando uns com os outros, e pessoas gritando de um lado para o outro. Era o resgate!

Girei a cabeça em direção a cabine do motorista. Logo, vi o para-brisa destruído e pingos de sangue pelos estilhaços de vidro pendurados. Do lado de fora, um luz avermelhada piscando, carros cercando o perímetro, e muitos, muitos pés fardados se aproximando do ônibus.

Aos poucos, os bombeiros se adentraram. Com seus equipamentos, eles quebravam o vidro, serravam os estilhaços de ferro, deslocavam poltronas, abriam uma nova entrada na lateral do veículo. Então, vieram os paramédicos.

— Deus misericordioso... — Pude ouvir um deles dizendo, meio que não querendo ver a cena.

Checaram corpo por corpo. Alguns estudantes ainda emitiam certo gemido, estes tinham vantagem em comparação aos que pareciam desacordados. Outros, tinham a carótida palpada, então, logo eram abandonados. Na minha vez, um lindo médico negro se ajoelhou sobre mim e me encarou com olhos piedosos quase em lágrimas. Meus olhos encaravam o dele imóveis, com a boca trêmula e pesada, não consegui dizer palavra alguma.

— Moça! Moça! Qual o seu nome?! — disse, me cutucando — Moça! Moça!

— Ay... Ayla...

Ele pareceu feliz ao ouvir aquilo. Foi o primeiro e único sorriso que vi saindo dele naquele dia. Em seguida, rasgou minhas roupas a procura de ferimentos, então tentou estancar o sangramento de meu abdome. Ao mesmo tempo, vieram outros dois carregando uma prancha e, com pouco esforço, me colocaram em cima dela. Fiquei com aquele colar cervical para imobilizar o pescoço e tive meus membros amarrados na prancha afim de não cair. Só então, me ergueram, movendo-se até a saída.

Apertei os olhos devido a luz solar. Com eles fechados, minha audição foi invadida por gritos e choros vindos da redondeza. Quando os abri, vi famílias apavoradas próximas à barreira policial, procurei a minha, mas não a notei. O pouco do exterior que vi nada me tranquilizou. Enquanto no ônibus havia um desespero silencioso, mórbido e ceifador, ali o desespero era gritante, agonizante, profundo com as chamas densas de uma floresta ardente.

Fechei novamente os olhos e senti meu corpo amolecer. Houve um medo de não poder abri-los novamente, aquela história de se acordar morto. Entretanto, a fadiga fora maior que qualquer outra coisa, então, anestesiada, eu desfaleci...

...

Despertei num leito hospitalar. Uma máscara de ar me cobria a boca, estava cercada de aparelhos apitando a todo instante e com um acesso no braço. Meu corpo estava pesado, mas não doía, apenas sentia uma leve queimação difusa quando inspirava bem o ar. Ao meu lado, havia outro leito, parecia ser também uma jovem lá da escola, porém, não a reconheci. E, antes de pensar em mais alguma coisa, fui surpreendida pelo tocante choro de dona Diana, vulgo minha mãe.

Ela me disse um monte de coisa. Primeiramente, agradeceu a Deus. Depois, falou do tanto de orações que havia feito enquanto eu estava desacordada. Falou da preocupação de meu pai, de Aslan, meus tios, primos, avós e até parentes que eu nem conhecia.

Eu queria lhe confortar dizendo algo, mas meus lábios ainda pesavam muito. Apenas lhe dei ouvidos. Por meio dela, descobri que estava num apartamento hospitalar junto com uma tal de Gabriela, uma moça de dezoito anos que o pai havia viajado a negócios bem no dia e ainda não chegara. Minha mãe estava cuidando de nós duas e dando notícias as duas famílias.

Em seguida, surgiu um médico pela porta. Era o cirurgião que havia me operado. Dona Diana se lançou sobre ele e o encheu de perguntas quanto meu prognóstico, queria saber os detalhes e tudo o que podia fazer para melhorar meu estado. Francamente... Estava mais desesperada do que eu. Mãe é um ser único.

— ... senhora, eu não sei nem te explicar isso... — A voz do médico se perdeu, ele levantou uma folha de sua prancheta, encarou-a por um instante e continuou: — Não encontramos absolutamente nada na operação.
— Ué, doutor, como assim? Isso é ótimo, não é?! — disse mamãe, sorrindo de nervosa.
— Quanto a isso, é ótimo, com toda a certeza. Acontece que quando encontraram Ayla, ela estava com um ferimento abdominal, possivelmente causado por um pedaço de ferro que transfixou o corpo dela bem na topografia das vísceras. Ela foi levada imediatamente à cirurgia para evitar uma hemorragia maciça, e também para retirarmos alguma parte do intestino que houvesse perfurado.
— Sim, doutor. Disso já fui informada. Iriam ressecar o intestino e ela poderia ter que passar a vida com uma bolsa para às fezes, certo? Não tô entendo o que quer dizer com não acharam nada...
— Não é nada para se alarmar. Só é algo inesperado. Aparentemente... De algum modo, a barra atravessou a barriga de sua filha e não atingiu nenhum órgão. Mesmo estando o intestino todo enrolado em sim, é como se as vísceras tivessem se desviado do ferro e permanecido intactas. Sem cortes, sinal de inflamação. Acho que podemos chamar isso de... Um milagre? 

O que aquele médico chamou de milagre, logo eu iria descobrir se tratar de uma maldição.

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