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Parte I - Capítulo 1

Parte I "Verdades"

"A paz não pode ser mantida à força. Somente pode ser atingida pelo entendimento."

— Albert Einstein.

Capítulo 1, Alexis.

Os criados estão fazendo o que não deviam, devo mandá-los parar imediatamente. Só que seria irracional.

Estão esvaziando o quarto de Nice como se quisessem realizar a próxima celebração da casa ali, mesmo que esteja claro que não teremos uma festa por aqui por um bom tempo. Digo, até as vésperas da minha coroação.

"Coroação". Como uma palavra pode soar tão repugnante?

Alguém segura a minha mão. Não há mais ninguém nesses inúmeros metros quadrados que ousaria me tocar repentinamente a não ser Rafaela.

— Alexis — chama, fazendo seu costumeiro chiado.

Rafaela, a curada por Deus, era a irmã mais nova de três. Ou melhor, de duas. Tinha alguns problemas de dicção e o nome por ter sido considerada um milagre.

Rafa nasceu de 5 meses. Cabia nas palmas de nossas mãos, parecendo ser capaz de se desfazer ao toque. Passou algumas semanas no hospital e mostrava complicações pulmonares graves, que com base nos médicos só poderiam ser revertidos por um milagre. Pelo jeito, foi.

— É Vossa Alteza Real, princesa — digo firme ainda olhando para frente. — Desse jeito vai me dar o direito de te chamar de Rafaela Strogonoff novamente.

— Eu já disse que foi um acidente — diz rindo.

— Senhora Thomas não acha o mesmo — faço referência a sua tutora carrancuda.

— Eu pedi desculpas as cozinheiras, juro.

Papai iria reprimi-la dizendo seus mesmos discursos de sempre, mas quem seria eu para brigar por ela ter sido educada e feito o mínimo? Nunca entenderia isso.

— Vão doar os móveis?

Doar? Minha irmã é mais pura do que eu imagino.

— Vão para a casa de veraneio da tia Vincenza.

— Sua Alteza Real, rainha — corrigi, fazendo uma careta.

Rainha? Descubro uma palavra que possa ser pior que "coroação".

Forço um sorriso, ela merecia.

— Podemos ir na estufa mais tarde? — pergunta com olhos brilhantes.

Era o lugar predileto tanto de Nice quanto dela. Eu nunca as acompanhava, o lugar tinha cheiros demais para mim. Era do tipo que não gostava de plantas tão delicadas assim, apenas das grandes e grossas. Troncos de árvores bons o suficiente para me permitir escalá-los, não admirá-los.

— Estou ocupada.

— Por favor — implora em um breve manho, não podia deixar que ninguém percebesse um comportamento assim.

— Tudo bem, mas que seja rápido. Senão te deixarei com Thomas lá.

— Obrigada! — e me aperta forte pela cintura.

Dois dos homens que tampavam uma cômoda com lençol observam. Contraio o maxilar e é o suficiente para voltarem ao serviço.

Talvez possa ser melhor do que conseguia imaginar com uma coroa na cabeça.

{...}

— Com licença — peço antes de entrar em seu quarto. — Gostaria de conversar comigo, mãe?

Não precisaria me preocupar com protocolo com ela, era a minha válvula de escape no meio de tantos olhos julgadores — o maior deles: o rei.

— Sim, meu amor.

Um vestido vermelho-bordô estava exposto sobre a sua cama, teríamos mais câmeras hoje à noite.

— Querem saber de mais detalhes? — pergunto, indicando com os olhos.

— Querem saber da versão que temos a dar para eles.

— E que versão seria essa?

— A em que sua irmã não prefere morrer a comandar um reino.

A mentira.

— Acha que vão acreditar que não se passou de um acidente?

— Um dos privilégios de se ser da realeza é conseguir com que façam de tudo para as suas palavras serem verídicas.

— É errado.

— É melhor do que ver nosso povo se questionando dos motivos de terem a levado a tal ponto.

— Não imagino que fosse uma surpresa, todo mundo sabe que ela nunca teve uma vida.

— Mas para eles ela era feliz. O que haveria de melhor do que ser a herdeira do trono de Paatros?

— Não ser obrigada a ser uma?

— Você não está sendo obrigada a nada, nem sua irmã foi.

Como não? Apenas perante as leis que não éramos.

— Claro que não, a prova está na frente dos nossos olhos — ironizo. — Precisarei comparecer?

— Sim. Suas três mosqueteiras já estão a sua espera — diz sorrindo.

Com certeza se referia a elas pela forma como eu chamava para me agradar. Achava que assim me faria conseguir abrir pelo menos um sorriso durante o Jornal, mas estava errada. Não seria agora que eu tentaria agradar alguém, sendo uma princesa ou futura rainha.

Minha popularidade não chega a um quinto da de Nice. Ela era a amada por todos, sempre feliz e carismática. Não deixava a sua vida horrível transparecer de modo algum, era treinada para o cargo desde que pudesse se lembrar. Amava extremamente o seu povo, mas não conseguia mais amar a si mesma. O peso sempre esteve sobre as costas dela.

Eu não era "a filha rebelde", afinal não teria como ser rebelde com tantas regras ao meu redor, mesmo que fizesse questão de quebrar metade delas. Alexis tendo que fazer o papel de Nice era o pior dos pesadelos do meu pai. Sabia que bem no fundo nem minha mãe estava satisfeita com a ideia. Se pudessem fazer Rafaela aos 7 anos de idade pular a minha parte na linha sucessória, fariam.

Eu tinha o direito de abdicar o trono, foi o que eu sempre pensei nas piores das hipóteses — o que eu via como caso minha irmã morresse velhinha e sem filhos —, e até que todos concordavam. Mas aí vieram os inúmeros problemas em que passávamos e o suicídio de quem menos esperávamos, uma abdicação agora seria o estopim — ainda mais quando Rafaela ainda é uma criança.

Por isso mesmo nunca fomos criadas com essa finalidade, apenas adequadas para lidar com o público e ter bons modos. Tirando isso, podíamos ter limitadamente um estilo de vida "normal". Podíamos passar uma tarde no jardim ao invés de cuidar de finanças, recusar participar de chás com velhas duquesas tagarelas e às vezes acordar bem mais tarde nos finais de semana. E agora tentavam correr atrás do prejuízo.

Teríamos 5 anos de período regencial parcial — onde eu seria a rainha, mas teria meus deveres divididos —, no entanto a minha coroação ocorreria em mais ou menos um mês. Meu pai estava doente e fraco, tinha aguentado bastante até agora por Nice... Mas esse tempo acabou junto com ela.

Alguém bate à porta e minha mãe autoriza que entre.

— Sua Alteza Real Archie Rosenberg deseja falar com a Vossa Majestade.

— Peça para que me espere no hall ao final do corredor — ela ordena e ele se retira.

— O que ele está fazendo de novo aqui? Pensei que tivéssemos mais relação nenhuma com essa família.

— Como não teríamos? Nunca tivemos tanto interesse em uma aliança com eles.

— O que está querendo induzir?

— Você sabe muito bem do porquê de sua irmã e Archie estavam noivos.

— Eu me nego a me casar com ele — avanço ao entender o que quer dizer.

— Ele também não está aceitando isso por livre e espontânea vontade.

— Ainda tenho os meus direitos. Não sou igual minha irmã era, não ache que me terão nas palmas das suas mãos.

— Alexis você precisa compreender...

— Não, não preciso.

— Não me interrompa — reprimi séria.

— Irá me punir, Vossa Majestade?

Seu semblante se fecha.

— Acho que está se esquecendo de encarnar o seu papel de mãe. Sempre o que será melhor para o seu povo e nunca para as suas filhas.

— Criamos prioridades com o nosso ofício.

— Acho que Nice entenderia isso melhor, não acha? — e saio.

Sei que os guardas conseguiram escutar mais da conversa do que deviam, mas continuaram a encenar suas caras fechadas na entrada do quarto dela.

— Flynn — digo ao guarda da esquerda.

Ele se assusta abrindo a boca para falar, porém não deixo que continua.

— Peça para entregarem aquele prato no meu quarto, por favor. Marie sabe do que se trata.

Tinha cometido vários "erros" em uma única frase. Só que esse é o intuito de ser propositalmente, saber que estava fazendo o errado desde o início, ter noção disso e prosseguido.

Sigo em direção a escada, meu quarto era do outro lado junto aos de Nice e Rafaela. Todavia tenho uma visita indesejada no meio do caminho.

— Vossa Alteza — diz, fazendo uma breve reverência.

Não faço o mesmo, ele fica surpreso por alguns segundos e sorri.

Archie vestia roupas mais simples do que pudesse esperar, os cabelos pretos não estavam em seu devido lugar e parecia mais bronzeado do que sua pele pálida normalmente era.

— Devia esperar — comenta, estendendo a mão direita para mim. — Prefere assim?

Foi minha vez de ser surpreendida. Entretanto não iria ceder para ele.

— Entendo — ele guarda a mão. — Seu problema é lidar com pessoas ou comigo?

— Os dois — respondo.

Archie ri, olhando para o chão, mas logo se volta a mim.

— Obrigado por ser sincera.

— Não precisa tentar ser legal comigo.

— Por que tentaria? Já deixou claro que me odeia.

— É sério. Não quero nem vou me casar contigo.

Ele fica em silêncio por instantes.

— Que bom, assim não serei o único na história.

Não aguardava essas palavras dele. Sinto um pouco de esperança em seu caráter, que seja diferente.

— Então por que concorda? — pergunto.

— Porque devo.

E ela sumiu de vez novamente, era apenas igual qualquer outro futuro rei.

— Deve ser bem legal ser você — ironizo.

— Não acontece nada comigo que não irá presenciar.

Aquilo me aterroriza.

— Foi um prazer vê-la — diz por fim em dúvida com o que deve fazer depois, então bate o indicador e médio na têmpora. — Sua mãe está a minha espera.

— Eu sei — digo, continuando rumo ao meu destino.

"Que ele não se torne mais um problema na minha vida, já tinha muitos," penso.

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