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Capítulo 58

— Obrigado — Nathaniel diz para o funcionário, dispensando o vinho. — Estou dirigindo hoje. — Ele não precisava, mas se justifica de forma educada olhando para o rapaz nervoso com a garrafa na mão em pé ao lado direito dele.

Tão responsável.

Nem parece que dirigiu acima do limite da velocidade há uns minutos.

Não consigo entender o Nathaniel.

E nem posso tentar fazer isso agora.

A partir daqui, sei que o jantar vai começar a passar acelerado.

Entradas gourmets, pratos principais requintados, acompanhamentos com aparência e aroma deliciosos, conversas formais, risadas contidas, olhares... e, para mim, tudo isso vem com uma pitada de ansiedade regada com desespero.

Tomo um pouco de água para tentar controlar o nervosismo, espero que ele não esteja estampado no meu rosto.

Mas, apesar de tudo, não consigo evitar a minha admiração pela forma como Nathaniel prende a atenção das pessoas.

Ele é muito carismático e sempre me surpreende com seu conhecimento profundo da história pré e pós-Guerra. Tem momentos em que apenas o ouço falar, impressionada ao descobrir fatos que desconhecia, intrigada com a inteligência dele e seu interesse por algo proibido nos Setores e, em certa medida, até mesmo na Matriz.

Mas não demonstro isso.

Na maior parte do tempo finjo que não estou prestando atenção. Nathaniel não precisa que eu aumente ainda mais o ego dele.

O outro oposto é Louis.

Ele só fala quando alguém pergunta algo, o que realmente não está me ajudando.

Já tentei começar uma conversa com ele várias vezes, mas ela sempre morre com uma resposta monossilábica. Ele está nervoso, eu sei, já estou habituada a esta reação das pessoas.

É o efeito Nathaniel.

Todo mundo admira ou teme o Príncipe.

— Crème brûlée — digo, quando tenho que escolher qual sobremesa será a primeira.

E já não me surpreendo por ter sempre alguma que eu gosto, apesar de querer saber o motivo disso.

— Ótima escolha — Esther comenta.

O funcionário coloca o ramequim na minha frente e, com ajuda do maçarico, queima o açúcar por cima da sobremesa na hora. Enquanto a chama azul prende minha atenção, dou um suspiro vendo o tempo se esgotar.

Se não fizer nada para reverter a situação, vou falhar na minha primeira missão e não quero que isso aconteça.

No fim do jantar, vamos para o terraço e a vista noturna para a Matriz é deslumbrante.

Sr. Grant acende um charuto que tira de uma caixa de madeira entalhada. Ele oferece um para Nathaniel que mais uma vez recusa educadamente.

— Ouvi falar que você gosta de literatura — digo para Louis, em mais uma tentativa de fazer algo para concluir a missão.

— Sim — o rapaz responde, corando.

Sei que ele vai deixar a conversa morrer, mas jogo a última carta que tenho na manga.

— Que ótimo. — Preciso forçar alguma empolgação aqui, porque o desânimo está me corroendo por dentro. — Eu trouxe um presente para você.

Ouço Nathaniel interromper a frase que está dizendo para o Sr. Grant na mesma hora, mas rapidamente se recompõe e termina o discurso.

— Você trouxe um presente para mim? — Louis pergunta.

— É só um livro — aviso.

— Tão adorável da sua parte — A senhora Grant diz. — Não é mesmo? — Ela direciona a pergunta para o marido e o Nathaniel que concordam.

Então vejo que todos estão esperando eu entregar o presente.

É minha oportunidade.

— Não o tenho aqui comigo, está na bolsa. — Antes que alguém possa dar alguma ideia, levanto-me. — Você se importaria de buscá-la comigo? — pergunto para Louis, e vejo Sr. Grant, Nathaniel e o garoto se levantarem também.

Eles sempre respeitam todas as regras de etiqueta, inclusive a de que os homens devem se levantar quando uma mulher faz isso.

Louis olha para a mãe em um pedido silencioso por autorização. Obviamente, ela não contraria a acompanhante do Príncipe.

Esther faz um gesto com a cabeça concordando, e Louis vem na minha direção, enquanto sinto Nathaniel me olhando e tento evitar olhar para ele, mas seria estranho ignorá-lo na frente do casal Grant.

Por isso, respiro fundo e o encaro.

Olhos verdes estreitos e duas rugas entre as sobrancelhas é o que vejo, mas, felizmente, ele não pode fazer ou dizer nada.

— Quem disse que ele gostava de literatura? — a Sra. Grant pergunta curiosa ou desconfiada, não sei dizer, só consigo sentir todos os músculos do meu corpo ficarem rígidos.

— A Mia Davis — respondo rápido. — Ela comentou quando soube que eu vinha jantar na casa de vocês hoje.

— Ah, claro, só poderia ter sido a Mia — Esther comenta. — Fico feliz por você se darem bem, ela é uma boa companhia.

— Sim, ela tem sido incrível.

— A Mia e eu costumamos maratonar os mesmos livros para conversar sobre eles durante o verão — Louis comenta, e finalmente ele parece mais à vontade agora.

— Ela me falou — digo, ansiosa para continuar o plano. — Deve ser uma experiência divertida.

O sorriso dele responde que sim.

— E você também gosta de literatura, Emily? — Sr. Grant pergunta.

Nathaniel está me encarando fixamente.

Tenho quase certeza que ele está perdido tentando entender a situação.

— Por incrível que possa parecer — começo a responder —, sim, eu gosto de literatura.

— Por que seria tão surpreendente? — Esther pergunta confusa em sua postura ereta, pernas cruzadas abaixo do joelho e mãos pousadas de forma elegante nas coxas.

Keysha já tentou me ensinar a sentar desse jeito, mas é uma postura tão arcaica que sempre me recuso a copiar.

— Porque nos Setores não há assim tantos livros disponíveis. — Lembro-me do romance que reli na janela do quarto da minha mãe na noite anterior à Testagem. — Por isso, eu acabava lendo o mesmo livro várias vezes, até quase decorar as frases.

— Isso é horrível — Louis diz, fazendo uma expressão comovida. — E você comprou um livro para mim.

— Não se preocupe, comprei alguns para mim também — digo com um sorriso verdadeiro. — Vamos? — pergunto, esperando não parecer tão desesperada para sair daqui, e Louis concorda comigo. — Você se importa? — resolvo provocar o Nathaniel.

— Não — ele responde —, de forma alguma.

Mas a expressão no rosto dele me deixa claro que ele se importa, por isso, dou um sorriso e os olhos dele se estreitam um pouco mais.

Peço licença aos pais do Louis e, alguns passos depois, o rapaz me dá a mão para me ajudar a descer o pequeno lance de escadas que leva para o interior da mansão, o que é ótimo. Já estou mais habituada a saltos, mas minhas pernas estão literalmente tremendo.

E uma coisa que não posso negar é que os homens da Matriz são bastante educados e gentis. Com exceção de poucos, como o Kyle e o Gabriel.

— Meu sonho era ter uma grande biblioteca, cheia de livros que ainda não tivesse lido — digo esperando que Louis queira me mostrar o escritório.

— Você já conhece a Biblioteca Nacional? Também queria ter uma biblioteca daquelas. — Ele diz, acabando com as minhas esperanças. Droga! — Posso levá-la lá, tenho certeza que a Mia vai adorar vir conosco. — Ele se oferece gentilmente.

— Eu adoraria — respondo sem ânimo.

Sei que não posso falhar logo na minha primeira missão, mas talvez seja arriscado demais dizer diretamente que quero ir até a biblioteca da casa dele.

Mas continuo tendo esperança.

No fim do corredor, descemos um lance com quatro degraus e atravessamos a sala na qual estivemos antes do jantar.

A casa é tão grande que parece um labirinto.

De repente, o tímido Louis começa a falar de forma empolgada sobre o último livro que leu.

Tentando criar possíveis cenários no qual eu consigo chegar ao escritório, agora sou eu que me limito a respostas monossilábicas.

Subimos alguns degraus e entramos em um corredor largo. Neste, em vez de pinturas, há estátuas de todos os tamanhos.

Paramos em frente a uma porta entalhada que tem uma estátua de uma mulher nua e uma serpente à volta dela, uma visão bastante desconcertante.

— Por favor — ele diz, abrindo espaço para eu entrar.

Atravesso a grande porta escura e sou recebida por sofás com linhas discretas e pés cromados, uma mesa de centro comprida e uma parede com vasos e iluminação embutida por cima de cada um.

— Você se importa de esperar um momento, Emily? Preciso fazer uma chamada — ele pergunta, e concordo com a cabeça vendo-o abrir uma das portas de correr de vidro no fundo da sala.

Aproximo-me de um dos quadros perto do lugar onde Louis entrou.

— Você poderia trazer a bolsa da senhorita Reid, por favor? — Ouço a voz ao longe. — Estou no escritório do meu pai — ele finaliza.

Um sorriso surge no meu rosto, dissipando o medo de falhar, e me apresso a ir para a sala onde ele entrou.

Consegui!

— Assim que trouxerem a bolsa, eu a levo na biblioteca. É naquela porta ali — Louis diz, apontando para a esquerda.

Droga!

Parece que o tempo começa a correr de novo.

Olho para tudo e dou um suspiro breve quando vejo uma mesa com uma cadeira estilo presidente em couro elegante e imponente. Tem uma estante por trás dela, mas além de livros, há alguns objetos que não consigo classificar em apenas uma categoria.

Reparo em um porta-retratos em uma das prateleiras. Vou até lá, sentindo minhas pernas enfraquecerem em cima dos saltos e minhas mãos rapidamente ficarem geladas e úmidas.

É a oportunidade que eu estava esperando.

— É você? — pergunto, apontando para a foto.

— Sim. — Eu o ouço caminhar na minha direção, e então percebo que estou do lado errado. — Você conhece esse lugar?

— Não — respondo, sentindo meu coração acelerar um pouco mais.

Não consigo retirar a escuta sem Louis ver.

Droga!

Respiro fundo, recusando-me a perder a esperança, até uma voz chamar o rapaz ao meu lado.

— Só um minuto, Emily — avisa, afastando-se de mim.

Aproveito para desenroscar a escuta, dando duas voltas e, imediatamente, ela está na minha mão, e preciso tentar controlar o tremor para não a deixar cair. Faço o que me indicaram e a pressiono por três segundos, certificando-me de que uma minúscula luz verde se acende por um segundo e apaga logo a seguir. Pego o porta-retratos e pouso a escuta por trás.

Fico olhando para a foto enquanto respiro algumas vezes devagar tentando fazer meu coração não me matar de nervosismo.

Dou dois passos de costa, afastando-me da estante quando esbarro em algo.

— O que você está fazendo?

Quase dou um pulo ao ouvir a voz do Nathaniel mesmo atrás de mim.

Sinto todo o sangue subir para o meu rosto e, por um momento, esqueço-me até como se respira.

— O que você está fazendo aqui? — devolvo a pergunta, tentando fazer a voz não tremer ao contrário do que está acontecendo com as minhas mãos e minhas pernas.

— Senhorita Reid — Louis me chama na antessala e agradeço mentalmente por poder fugir da presença do Nathaniel agora.

Passo por ele, mas é melhor não me animar. Ele pode ter estado mais tempo me observando e visto o que fiz.

Pego a bolsa que Louis me entrega e tiro o livro embrulhado em um papel de presente vermelho com um laço cinza.

Assim que o pega da minha mão, Louis sorri abrindo o presente de forma delicada.

— Como você adivinhou? Ele é o meu preferido — diz, referindo-se ao Shakespeare. — E esta é uma das edições pré-Gaia — ele conclui.

Sabia que teria que causar impacto, por isso, trouxe uma raridade.

— Tenho muita curiosidade de ler essa história — respondo, justificando minha opção.

— Você vai adorar — Louis comenta, folheando algumas páginas.

Quando o casal Grant aparece na porta, o garoto vai na direção deles para mostrar o livro.

— Você não me respondeu — Nathaniel diz entre os dentes bem devagar ao meu lado, o que faz um calafrio atravessar o meu corpo e me puxar de volta para essa realidade assustadora. — O que você está fazendo?

— Nada — respondo apenas com uma palavra para que ele não ouça o pânico na minha voz.

— Nada? — pergunta, com uma sobrancelha levantada e uma expressão perigosa no rosto dele. — Você está flertando com o Louis a noite toda e não é nada. Já se esqueceu do Lucas?

Tento controlar uma risada, mas não consigo.

Não sei se estou rindo da pergunta que ele fez ou de alívio. Achava que ele tinha visto algo.

Quando a Sra. Grant desvia o olhar na nossa direção, Nathaniel força um sorriso para ela que parece genuíno, fazendo até mesmo a covinha irritante aparecer no rosto dele.

Ele é tão bom manipulando a imagem dele.

— Se você não me odiasse — falo, sentindo o coração começar a voltar para o ritmo normal —, poderia jurar que está com ciúmes.

Agora ele ri alto.

— Eu estou surpreso por você ter se arriscado tanto se já se esqueceu dele.

Até este momento, nós deveríamos parecer um casal feliz trocando sorrisos. Mas, agora, preciso esconder a raiva que Nathaniel acabou de colocar nos meus olhos e me viro para ele.

— Você pode me separar do Lucas para sempre, mas nunca vou deixar de amá-lo, nunca vou esquecê-lo — digo enquanto ajeito o nó da gravata dele que ainda estava torto.

Então me viro e caminho em direção ao Louis e aos pais dele, sentindo o nervosismo se dissipar, enquanto seguimos para a biblioteca.

Louis me mostra algumas coleções que ele tem e consigo até me empolgar um pouco, sentindo o peso sair de mim.

A primeira missão está concluída.

No caminho para casa, Nathaniel e eu ficamos em silêncio o tempo todo e saio do carro sem me despedir.

Quando atravesso a porta da Torre, o choro que eu nem sabia que estava segurando inunda os meus olhos.

Não sou mais quem eu costumava ser.

E o que me tornei, tudo o que fiz, todas essas mentiras e todos esses sentimentos confusos me assustam.

https://youtu.be/3tmd-ClpJxA

Mas eu fiquei mais inteligente, fiquei mais forte com o passar do tempo
Querido, eu me levantei dos mortos, faço isso o tempo todo
Tenho uma lista de nomes e o seu está em vermelho, sublinhado
Eu o risco uma vez, e aí risco duas
Olha o que você me fez fazer
(Look What You Made Me Do | Taylor Swift)

E o Nate com ciúme?

Até amanhã! Vem capítulo inédito por aí!

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