Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 4

Depois de alguns passos para longe do carro, meu pé afunda na neve que deve ter uns vinte centímetros, enquanto passo as alças de uma das mochilas vazias pelos ombros e entrego a outra para o Lucas que está ao meu lado.

Isso é assustador.

Parte de mim se arrepende de ter vindo. Mas, se for para fazê-lo desistir, então tenho que ir até o fim, mesmo que isso signifique estar assustada quase ao ponto de ter um ataque cardíaco.

Lucas segura minha mão de forma protetora, e andamos por entre as árvores. Avançamos devagar, a neve acumulada pesa em nossos pés. E está tão frio que não demora muito para eu começar a tremer.

Depois de alguns minutos, vejo a névoa começar a ficar cada vez mais clara com a iluminação dos postes de luz, sinal de que estamos nos aproximando da rua onde Olivia morava.

Lucas para um pouco enquanto olha para o relógio.

— Faltam alguns segundos — ele avisa, e me preparo.

Apesar disso, meu coração dispara quando a sirene do toque de recolher ecoa alta em todo o Setor.

Ótimo!

Agora os riscos são ainda maiores.

Apenas um pequeno grupo de pessoas tem licença para estar a esta hora nas ruas. Lucas e eu temos uma por causa da nossa profissão e do nosso horário de trabalho. Mas além da licença, temos que respeitar o itinerário estabelecido para nós. Não seria muito fácil explicar o que estamos fazendo longe do hospital e fora do caminho das nossas casas ou de alguma outra unidade de saúde do Setor 7.

Além disso, uma das leis da Matriz que somos obrigados a seguir é que não podemos ter relacionamentos amorosos antes dos dezoito anos.

Lucas já é maior de idade, mas ainda faltam alguns meses para o meu décimo oitavo aniversário. Também temos que oficializar a nossa relação e ter um documento que prove que estamos cumprindo as leis.

— Você quer me esperar aqui? — Lucas insiste, e apenas o encaro em silêncio, o que ele sabe que é um não. Sem demorar ainda mais, avançamos e procuramos a casa de Olivia pela rua. — Número 374 — ele diz, quando a primeira casa aparece.

Olho para o número encravado na porta e constato que esta é a casa 345, por isso, não estamos muito longe.

Depois de alguns metros, sinto todo o meu corpo se arrepiar quando ouço o ruído de um carro se aproximando. Não há nenhum lugar onde possamos nos esconder, e correr de volta para o carro não é uma opção.

— Aja naturalmente — Lucas sussurra para mim, soltando minha mão.

Ele já deve ter passado por isso tantas vezes que, provavelmente, nem sente mais o corpo se encher de adrenalina.

Mas quanto mais o carro se aproxima e a luz dos faróis ilumina nosso caminho, mais rápido meu coração bate e tenho a sensação de que ele vai sair pela boca. Todos os músculos do meu corpo estão tensos, preparados para encarar o perigo ou fugir.

Assim que nos alcança, o carro cinza passa devagar por nós.

Por um momento, o ruído do motor me faz sentir que ele desacelerou e vai parar.

Se não for a polícia, pode ser algo pior.

Mas também pode ser só alguém que se atrasou no horário de recolher e quer apenas chegar em casa antes de ter problemas.

Forço-me a respirar devagar e solto um suspiro aliviado quando o carro passa pela gente.

Assim que se afasta cada vez mais, o caminho fica novamente silencioso e pouco iluminado, como em um filme de terror.

Lucas para, e vejo o número que ele falou há pouco. A casa cinza é igual a todas as outras desta rua. Pequena, quadrada, com uma porta e uma janela na frente.

Ele pega a chave do envelope, coloca-a na fechadura e a vira com cuidado. Mas está tão silencioso que o barulho alto da chave rodando a engrenagem parece que vai chamar a atenção de toda a vizinhança.

Sinto um alívio quando a porta se abre e, do lado de dentro, Lucas acende uma lanterna.

— Você está bem? — pergunta com um tom de voz preocupado.

— Descobri que meu coração está saudável — respondo, agradecida por estar momentaneamente abrigada do frio e dos perigos da rua. Quando vejo que o olhar dele continua preocupado, respondo: — Eu estou bem, Lucas.

— Você também tem uma lanterna na mochila — ele avisa. — É melhor não acendermos as luzes para não chamar a atenção.

— Isso fica cada vez melhor — comento irônica.

— Você ainda não viu nada — avisa, e sinto um arrepio passar por mim.

Por dentro, a casa também é simples, como todas as outras.

Aqui na sala, há apenas um sofá, uma estante, uma televisão pequena e um porta-retratos.

Na foto, Olivia parece bem mais nova ao lado do marido. Ele está segurando a mão dela, e um anel no dedo do compromisso se destaca. Olivia disse que o tirou para dormir e não se lembrou de pegá-lo quando foi às pressas para o hospital.

Por isso, o anel deve estar no quarto dela e vou tentar encontrá-lo. Foi a única coisa que ele deixou para ela, o símbolo do amor dos dois.

Toco nos meus anéis e paro no que o Lucas me deu. Involuntariamente, contorno com a ponta do dedo o símbolo do infinito e suspiro olhando para ele.

Sei que ainda não oficializamos o nosso relacionamento, mas ele não é menos real por causa da falta de um papel.

Por isso, sou contra o que estamos fazendo aqui. Quando o Lucas tenta mudar o mundo, sinto que posso perdê-lo em qualquer momento. Não que eu não queira quebrar o sistema e tentar retirar este governo do poder. É claro que quero. Mas não vejo como isso seria possível.

Nós temos o vírus.

Se eles se recusarem a nos dar o antídoto, morremos.

É simples.

Mas, apesar de a Matriz afirmar que a Cura é tão cara e complexa que só consegue conceder onze por ano na Tômbola, a Resistência acha que é possível curar todo mundo.

E é esse o plano deles: descobrir a Cura definitiva.

Lucas acredita neles.

Eu continuo achando impossível.

— Pegue tudo o que você encontrar de valor — ele diz, cortando meu pensamento. — Joias, dinheiro, remédios, baterias, livros, enlatados, eletrônicos.

Apenas concordo com a cabeça.

Mas, para deixar claro, Lucas e eu não estamos roubando Olivia.

Nunca faríamos isso.

Estamos roubando a Matriz, uma vez que a Olivia deu permissão para a Resistência quando estava viva.

Ela sabia que quando morresse tudo o que tinha seria confiscado pelo Rei e colocado à venda, o que não é justo. A Matriz deveria distribuir para as pessoas que estivessem precisando.

Mas justiça é apenas uma teoria que nunca foi posta em prática em Gaia.

Pelo menos não para nós que temos um vírus correndo nas veias e moramos nos Setores ou na Fronteira.

Os Puros, como eles se chamam, habitantes da Matriz, cujo sangue é livre de doenças e imune aos nossos vírus, têm uma imagem um pouco distorcida sobre o que é justiça, o que é certo ou errado.

Enfim!

Mas, apesar da permissão da Olivia, não podemos levar tudo, para não dar nas vistas. Por isso, vamos pegar apenas o essencial.

E procurar o mais importante: as baterias, pistolas, munições e principalmente o mapa, que não podem ser encontrados pela Matriz.

Saímos da sala depois de ver que não tem nada ali que poderia ser útil e entramos em um corredor escuro e úmido.

— Avise-me se encontrar a caixa com a entrega e o mapa — Lucas pede, abrindo a porta e focando o ambiente com a lanterna, e me deixando sozinha logo a seguir.

O quarto tem cheiro de umidade e madeira, e é tão simples quanto à sala. Por cima da cama, há outra imagem emoldurada. Mas não são pessoas desta vez, é uma paisagem de montanha desbotada e corroída nos cantos.

Foco na lateral da cama e vou até a mesa de cabeceira.

Abro a gaveta esperançosa, mas noto que também não há muitas coisas. Pego algumas moedas e as caixas de remédio. Isso certamente será útil.

E apesar de Olivia ter dito que a aliança estava na mesa de cabeceira, não a encontro.

Vou até o armário e procuro por outras coisas da lista da Resistência, e encontro uma caixa grande.

Abro-a rápido, esperando que seja o que estamos procurando, mas minha esperança se desfaz mais rápido ainda.

O que vejo são várias cartas presas com uma fita vermelha. Por baixo, encontro documentos e correspondências oficiais, nenhuma munição ou mapa. Retiro tudo e a única coisa que sobra é uma chave dourada pequena.

Com um suspiro decepcionado, devolvo tudo para a caixa e fecho o armário.

Foco com a lanterna nos cantos do quarto, e algo brilha. Sorrio quando tenho certeza que é a aliança. Sei que Olivia ficaria feliz por levar com ela algo que seu marido lhe deu.

Como não encontro mais nada, sigo para a cozinha e vejo Lucas verificando as gavetas do armário. Ele não se vira quando me ouve chegar.

— Você encontrou? — pergunta.

— Não — respondo, e espirro logo a seguir.

Desta vez, não consegui tirar o lenço antes, e Lucas me lança um olhar apreensivo.

— Você pode ver o que tem no outro armário? — A voz dele soa preocupada e urgente, afinal, quanto mais o tempo passa, mais longe estamos do toque de recolher.

Abro uma das gavetas no móvel que ele indicou e preciso abafar um grito enquanto dou um pulo para trás. Meu coração bate descompassado e sinto todo o meu corpo tremer.

Algo pulou em cima de mim.

Em poucos segundos, Lucas está do meu lado perguntando o que aconteceu.

— Um rato — respondo, fazendo uma expressão de nojo.

Ele suspira aliviado e volta para o armário que estava vasculhando. Afinal, estamos habituados a isto.

Ilumino a gaveta aberta perguntando-me se não haverá outros bichos nojentos lá dentro. Mas tenho um pouco de sorte e só encontro algumas pilhas, velas e isqueiros.

Lucas vai até o banheiro e faz a inspeção rapidamente.

E não encontra nada.

— Não podemos ir embora sem encontrar a caixa para a Resistência — Lucas diz. — Vou olhar mais uma vez o resto da casa.

Ele está se afastando quando eu foco a luz da lanterna em toda a cozinha, até encontrar algo.

— Está trancada, Lucas — aviso, vendo um cadeado prendendo os dois extremos de uma corrente em um buraco improvisado no armário por baixo da pia.

— Acho que você encontrou — ele diz, abrindo uma das gavetas. Observo-o pegar uma faca grande e enfiá-la no meio das portas forçando-as a se abrirem.

Ele tenta algumas vezes sem sucesso. A corrente não é tão grossa, mas tenho certeza que ele não está usando toda a força para não fazer barulho.

Então me lembro de algo.

— Espera — digo, e Lucas retira a faca e me espera continuar a falar. Abaixo-me e ilumino o cadeado, constatando que ele é dourado. — Acho que sei onde está a chave.

Corro até o quarto, abro o guarda-roupa e pego a chave de dentro da caixa. Volto o mais rápido que consigo e a entrego para o Lucas, que não demora a enfiá-la e, quando a gira, o cadeado se abre.

Ele tira a corrente e, por trás dos produtos de limpeza, encontramos a caixa que a Anna mencionou.

Começamos a guardar tudo nas mochilas, e estremeço quando pego uma pistola nas mãos. Nunca tinha visto uma tão de perto, e é assustadora. Tenho certeza que jamais conseguiria usar uma dessas.

Lucas pega a arma, e me surpreende quando noto que ele sabe manuseá-la.

— Só verificando se está descarregada — ele diz, voltando a inserir o pente de munição e guardando a pistola na bolsa dele. — Temos que ir, Emily — ele avisa, depois de apontar o foco da lanterna para o relógio no seu braço, e decido perguntar onde ele aprendeu a manusear uma pistola depois.

Olho para o anel na mão dele iluminado pela luz branca. Um anel igual ao meu, com o símbolo do infinito no dedo que representa o futuro.

Seguimos pelo corredor e, quando chegamos à sala, ouço o ruído do motor de um carro se aproximando.

Lucas para.

Eu paro.

Apontamos nossas lanternas para o chão sem desligá-las.

https://youtu.be/-T5eYF9WiRI

Não há rendição
E não há escapatória
Somos nós os caçadores?
Ou somos nós a presa?
Este é um jogo selvagem de sobrevivência

(Game of Survival | Ruelle)

Alguém querendo um anel com símbolo do infinito também?

E o Lucas já todo rebelde sabendo manusear uma pistola é sexy, sim, claro ou com certeza?

Até amanhã!


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro