Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 20

O alarme não toca.

Em vez disso, quando abro os olhos vejo um aviso na televisão pedindo para eu avisar que acordei.

Enquanto caminho até o telefone, encaro o relógio que marca um pouco depois das nove horas.

Não me lembro da última vez que dormi tanto assim, e agradeço mentalmente por não ter tido nenhuma reação adversa no tratamento da imunodeficiência, a não ser pelo hematoma e dor na parte interna do cotovelo que é totalmente tolerável.

— Bom dia, senhorita Reid! — Ouço uma voz animada do outro lado da linha. — Seu café da manhã será levado em dez minutos. Esteja pronta dentro de uma hora para iniciarmos seu cronograma do dia.

Agradeço e sigo para o banheiro.

A água tem uma temperatura agradável e constante, e os produtos de banho, ao contrário dos anteriores que eram neutros, têm um aroma doce e suave de baunilha.

Deixo a água escorrer no meu corpo enquanto me perco em pensamentos.

Depois de todo o procedimento de Cura e desses dias em uma realidade tão diferente da que vivi minha vida toda, consigo ver as coisas um pouco mais claras.

Estou livre do vírus.

Não posso negar o quanto é boa esta sensação. Mas ela vem acompanhada de raiva e tristeza.

Afinal, apenas onze pessoas passam por isso.

Não é justo.

E apenas um nome vem à minha cabeça.

Resistência.

Isso me causa outro misto de emoções.

Porque sei o quanto é difícil e arriscado lutar contra a Matriz. Por isso, medo e ansiedade me envolvem quando esse pensamento surge. Mas também sinto algo novo.

Esperança.

E, no meio de tudo isso, ainda tem a saudade.

Daria qualquer coisa para abraçar o Lucas de novo nesse momento. Mas ainda faltam tantos dias até o nosso reencontro, que sei que essa espera será dolorosa.

Saio do chuveiro e vejo que há roupas diferentes no armário. Pego o vestido azul-claro que parece ser o mais discreto e me surpreendo em como ele se ajusta ao meu corpo na perfeição.

Parece que a roupa foi feita sob medida.

Olho-me no espelho mais uma vez e ando em direção à sala de estar, sentindo o cheiro de pão me indicar que o café da manhã já está posto.

Diferente dos outros dias, não há restrição de comida. A mesa redonda está repleta de pães variados, geleias, queijos, bolos, patês, suco, café, leite e chá.

Depois de comer não tanto quanto deveria, já que a ansiedade sempre me faz perder o apetite, vou até a janela e vejo a floresta do lado de fora da Muralha debaixo de um céu azul límpido.

A claridade até ofusca os meus olhos.

Mas não fico muito tempo apreciando a paisagem, uma funcionária vem me buscar para o dia de acompanhamento psicológico.

Fazemos um caminho diferente desta vez, sou conduzida até uma pequena sala que não tem nenhum equipamento médico, o que me dá uma sensação de alívio.

— Senhorita Reid — o rapaz por trás da mesa redonda de vidro diz, levantando-se para me cumprimentar com um forte aperto de mão. Confirmo que sou eu, enquanto sorrio de volta. — Por favor, sente-se.

Ele volta para a cadeira que fica em frente ao lugar onde me posicionei.

A mesa é enorme, e não tem nada além de uma caixa fechada, uma pilha de papéis e um relógio.

— Meu nome é Will, e vou acompanhá-la nesta etapa. É bem simples, não se preocupe. — Ele sorri, quebrando o gelo da situação formal demais entre nós dois. Sorrio de volta, sem a certeza se realmente será simples como ele diz. — Não vou interferir na tarefa. Tudo o que você precisa está mesmo à sua frente. Minha função aqui é apenas cronometrar, observar e fazer algumas anotações.

— Anotações sobre o que? — Não contenho a curiosidade.

— Nada em específico, não se preocupe. — Ele sorri de novo, mas desta vez não retribuo. — Não há respostas erradas, nós só queremos conhecer você um pouco mais. Por isso, quanto mais naturais suas respostas forem, melhor.

— Certo — respondo, esperando que ele não veja nos meus olhos que não tenho intenção alguma de responder aos testes de forma verdadeira, afinal tem muitas informações sobre mim que tenho que manter ocultas.

— Leve o tempo que for necessário para realizar cada uma das tarefas. Se quiser se levantar, andar um pouco ou comer alguma coisa, fique à vontade. Alguma pergunta?

— Não — afirmo sem certeza —, acho que entendi tudo.

— Pode começar então — Will diz, depois de escrever algo no seu caderno de anotações o que me deixa nervosa.

Respiro fundo para controlar a tensão que começa a se acumular nos meus ombros. Abro a caixa e encontro lápis de cor, canetas, grafites e borracha. Tiro tudo e distribuo pela mesa de forma organizada.

Will aperta o botão no relógio e ele começa a cronometrar o tempo.

Então volto minha atenção para a brochura à minha frente, um pouco mais nervosa que antes. Meu nome está na capa e não tem nenhuma indicação ao Setor de onde vim.

Abro e leio as instruções.

Na página seguinte, o teste começa.

Parte 1. Desenhe uma casa, uma árvore e uma pessoa.

Viro a folha sem pauta.

Nem ao menos tentarfazer o que foi pedido, e vejo pelo reflexo que o psicólogo anota algo nocaderno dele.

Parte 2. Conte uma história usando os temas: passado, presente e futuro.

Começo a ficar nervosa.

Não tenho como sabero que as minhas respostas dirão sobre mim.

Parte 3. Desenhe um sol.

Viro a página.

Parte 4. Teste de QI.

Até agora, este parece ser o menos comprometedor. Respondo as questões de lógica rapidamente. Não tenho certeza se estão certas, mas ser mais ou menos inteligente não deve me trazer problemas.

O que provavelmente a Matriz quer saber é se vou me adaptar, se vou conseguir abandonar o meu passado, se tenho qualquer veia revolucionária e se vou ser submissa às leis impostas.

E não sei como umdesenho de uma casa, de uma árvore ou pessoa pode dizer isso sobre mim.

Parte 5. Responda às perguntas sem refletir muito sobre elas.

1. Se você tivesse que escolher entre a vida de cem pessoas desconhecidas ou de uma pessoa que você ama, o que faria?

Era sobre isso que eu estava falando, e espero que Will não saiba em que parte estou e perceba que vou pensar sobre essas questões antes de respondê-las.

Afinal, se tivesse que escolher entre salvar a vida do Lucas ou de cem desconhecidos, eu salvaria o Lucas.

Quer dizer, se tivesse que tomar uma decisão em cinco segundos, escolheria o Lucas. Mas e se tivesse mais tempo para pensar? É melhor não refletir muito mesmo. Eles querem a primeira resposta, por isso, acho que não vou responder o que penso.

Afinal de contas, souórfã, e para eles provavelmente não teria ninguém importante, e é melhor queeles continuem achando isso.

Resposta: Eu salvaria as cem pessoas.

E as perguntas difíceis continuam, até fazerem com que eu mesinta mentalmente exausta, com as mãos suadas e sentindoa ansiedade aumentar a cada questão.

2. O que é pior: não poder ter sentimentos ou não poder demonstrar o que sente?

3. Você preferiria: viajar para o passado e conhecer os seus ancestrais ou viajar para o futuro e conhecer os seus ascendentes?

4. Se pudesse escolher um poder de super herói, qual você escolheria?

5. O que é pior: falhar ou nunca tentar?

6. Você escolheria: ser obrigado a falar tudo o que pensa ou nunca mais poder falar?

7. Escolha apenas um número entre 0 e 1.000.000.000.000.

8. Qual nome você escolheria se pudesse mudar de nome?

9. Qual palavra você acha mais bonita.

10. Descreva-se em uma palavra.

Nem sei quanto tempo já estou nesta parte, mas preciso me levantar um pouco. Organizo os papeis e coloco tudo o que usei de volta na caixa e então me levanto. Will não tira os olhos do caderno à sua frente, embora não esteja fazendo anotações.

— Vou... — começo a dizer, e Will apenas me encara, esperando eu continuar a falar —, vou pegar um pouco de ar.

— Fique à vontade — responde, apontando para uma das portas e parando o cronômetro.

Sigo para a porta e me encontro em uma sala mais ampla, com as paredes totalmente de vidro e vista panorâmica para a floresta do lado de fora da Muralha. Até agora, ainda não tive nenhum vislumbre do lugar que oprime os Setores e a Fronteira.

Preparo um chá e o bebo encarando as árvores verdes e frondosas, mas a ansiedade para terminar de responder às questões não me deixa demorar muito.

Volto e começo a parte cinco. Era bem menos tensa. Tenho que escolher entre duas opções. Frio ou calor. Dinheiro ou felicidade. Amor ou poder. Preto ou branco. Romance ou ação. Número ímpar ou número par. Dia ou noite. Sol ou lua. Mar ou montanha. Companhia ou solidão.

Claro, depois da centésima pergunta já estou bastante cansada de ter que decidir entre uma coisa e outra e marco uma das opções sem pensar muito nelas.

Sei que cada movimento que eu faço, que cada palavra que dirijo ao psicólogo, cada hesitação e impulsividade estão sendo analisadas. Tento me policiar o tempo todo, mas não é algo que eu consigo fazer com facilidade. Com tantas coisas na minha cabeça, com os meus pensamentos voltando para Lucas o tempo todo, com a ansiedade da iminente vida na Matriz é difícil controlar um suspiro de preocupação.

No fim, volto para a primeira folha e vejo por reflexo que Will faz mais uma anotação. Como sei que não tenho como ignorar as perguntas que pulei e estou ansiosa para deixar de ser analisada, faço os desenhos, escrevo uma história curta e entrego os papéis sem revê-los.

— Da próxima vez que nos virmos, você vai receber o seu perfil completo que indicará o melhor caminho a seguir na Matriz — Will avisa. — É claro que você pode contestar o resultado e tomar opções diferentes, nós só estamos tentando descobrir uma forma de facilitar sua adaptação a esta nova vida.

— Independentemente do resultado, posso então continuar na área da saúde? — pergunto.

Sei que se depender das minhas respostas, provavelmente vão me recomendar algo diferente do que eu gostaria, porque aquela Emily não existe.

— Sim! — Will responde sem hesitar. — A decisão final é sempre sua.

Agradeço e me despeço dele aliviada.

Afinal, mesmo que eu tenha começado a formação de enfermeira porque era a opção mais viável para resolver meus problemas naquela época, pretendo continuar na área da saúde e tentar ajudar a descobrir a Cura para toda a população.

Não vou ficar de braços cruzados.

https://youtu.be/I-QfPUz1es8

Então me olhe nos olhos
Diga-me o que você vê
Paraíso perfeito
Se desfazendo
Eu queria poder escapar
Eu não quero fingir...
...Eu sou uma péssima mentirosa
(Bad Liar | Imagine Dragons)

Esse capítulo era o mais comentado da versão antiga de À Beira do Caos! Por isso, até deixei umas partes que cortei na versão final. Amo ver as respostas kkk

Falta pouquinho pra Emily entrar na Matriz! E para conhecermos os outros Curados!

Espero que o ENEM tenha corrido bem para vocês! 

Até amanhã!



Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro