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06. Muitos Encontros

"Feliz durante a noite fica
aquele que confia em suas provisões;
curtas são as áreas de um barco;
mutável é a noite de outono.
Muitas são as mudanças do tempo
em cinco dias,
mas ainda mais em um mês."

HÁVAMÁL (Os Ditos de Hár)

JÁ HAVIAM SE PASSADO TANTOS ANOS que quase tinha me esquecido de que o Kristalhöll era tão grande por dentro quanto por fora. A sensação do calor agradável envolveu-me como um abraço; a enorme construção possuía fornalhas no subsolo e o vapor aquecia as paredes de pedra, sendo levado até os andares superiores por pequenos canos. A vantagem do contato que Stór Eyja tivera com os romanos era que muito de suas invenções e arquitetura foram aproveitadas por nós. Até mesmo termas tínhamos no primeiro andar!

Robin mantinha meu braço enlaçado ao seu enquanto caminhávamos pelos corredores até meu quarto, contando-me resumidamente sobre tudo o que acontecera desde minha partida; ao que parecia, a maior novidade fora o casamento de Emmeline. Meu amigo disse que, durante toda a cerimônia, meu pai não sorriu nem mesmo uma única vez, e também contou que minha mãe o convencera a permitir o casamento, pois minha irmã estava apaixonada por Jostein Úlfarsson, que era Jarl de Hábjarg e por isso um bom pretendente. Porém, para o rei não demonstrar aprovação...

Chegamos nas grandes portas de carvalho da entrada de meus aposentos, e Robin se despediu por um momento, dizendo que voltaria mais tarde para me escoltar até os aposentos do rei. Entrei, vendo a grande sala que era minha antecâmara, com a grande mesa de madeira escura com suas cadeiras de espaldar alto, as cadeiras com peles confortáveis em frente à lareira... tudo limpo e arrumado, como no dia em que parti.

Uma grande felicidade cresceu em meu peito, como estava feliz por estar de volta!

Fui até a porta que dava para meu quarto de dormir, e ali, ao lado da minha cama com cortinas vermelhas em tom escuro, estava uma mulher ruiva e alguns anos mais velha que eu. Seu rosto bonito se iluminou em um sorriso ao me ver.

Corri até ela e a envolvi em um abraço do jeito que sempre fizera antes de partir para Samantia.

— Arnora... — falei, ainda abraçada com ela, que ria — É tão bom ver você novamente!

Arnora Roarsdóttir era minha serva pessoal, assim como Robin, e eu a considerava uma amiga querida. Seu abraço era quente e acolhedor.

— Senti tanto sua falta, Artemisia! — se afastou — Deixe-me olhar para você, está tão linda!

— Também senti sua falta — sorri, apertando suas mãos.

— Que pulseiras são essas? — alisou meu pulso, parecendo curiosa.

Segui seu olhar e vi que depois de todo o tempo ainda não havia tirado as pulseiras trançadas que o povo de Samantia me dera.

— Presentes dos samantianos — expliquei — Desfiz-me de todas as minhas joias para custear suas Academias, e passei a receber essas pulseiras quando andava pelas ruas. Talvez tentassem retribuir o que fiz de alguma forma, mesmo que não fosse necessário.

Ela tocou meu rosto em um carinho singelo.

— Vá se lavar, irei separar suas vestes. Seus pais andaram agitados, ansiosos pelo seu retorno.

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Depois de banhada, deixei que Arnora ajudasse-me com o vestido de cor verde e que escovasse meu cabelo, assim pouparia tempo; era um alívio poder trocar as botas por sapatos confortáveis e delicados de couro macio. Conforme prometido, Robin voltou para me acompanhar até os aposentos de meu pai, mas acabou por me conduzir em direção aos de minha mãe.

— Não deveríamos ir até o rei? — indaguei, sem parar de caminhar.

— Seu pai se recolheu mais cedo, está descansando — foi sua resposta, e então eu parei, puxando seu braço.

— O que houve? Sei muito bem que meu pai não deixaria de me ver no dia em que chegasse em seus salões — pronunciei as palavras de modo firme — Se algo aconteceu, tenho o direito de ser informada.

Os olhos de Robin se desviaram dos meus por um momento, antes que ele se desse conta de que eu falava como sua princesa e decidisse que deveria responder.

— O rei não quer nem mesmo olhar para o marido de sua irmã — sussurrou — Porém, pediu que a levasse até seu quarto amanhã cedo, assim poderão tomar o desjejum juntos e conversar em particular. Fique tranquila.

— A repulsa de meu pai por Jostein é tão grande assim? — franzi o cenho. Não lembrava de alguma ocasião em que ele demonstrasse esse nível de desgosto.

— Talvez seja maior ainda.

Surpreendi-me com sua resposta e continuamos nossa caminhada em silêncio, eu perdida em pensamentos e Robin quieto como era de seu feitio.

Ao chegarmos diante dos aposentos de minha mãe, pude ouvir vozes abafadas, como se alguém lá dentro estivesse dizendo algo de forma agitada; não poderia ser ela, mamãe sempre usava um tom calmo ao falar. Robin ergueu a mão, mas, antes que pudesse bater à porta, esta foi aberta e um rosto idoso e severo nos encarou.

— Ora, aí estão vocês, já não era sem tempo! — exclamou em voz alta — Se demorasse mais um pouco eu mesma iria buscá-la!

Inga Talvi era minha avó paterna. Tinha quase setenta anos — tinha sessenta e oito, para ser exata —, mas era vigorosa como uma rocha, seus braços e pernas nunca tremiam e permaneciam firmes; seus cabelos, espessos e brancos, eram sempre presos em diversos penteados, principalmente em tranças elaboradas. Seus olhos eram azuis claros, duros feito riachos congelados, porém as rugas ao redor deles mostravam que ela também sorria muito. Era a irmã do antigo Jarl de Sjóleið e tia do atual, Valdi Falkásson.

Em sua juventude costumava brandir uma espada tão bem quanto qualquer guerreiro, meu pai contava-me.

— Você cresceu muito! O que houve com minha menininha? — ela disse, abraçando-me antes que pudesse entrar; era mais baixa do que eu — Está planejando ficar mais alta que seu pai? Já parece ter seis pés de altura!

Sorri com suas palavras; a verdade era que tinha herdado a estatura alta dos reis de Asteria, então geralmente era uma cabeça mais alta do que a maioria das mulheres. Robin se retirou ao mesmo tempo em que Inga me conduzia porta a dentro, com uma mão em meu ombro, para que eu encontrasse mais quatro pessoas que aguardavam por mim.

A senhora minha mãe, rainha Anna Vinter, de cabelos dourados com ainda poucos fios dourados e olhos esverdeados, correu em minha direção, envolvendo-me com os braços e fazendo-me apoiar o queixo em seu ombro, como quando eu era uma criança. Fechei os olhos, aproveitando seu carinho maternal que durante tanto tanto tempo senti falta, e suas mãos macias acariciaram meu rosto.

— Minha filha querida — beijou minhas bochechas — Você está de volta ao seu lar.

— E eu estou muito feliz em estar de volta, mãe.

Virei-me para minha irmã, quase sentindo lágrimas em meus olhos, mas quem se aproximou foi Jostein Úlfarsson. Com seu rosto agradável e grandes olhos azuis, soube logo o motivo de Emmeline ter se apaixonado por ele; estendi a mão em sua direção e ele beijou meus dedos brevemente.

— Dróttning, minha cunhada — cumprimentou, parecendo radiante.

— Jarl Jostein, meu cunhado — devolvi sua cordialidade — Espero que sua estadia seja agradável.

Ele se colocou ao lado, e a jovem mulher de cabelos longos e loiros se aproximou alguns passos, parecendo tentar conter a emoção em seu rosto. Emmeline, com um longo vestido cor vinho, assim como o gibão do marido, e os olhos esverdeados de mamãe sempre cheios de gentileza e suavidade. Pude perceber seus olhos se encherem de lágrimas.

Abri os braços e esse foi o estopim para que ela largasse toda a postura e corresse em minha direção, lançando os braços ao meu redor e afundando o rosto em meu ombro.

— Minha irmã... — murmurei em seu ouvido, enquanto também a abraçava — Não posso encontrar palavras para dizer o quanto é bom ver você novamente.

Senti Emmeline soluçar contra meu pescoço, ela sempre fora espontânea em suas emoções, e parecia-me que ela sentiu minha falta na mesma intensidade que senti a dela. Talvez mais. A afastei gentilmente, segurando seus braços; suas lágrimas foram passageiras, e agora ela sorria para mim apenas com os olhos ainda úmidos.

— Faz anos! — Emmeline segurou meu rosto entre suas mãos — Anos! E você está ainda mais alta do que antes! — ela riu e eu a acompanhei, apertando seus braços de forma carinhosa.

— Teremos muito tempo para conversarmos, e os céus sabem o quanto temos para conversar — falei — Mas antes, quero conhecer aquele menininho ali — sorri, apontando com o queixo para o menino de cabelos loiros e olhos azuis que estava parado ao lado da mesa e olhava disfarçadamente para os lados, como se não soubesse o que fazer.

— Henrik, venha aqui, meu filho — Emmeline se virou, estendendo a mão para ele, que se aproximou, me encarando com certo receio, e segurou o braço da mãe — Essa é Artemisia Demetria, a princesa herdeira de Astana, minha irmã e sua tia.

Henrik me encarou com os grandes olhos azuis, antes de fazer uma reverência que até mesmo me impressionou. Emmeline já o iniciara nos costumes da corte.

— É uma honra lhe conhecer, senhora minha tia — ele falou, com sua voz infantil.

Ele era a criança mais linda que já havia visto.

— É uma honra lhe conhecer também, meu sobrinho — falei, com um sorriso — Venha, me dê um abraço — abaixei-me e abri os braços.

Henrik pareceu mais a vontade, sorriu e passou os braços por meu pescoço, enquanto eu o apertava brevemente. Levantei, com ele ainda nos meus braços, e sua risada infantil ecoou pela antecâmara quando girei meu corpo beijando seus cabelos.

— Irei mimar muito o seu filho, Emmeline — avisei, beijando a bochecha do pequeno Henrik uma última vez antes de colocá-lo novamente no chão.

— Mia!

— Muito bem, todos vocês — minha avó bateu as mãos na mesa — Eu não providenciei esse jantar para que a comida ficasse para depois. Anna, passe-me esse jarro de vinho, por favor... Isso! É vinho inglês, presente do rei...

— Não acho que seja aconselhável tomar tanto, Inga — mamãe alertou, enquanto sentávamos à mesa, mas entregou a jarra — Na sua idade...

— Tolice! — vovó serviu sua própria taça e tomou um longo gole — Tenho sessenta e oito anos e encontro-me saudável. Muitos já morreram bem antes de mim se privando de prazeres como este vinho aqui — sacudiu a taça de leve.

Minha mãe balançou a cabeça em negação, claramente desaprovando, porém sabia que pouca diferença faria discutir com senhora Inga, que era voluntariosa até o fim.

O jantar transcorreu de forma tranquila, embora minha avó raramente dirigisse a palavra à Jostein Úlfarsson. Na verdade, só quando era visivelmente obrigada e não houvesse escapatória; Emmeline sorria e tentava fazer com que ela conversasse com seu marido, mas não estava dando certo.

Perguntei à Emmeline se ela gostaria de ir até meu quarto, onde poderíamos conversar, mas seu marido segurou sua mão sobre a mesa e ela respondeu que estava cansada, e preferia ter a chance de uma boa noite de sono. Não insisti, pois após uma viagem na estrada, de fato ela estaria cansada assim como eu.

Segui solitária de volta aos meus aposentos, sentindo uma leve preocupação por minha irmã, embora não soubesse o motivo; já havia dispensado Arnora, portanto estava completamente sozinha quando entrei pela grande porta de madeira escura e me vi diante de minha antecâmara. O ambiente estava relativamente quente, pois a lareira estava acesa.

Algumas velas também estavam acesas, para que não encontrasse o lugar em um breu, mas eu as apaguei uma a uma, antes de seguir em direção a porta de meu quarto de dormir.

Deitei na cama, enroscando-me debaixo das peles e afundando o rosto no travesseiro macio. Adorava viagens, porém adorava ainda mais uma cama quente e confortável. Precisava descansar, queria acordar cedo e disposta para ver meu pai. Em um leve estado de sonolência, comecei a pensar em qual seria o motivo por ele não gostar de Jostein, e decidi que talvez eu também não tenha gostado do homem. Precisava conversar com Emmeline, mas só depois de conversar com o rei.

Ao som suave do crepitar da lareira e do vento noturno uivando fora das paredes do Kristalhöll, acabei por adormecer, caindo em um sono profundo.

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