Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 20: Implosão

Cinco Anos Atrás

Alyssa ajustou a pegada na faca cenográfica, sentindo a adrenalina correr em suas veias. O cenário ao redor imitava uma academia de Karatê abandonada, com tatame e pouca iluminação, criando a atmosfera perfeita para o embate entre os personagens.

Aaron, parado a alguns metros dela, sustentava o olhar frio e calculista de Ethan Cole, seu agente implacável da CIA. Assim que o diretor deu o sinal, ela avançou.

— Se mexa, Cole, ou essa lâmina vai encontrar um novo lar — Kamilah sibilou, o olhar predador fixo no dele.

Ethan mal arquejou uma sobrancelha, quando Kamilah desferiu o golpe, Ethan bloqueou seu punho com precisão, girando seu corpo para escapar do ataque e, em um movimento rápido, a prendeu contra o peito, um dos braços firmemente ao redor da cintura dela.

— Você fala demais, Kamilah — ele murmurou, rente ao seu ouvido.

Alyssa arfou, seu corpo completamente colado ao dele. A respiração quente de Aaron roçou em sua pele, e por um breve segundo um arrepio de verdade percorreu sua espinha. Ela rapidamente se lembrou da coreografia e, sem hesitar, ergueu o pé e pisou com força no dele.

Ethan soltou um som rouco e afrouxou o aperto por um instante, o suficiente para que Kamilah se virasse e empurrasse seu peito, tomando distância. Ela ergueu a lâmina outra vez, os lábios se curvando em um meio sorriso desafiador.

— Eu falo demais? — Kamilah provocou, inclinando a cabeça. — Você que devia parar de me agarrar e aprender a calar a boca, Cole. Quase colocou todo o plano em risco.

Ele riu baixo, seu olhar afiado.

— Eu fiz isso? E não você quando quase arrancou a orelha do cara com essa sua faca, Reyes? — Com um movimento rápido, ele tomou a faca da mão dela e a arremessou longe. — É até engraçado você falar de planos quando nunca segue ele.

Kamilah bufou, se afastando para ir pegar a sua faca.

— Eu sigo planos. Só não sigo os seus planos.

Ethan estreitou os olhos.

— CORTA! — O diretor exclamou, satisfeito. — Foi incrível!

A equipe aplaudiu, e Alyssa e Aaron sorriram, satisfeitos com a cena que fizeram. Ela foi até ele, ainda sorrindo.

— Nada mal, Fitzgerald. Não doeu tanto assim, né?

— Tá brincando? — Aaron fingiu uma careta e se abaixou para massagear o próprio pé. — Você não teve piedade mesmo.

Alyssa deu de ombros.

— Kamilah também não teria.

O diretor alcançou o megafone para falar com eles.

— Vocês dois estavam perfeitos! Mas precisamos gravar de outro ângulo. Voltem às suas marcas!

Eles se posicionaram novamente, prontos para refazer a cena. Duas maquiadoras se aproximaram com toalhas para enxugar as gotas de suor em seus rostos e ajustar a maquiagem, e então, o assistente de direção ergueu a claquete, prestes a bater, quando uma voz feminina e familiar ecoou pelo set.

— Aaron!

O ator se virou no mesmo instante, assim como Alyssa e parte da equipe. Sarah Fitzgerald caminhava em direção a eles, equilibrando uma caixa de cupcakes nas mãos e exibindo um sorriso que não chegava aos olhos.

— Espero não estar interrompendo nada.

O diretor pigarreou, ajeitando os fones ao redor do pescoço.

— Estávamos prestes a filmar mais um take...

— Eu trouxe cupcakes para a equipe — ela disse, sua voz melosa. — Achei que seria um bom agrado depois de um dia longo de gravações.

Aaron piscou algumas vezes, claramente pego de surpresa.

— Ah... isso é tão legal da sua parte, querida.

Aaron deu um selinho rápido na esposa, mas ela segurou o seu queixo, transformando o ato em um beijo demorado. Ao se afastar, sorriu para Alyssa e caminhou diretamente para o diretor, distribuindo cupcakes para membros da equipe antes de parar ao lado dele.

Michael lançou um olhar torto a ela, claramente incomodado com a interrupção, mas não disse nada. Com um suspiro, ele ajustou os fones no ouvido e sinalizou para a equipe reiniciar a cena.

Alyssa voltou para sua posição, sentindo a tensão no ar, mas preferindo ignorar. Não era sua função se importar com os problemas conjugais de Aaron Fitzgerald.

A claquete bateu.

— Ação!

Kamilah avançou sobre Ethan com a faca, e ele desviou, segurando seu pulso no último instante. Com um movimento rápido, ele a girou contra seu peito, envolvendo sua cintura com um dos braços, prendendo-a firmemente contra si.

— Você fala demais, Kamilah — Ethan rosnou, a voz baixa e carregada de ameaça.

Mas antes que ela pudesse responder e seguir a coreografia, um grito estridente cortou o set:

— CORTA!

O som ecoou como uma bomba, paralisando tudo. Michael deu um pulo em sua cadeira de diretor, quase derrubando os fones da sua cabeça com o susto.

Todos se viraram para a origem da interrupção, e Alyssa viu Sarah marchar em direção a Aaron, os olhos faiscando.

— Isso está exagerado demais, não acha? — Ela falou, a voz melosa agora dando lugar a um tom acusatório. — Quero dizer, segurar alguém assim por tanto tempo? Nem parece cena de luta, parece outra coisa.

Aaron passou uma mão pelo rosto, respirando fundo antes de responder.

— Sarah, isso é coreografia. Ensaiamos por vários dias. É apenas trabalho.

— Eu sei — ela forçou um sorriso. — Mas não me lembro de filmes de ação exigirem esse tipo de... contato. Essa cena parecia ser bem diferente quando eu li e escolhi esse roteiro para você.

Alyssa reprimiu uma expressão de choque. Era ela que escolhia os projetos dele?

Michael finalmente se recuperou do susto e esfregou as têmporas.

— Com todo respeito, Sarah, nós temos uma equipe de coreógrafos de luta e um consultor de ação justamente para garantir que tudo seja o mais autêntico possível. Não precisamos da opinião de terceiros não especializados.

Sarah apenas ignorou Michael e voltou a encarar Aaron, como se esperasse que ele tomasse alguma atitude.

Alyssa observava a cena em silêncio, tentando esconder a descrença. Já tinha ouvido falar da esposa mais velha de Aaron. Quem em Hollywood não ouviu? Mas ver aquela dinâmica pessoalmente era algo completamente diferente.

A relação de poder parecia desbalanceada. Aaron, um dos maiores astros do cinema, com seu porte imponente e postura segura no set, agora parecia apenas um menino, prestes a ceder à primeira exigência da esposa. Ele a olhava com uma mistura de paciência e resignação, como se aquele tipo de confronto fosse frequente.

Alyssa desviou o olhar, sentindo algo desconfortável se instalar em seu peito. Ela não entendia exatamente por quê, mas aquela cena — aquela submissão silenciosa — a incomodava mais do que deveria.

Aaron soltou um longo suspiro, esfregando a nuca com uma das mãos.

— Querida, eu realmente preciso que você me dê espaço para trabalhar.

Sarah piscou, surpresa com a resposta dele. Geralmente Aaron apenas cedia e fazia o que ela queria, mas agora algo estava diferente. Ainda mais incomodada, ela forçou um sorriso e levantou as mãos em um gesto teatral.

— Claro, querido. Só estou cuidando de você.

Ela se afastou, indo novamente para perto do diretor, mas antes de sair por completo de cena, lançou um olhar frio e avaliador para Alyssa. Um olhar que dizia muito, mesmo sem palavras. Alyssa percebeu de imediato, e algo dentro dela se acendeu.

Assim que Sarah estava longe o suficiente, ela se virou para Aaron, mantendo a voz baixa para que ninguém mais ouvisse.

— Ela tem algum problema comigo?

Aaron soltou uma risada breve, mas sem humor.

— Sarah só é... ciumenta às vezes.

Alyssa arqueou uma sobrancelha, mas não insistiu. Ele parecia exausto só de tocar no assunto, e aquilo apenas reforçou a sensação desconfortável que ela já tinha sentido antes.

Michael aproveitou o momento para reiniciar as filmagens.

— Certo, vamos tentar novamente. E, por favor, sem mais interrupções!

A cena recomeçou, e dessa vez, Alyssa se entregou completamente à personagem. Ela atacou Aaron com precisão, a lâmina falsa cortando o ar enquanto ele se esquivava e a segurava contra si, exatamente como ensaiaram. Mas, assim que ela sentiu os braços dele ao redor de sua cintura, antes mesmo de sua próxima fala, a voz de Sarah ecoou novamente pelo set.

— Corta!

Alyssa bufou, fechando os olhos por um segundo antes de se virar.

— Você só pode estar brincando... — Murmurou, tentando se acalmar.

Michael se levantou abruptamente da cadeira.

— Sarah, pour l'amour de Dieu! — Esbravejou o diretor, sequer percebendo que estava falando na língua materna.

— Eu só estou dizendo que essa cena não faz sentido! — Sarah exclamou, olhando diretamente para Aaron. — Não tem necessidade de tanto contato!

Alyssa apoiou as mãos na cintura, perdendo a paciência.

— Com todo o respeito, senhora, mas você está atrapalhando o trabalho de toda a equipe! Isso aqui não é um piquenique, é um set de filmagem. Cada atraso custa tempo e dinheiro.

Sarah riu, balançando a cabeça lentamente antes de encarar Alyssa com um olhar carregado de desdém.

— Com todo respeito, queridinha, mas se eu quisesse ouvir a opinião de uma drogada, eu teria ido até uma boca de fumo, não entrado nesse set. Quem contratou essa coisinha afinal?

O silêncio que se seguiu foi tão brutal quanto um soco no estômago.

Alyssa piscou, sentindo o impacto das palavras de Sarah como uma chicotada em seu peito. Seu rosto ficou quente, não apenas de choque, mas de humilhação. Ela engoliu em seco, tentando ignorar a queimação atrás dos olhos.

Ao redor do set, ninguém se movia. Michael prendeu a respiração. Os assistentes se entreolharam, perplexos. A equipe técnica congelou no lugar. O peso da tensão parecia esmagar todos contra o chão.

Mas Alyssa não ligava para todos.

Ela virou a cabeça, buscando apenas uma reação.

Dele.

Aaron estava parado, imóvel, seu maxilar travado e o olhar fixo em Sarah. Mas ele não disse nada. Não se opôs. Não a defendeu.

Nada.

Era como se a amizade que haviam construído nos últimos dias — a parceria no trabalho, os ensaios exaustivos, os momentos em que riam entre um corte e outro — simplesmente não significassem nada diante do casamento dele.

O ar ficou pesado, espesso, sufocante.

Alyssa sentiu as lágrimas ameaçarem surgir, mas ela não ia chorar. Não na frente de todos. Não por causa deles.

Com os dedos trêmulos, ela largou a faca cenográfica e o som metálico dela atingindo o chão ecoou pelo set, um ruído pequeno, mas que ressoou como um trovão. E então, sem olhar para trás, ela saiu do set.

Aaron finalmente reagiu ao ver Alyssa desaparecer pela saída. Um nó apertou seu peito, um incômodo crescente que se transformou em raiva ao virar o rosto para a esposa.

— Você passou de todos os limites agora. — Sua voz era baixa, mas carregada de fúria.

Ela arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.

— Passei? Ou só falei o que todo mundo já pensava?

Aaron deu um passo para trás, como se precisasse de espaço para não dizer algo que não pudesse ser desfeito. Mas então, sem hesitar, virou-se e começou a caminhar rapidamente na mesma direção que Alyssa tinha ido.

— Onde você pensa que vai? — Sarah tentou segurar seu braço, mas ele se livrou do toque sem nem ao menos olhá-la.

— Onde você acha?

— Aaron, volta aqui! — Sarah ordenou, sua voz cortante.

Mas ele não parou, saindo do set em disparada.

Sarah tentou segui-lo, mas Michael apareceu na sua frente, seu rosto carregado de fúria contida.

— Isso foi inaceitável, Sarah. A coisa mais desprezível que eu já vi em toda a minha vida.

Ela soltou uma risada cínica.

— Ah, por favor. Isso é Hollywood! Tenho certeza de que já viu coisa pior.

Michael balançou a cabeça, os olhos estreitos como lâminas.

— Escute bem o que eu vou dizer. Você não é mais bem-vinda no meu set. Se aparecer aqui de novo, eu pessoalmente vou mandar os seguranças te arrastarem para fora.

Sarah piscou, chocada pela afronta direta, mas logo ergueu o queixo, tentando manter a compostura.

— Você acha que pode falar assim comigo?

— Acho não. Tenho certeza. Não importa quem você pensa que é. Nem quem o seu marido é. Eu quero você fora da minha vista.

Os murmúrios começaram ao redor deles. Sarah sentiu os olhares sobre si, a hostilidade crescente, e por mais que tentasse se manter altiva, algo nela vacilou.

Sem outra opção, girou nos calcanhares e saiu do set, mantendo a cabeça erguida. Mas ela estava fervendo por dentro.

Alyssa caminhava apressada pelos corredores do estúdio, sua respiração curta e os olhos ardendo de raiva.

— Alyssa, espera! — A voz de Aaron ecoou atrás dela, e antes que ela pudesse reagir, ele já estava ao seu lado.

Ela não parou de andar, mas olhou para ele com a expressão fechada.

— O que você quer, Aaron?

Ele passou a mão pelo cabelo, claramente frustrado consigo mesmo.

— Eu quero pedir perdão. Por mim e por Sarah.

Alyssa soltou uma risada incrédula.

— Perdão?

— Eu fiquei em choque, — ele continuou. Ignorando o tom ácido dela. — Eu não esperava que ela fizesse ou falasse aquilo. Sarah nunca foi desse jeito antes... eu juro, eu vou conversar com ela em casa.

Alyssa parou de andar bruscamente e apertou os lábios, respirando fundo.

— Eu posso até perdoar você..., mas não vou perdoá-la se ela não vier pedir perdão pessoalmente. — Impôs.

— Então é melhor esperar sentada, queridinha. — A voz de Sarah cortou o ar, fazendo ambos se virarem. Ela se aproximava com os braços cruzados e um olhar de puro desdém. — Porque pessoas como eu nunca se rebaixariam para pedir desculpas a alguém como você.

— Sarah, pelo amor de Deus... — Aaron murmurou.

Mas Alyssa sequer ouviu. Os olhos ardendo em raiva.

— Escuta aqui, sua velha caquética... — Ela deu um passo à frente. — Você pode até viver nessa sua bolha de arrogância e superioridade, mas a verdade é que não passa de uma mulher insegura e amargurada. Você sentiu o cheiro de uma ameaça e correu para marcar território como uma cobra desesperada. Mas adivinha só? Eu não quero o seu marido. Se eu quisesse, você estaria solteira agora!

Sarah arregalou os olhos, mas Alyssa não parou.

— Você pode vir aqui no set tentar envenenar todos contra mim a vontade, mas sabe o que não pode fazer? Me derrubar. Porque eu cheguei até aqui com talento e esforço, e todo mundo sabe disso. Inclusive o seu cachorrinho aqui, e é por isso que está tão incomodada, não é?

— Você é ridícula! — Sarah rebateu, mas seu tom não tinha mais tanta convicção.

— E você é patética! — Alyssa sorriu com ironia. — E, sinceramente? Acho que vocês se merecem.

Alyssa pensou que tinha vencido a discussão. Mas quando o olhar de pura raiva que Sarah exibia desapareceu e ela começou a chorar, ela percebeu que estava lidando com alguém mais manipuladora do que pensava.

— Você vai deixá-la falar assim comigo, querido?

Aaron, que assistia a tudo boquiaberto, ergueu as mãos em um gesto conciliador.

— Alyssa, calma... também não precisa falar assim com ela.

Alyssa arqueou uma sobrancelha, pondo as mãos na cintura.

— Ah, entendi. Então ela pode falar o que quiser, mas eu não?

— Não é isso, é que... — Ele hesitou.

— Que Sarah é sua esposa? — Alyssa completou por ele, sua voz carregada de desdém. — E eu sou... o quê?

Aaron abriu a boca para responder, mas hesitou novamente.

Alyssa soltou uma risada amarga.

— Nada, não é? Eu não sou nada para você, aparentemente.

O silêncio de Aaron foi tudo que ela precisava ouvir.

Ela balançou a cabeça, decepcionada.

— Engraçado, porque eu realmente achei que você fosse diferente. Achei que fosse meu amigo. Meu mentor, até. Alguém que eu admirava. Mas aparentemente aquelas palavras de incentivo lá no primeiro dia eram apenas da boca pra fora.

Aaron engoliu em seco, sentindo cada palavra dela pesar em seu corpo, puxando-o para o chão.

— Alyssa...

Mas ela já estava se virando.

— Não precisa se preocupar, Aaron. Mais uma lição hollywoodiana aprendida com sucesso: nunca conheça seus ídolos. É decepção na certa.

E, sem dizer mais nada, ela foi embora, deixando-o parado ali, assistindo-a partir.

— Você ouviu o que ela disse, não ouviu? Que se quisesse iria te tirar de mim. — Sarah voltou a falar, agarrando-se ao braço de Aaron. — Essa garota é perigosa, meu amor. Ela vai fazer de tudo para me destruir, nos destruir. Você precisa abrir os olhos com ela.

— Vá pra casa, Sarah. Conversamos depois.

Ele afastou as mãos dela do seu braço e se virou, voltando pra o set de gravações.

Durante o resto daquele dia, e dos dias seguintes, Alyssa fez questão de ignorar Aaron. Era como se ela tivesse apagado completamente a existência dele.

No set, ela só falava com ele quando estritamente necessário, e sempre de maneira profissional e impessoal. Os sorrisos que antes trocavam entre os takes haviam desaparecido. Os olhares cúmplices, os comentários provocativos durante as cenas de luta, tudo havia se esvaído como fumaça.

No primeiro dia, Aaron achou que era apenas raiva passageira. No segundo, percebeu que não era. No terceiro, começou a se incomodar de verdade. E no quarto, irritou-se com o quanto aquilo o afetava.

Aaron tentava puxar conversa aqui e ali, mas Alyssa nunca dava espaço. Se ele tentava encontrá-la no intervalo, ela já estava conversando com outra pessoa. Se ele tentava se aproximar durante o almoço, ela terminava imediatamente a sua refeição. Depois das gravações, ela desaparecia antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. Isso pouco a pouco ia o deixando louco.

No set, eles estavam gravando uma cena intensa, e mesmo ali, Alyssa mantinha a barreira. Assim que o diretor gritou "Corta!", ela se afastou sem sequer olhar para ele. Quando Aaron se virou para dizer algo, já a viu falando com um dos assistentes de figurino, sorrindo como se nada estivesse acontecendo. Como se ele não estivesse presente.

Ele passou o resto do dia remoendo a situação. Sabia que precisava fazer algo, mas ainda não sabia o que. Então, na manhã seguinte, decidiu que, se Alyssa o ignorava em público, ele também se desculparia em público.

O set estava movimentado como sempre, todos se preparando para uma nova cena de ação. Alyssa estava sentada com alguns colegas, rindo de algo que um deles havia dito, quando Aaron subiu em uma das caixas de equipamentos, chamando a atenção de todos.

— Posso ter a atenção de vocês por um instante? — Ele levantou as mãos, esperando que o falatório diminuísse.

Alyssa franziu a testa, desconfiada.

— Quero aproveitar que todos estão aqui para me desculpar por algo — ele continuou, sua voz firme, mas carregada de arrependimento. — Todos viram o que aconteceu há alguns dias. Viram como a Sarah ultrapassou todos os limites e como eu... — Ele parou, respirando fundo. — Como eu falhei em defender alguém que merecia ser defendida.

O silêncio foi absoluto.

Alyssa cruzou os braços, seu rosto inexpressivo.

— Eu devia ter dito algo na hora. Devia ter colocado um ponto final naquela situação de imediato. Mas eu congelei. Não há desculpas para isso. O que aconteceu foi inaceitável, e eu sinto muito, Alyssa.

Ela piscou, visivelmente surpresa.

Aaron desceu da caixa e caminhou até ela, parando a poucos passos de distância.

— Sei que um pedido de desculpas não apaga nada. Sei que pode não significar muito para você agora. Mas quero que saiba que eu me arrependo. E que nunca deveria ter deixado a minha esposa falar aquilo para você.

Um peso parecia ter se instalado no ar, e todos continuaram em silêncio à espera da resposta.

Alyssa o encarou por alguns instantes. Seus olhos analisando cada detalhe do rosto dele, buscando algo. Verdade. Arrependimento.

Surpreendentemente, ela encontrou ambos.

Mas não teve tempo de falar nada, pois o silêncio que se instalou no set durou apenas alguns segundos. Alguém no fundo do set começou a bater palmas e logo, outra pessoa se juntou. E mais outra. Até que, em questão de instantes, toda a equipe estava batendo palmas e cantarolando de forma bem-humorada:

— Per-do-a! Per-do-a!

Alyssa arregalou os olhos, pegando todos aqueles sorrisos e olhares divertidos ao redor. Algumas pessoas até assobiavam e incentivavam como se estivessem assistindo a uma cena de filme.

Ela sentiu o rosto esquentar.

— Meu Deus, vocês são insuportáveis... — murmurou, cobrindo o rosto com as mãos, mas sem conseguir conter o sorriso que ameaçava aparecer.

— Então...? — Aaron arqueou uma sobrancelha, mantendo a expressão arrependida, mas agora com um brilho divertido nos olhos.

Alyssa soltou um suspiro teatral, revirando os olhos.

— Tá bom, tá bom! Eu te perdoo!

A equipe vibrou, e algumas pessoas até bateram palmas mais forte, como se estivessem torcendo para aquilo o tempo todo.

Aaron sorriu, um alívio genuíno passando por seu rosto.

— Obrigado.

Ela balançou a cabeça, ainda sorrindo, e apontou o dedo indicador para ele.

— Mas se você pisar na bola de novo, Fitzgerald, eu acabo com você.

— Justo, McKay.

Alyssa riu, e a tensão entre eles finalmente se desfez.

E, pela primeira vez em dias, tudo parecia voltar ao normal.

Enquanto o sol se punha, Aaron passava a mão pelos cabelos, exausto, enquanto pegava suas coisas no camarim para ir embora. O dia havia sido longo, mas ao menos agora ele e Alyssa estavam em bons termos novamente. Isso deveria ser o suficiente para aliviar um pouco a sua mente.

Estava caminhando pelos corredores vazios do estúdio, quando vozes abafadas chamaram sua atenção.

— ...sério, ele tá completamente na dela. Você viu o jeito que ele olhava pra Alyssa? — disse um dos assistentes, rindo.

O assunto chamou a sua atenção. Tinha alguém afim da Alyssa?

— E aquela cena ridícula com os cupcakes? Foi óbvio que ele quis compensar a merda que a esposa fez. Tentativa descarada de levar a garota pra cama.

Aaron franziu o cenho, parando no meio do caminho.

— Não que eu culpe o cara. Trocar uma múmia ressecada por uma mulher novinha como a Alyssa? Eu faria o mesmo. O coitado deve estar desesperado para foder alguém que consiga fazer mais de uma posição sem medo de quebrar o quadril!

Uma onda de risadas estourou.

— Pior que a esposa dele se humilhou à toa. No fim das contas, só deixou claro que tá insegura porque sabe que não tem mais a menor chance.

O sangue de Aaron ferveu.

Ele avançou para dentro da pequena sala de equipamentos onde eles conversavam, seus passos ecoando no chão de cimento. Assim que notaram a sua presença, os homens congelaram, os rostos perdendo a cor. Todos homens, todos com idade para serem pais de família, todos medíocres.

— Se vocês têm tempo para ficar aqui conversando merda, talvez estejam no set errado, — disse Aaron, sua voz firme e cortante. — Se eu ouvir qualquer um de vocês falando da minha esposa ou da Alyssa novamente, garanto que vão precisar arranjar empregos novos.

Os homens trocaram olhares, engolindo em seco.

Sem esperar pelo pedido de desculpas eminente, Aaron se afastou, sua mandíbula travada e os pensamentos a mil.

Aquelas eram apenas conversas de bastidores, rumores típicos de qualquer set. Mas o fato de que estavam falando dele, especulando sobre suas intenções com Alyssa... o deixava puto.

É assim que todos estão me vendo?

Ele saiu do estúdio, a paranoia começando a se instalar.

Será que Alyssa também pensava isso?

Será que por isso disse aquelas coisas a sua esposa?

E acima de tudo... será que era assim que sua relação com ela estava sendo interpretada por todos desde o começo?

Aaron entrou no carro em total silencio, sequer respondeu quando o motorista deu boa noite, a mente fervilhando com as palavras que ouvira no estúdio. O peso da paranoia crescia a cada pensamento, cada possibilidade que se desenrolava em sua cabeça. Ele precisava desligar, precisava de algo para distrair sua mente antes de voltar para casa.

— Muda a rota, me leva para o Musso & Frank.

Foi assim que o carro parou em frente a um dos melhores bar da cidade. Um lugar escuro, silencioso, onde ninguém o importunaria.

Ele entrou e pediu um uísque. Depois outro. E mais um.

O álcool queimava sua garganta e trazia uma sensação anestesiante, algo que ele precisava desesperadamente. Mas não apagava as vozes em sua cabeça. O riso dos assistentes ainda ecoava, as insinuações, as piadas... e, acima de tudo, a incerteza sobre Alyssa.

Ela acha que estou tentando algo? Que estou flertando?

Ele fechou os olhos, balançando a cabeça para afastar os pensamentos.

Quando finalmente terminou uma garrafa inteira e saiu do bar, suas pernas estavam pesadas, os reflexos mais lentos. Chamou um carro e deixou que o levassem para casa.

Sarah o esperava na sala.

— Aaron? — Ela se levantou assim que o viu cambaleando pela porta. Seu tom oscilava entre surpresa e irritação. — Você está bêbado?

Ele não respondeu, apenas passou por ela com um murmúrio inaudível.

Sarah o seguiu até o quarto, cruzando os braços enquanto o via se sentar na beira da cama, os ombros caídos.

— O que deu em você? Onde você estava?

Aaron passou a mão pelo rosto, a voz arrastada pelo álcool.

— Só... precisava desligar um pouco.

— Desligar do quê?

Ele não respondeu de imediato.

— As pessoas... estão falando.

Sarah ergueu uma sobrancelha.

— Sobre o quê?

Ele exalou pesadamente, jogando-se para trás na cama.

— Sobre mim. Sobre Alyssa...

O nome escapou de seus lábios em um murmúrio sonolento.

Mas foi o suficiente.

Sarah ficou imóvel. Seu rosto se contraiu.

— O quê?

Aaron já estava com os olhos fechados, entregue à inconsciência.

Mas Sarah não.

Seu peito subia e descia rápido, a raiva pulsando como um incêndio descontrolado.

— Aaron? Aaron?

Ela foi até ele, dando tapas em seu rosto para ver se ele acordava, mas o ator já estava completamente apagado.

Ele tinha chegado bêbado, e o nome daquela mulherzinha foi a última coisa que ele disse antes de dormir.

Sarah apertou os punhos.

Aquela ninfetinha estava mesmo tentando destruir o seu casamento. E agora, mais do que nunca, ela precisava aprender a não mexer com o que era seu.

Na manhã seguinte, ela acordou determinada, com um plano traçado. Ela se arrumou cuidadosamente, vestindo um conjunto branco pérola impecável que a fazia parecer a esposa sofisticada e inocente de um astro de cinema. Mas por dentro, fervia.

Deu um beijo em seu marido quando ele saiu para trabalhar. Levou Jack para a escola com um sorriso calmo nos lábios ao falar com as professoras e funcionários de lá, e assim que se viu livre do pirralho, ela fez seu caminho até o estúdio.

Ao chegar lá, não perdeu tempo procurando por Alyssa. Descobriu rapidamente por meio de um assistente qualquer que ela estava no camarim se arrumando. Mas ao chegar lá, não entrou de imediato, parou em frente a porta e pegou o celular, enviando uma mensagem para Aaron:

"Estou aqui no estúdio. Vim me desculpar com a Alyssa."

Ela sabia que ele largaria tudo e viria atrás dela quando lesse isso.

Guardando o celular na bolsa, respirou fundo e empurrou a porta do camarim sem bater.

Alyssa, de pé em frente ao espelho, estava terminando de ajustar a jaqueta do figurino quando se virou para encarar a visita inesperada.

— O que você está fazendo aqui, Sarah? — sua voz foi direta, sem paciência.

Sarah sorriu com falsa doçura e empurrou a porta atrás de si, deixando-a entreaberta.

— Eu vim te dar um conselho.

Alyssa revirou os olhos.

— Nossa, que honra.

— Se afaste do meu marido.

Alyssa riu baixo, voltando a olhar-se no espelho.

— Você não cansa dessa ladainha?

Sarah inclinou a cabeça, analisando-a como se estivesse diante de algo insignificante.

— Você pode enganar os outros, fingindo ser essa versão reabilitada de si mesma, mas eu não compro essa encenação. Sei exatamente o tipo de garota que você é.

Alyssa se virou para ela novamente.

— Ah, é? E que tipo de garota eu sou?

— Uma garota imoral. Que faz de tudo para subir na vida. E que definitivamente não tem problema em usar o próprio corpo para conseguir roubar o marido dos outros.

Alyssa sentiu o ódio começar a borbulhar em suas veias. Definitivamente não gostava dessa mulher.

— Engraçado você me chamar de imoral, considerando que com quarenta e poucos anos você seduziu e se casou com um adolescente.

Sarah estreitou os olhos.

— Você está me chamando de imoral?

— Estou. Não escutou? Já está perdendo a audição? — Alyssa debochou. — Dizem que é algo comum da idade.

Sarah manteve a expressão neutra, mas a maneira como seus dedos se apertaram envolta da alça da sua bolsa não passou despercebida.

— Você está passando dos limites, garota....

Garota, não. Mulher. Diferente de você, que poderia ter sido a babá de Jesus, mas está aqui agindo como se fosse uma adolescente insegura. — Alyssa passou por Sarah e caminhou até a porta, abrindo-a e dando um passo para o lado para que a outra tivesse espaço para passar. — Agora me faça o favor de ir embora.

Sarah se virou e deu um passo à frente, a raiva brilhando em seus olhos.

— Eu vou. Mas antes deixa eu te dizer: pelo menos eu tenho um marido. E você? Quem tem?

Alyssa balançou a cabeça.

— Eu prefiro estar sozinha a viver um casamento nojento como o seu, onde você age como uma carcereira e o Aaron parece um refém.

Sarah abriu a boca para rebater, mas sua postura mudou repentinamente. Seus ombros caíram levemente, os olhos ficaram úmidos, e a expressão endurecida deu lugar a algo frágil e ferido.

Alyssa franziu a testa, confusa com a mudança repentina. Foi só então que percebeu para onde Sarah estava olhando.

A porta.

E, parado bem ali, estava Aaron.

Seu olhar oscilava entre as duas, tenso.

— O que caralhos está acontecendo aqui?

Sarah suspirou trêmula, indo até ele.

— Eu só vim tentar me desculpar, mas... — ela fungou, levando a mão ao rosto. — Ela começou a falar essas coisas horríveis sobre mim, sobre o nosso casamento.

Alyssa arregalou os olhos, incrédula. Aquilo no rosto dela eram lágrimas de verdade?

— Você tá brincando, né?

Aaron abraçou a esposa junto do seu corpo de forma protetora, passando a mão pelo cabelo dela.

— Alyssa, você realmente acha que pode falar do meu casamento como se fosse um problema seu?

Ela o olhou, sentindo a fúria dar lugar a um desconforto profundo. Sabia que não estava errada, mas ao mesmo tempo, sentia que talvez tivesse exagerado demais.

— Eu... olha, me desculpa, eu não deveria ter falado nada. Mas é que...

— Eu não quero saber. — Ele a cortou. — Sarah passou dos limites no outro dia, mas agora quem está fazendo isso é você. Você não é nada minha. Nossa relação profissional não te dá o direito de destratar a minha esposa. Se tem alguma opinião sobre mim, ela, ou sobre o meu casamento, guarde-a pra você. Pois eu definitivamente não quero saber!

O peso daquelas palavras foi como uma facada no peito de Alyssa.

Ela abriu a boca, tentando formular alguma resposta, alguma justificativa, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Aaron pegou Sarah pela mão.

— Vamos.

E sem olhar para trás, ele a levou para fora do camarim como se fosse uma donzela indefesa.

Alyssa ficou ali, sozinha, com um gosto amargo na boca e a sensação de que, de alguma forma, havia acabado de perder algo importante.

Antes que pudesse afundar completamente naquele sentimento, Vanessa apareceu na porta ainda aberta do seu camarim.

— Foi o Aaron e a esposa que eu vi saindo daqui? — Ela perguntou, franzindo a testa enquanto entrava no cômodo e fechava a porta.

— Sim... — Alyssa suspirou, passando as mãos pelo rosto. — Esse trabalho está se provando mais difícil do que eu imaginei.

Vanessa parou diante dela e abriu um sorriso cheio de entusiasmo.

— Bem, espero que esteja pronta para colher os frutos dele então.

Alyssa estreitou os olhos, percebendo o brilho travesso no olhar da agente.

— O que você aprontou?

— Adivinha quem conseguiu uma entrevista no Late Night com Rick Carlson para você? — Vanessa fez uma pausa dramática, mas não esperou uma resposta. — Isso mesmo, euzinha! Sou ou não sou a melhor agente do mundo?

Alyssa arregalou os olhos, levando as mãos à boca em puro choque.

— Mentira!

Vanessa balançou a cabeça animadamente.

— Alguma cantora pop cancelou de última hora porque ficou doente, e eu aproveitei a oportunidade para colocar o seu nome na lista. A produção te escolheu e a sua primeira aparição em um talk show noturno acontece oficialmente amanhã à noite.

— MEU DEUS! — Alyssa soltou um gritinho empolgado antes de pular no pescoço de Vanessa, abraçando-a com força. — Eu te amo, eu te amo, eu te amo!

Ela distribuiu beijos estalados pelas bochechas e testa da agente, que ria alto, satisfeita com a própria genialidade. Até que, de repente, Alyssa parou e arregalou os olhos.

— Meu Deus, o que eu vou vestir?!

Vanessa exibiu um sorriso confiante.

— Eu estou aqui exatamente para isso. Que tal um passeio estratégico por Rodeo Drive?

Alyssa estava pronta para estourar a fatura do seu cartão, quando lembrou de onde estava.

— Agora não tem como, eu tenho a manhã e à tarde lotada de gravação, mas podemos fazer isso no final do dia, o que acha?

— Perfeito. — Vanessa piscou para ela.

De volta ao set, Alyssa e Aaron se preparavam para gravar uma das cenas mais desafiadoras do filme. A cena era tensa e eletrizante. Aaron e Alyssa estavam no meio de uma perseguição frenética por um estacionamento a céu aberto, correndo lado a lado enquanto tiros ecoavam ao redor deles.

— Vai pela direita, eu cubro você! — Ethan gritou, correndo abaixado por entre os carros ali estacionados.

Kamilah assentiu, seus olhos brilhando com determinação. Ela mergulhou para a direita, rolando pelo chão e pegando uma arma caída.

— Cuidado, a direita! — Ela gritou de volta, jogando a arma para ele.

Ethan pegou a pistola e virou-se rapidamente, disparando contra o inimigo que se aproximava. Ele e Alyssa estavam sincronizados, movendo-se com uma precisão tão coreografada, que era como se pudessem prever os movimentos um do outro.

Em um momento de pausa, enquanto recuperavam o fôlego atrás de um dos carros, Aaron olhou para Alyssa, observando o suor escorrendo pelo rosto e pescoço dela, descendo rumo ao seu decote. As coreografias de luta poderiam ser complicadas para uma atriz iniciante como ela, e apesar de estar puto com ela, ele reconhecia que Alyssa estava se saindo bem.

Perdida em sua própria bolha de culpa pelo o que disse mais cedo, ela não notou o olhar dele.

— Escuta, Aaron...

— Prontos para a última cena do dia? — a voz de Michael soou através do megafone, interrompendo o momento. — Estamos na penúltima semana de gravações pessoal, mais animação!

Ambos assentiram, recuperando o fôlego e se preparando para a próxima tomada. A cena exigia que eles se separassem, Aaron enfrentando o vilão principal enquanto Alyssa desativava uma bomba no outro lado do estacionamento. Era um dos clímaces do filme, e ambos sabiam que precisavam dar o seu melhor.

Enquanto a câmera rodava novamente, Aaron correu em direção ao inimigo, engajando-se em uma luta corpo a corpo intensa. Seus movimentos eram precisos, sua habilidade evidente enquanto ele bloqueava e atacava com uma agilidade impressionante.

Do outro lado, Alyssa estava ajoelhada, trabalhando freneticamente para desarmar a bomba. Seus dedos se moviam rapidamente para abrir a estrutura da bomba, o suor, dessa vez cenográfico, escorrendo pela testa enquanto ela lutava contra o tempo.

— Você não tem todo o tempo do mundo, — Ethan gritou, desviando de um golpe e acertando o vilão com um soco poderoso.

Kamilah olhou para ele por um breve momento, seus olhos encontrando os dele.

— Eu sei, — ela murmurou, mais para si mesma do que para ele, antes de voltar sua atenção para a bomba.

Tirou a última camada exterior e chegou até o interior do explosivo, observando os fios coloridos conectados a um relógio digital. Amarelo, verde e azul. Qual cor era a correta? A contagem regressiva da bomba não iria esperar ela descobrir. Com um último movimento rápido, ela cortou o fio verde e conseguiu desativar o dispositivo, exalando um suspiro de alívio. No mesmo instante, Ethan derrubou o vilão, segurando-o contra o chão enquanto as sirenes da polícia ecoavam ao fundo.

— É isso, pessoal! Cena concluída! — Michael gritou, e a equipe explodiu em aplausos. — Nos vemos em dois dias para mais um dia cheio de trabalho.

Todos começaram a se dispersar, mas Alyssa correu até Aaron antes que ele saísse do set.

— Aaron!

Ele parou, soltando um suspiro antes de se virar para encará-la. Esperou em silêncio enquanto ela o alcançava.

— Me desculpa pelo que eu disse mais cedo, ok? — Ela tentou, a expressão sincera. — Você tem toda razão de...

— Alyssa. — Ele a interrompeu, sua voz firme, mas sem raiva. — Eu não quero mais falar sobre isso. Você quer o meu perdão? Tudo bem, considere-se perdoada. Mas acho que, daqui pra frente, é melhor cada uma seguir para um lado.

Ela sentiu um aperto no peito, mas permaneceu em silêncio, ouvindo enquanto ele continuava.

— Você tem uma opinião forte sobre a minha esposa e o meu casamento, e, como eu já disse, espero que guarde isso para si mesma. Diante de todas as confusões que estamos causando aqui no set, acho melhor apenas... mantermos distância.

Alyssa segurou a resposta que queria dar. Parte dela queria dizer que não era culpa dela, que tudo isso só aconteceu porque Sarah decidiu fazer do set um campo de batalha. Mas, no fundo, ela entendia o que Aaron queria dizer. Ele estava tentando colocar limites, proteger seu espaço, sua família, e talvez ela também devesse fazer o mesmo. Falar qualquer coisa contra Sarah nesse momento não ajudaria a sua situação mesmo.

Ela assentiu devagar.

— Entendi. Tudo bem.

Aaron apenas confirmou com um breve aceno antes de se virar e seguir seu caminho, desaparecendo entre a equipe que ainda desmontava alguns equipamentos.

O sol se punha no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, enquanto a tensão no estúdio parecia finalmente se dissipar. No entanto, a presença de Alyssa no Late Night com Rick Carlson na noite seguinte tinha o potencial de reacender tudo. Um momento que poderia não apenas alavancar a carreira dela, mas também mudar completamente a dinâmica entre ela e Aaron Fitzgerald novamente.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro