Capítulo 09: Verdades Reveladas
As batidas suaves na porta ecoaram pelo quarto silencioso, intercalando o leve zumbido das máquinas que monitoravam Sarah. Aaron abriu os olhos lentamente, piscando para ajustar-se à luz fraca do quarto. Por um momento, ele não sabia ao certo onde estava, mas a visão de Sarah deitada na cama, cercada pelos equipamentos hospitalares, trouxe tudo de volta. Ele passou a mão pelo rosto cansado, tentando afastar o sono e a confusão.
Sentando-se no sofá, ele verificou os sinais vitais no monitor ao lado da cama. O coração dela ainda batia no ritmo constante que ele já havia memorizado, e ela parecia tranquila, embora ainda inconsciente. Aaron suspirou, sentindo o peso da preocupação constante. As batidas na porta se repetiram, mais insistentes dessa vez, e ele se levantou, endireitando a camisa amassada.
— Pode entrar — ele murmurou, com a voz ainda rouca pelo sono.
— Senhor Fitzgerald? — Um policial apareceu na porta, sua voz firme, mas respeitosa. Assim que Aaron assentiu, ele continuou. — Precisamos que nos acompanhe, por favor.
Aaron piscou algumas vezes, olhando-o confuso. Do lado de fora, atrás dele, havia outro policial, os dois estavam de uniforme e devidamente armados.
— O que está acontecendo?
— Precisamos conversar com o senhor sobre o acidente, — respondeu o policial, indicando que ele deveria segui-lo.
— Isso não pode esperar? — Ele olhou no seu relógio de pulso, constatando que eram quatro da tarde e a qualquer momento Sarah poderia acordar.
— Temo que não, senhor.
O policial se colocou de lado, esperando que Aaron passasse por ele e pela porta. Aaron hesitou, olhando uma última vez para Sarah antes de seguir os policiais pelo corredor.
Eles chegaram a uma sala de conferências no hospital, onde dois detetives o esperavam. Esses não estavam fardados, usavam roupas sociais e o distintivo pendurado por uma fina corrente no pescoço. Aaron entrou, ainda sentindo o peso da incerteza sobre o que estava acontecendo. Sentou-se em uma cadeira, a mente girando com perguntas e preocupações.
— Senhor Fitzgerald, — um dos detetives começou. — Me chamo Jason Holt, eu e o meu parceiro, Jake Ross, ficamos responsáveis pelo caso da Sarah. Entendemos que o senhor está preocupado com sua esposa, mas antes de qualquer coisa, precisamos que veja algo.
— É uma pista? Já encontraram o culpado?
Os detetives se entreolharam antes de um deles colocar um tablet na frente de Aaron.
— Senhor Fitzgerald, as câmeras de segurança captaram o momento exato do acidente. Achamos que o senhor deve ver isso.
Aaron pegou o tablet com as mãos trêmulas e começou a assistir ao vídeo. No começo, viu o carro de Sarah dirigindo pelas ruas da cidade em uma velocidade normal. Então, para seu horror, viu o carro acelerar de repente e virar abruptamente, colidindo contra um poste de luz. Ele imediatamente voltou o vídeo para o começo e assistiu novamente, e seus olhos se arregalaram ao perceber que aquilo não foi um acidente. Sarah jogou o carro contra o poste deliberadamente.
— Ela fez isso... de propósito? — Aaron murmurou, mais para si do que para eles, a compreensão lentamente se instalando. — Jesus...
Os detetives assentiram gravemente.
— Tudo indica que sim, senhor. Checamos os níveis de álcool dela com o hospital e não havia nada. Ao que parece, ela fez isso intencionalmente. Sentimos muito, mas precisávamos que soubesse, pois não estamos ativamente procurando por um culpado, já o encontramos. O máximo que podemos fazer agora é esperar que ela acorde para que possamos entender melhor a situação. Mas devo avisar que a prefeitura pode cobrar por danos materiais à cidade.
Aaron sentiu-se emocionalmente perdido, incapaz de processar totalmente o que estava vendo e ouvindo. Pensou que o acidente tivesse ocorrido por ela estar nervosa, abalada por ter descoberto da boca de Alyssa sobre o beijo, mas a gravação mostrava algo diferente. Mostrava uma pessoa fria fazendo algo de caso pensado.
Ele pensou nos momentos de tensão, as brigas, as constantes concessões que teve que fazer, mesmo muitas vezes não concordando... e tudo começou a fazer sentido. Aos poucos, a verdade sobre a sua própria vida se desenrolou diante dele e ele compreendeu. Ela fez isso para manipulá-lo, para garantir que ele fizesse exatamente o que ela queria. Como ele sempre fazia. Exatamente como ele fez mais cedo. Havia desistido de tudo em um piscar de olhos de tanta culpa e medo. Exceto que, dessa vez, não foi apenas com palavras, e sim, com a sua vida. Sarah cruzou uma linha que Aaron jamais poderia imaginar que ela cruzaria.
O peso da compreensão era assustador. Ele fechou os olhos, sentindo uma nova onda de culpa e desespero se materializar como uma dor aguda em sua cabeça. Levou as mãos às têmporas da testa, sentindo-a começar a latejar. As lembranças dos momentos bons que passaram juntos durante o casamento se misturavam com as lembranças ruins e os jogos psicológicos, e ele não conseguia entender como havia sido tão burro. Como havia chegado ali.
Aaron levantou-se da cadeira, tentando esconder o tremor nas mãos atrás das costas.
— Obrigado por me informar, detetives. Vou voltar para o quarto dela, se estiver ok?
— Claro, senhor. Se precisar de mais alguma coisa, estaremos à disposição, — respondeu um deles, oferecendo a mão para um respeitoso cumprimento de mão.
Aaron olhou para a mão do policial, e respirando fundo, ele rapidamente o cumprimentou de volta, colocando as mãos nos bolsos da jaqueta que usava assim que o ato acabou.
Enquanto caminhava de volta pelo corredor do hospital, cada passo parecia mais pesado que o anterior. Ele entrou novamente no quarto de Sarah, observando-a deitada na cama, ainda inconsciente. Seu olhar regava a desprezo e desolação, incapaz de acreditar em como amou tanto ela. Em como foi tão cego.
— Sarah, — ele murmurou, a voz carregada de uma mistura de tristeza e raiva. — Como chegamos a esse ponto? Como você pôde fazer isso? Não só a mim, mas ao nosso filho? — Aaron se aproximou mais da cama, parando ao lado dela. — Você, que falou tanto sobre estar lá para ele, — ele continuou, a voz agora um sussurro. — Como pode arriscar deixar ele sem mãe? Como pode brincar com isso?
Aaron sentou-se ao lado da cama de Sarah, seus dedos entrelaçando-se nos dela de maneira quase automática. O silêncio do quarto era interrompido apenas pelo som rítmico do monitor cardíaco, e sua mente começou a vagar, retornando a um dos dias mais caóticos de sua vida.
Era o dia da sua formatura do ensino médio. O auditório estava lotado, as luzes brilhantes destacavam os rostos sorridentes dos colegas e de suas famílias. Ele havia acabado de subir ao palco para pegar o diploma, sentindo-se finalmente livre, pronto para um futuro que parecia cheio de possibilidades. Quando a cerimônia terminou e a música começou a tocar, ele caminhou pelo salão cheio de animação, procurando Sarah entre a multidão.
Havia contado a ela sobre a carta de aceite que havia recebido de Stanford há algumas semanas já, e ela não pareceu muito feliz na hora, mas tinha certeza de que era apenas pelo susto inicial da notícia, afinal, ele também ficou bastante surpreso quando leu a novidade. Mas sabia que ela o apoiaria com o tempo. Stanford era uma das melhores universidades do país, e apesar de ser estudioso, quando aplicou para entrar lá, Aaron não pensou que de fato teria grandes chances. Agora, no entanto, pensar em começar esse novo capítulo da sua vida lá o deixava animado.
Andando pelo grande auditório do colégio particular, ele a encontrou perto das mesas de comida, afastada do tumulto. Sarah parecia diferente naquela noite, estava nervosa, inquieta, seu cabelo loiro estava solto e usava uma saia longa e blusa de mangas ambos azul-claros. Antes que Aaron pudesse perguntar o que estava errado, ela segurou a mão dele e o puxou para um canto mais reservado.
— Aaron, precisamos conversar, — ela disse, sua voz baixa, mas carregada de urgência.
— O que foi? Você está bem? — Ele perguntou, ainda sorrindo, sem imaginar o que estava por vir.
Sarah respirou fundo, as palavras parecendo pesadas demais para sair. Finalmente, ela olhou nos olhos dele e soltou:
— Eu estou grávida.
O sorriso de Aaron desapareceu aos poucos e ele ficou em silêncio, os pensamentos colidindo em sua mente em um turbilhão de medo e incredulidade.
— Você... o que? — Ele conseguiu perguntar, a voz vacilante.
— Eu estou esperando um filho seu. — Ela abraçou a própria barriga, sorrindo abertamente. — Ou filha. Mas tenho certeza que vai ser um... — Aaron a interrompeu.
— Mas você não falou que isso não era capaz de acontecer na sua idade?
Ele passou a mão pela testa, enxugando uma camada de suor. Ele hesitou quando recentemente ela sugeriu que fizessem sem camisinha, mas ao garantir que não havia chance alguma de engravidar com a sua idade, ele cedeu.
— Eu pensei que sim. Quarenta e cinco anos não é a idade mais fértil do mundo, não é? — Ela brincou, colocando o cabelo atrás da orelha. — Mas aconteceu.
— Tem certeza?
Ela assentiu, segurando firme a mão dele.
— Sim, Aaron. Eu fiz o teste. É certo.
Antes que ele pudesse processar completamente aquela informação, ele viu seus pais se aproximaram de onde estava. Pensou que eles não conseguiriam vir hoje, já que perderam basicamente tudo de importante que aconteceu com ele nesse último ano, até mesmo as orientações para aplicações em universidades que ele teve que fazer junto a um professor. Queria sorrir pela presença deles, mas não conseguiu no momento. E os sorrisos que seu pai e sua mãe carregavam nos rostos foram se apagando na medida em que notaram a expressão pálida no rosto dele.
— Aaron? O que está acontecendo? — Perguntou Elizabeth, com uma leve preocupação na voz.
Ele olhou para Sarah, depois para os pais, e sentiu o peso de uma escolha inevitável. Não podia continuar escondendo aquilo deles. Não depois de dois anos fingindo e se escondendo. Não com um filho a caminho. Não tinha como.
— Mãe... pai... Sarah está grávida, — ele disse, com a voz baixa, quase engolindo as palavras.
Elizabeth abriu um sorriso.
— Meu Deus, parabéns, Sarah! Você conheceu alguém e nem me falou, sua safada! — Elizabeth olhou para baixo ao sentir a mão do seu marido segurar em seu antebraço, e então, ela olhou para a expressão fria no rosto dele. — O que foi, amor?
Antes que o pai falasse, Aaron anunciou.
— É meu.
Por um segundo, a médica não compreendeu o que o filho havia acabado de dizer, pensando que havia escutado coisa, alucinado, mas então, para o seu completo desespero, ele repetiu.
— O filho é meu. Estamos juntos há uns dois anos.
O silêncio que se seguiu foi quase doloroso. Elizabeth buscou por abrigo nos olhos do marido, mas encontrou apenas devastação. O toque da mão dele em sua pele era frio. Assim como ela, ele estava em choque.
Aaron observou com o coração na mão o rosto de sua mãe passar de confusão para surpresa, e de surpresa para choque, até finalmente, aterrissar em uma raiva que ele nunca havia visto nela antes.
— Diz que é mentira. Diz que estão brincando, — ela disse, sua voz em crescente desespero. — Pelo amor de Deus, Sarah? Você não faria isso com o meu filho adolescente, faria?
— Beth... — Sarah tentou se manifestar.
— E o que você disse, garoto? Dois anos? — Ela alternava o seu olhar entre o filho e a amiga. — Você fingia ser minha amiga enquanto se deitava com o meu filho de dezesseis anos?
A raiva apenas ia aumentando cada vez mais em seu tom, o rosto já completamente vermelho.
— Elizabeth, se acalme, por favor, estamos em público. E você, moleque, como isso foi acontecer?
— Eu acho que você sabe como isso aconteceu, pai, — Aaron respondeu, tentando manter a calma, mas sua mãe ignorou o comentário, fixando o olhar em Sarah.
— Eu te recebi na minha casa, sua cachorra — sua mãe disse, o tom cheio de traição. — Tem noção do que fez? Ele é um menino, praticamente um garoto, e você... você deveria ter consciência!
— Eu não planejei isso, — Sarah respondeu, tentando manter a compostura, mas a tensão era palpável.
— Ah, não planejou? Espera que eu acredite que você com esses seus óvulos decrépitos engravidou por acidente? Você é um ano mais velha que eu, sua vagabunda! O que tinha na cabeça? É dinheiro? É isso o que quer? — A mãe de Aaron estava quase avançando em Sarah, atraindo olhares curiosos de outras pessoas na formatura.
James decidiu intervir, segurando a esposa pelos ombros para que se acalmasse.
— Ok, precisamos nos acalmar. Agora não é hora nem lugar para isso, — ele disse, mas sua expressão séria deixava claro que também estava desapontado.
Aaron tentou falar, mas sua voz se perdeu no meio da discussão. Ele olhou para Sarah, que abraçava a sua barriga como se sua vida dependesse disso, e naquele momento, ele sentiu o peso de uma responsabilidade que não estava preparado para assumir, uma vida que estava prestes a mudar completamente.
De volta ao presente, sentado ao lado de Sarah no hospital, Aaron apertou levemente a mão dela. A lembrança daquele dia ainda era uma ferida aberta. Ele nunca soube se havia tomado as decisões certas, se poderia ter feito algo diferente para que as coisas entre eles fossem melhores.
Sarah recusou o dinheiro dos pais de Aaron para realizar o aborto e duas semanas após a formatura, eles já estavam casados, unindo-se em um compromisso que parecia ao mesmo tempo inevitável e tumultuado. Aaron abriu mão da vaga em Stanford, escolhendo permanecer ao lado de Sarah para criar o filho que estavam esperando.
Essa escolha, no entanto, teve um custo alto. Seu pai, furioso com a decisão, o expulsou de casa e cortou todo o apoio financeiro. Sem recursos para pagar uma outra universidade, ele abandonou qualquer pensamento que pudesse ter tido de estudar em um lugar como Stanford. Aaron foi morar com Sarah, e daquele momento em diante, a sua nova vida começou, marcada tanto por desafios quanto por sacrifícios.
Elizabeth e James nunca tentaram reconectar-se. Nem mesmo o sucesso estrondoso de Aaron anos depois, ou a curiosidade sobre o neto que nunca conheceram, foi suficiente para superar o orgulho ferido ou as mágoas acumuladas. A separação entre Aaron e seus pais permaneceu como uma cicatriz, um lembrete constante das escolhas que moldaram sua vida.
— Eu era tão jovem, não é? — ele murmurou, mais para si mesmo do que para ela. — E mesmo assim, enfrentei tudo. Meus pais, a sociedade, os problemas financeiros...
Ele suspirou, pois mesmo enquanto dizia essas palavras, ele sabia que parte dele ainda estava presa àquele momento — ao peso de tudo que havia sido revelado, às promessas que foram feitas no altar, e às que talvez nunca pudessem ser cumpridas.
— A gravidez... também foi planejada?
O silêncio o abraçou em meio ao frio do quarto. Encarou o rosto pálido dela em busca de uma resposta que sabia que não iria receber, nem mesmo se ela estivesse acordada, mas que no fundo ele já sabia a resposta.
— Por Deus, Sarah... o que foi real? — Ele abaixou a cabeça, encarando a sua mão entrelaçada com a dela. — Eu prometi a você que seria para sempre, que te amaria, que mudaria, que me aposentaria... — Seus olhos encheram de lágrimas e ele agarrou a mão dela com mais força, sentindo a pele fria em enrugada contra a sua. — O que mais você queria de mim? Pois isso foi longe demais, Sarah. — Ele respirou fundo, sentindo a necessidade de desabafar, mesmo que ela não pudesse ouvi-lo. — Não posso mais viver assim, e não posso deixar que meu filho cresça perto de alguém tão... instável.
Aaron sabia que estava diante de uma encruzilhada. As palavras que disse a Sarah eram verdadeiras, mas agora ele entendia que a mudança que precisava ocorrer não era profissional. Era uma mudança de vida, de ambiente, de atitude. Ele precisava ser forte, por ele e por seu filho.
— Estou retirando as minhas promessas agora.
Foi preciso toda a sua força de vontade para libertar a sua mão da dela, mas ele o fez, decidido a tomar as rédeas de sua vida novamente.
— Eu amei você, Sarah. Juro que amei. Mas agora... eu preciso me amar, e amar o nosso filho o suficiente para fazer o que é certo.
Ele repousou a mão dela na cama, sentindo uma estranha sensação de alívio misturada com tristeza. A decisão pesava em seu coração como uma âncora, puxando-o para as profundezas da dúvida e do medo, mas ele sabia que era a única maneira de garantir um futuro melhor para si e seu filho.
Aaron deu um último olhar para Sarah, a mulher que ele um dia amou profundamente, e que, parte sua talvez ainda amasse, e então, saiu do quarto, decidido a fazer o que era necessário.
Enquanto caminhava pelo corredor, seus passos ecoando no piso frio, sua mente estava focada em uma única direção. Cada passo parecia mais pesado que o anterior, mas ele continuava avançando, determinado. Ele sabia que precisava de ajuda para enfrentar o que estava por vir.
A primeira coisa que faria em relação a isso seria falar com um advogado para garantir que Jack estivesse seguro com ele. Em seguida, procuraria um terapeuta para ajudar a entender e lidar com o impacto emocional de tudo o que estava acontecendo.
Mas por enquanto, ele precisava apenas voltar para casa e garantir que Jack dormisse bem aquela noite. Aaron sabia que a estrada à frente seria longa e difícil, mas ele estava determinado a enfrentar cada desafio. Sabia que teria que lutar contra a pessoa que tanto amou por dezesseis longos anos, a pressão pública, e seus próprios demônios internos. Mas quando entrou em casa e encontrou Jack assistindo televisão na sala de estar com um olhar perdido, alheio ao turbilhão de emoções que o pai estava vivendo, ele quase vacilou e desistiu.
Aaron sentou-se ao lado do filho, colocando um braço ao redor de seus ombros.
— Como está a mamãe? — Jack perguntou, a preocupação evidente em sua voz.
O ator forçou um pequeno sorriso, tentando transmitir uma calma que ele não sentia.
— Ela vai ficar bem, Jack. Ela só precisa de um tempo para se recuperar.
Jack assentiu, abraçando o pai.
— Eu tive tanto medo, pai. Quando vi a notícia pensei que...
— Eu sei. E eu também, filho. Eu também. — Aaron apertou o filho, sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros. — Mas vai ficar tudo bem. Nós vamos ficar bem.
E naquele momento, ele sabia que estava pronto para enfrentar o que viesse, contanto que pudesse garantir a segurança e o bem-estar do seu filho. Ele faria o que fosse necessário para proteger Jack, mesmo que isso significasse protegê-lo da sua própria mãe.
Não contou a ele sobre sua intenção de se separar, não ainda. Naquela noite, ele apenas pediu uma pizza e aproveitou a companhia do seu filho enquanto assistia a um filme de heróis com ele. Lidaria com sua realidade e seus problemas na manhã seguinte.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro