Capítulo 9° - Você, mais do que a superficie bonitinha
Jormungand Ouroboros, oni
— Eu te amo.
Oh. Ela piscou, uma e duas vezes. Eu gosto dessa frase. A íris lilás foi à acima e rosto do elfo. Tocou o peito dele, era quente e largo. Ela estava de lado no colchão fofo que a afundava três centímetros em si. Amo a vontade súbita de agarrar o coração sob essa carne, o desejo de assistir a vida apagar nos olhos que me viram e inspiraram-no a dizer ''eu te amo''. Umidade acumulava-se na boca e genitália, dedos afundavam no músculo élfico, tronco inclinou a frente e pressionou peitos contra o braço dele, o outro punho guiou o do sujeito ao local entre as coxas. Os olhos azuis a fitavam a partir de uma face corada com fios dourados grudados a pele.
— Que maldade me provocar assim - ela, a respiração do homem tornando a acelerar, o indicador e do meio dele empapados pelos fluídos da oni, um demônio de pele branca, cabelos negros e chifres marcados de rubro. - Faz ideia do quanto eu quero te devorar agora, senhor elfo? Pele, ossos, fígado, rim, pulmões, glúteo... de você só restaria uma doce memória.
O queixo dela pousara no ombro do homem, rosto virado a rosto. Os dedos do elfo aceleraram, a pequena mulher gemeu e a porta, no lado oposto do aposento, foi aberta ruidosamente.
— Chefinha, acho melhor se apres...! - a recém chegada, parando um passo batente a dentro, um braço ainda erguido do movimento de empurrar. Os olhos deslizaram sobre o casal no colchão, piscaram, a boca fechou devagar. - Eita... hmmmm... tem uma bela bunda, chefinha!
O elfo ficara imóvel, uma brisa morna atravessou a fresta da janela e balançou fios de cabelo negros e loiros.
— Fico grata por sua capacidade visual continuar inalterada. Aconteceu algo? - o demônio, e beijou o soldado, ele recuou o pescoço, íris na ladra do outro canto do cômodo. - Tímido? Ela já é bem crescidinha, nós a traríamos pouca novidade ao continuar.
— Belo pau, amigo - a elfa negra na entrada, o punho fechado erguido com o polegar para cima. Ele puxou o lençol, cobrindo a parte inferior de si e da oni. A mulher demoníaca riu. - Então, confirmei a chegada da garota, a Fearblood. Mas a chefe que paga quis falar com ela e ... quando saí ela já tava. Mommy trouxe uma turma com uns cara da pesada tipo o Vanderlei, a Cleonice, Benzamer, Jociele, Ademar, Ueslei e a Marluci.
A oni empurrou o lençol para baixo, o elfo puxou para cima e ela a baixo, continuaram nisso, um riso na boca dela e um semicerrar nas pálpebras dele. A janela estava a três centímetros de fechada e três feixes de luz atravessavam sua brecha até o meio do quarto escuro.
— Fique de olho, se a menina estiver viva depois... - a oni.
O elfo, Jason, parou. O semblante barbeado, marcado por um punhado de sardas douradas sob o olho esquerdo, virou austero a ladra.
— Me leve até lá.
Claro, trabalho, dever, honra e todas essas pequenas coisas que fazem tão divertido flertar com ele. Suspirou e colocou as costas contra o colchão. Castidade pré-nupcial é uma coisa élfica, embora poucos realmente se apaguem a esse costume. O encarou levantar. E nem nosso soldado aqui o faz mais... e não, não vou pedir a ele que me agradeça por isso.
O quarto fedia a violetas, álcool e fluídos sexuais. A cama estava úmida e o corpo de ambos marcado pelo clímax do outro.
— Vai sair sem um banho? - o demônio, encarando-o abotoar a camisa.
— Sim.
Rápido e sem hesitação. Ela levou a mão ao sexo, apalpou. Um contraste tão apetitoso com seus modos de virgenzinho.
— Quer minha companhia? - perguntou, o tom quase um ronronar sob a ação dos dedos.
— Pode ficar.
Ela fechou os olhos.
— Irei.
O velhote prometeu pagamento e conseguir um favor élfico não é nada ruim. Pôs-se sentada, girou as pernas para fora da cama e levantou. Além do mais, a história da vampira sobrevivente, caçada pelo exército que historicamente provou-se mais vezes sendo o superior, soa interessante demais para não ir checar.
Andou até o elfo três pés à esquerda do colchão, seis da saída, com as costas robustas viradas a ela, e o abraçou. Fedia a transpiração e porra. A camisa era macia.
— Mas primeiro vamos tomar um banho! - apertou, o sujeito reclamou, se debateu e lentamente parou de lutar após entraram agarrados no cômodo de lavagem.
— ⚔ — ⚔
Obviamente eles não estão mais à frente da casa de cunha do Santana, já é noite. As quatro residências mais próximas ao limiar da cidade estavam aos pedaços, buracos marcavam a rua e treze metros além. O Santana, um mestiço de anão e licantropo, chorava aos ouvidos da equipe de construtores Mão na Roda. Adam do armeiro, Ivanilda do açougue, Marco da lojas de novidades e meia dúzia de sujeitos que lidavam com medicamentos estavam ao lado dele.
— A pirralha Fearblood está morta - a pequena mulher com chifres tocados por rubro à direita do elfo, fitando as manchas de sangue escuro e então as de queimado. - Pobre saco de piolhos, uma vez a vi no alto da torre do castelo do pai dela. Até acenei e sorri simpaticamente. Vai atrás da Mommy?
As íris do elfo percorriam o cenário. O cheiro de fumaça e carne flutuavam na brisa fresca. A elfa negra, Hersa, foi até o aglomerado de gente discutindo.
— Talvez ela tenha escapado.
A oni piscou. Há sangue e há destruição, mas não corpos.
— Claro, após derrotar ou despistar o que devem ter sido uma vintena dos melhores lutadores da máfia Ratatouille - a oni, o tronco pendeu para o lado e a têmpora encontrou o braço de Jason. Os chifres encostaram-o na borda inferior do peito. - Cansado por causa da nossa breve diversão? Sua cabeça precisa de umas horas de sono? Quer usar meu colo como travesseiro?
— Talvez ela...
O braço da oni esticou-se sobre a base da coluna dele e o indicador encontrou-o a carne do quadril. Fundo, encostando no osso. Jason segurou um gemido entre dentes e as íris azuis encontraram as púrpuras da mulher demoníaca.
— Está com medo? - ela perguntou, tom frio. O canto esquerdo da boca pendeu acima. - A pirralha ter morrido significa que sua missão muda de sequestrar uma criança para lutar contra a máfia. E rápido. Quanto tempo pensa que levariam até pôr o item roubado há quilômetros, e exércitos, do toque de Sangue Branco?
— A garota sobreviveu a queda da Cruz do Primeiro.
Silêncio. A brisa os deslizou rostos e fios, a pedra atada no topo do poste com dois metros e meio de altura lançava uma luz alaranjada sobre eles. Estranho é não haver mais sobreviventes. Quando a notícia de que três cidades de vampiros foram derrubadas chegou fui à borda norte de Semiramis, às áreas 1,2 e 3, para ver os rostos dos que escaparam. Ninguém que proclamasse ter vindo da Cruz do Primeiro, Centelha ou Crepúsculo estava lá. Quem sobreviveu foi ao norte? O exército élfico é mesmo tão eficiente? Os vampiros, e aqueles que vivem com eles, não sabem o básico de correr para lados diferentes num terreno que conhecem melhor que os invasores?
O saco de piolhos de Jaime Fearblood é especial?
Beijou a costela sob tecido alvo do elfo, que murmurou algo sobre ser impróprio por estarem em público e empurrou-a pela testa, sem sucesso a movê-la um milímetro. Porra, se ela houver escapado daqui também... quero encontrá-la, ver o que esses eventos fizeram a seu rosto e o quão formidável é para ainda estar viva.
— Vou mandar a nossa pirralha perguntar a Mommy o que ocorreu - tirou a mão de Jason de sobre a testa e a guiou a boca. Fez o polegar passear sobre os lábios. - Vê como sou uma oni boazinha?
Ele riu e virou o rosto para o outro lado.
— Você é a malícia encarnada.
Ah, vou fodê-lo agora. O arrastou até o açougue da Ivanilda, que estava ocupada com a discussão mais adiante. Jason parou de resistir quando chegaram ao armazém tomado por pedaços de animais mortos.
— ⚔
— A Fearblood e companhia foram surrados pelo pessoal da Mommy, despidos das posses e deixados para trás - Hersa, de pé no batente da entrada ao armazém e com um pão pela metade entre os dedos. - Provavelmente foram à mansão na rua D da área 10, de carruagem, então devem chegar por volta do meio dia.
Ela mordeu o pão, olhos no elfo abotoando a blusa agitadamente e na mulher colocando, em ritmo normal, uma camisa alva com estampa de flores lilases.
— Chefinha, você meio que é uma má influência para um sujeito tão sério.
A oni sorriu.
— Bom saber que sua percepção continua afiada, obrigada - e encarou Jason que desviou o olhar, o rosto ruborizado. Pegou a calcinha de cima do pernil congelado e vestiu devagar. - Então o livro roubado está com Mommy, o que vai fazer, senhor elfo?
— Ah, não, chefinha. O livro dos reis foi deixado.
Ooook... agora me perdi. Virou de frente a elfa negra, Jason paralisara no lugar.
— Elabore - o demônio.
— Everton da farmácia viu um livro branco ser deixado com a garota, tinha uma gema no centro e tudo. Jurema confirmou e Avarildo jurou de pé junto que ouviu dizerem ''esse é o que roubou de Sangue Branco, que os elfos cacem a tu mesmo''. Tirando o Avarildo, são pessoas confiáveis e acredito neles.
As pálpebras da mulher demoníaca semicerraram.
— Eu posso ir perguntar a Mommy - Hersa.
— Eu ficaria grata - o demônio. - Vamos até a casa dos Fearblood, nos vemos por lá.
Hersa assentiu e deixou o recinto.
— Como vocês sabem? - Jason, de frente a um cordeiro escalpelado pendurado no gancho do açougue.
— Era um segredo? - ela, o tom jovial.
O rosto do homem pendeu para o lado e o olho azul a fitou.
— Como?
O demônio, a pequena mulher com cabelos negros, olhos púrpuras e chifres marcados de rubro nas pontas, sorriu.
— É fofo o quanto isso te surpreende. Vocês massacraram três cidades e suas respectivas populações, poucos itens vem à mente capazes de motivar esse tanto.
— ⚔ — ⚔
O casarão ficava no trecho sem outros edifícios por cem metros norte, leste e duzentos sul e oeste. Os dois grandes andares eram feitos em pedra rubra e madeira branca, na dianteira tinha um par de fileiras de estátuas, vampiros da família Fearblood, fiz minha pesquisa, pairando à esquerda e direita, três em cada lado, de uma trilha de pedras róseas que seguia até a entrada. Ao fundo havia um amontoado de árvores plantadas ao redor de um pequeno lago.
— Vai matar a garota? - o demônio, sentada na mesa do bar que antecedia pelo oeste a terra e grama que cercavam a mansão Fearblood. O ar fedia ao mato e a sopa de carne preparada no estabelecimento.
— Irei tomá-la prisioneira, pegar o li... item e então interrogá-la sobre o que levou ao furto.
O demônio fitou o rosto de Jason. O cabelo dele cresceu o suficiente para tremular sob o vento, o rosto jovial parece quase adolescente sem a barba com que chegou a cidade e a cicatriz, da perda de metade da orelha direita, começa a esbranquiçar. Bonito, capaz de fazer derreter o coração de uma moça que o observe dizer qualquer coisa boba de herói com um semblante sério.
— Você gosta?
A testa e as pálpebras dele franziram.
— É meu trabalho. É por Sangue Branco... por todo o continente.
Ela esticou o tronco na direção dele, os cotovelos desceram sobre a mesa e as mãos sustentaram as bochechas.
— Está atrás de uma menina que fugiu de elfos chacinando o povo dela de forma brutal, cujo pai está morto e, após dias de andança em meio a vegetação e feras hostis, foi encontrada por parentes dispostos a acolhê-la... só para um elfo mau e um demônio de aspecto belíssimo a jogaram de novo em um pesadelo.
O canto direito da boca da oni subiu.
— Pensei que esse fosse o meu tipo de diversão - ela, o semblante do elfo tencionara, os punhos fecharam com força sobre a mesa e a respiração fez-se longa e lenta.
— O que você quer? - Jason.
Oh, raiva fica tão bem nele.
— Você, mais do que a superfície bonitinha de soldado e cidadão exemplar - esticou o braço e o indicador tocou o punho do homem. - Pode me contar quaaalquer coisa, sabia?
A face dele virou para o outro lado. Os lábios do demônio voltaram a se mover.
— Aqueles demoniozinhos correndo, sua toda poderosa magia explodindo os barulhentos com as piores vozes entre eles e o saque, mais do que suas mãos podiam carregar, mais do que o suficiente para começar seu próprio negócio ou até aposentar. Ainda se lembra das expressões retorcidas? Da forma patética com que defecavam e urinavam ao ver q...
Jason levantou súbita e rapidamente.
— Pare com isso.
Ela piscou uma e duas vezes. Uou.
— Você é como um garotinho ganhando um apelido esquisito - ela soltou, boca formatando quase um ''o'', então riu. Ele corou. O som de rodas começou a soar ao fundo. - Repita comigo: ma-mãe.
O elfo expirou audivelmente, ergueu o queixo e parou.
— Uma carruagem.
Oh. Então a oni levantou, cruzou a circunferência da mesa, puxou a camisa do elfo, que soltou um ''hã?!'', e o atirou para dentro do bar.
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