Capítulo 8° - Aqueles velhos cheios de hemorroidas estavam errados
Augustus, elfo - futuro - quinze dias após a queda da Cruz do Primeiro
Cabeças, enroladas em restos de trapos. Augustus girou uma com o pé. O símbolo do mago branco em fundo azul com auréola de esferas ao redor da cabeça estava ali. Droga. A íris deslizou até Zéfiro e então de volta a dupla de elfas negras vestidas em tecido grosso e cinzento com placas escuras espaçadas por sua estrutura.
Estavam sete passos salão de audiência a dentro e em treze adiante o trono de Edard Collen, de couro rubro e detalhes em ouro, era ocupado por Zéfiro. Livros abertos e fechados em um monte à esquerda, materiais de escrita em um dos apoios para braços com forma de dragão e cartas à direita do assento. As janelas, três em ambas as paredes laterais, eram vitrais coloridos. Vampiros em meio a vegetação na primeira, erguendo uma cidade na seguinte e a última com dois grupos, um brilhante e sorridente, saindo da cidade em direções diferentes.
O cheiro era pútrido todo o caminho até ali depois de ser abordado pelas enviadas das Ilhas Sombrias, a terra dos elfos negros. Eu devia saber mesmo sob o fedor dessa cidade com cadáveres que ainda não foram queimados. Os olhares franzidos e as bocas que moveram-se e os gestos dos soldados por quem passamos... e o volume na mochila que a mais alta trazia.
Helena, sentada à mesa retangular e direita de Aeolos e do trono, tinha a boca ligeiramente aberta, a testa franzida e energia mágica deixando núcleo e espalhando-se sobre pele. Augustus quase podia ouvi-la pensar sobre derreter as duas mulheres em uma lavagem para porcos. As pálpebras de Aeolos fincadas erguidas ao limite, o pincel quebrou sob o punho cerrado dele e a parte inferior do cabo foi abaixo, sumindo no jarro de tinta. Esse está irritado, mas consigo mesmo por ter escolhido pessoas de rank três para não desperdiçar muitos recursos elfos.
Zéfiro tomou outro gole de vinho.
— Muito bem - ele largou a taça no braço da poltrona. - Vão me contar tudo que sabem, isso irá compensar por...
A boca pendeu parcialmente aberta, a mão gesticulando lentamente na direção das cabeças.
— Margarida e Tenesio - Aeolos, timbre baixo e tenso, olhos fixos nos mortos.
— Isso.
As elfas negras encaravam Zéfiro, imóveis. Da entrada do castelo até o corredor anterior a aquela sala, mantiveram comentários sobre a pateticidade dos soldados de Sangue Branco. Alguns elfos não podem desativar a habilidade ocular que os permite ver energia mágica, para esses estar observando o comandante máximo era sempre como fitar uma fogueira no breu. Imagino que seja o caso delas.
— Fiquem longe d... - a elfa negra, então gritou. Terra a cobriu metade da canela para baixo. E comprimiu a uma grossura menor do que qualquer pé adulto. Sangue escapou pela borda superior e por curtas fissuras entre as pedras.
— Calipso! - a outra, e segurou o corpo da que começara a cair. Jovem, por volta dos vinte provavelmente. Ela tinha traços do rosto arredondados e o nariz lembrava uma batata.
— Recomendo que mantenha a rudeza longe da línguas e - a boca de Zéfiro abriu, fechou e abriu, as palpebrás desceram sobre as íris de um tom claro brilhante de azul. - Que seja, Helena, interrogue-as.
Augustus as encarou de soslaio. Não conhecia os elfos cujas cabeças trouxeram. Então é normal não estar sentindo nada sobre, certo?
A não avariada levantou, energia mágica cobrindo a pele e os músculos dilatando.
— Eu vou t... - o punho de Augustus encontrou a mandíbula dela, dentes e sangue voaram, a cabeça da elfa pendeu para esquerda. Ela tremeu, as pernas dobraram e os olhos ficaram esbranquiçados por um segundo. Então a elfa o encarou, os dentes cerraram e o joelho de Augustus a encontrou o estômago, o impacto a erguendo dobrada no ar. Rubro a escapou pelos lábios e caiu no assoalho seguida da própria. A energia mágica da outra no chão, Calipso, desceu núcleo a solo, e o pé do elfo a encontrou têmpora violentamente.
Zéfiro, fitou com olhos semicerrados.
A respiração de Augustus agitara-se, o peito inflava e retraia vigorosamente. O sangue nas mãos... frio, quente? Era manhã, noite? Mesmo o bronze das horas fazendo ronda matinal soava pálido e as olheiras desciam quase a metade da altura do nariz.
— Helena, Augustus tá uma merda, dê um jeito - Zéfiro, e bebeu o vinho na taça. - Aeolos, cuide de arrancar informações ou arranje alguém, competente dessa vez, para o serviço.
Aeolos assentiu duramente e se levantou.
Helena tinha o antebraço de Augustus entre os dedos e o puxava para trás. Ele piscou, enrijeceu musculatura e os olhos heterocromáticos dela o encontraram. Quando...? O rosto da elfa tensionou e os lábios tomaram uma contorção de desgosto. Augustus suspirou e andou.
Ontem esquecera de pôr a armadura, de puxar a espada ao dar dicas a dois soldados sobre a arma e acertara o saco de Aristeu tendo certeza de que esticava o punho a cerveja. Entrara no quarto errado, se viu com a coxa sob um gato sete vezes, vestiu a camisa pelo avesso, esqueceu a porta da latrina aberta e mais nos últimos cinco dias até ali.
Os corredores da mansão do lorde Edard eram vermelhos com detalhes dourados de chamas nas bordas. Os quadros dele e de membros de sua família e dragões observando e ouvindo os passos sonoros contra assoalho. Luz invadia por uma longa janela no canto superior da parede esquerda e a silhueta de Helena estava adiante, cabelos negros caindo sobre a retaguarda do sobretudo alvo com uma cobra simples e preta mordendo a própria cauda na região das costas. ''Ouroboros''. Augustus havia ouvido sobre o período que Helena estivera na companhia da Jormungand atual. Elas têm o mesmo tipo de magia, manipulação e criação de substâncias químicas usando mana.
O aposento de Helena era no lado direito da mansão, com vista para a silhueta distante das montanhas de Merlim. O mago de quinhentos anos atrás fora homenageado pelo rei, após morrer, com o nome posto no local. Mas nunca estivera lá mais ou menos que outro qualquer, se de alguém, aquelas montanhas pertenciam ao dragão Fafnir, um dos últimos mortos por Semiramis na guerra contra os lagartos alados.
— Vire de costas - o timbre da elfa era indiferente e delineava as palavras com precisão. Uma brisa entrou pela janela e frio subiu espinha acima e abaixo.
Estava dentro do quarto. De repente. Não vira o quadro do cavaleiro apontando na direção oposta ao qual um grupo seguia, ou sentira os aromatizantes que Helena colocou na área ou ovira o ranger da porta contra assoalho.
De pé, a esquerda da cama larga no centro da parede do fundo e costas voltadas a ela. Helena a dianteira com uma mesa longa encostada abaixo da janela e retaguarda de si. O odor de químicos, ácidos e suaves e florais empurrados numa cacofonia pelo quarto.
Uma muda de roupas sobre o colchão. Minhas roupas, as que estava vestindo.
A elfa fechou os olhos e a cabeça balançou breve e curtamente da esquerda a direita.
— Deviamos parar - os olhos dotados de céu e ouro voltaram a encará-lo. - Estamos todos uma merda. Vamos perder assim que encontrarmos verdadeira resistência... que porcaria. Já perdemos. Zéfiro está em um luto bêbado, Aeolos não é um líder e você - o canto da boca dela subiu, o tom pingando desdém e o indicador direcionado a ele. - Ficaria surpresa se dissesse que costuma se despir sempre que uma ex-aluna pede.
Augustus engoliu em seco, virou para os trajes sobre o lençol, agarrou a roupa íntima e vestiu.
— Lá embaixo - Helena. - Treze dos nossos se suicidaram, sessenta e seis estão se arrastando apaticamente e trinta e três desertores foram contabilizados. Boa parte do restante parece prestes a somar a um desses grupos ou começar uma briga por cama ou comida ou puta, mesmo que não tenhamos um problema com a falta de nenhum dos três.
A disciplina ruiu em algum lugar em meio ao decapitar de crianças chorando e empalar de homens e mulheres implorando pela vida dos filhos. Augustus pegou as calças, o branco se acinzetava e o símbolo de sangue branco sobre a região da coxa pairava a dois tons de se tornar indetectável em meio ao tecido. E o escuro de manchas de sangue se espalha por todo lado.
Um dedo o tocou o pescoço, por trás. Ele parou, o respirar e mover.
— Devia ter vindo antes - Helena, Augustus quase podia sentir as íris multicoloridas sobre as cicatrizes dele. O elfo cerrou os dentes, as feridas voltaram a arder. Talvez não, talvez tivesse apenas esquecido delas, como tanto mais vem passando despercebido. Há quatros dias grupos de monstros variados surgiam do lado de fora da muralha da Centelha e invistiam contra os elfos. E ele estivera na liderança do pelotão que lidou com uma quimera, dois gigantes e cento e cinquenta de escorpiões de Sekh, goblins e ciclopes de musgo. - Mais umas horas e talvez eu estivesse diante do seu cadáver.
A palma dela pressionou-o a retaguarda da garganta. Fria e firme. A respiração de Helena o deslizou suave e quente.
— A profecia... - Augustus começou e engoliu um gemido quando a mão da elfa deslizou até o início do tronco.
— Aqueles velhos cheios de hemorroidas estavam errados, isso não é óbvio?
— Recebemos ordens... - ele, e a palma de Helena desceu até a altura das segundas costelas, no espaço entre a da direita e esquerda. A substância curativa entrou em contato com a carne exposta do corte, Augusto soltou um grunhido e os dedos apertaram a calça.
— Nós somos aqueles derramando o rubro em busca por salvação. Talvez o grande mau se erguendo sejamos nós que dizimamos a população de três cidades e uma dúzia de vilas - a elfa e riu seca e curtamente. - Porcaria, ''O solo será regado por rubro em busca de salvação, a gula abocanhará um quarto do mundo, o grande mau se ergue e de suas veias pingam seres ferozes e famintos'', se esse pedaço da profecia não é sobre nós ficarei surpresa. Vamos dar um fim nisso.
É tentador. O líquido escorreu sobre a cicatriz acima das costelas da esquerda. Parar, parar. Um grunhido escapou a Augustus e o tronco pendeu em direção ao colchão, as mãos encontraram a cama. A carne crescendo e se costurando com nervos e veias no centro desse emaranhado de sangue e a substância que Helena cria, doí, doí loucamente.
— Por que... - uma parte do elfo falou em meio a agonia, bordas da visão escurecendo e músculos enrijecendo vigorosamente por si só. - não disse nada antes...?
— Não me importava o bastante e... - ela parou subitamente, respirou fundo e continuou. - Perseu achava que seria mais glorioso enfrentar exércitos inimigos do que essa merda toda tinha a chance de ser. Nada do que eu disse foi pareô para os sonhos acordados dele sobre como isso seria... e eu estava cagando para vampiros e onis e elfos negros de todo modo, mas quando... quando... depois que ele foi...
Morto. Augustus grunhiu a dor por entre dentes cerrados. A palavra que procura é morto.
— Depois da Cruz do Primeiro eu quis descontar a raiva participando mais dessa guerra estúpida... só que não vamos ganhar fedendo a instabilidade mental, então que lidemos com a profecia independente da opinião de velhos entupidos de catarata.
O fedor fresco mesclado a carne e sangue entrando nariz a dentro quase ácido. A virilha da elfa pressionava-o as nádegas.
Então o líquido tocou a larga ferida na base da coluna. Ele gritou, alto e gutural. A visão foi tomada por branquitude. Três segundos, trinta ou seis minutos. Então estava deitado na cama, pele avermelhada e encharcada de suor.
— Vamos falar com Aeolos, estando em maior número ele é capaz de aceitar quase qualquer coisa - a elfa, boca pairando a dois centímetros da orelha de Augustus, a superfície do peitoral o tocando as costas tenuamente. - Sim?
A porta dupla foi aberta abruptamente. Um elfo arfando deu um passo a dentro do aposento, a mão gesticulou para fora enquanto a boca buscava ar.
— Calixto... - engoliu em seco e respirou fundo. - Ajuda... pelo norte... um caçador de túmulos...
Helena se pôs ereta e virou na direção do sujeito. O encarou por dois segundos e Augustus o fazia de soslaio, com face ainda contra a cama.
— Há cinco pelotões, se o do seu turno não é o bastante contate o de Atalanta ou qualqu... - Helena, o peitoral do soldado estourou em uma chuva de sangue e carne e a silhueta branca de uma mescla réptil e humana encontrou o chão. - Que porra.
Uma linha surgiu na região do maxilar e uma boca abriu na criatura. Da fissura uma língua rosada e pontiaguda desceu.
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