Capítulo 23° - Não que eu me importe contanto que eu seja a amada
Jormungand Ouroboros - oni
Quase posso sentir o medo nesses corpos sem vida.
Casas, calçamento, postes e carne colocada de volta a saborear a brisa do outro lado do túmulo fragmentavam-se e subiam na direção dos céus.
Seus músculos reaniamados relaxando, o ligeiro tremor de suas pernas e as pálpebras completamente erguidas.
A atmosfera pairava coberta por um manto roxo escuro e tênue com altura de sete metros, possuia um raio de um terço de quilômetro com centro na oni. Um enorme corpo esguio e longo se debatia a esquerda dela e tinha uma das mãos do demônio enterrada na lateral de seu pescoço.
Transformar energia mágica em ácido e então reverter o processo antes que se torne irreversível no intervalo de tempo de um centésimo de segundo... haha, as vezes me esqueço que sou uma maga tão boa.
Três segundos e metade da serpente alada que mantinha presa ao chão tinha sido desintegrada. Todas as outras coisas com exceção do demônio foram completamente dissolvidas, deixando a oni em pé numa larga cratera.
Preciso arranjar algumas roupas...
Olhou para o corpo despido.
Ou posso ressurgir vitoriosa do jeito que vim ao mundo.
Fitou as criaturas do outro lado do buraco.
''As hordas do inferno não tem fim'' dissera um sujeito qualquer em uma história cujo nome me escapa.
Riu e esfregou o cabelo caindo sobre a testa para trás.
Centenas de flechas de fogo voaram em sua direção pelo leste e centenas de raios do oeste, desceram sobre o lugar onde estava o demônio e explodiram em um escarcéu de ruído, fumaça e calor.
A algo em se ser quase indestrutível que te faz querer testar isso.
O impacto violento, o fogo e a fumaça entrando-a as narinas, a energia mágica fazendo pressão contra a explosão tentando parti-lhe a pele, a mana separando os tóxicos do ar inalado e restruturando-o em outra substância.
Ah, isso é bom. A sensação de invencibilidade, de onipotência.
Antes que a explosão findasse, a mão do demônio já atravessava carne morta e a fazia inchar e estourar ao gerar ácido lá dentro. Um zumbi após o outro e de novo. Levava um décimo de segundo por cadaver. Os mais rápidos a fitavam, começavam a erguer as armas e explodiam antes de conseguirem fazer algo.
Eu tinha minhas dúvidas sobre vir erradicar essas criaturas, mas me mover com vigor é libertador e por si só faz valer a pena. Chega de movimentos delicados para não machucar os pobres serezinhos frágeis quando não houver intenção de fazê-lo.
O plano consistia em ir na direção de maior resistência. Nisso encontrara o dragão zumbi e mortos capazes de reagir, embora ainda débil e inutilmente, a si.
Ele não deve querer que eu me aproxime, é uma linha de raciocínio razoável, sou uma pequena máquina da morte imparável e visualmente deslumbrante.
Estava avançando a um dia e continuava a ser maculada por sangue frio e pedaços de carne dos zumbis quase ininterruptamente.
Um longo banho me aguarda ao final disso... se o problema apocalíptico do dedo da pirralha Fearblood tiver sido resolvido. Caso contrário, terei de enfrentar algo que clama ser uma divindade.
Socou um morto e ele converteu-se em fragmentos rubros e liquido negro.
Talvez eu devesse ter matado a pobre vampirinha, a morte dela provavelmente resolveria o que pode ficar entre mim e uma limpeza relaxante.
Gargalhou sob o sangue e entranhas gélidas e o luar.
É sem importância, tudo isso. Quem vencer é o amado, quem perder o odiado. Aqueles com os espólios são os alvos do sorriso divino. Talvez a vida desde sempre tenha sido uma competição, somos criaturas jogadas na terra para disputarem-na.
E se foi planejada por algum deus, certamente foi por um sádico filho da puta.
Não que eu seja melhor.
Não que eu me importe contanto que eu seja a amada.
Mas ainda seria triste se verdade for, se ser bom fosse só mais uma arma na sala e nada traga senão usada como meio de reunir aliados nessa disputa pelo amor divino.
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