Capítulo 19° - Poderia só dizer que acabou, é isso, não há mais o que fazer
Augustus, elfo
Poderia só dizer que acabou. Os dedos folgaram um tanto no cabo da espada. Virar para trás, separar os lábios e dizer: é isso, não há mais o que fazer. Engoliu em seco.
— Augustus!
Ele piscou, a coluna se pôs ereta e a cabeça pendeu a esquerda, olho encontrou o rosto pálido de Aeolus.
— O que devemos fazer? — Aeolus.
Encarou a frente. O cadáver saíra correndo, sangue fervendo no buraco onde tivera a cabeça e na polpa em que o crânio fora transformado. Diga, termine isso. Baixou as pálpebras com força, as ergueu.
— Vamos atrás do cadá...
— Aeolus vá com Helena tratar seu ferimento, os demais sigam o corpo de Ícaro — Zéfiro, rápido, alto e claro. Augustus foi passeado por uma onda de frio. Ele não pretende...? — Augustus fique e me assista na captura da criminosa Stephanie Fearblood.
Virou na direção dele e a boca abriu.
— ... — as palavras não vinham. Droga! Embainhou a espada e caminhou na direção do elfo no comando da campanha parado a treze passos da esquina a frente de Note a Dama. Olhos azuis encontraram olhos azuis. — Não há motivo para...
— Há — o rosto de Zéfiro estava seco e as olheiras ainda marcavam-o, os cabelos eram curtos e de um tom de palha seca. — O mesmo desde o começo.
Os dentes de Augustus pressionaram-se com força.
— Aquela oni é a atual Jormungand — disse, a voz clara e arrastada. O rosto de Zéfiro não moveu-se um milímetro. — O livro foi destruído por Ícaro e a garota... é só uma criança.
A mão do elfo no comando o encontrou a bochecha morna e firme.
— Isto é o que o aliado do inimigo, que acabou de matar um dos nossos, diz — Zéfiro.
Augustus foi percorrido por um longo arrepio. Devíamos ter falado com ele antes. Fazê-lo entender.
— Por que não? — Helena, logo após a reunião com Maria, uma dos três governantes de Semiramis.
— Ele... — está louco, me chamou de Patroculus e vestiu um trapo rasgado sobre o qual riu e mostrou o buraco que tinha na área pélvica. Engoliu as palavras. Respirou fundo e esfregou o rosto num movimento de cima a baixo. — Vamos lidar com a filha de Jaime Fearblood e a profecia nós mesmos. Zéfiro... — cerrou os punhos. — Não está em condições de liderar.
— ... como quiser — Helena, os olhos onde dourado e azul dividiam espaço o encarando imóveis. — E quanto a ideia de ficarmos como reforços aqui? Que decisão estúpida foi essa? Já estamos nas últimas e...!
— E decidimos ajudar a lidar com a profecia. Salvar vidas, lutar contra essas ondas de monstros noturnos e o que mais isso inferir.
Ela não falou e Aeolus entrou na loja de roupas onde estavam se reunindo.
— A mensagem foi enviada? — Helena, fitando o recém chegado que assentiu. — E a recuperação dos sobreviventes?
Havia tratado os mais fortes com a mesma substância curativa que dolorosamente regenerara Augustus, os demais tinham recebido algo mais fraco e ainda estavam com cicatrizes, velocidade reduzida e a soltar gemidos sob certas movimentações.
— Nada diferente, mas serão capazes de lutar em formação como vem vindo até aqui — Aeolus. — Zéfiro está no telhado. Olhando as estrelas, ele diz.
Isso era bom. De algum modo.
Mas não era.
— Não podemos vencer — Augustus, aqui e agora, de costas a Note a Dama e frente do elfo ao qual o comando máximo fora encabido.
Ele sorriu.
— Teme a morte, Augustus? — o tom era tranquilo.
Ele não vai recuar. O som dos passos da oni não soaram enquanto uma vintena de soldados disparava rumo ao homem sem cabeça.
— A vampira é só uma criança, deixe-a a ir.
— A profecia — Zéfiro.
— Foi mal interpretada! — soltou alto e agarrou ambos os braços do elfo. — Deixe-me expli...
Círculos mágico surgiram as laterais da cabeça de Zéfiro. Os músculos de Augustus tencionaram. Ele não... as pálpebras de Augustus subiram ao limite. Subitamente a bebedeira, o esforço além do limite contra as pragas da gula e a forma desengonçada de agir que beirava a um estado de insanidade que trajava recentemente, formaram uma sentença.
— Você quer morrer...
Essa campanha inteira foi uma ideia horrível. Uma brisa os cruzou fresca.
— Eu não almejo a morte.
''Só o fim'' Augustus quase completou.
— Não precisa lutar aqui. A profecia era sobre... — o chão agarrou os pés dele e arrastou-o a direita. Zéfiro andou, Augustus girou na direção dele, mais doze círculos mágicos surgiram acima e as laterais do comandante máximo do exército élfico.
A oni estava sentada com pernas cruzadas a frente da vampira caída e encarando-o com um curto sorriso.
— Espere..! — pondo forçosamente os pés fora dos agarros de pedra e logo colocando passos na via. Dois, três e gritos. Os elfos pararam, o tronco da oni pendeu ligeiramente para trás.
Os olhos foram a esquerda. Um homem tinha as mandíbulas presas na cabeça de uma velha. Transeuntes próximos fitavam, piscavam e a idosa reverberava seu terror. Outros gritos soaram, de ruas para todas as direções.
Uma turba disparava pela rua da frente rumo ali. E um raio explodiu a cabeça do sujeito que mordia a senhora.
— Mudança de planos. Imagino que teremos um problema mais imediato agora — Zéfiro após disparar, então fitou a oni. — Iremos atrás dela depois.
A mulher com chifres marcados de carmesim deu de ombros e se levantou pondo a garota entre o braço e a cintura. Ela pulou até o telhado de Note a Dama. Mesmo eu não conseguiria, essa pessoa é assombrosa.
Os transeuntes ao redor da rua diante da catedral se acumularam próximos aos dois elfos. Helena e Aeolus surgiram junto a mais cinco soldados e se uniram a eles. Augustus respirou fundo, fechou os olhos com força e abriu. Deu um passo a frente.
— Magos economizem energia, mas fiquem de prontidão, os demais matem qualquer força hostil. Anfitrite, leve esses civis para dentro da catedral e depois faça soar os sinos — ordenou, a elfa assentiu e mandou o populacho a seguir.
Os gritos diminuiam, o grupo vindo até ali tinha os traços discerníveis agora e os elfos desembainharam suas armas. A turba era formada por homens e mulheres com ossos expostos, carne despida de pele e sete eram completos esqueletos usando armadura de ferro e bronze.
''Punhos comidos pela terra são postos a saborear o frescor da brisa e o calor da matança'' as palavras da profecia voltaram a Augustus junto a um longo arrepio.
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