Capítulo 11.5° - Uma Extrema Quantia de Ódio a Tocando o Sangue
Stephanie Fearblood, vampira
De novo. É, eu estava aqui, estava a um braço a frente dele e... é, aconteceu de novo. A cabeça tocava a terra, o odor de areia entrava o nariz junto a outros. Havia som. Ao menos isso dá uma resposta definitiva ao ''eu deveria ter lutado'' quando os elfos invadiram, quando meu pai morreu.
O mercador foi decapitado. Pedaços de Elisabeth espalhados pelo salão de entrada e... os serventes que tentaram me ajudar... um após outro, enquanto tudo que pude fazer foi olhar o cadáver de Antony e chorar...
Havia imagem, sob uma tênue luz prateada. Lutei contra o sujeito, a raiva tinha vindo, tarde demais, corpos demais melando o piso. A terra estava fria, o vento... quase gélido. Talvez só pareça, perdi bastante sangue.
As palpebrás baixaram. Eu não ligo mais, que eu morra aqui... Será que meu tio sobreviveu? Tudo que me restava sumiu de novo? Os sons sumiam. Eu odeio os elfos, eu odeio Sangue Branco... eu quero ir para casa.
— ⚔ —
Abriu os olhos. O colchão era duro, o teto pedra marrom e o travesseiro a afundava a cabeça três centímetros em si. Fedia tênue de mofo e suor e... sangue. Passou a mão na têmpora. Crosta e... pele, lisa. Pressionou a lateral do abdomen. Sem dor. Lançou o lençol que a cobria para o lado.
— Boa noite - uma voz suave a direita e frente da borda da cama. As íris foram a ela. O odor chegou primeiro e a vampira enrijeceu. - Se sentindo bem? Quer algo para beber, uma história de ninar? Um abraço?
O cheiro da mana dela é... engoliu em seco e os punhos apertaram o colchão. Eu... seria morta instantaneamente.
Gotas de suor a desceram frias as costas do pescoço. Isso não faz sentido, mesmo que tenha uma imensa quantidade de mana, não significa poder reforçar-se infinitamente. Olhou as íris púrpuras dela e frio subiu-a dos pés a nuca. Eu morreria imediatamente. As batidas do coração aceleraram. Cada fragmento intoxicante de energia mágica fedendo no centro dessa mulher parece gritar ''poder''. Engoliu em seco, o nariz era marcado por tensão.
— Assustada? Pobre saco de piolhos - ela se aproximou, Stephanie levantou, punhos foram acima e a fitou com pálpebras completamente erguidas. Eu vou morrer. Tremeu, os braços da oni abriram. Acabou. Olhos fecharam por si só. Macio, quente e fedendo pesado a álcool. O aperto era firme. - Está tudo bem, sim?
Ergueu uma das pálpebras. O rosto alvo, com um curto sorriso e poças púrpuras como íris pairava a três centímetros do próprio. Ela é linda... Stephanie ruborizou. É o rosto mais bonito que já vi. Desviou o fitar a esquerda e baixo. O braço dela a apertava quadril. Ambos os lados, a barriga dela pressiona a minha e a parte superior dos troncos está contra meus antebraços. Os peitos. A face da garota avermelhou mais vigorosamente. A oni fedia também a violetas.
A vampira assentiu positivamente, o demônio a soltou.
— Sabe, eu estava pensando seriamente em te matar - o timbre amistoso, um sorriso nos lábios e olhos.
Stephanie prendeu a respiração e os músculos enrijeceram. Um passo atrás e mais um. Não estou vendo minha espada.
— Esmagar seu crânio contra a parede, sentir o espinar da sua vida partindo do pescoço e caindo sobre mim... oh, teria sido bom - a oni.
Atirar uma bola de fogo e pular pela janela as minhas costas pode me dar uma chance. Suor frio a descia a têmpora.
— Fazê-lo acabaria com a missão daquele orelhudo do Ícaro e com a promoção e duas centenas de dracmas da recompensa dela - o demônio deu um passo a frente. - O que acha, gostaria que eu reduzisse a pedaços sua fofa cabecinha? Seus recém encontrados parentes estão mortos, o exército de Sangue Branco marcha livremente enquanto tudo que pôde fazer ao encontrar dois deles foi ser rapidamente posta ao chão. Se decidir morrer, será rápido e posso prometer que os elfos gastarão um tempo perseguindo um cadáver enterrado à sete palmos da terra. Uma pequena vingança, mas o que mais uma menina sozinha faria?
Eu odeio você, eu odeio você, eu odeio você...! Lágrimas subiram aos olhos de Stephanie e desceram sobre bochechas. Fungou, engoliu um gemido e outro. Antony morrera, meu tio provavelmente também, minha avó, por pior que fosse, estava aos pedaços. Acabou. Para quê continuar? Chega, não? Que se foda o mundo, que se foda tudo.
Soluços a escapavam, o corpo pairava tenso e trêmulo. Uma morte rápida? Uma pequena vingança? Fechou os olhos. Por que não?
— Hum...?! - Stephanie, apertada subitamente sob o abraço da oni. O cheiro de bebida álcoolica, violetas e ameaçadora energia mágica a entupindo as narinas.
— Está tudo bem, chore bastante, ok? - a oni, ela era quente e a voz melodiosa. Stephanie fez como sugerido.
— ⚔ —
— Esse é meu plano. Esperto, sim? - o demônio, sentada a direita da vampira e com um copo de vinho entre os dedos.
Ela é idiota? Uma taça com sangue era erguida pelo punho de Stephanie.
— O livro... - a garota.
— Desfiz em ácido - o demônio.
Os olhos da vampira esbugalharam. Ela é uma idiota. Silêncio.
— E, e? Irá me acompanhar nessa doce vingança? - a oni, tronco pendendo a Stephanie, ombro tocando-a ombro.
Eu... não quero, estou cansada, quero dormir, quero um travesseiro grande e fofo e quero uma cama cheirosa. Fechou os olhos. Podia vê-los no breu. Meu pai, Antony, meus tios, Elisabeth e os funcionários dela. Me encarando silenciosamente. Os punhos fecharam com força e o canto da boca foi mordido. Mais ao longe, e sem face, até aqueles por quem passei durante a fuga da Cruz do Primeiro.
Fitou a oni sob as trevas atenuadas pela vela.
— Eu vou.
Pararei quando vencer. Os dedos do pé dela pressionaram os calçados. Ou quando estiver devidamente despida de vida.
— Oh, isso é bom! Bom! - o demônio, a abraçando, boca posta a dois centímetros da bochecha da vampira. Ugh, esse fedor de álcool é uma merda. - Se tivesse negado eu teria te matado, sabia?
A pequena mulher riu. Essa bêbada é assustadora. Stephanie a empurrou pela face, a oni não moveu um centímetro. E barulhenta e grudenta e fedida.
Saíram do bar dez minutos depois.
— Ícaro deve ter corrido a essa altura... tinha imaginado que ele tentaria um ataque, por isso esperei com você naquele bar pacieeentemente... e porquê lá tinham copos e eu queria beber. Unindo o útil ao agradável... ou alguma bobagem do gênero - tocou a bochehca de Stephanie que semicerrou os olhos e virou o rosto para longe imediatamente. - Isso me diz, sabe? Que ele é um covarde, é isso que diz!
A oni gargalhou. Ele seria louco se quisesse lutar com você. As ruas estavam escuras por um quarteirão, o seguinte iluminado com tochas atadas a postes. Um grupo de adultos jogava carteado e bebia numa mesa à calçada e um cachorro observava a cena do outro lado da via.
Elas andavam lado a lado, a meia dúzia de passos de chegar a área iluminada, residências silenciosas a esquerda e direita.
— Então eu irei até uma das sedes do governo de Semiramis... a da... essa é a àrea 10? - a oni parou, olhos vasculhando o espaço a frente e então voltou a andar. - Bem, foda-se. Vou até lá, vou reclamar com Jurandir e esperar pacientemente, sim? Ah! Quando eu ver aquela outra pirralha... qual era o nome da trombadinha? Bem, foda-se. Quando a vir vou dizer para procurar por Ícaro. Será um pedido informal, então minha dívida deve aumentar uns vinte ex de prata. Zero intenções de pagar, então foda-se.
Merda... o plano dela é horrível. Atravessaram rua após rua. Silenciosas, barulhentas, escuras e claras. Conforme seguiam a oeste as estruturas tornavam-se maiores, madeira se via com mais frequência em meio a rocha, material mais usado pela possibilidade de ser moldada por qualquer mago razoável em magia de terra, e a iluminação de tochas substituída por pedras de mana.
A palidez cinzenta do findar da noite tocava a atmosfera quando pararam de frente a um enorme prédio alvo. A oni subiu os três degraus que o separavam da calçada, Stephanie a seguiu. O punho do demônio tocou a maçaneta redonda e dourada.
— Qual seu assunto aí, miaauoça? - do outro lado da via, sobre o edifício diretamente a frente daquele.
— Ter uma conversa com um velho amigo - ela abriu a porta, o som de metal partindo soou seguido do tilintar de seu atingir ao chão.
A trava de ferro da porta havia partido e encontrado o piso. O sujeito no lado oposto da via pulou para o solo e correu até elas. Stephanie o encarava. Um licantropo com pelagem laranja e dotada de listras escuras horizontais, vestindo um macacão sem mangas e calças negras pesadas, as orelhas eram felinas. Então fitou a bêbada idiota atravessando o batente.
Ele a alcançou quando a pequena mulher dava o segundo passo construção a dentro. Ergueu a mão e apertou o ombro da oni.
— Parada aí, não tem permiaaaussão para entrar aí - a voz era pesada. Mas esse ''miaau'' é meio estúpido. O púrpura do demônio o encontrou de soslaio.
— Vai me impedir? Eu ficaria demasiadamente triste se tentasse... - ela, então o licantropo estava de joelhos, pulso preso entre os dedos do demônio que virara de frente a ele e sorrira. Stephanie foi percorrida por um duro arrepio, os pés a levaram atrás e os punhos ergueram-se por si sós. - Ou talvez em verdade fosse ''feliz'', sabe? Estou com um tanto de fome agora. Devo devorar você de carne a ossos? Espero ansiosamente por um ''sim, bela senhorita''.
O licantropo gemia por entre dentes.
— Irei só conversar com um amigo, sim? Fique quieto e isto o será um breve e suave dia.
O soltou. Ele agarrou o próprio pulso, arfando e fitando a carne viva em que estava.
— Só porquê eu miausei quem é - o licantropo murmurou.
— Ótimo! - e fez um cafuné na cabeça dele. - Vamos, saco de piolhos.
O demônio continuou a dentro e Stephanie a olhou as costas sob camisa alva. Eu deveria mesmo estar perto dessa pessoa?
— Vamos - a oni.
Stephanie engoliu em seco e a seguiu. O interior era largo, dotado de pequena mesas redondas flanqueadas por sofás negros, ao fundo havia uma bancada e no canto esquerdo dela uma escadaria. No teto pendia um lustre de aço polido. O demônio andou rumo aos degraus, fazendo curvas através de mobílias. Stephanie logo atrás. Quadros marcavam a parede naquela ala, haviam três com raio de sete metros, o primeiro mostrava licantropos lupinos curvados, uns feridos e outros mortos, a elfos, humanos e anões, no segundo eles tinham grilhões presos aos pulsos e canelas, no terceiro uma mulher, Semiramis, Stephanie reconheceu os cabelos ruivos e os olhos dourados e... a armadura que uso. Ela cortava as correntes de um licantropo idoso na última pintura.
Subiram os degraus do térreo ao primeiro andar. Passaram pelo corredor a direita, largo, com portas o demarcando ambos os flancos. Havia cheiro de poeira, resquícios de pessoas, flores no quarto da quinta, sexta e sétimas portas, fruta na oitava, laranja, e também bebidas alcoólicas. E felinos. Stephanie fitou um deitado à frente da décima terceira porta. O demônio parara a vanguarda da de número onze no lado direito.
Bateu na porta. De novo. Esperou. Stephanie captava o fedor de um licantropo do outro lado. Também o odor de café, muito café.
— Quem é...? - a voz tensa e ligeiramente rouca. O demônio abriu a porta, arrancando a maçaneta junto a fechadura e empurrando a madeira.
O homem tinha o rosto de pele bronzeada franzido, as orelhas lupinas e cabelos castanhos, os punhos cerrados. Ar entrou-o e saiu lentamente.
— Isso responde a pergunta, imagino - ela, pondo-se cômodo a dentro. - É um tanto cedo para que esteja aqui, sim? Sua esposa é desagradavel a esse ponto? Pobre Jurandir, quer que eu te conforte?
— Nunca, minha esposa é ótima - e suspirou. - O que você quer? E precisava mesmo quebrar a minha porta?
O demônio sentou uma das nádegas e coxas na mesa. A sala era amarronzada, com duas prateleiras de livros numa das laterais e baús na outra. No centro e ponta contrária a entrada ficava uma larga mesa diante de uma janela e vanguarda de uma poltrona escura.
— Visitar um amigo? Checar se sua frágil saúde está bem? Perguntar se gostaria de um boqu...
— Chega, vá direto ao assunto - Jurandir levando dois dedos a têmpora. As íris castanhas encontraram Stephanie atrás do batente. - Quem é a pirralha...?
— Vamos, seja um governantizinho esperto e me diga você, sim?
Ele semicerrou os olhos, baixou os óculos, ergueu, e as pálpebras subiram ao limite.
— É a...
Stephanie olhou para o chão, braços grudaram as costelas e ficou imóvel.
— Você consegue - o demônio.
— A filha de Jaime Fearblood? - o licantropo.
A oni esticou o tronco na direção do homem, pondo face a centímetro de face.
— Correto - ela, o sujeito engoliu em seco. - Devo te dar um beijo como recompensa? Muito pouco? Concordo! É um tanto repentino, mas como poderia recusar te fod...
— Onde estão os enviados do exército de Sangue Branco? - Jurandir, empurrando-se junto ao assento para trás. - E... Stephanie, certo? Entre e feche a porta.
A vampira fez como dito e fincou-se um passo além da entrada.
— Chegue mais perto, saco de piolhos, meu amigo pode ser um lobo, mas está há muito sem presas... se é que algum dia as teve.
Stephanie atravessou o carpete felpudo, uma brisa morna vinha da janela e deslizava-lhe a pele. Parou na esquerda e dianteira da mesa. Quieta íris fitando um livro de capa vermelha de titulo ''O Novo Manual da Economia Contemporânea''.
— E os enviados...? - Jurandir, indicador e dedo do meio massageando a lateral da testa.
O demônio o encarou, um sorriso expondo o canino esquerdo na face.
— Um morto, outro prestes a ser.
Jurandir fechou os olhos e soltou ar pela boca.
— Pelo amor do Vermelho... só para, tá bom? - o licantropo. - É insuportavel lidar com seus crimes normais, isso... porra, quer nos pôr em uma guerra com Sangue Branco? Saiba que seus bares e bordéis favoritos não sobreviverão.
Stephanie tensionou no lugar. Os olhos esbugalharam e a face virou ao chão.
— Ícaro será morto por mim - a oni, tom gélido, uma extrema, e nunca antes presenciada pela vampira nesse volume, quantia de ódio a tocando o sangue.
Eu poderia morrer sufocada sob esse cheiro.
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