Bella sentia não ter mais ar em seus pulmões, não conseguia dizer muita coisa, fazia tanto tempo... Ela nem se lembrava mais do rosto dele. Agora vê-lo era como refrescar o rosto quente com água gelada.
Erik observava o pequeno que ela fez questão de acordar para que visse seus olhos, eram idênticos aos dele.

– A mãe é... – ele sabia que Bella nunca teria dado a luz a um filho seu, nunca tinha se deitado uma vez sequer com ela.

– Lady Brunna, ela tinha fugido de Vakker Abrahamsen quando Freya voltou às pressas da viagem de Rikiblár. Achávamos que ela estava morta mas não estava, na verdade ela tinha ido pedir por socorro no clã McLauchlan – Erik estava surpreso com aquilo tudo e se sentou.

– Então fez o que eu disse e achou eles.

– Sim!

Erik suspirou aliviado, ela estava bem e isso era o que importava.

– Está tudo bem então, o pequeno...

– Jasper.

– Isso. Ele será a questão decisiva para tudo. Agora Freya mantém com ela, Harry o outro dos gêmeos filhos de Willian, sendo a garantia do trono.

Ele se levantou e caminhou até Bella, sorrindo segurou seu rosto com carinho, observou seus olhos e ao invés de um abraço iria aproximar dela na intenção de beija-la, estava mais que feliz de finalmente ver ela.

– Erik. – Brayan segurou o ombro do amigo – Não.

Bella saiu do transe que estava enquanto encarava ele e se levantou se afastando o suficiente com Jasper.

– Eu... Eu fui atrás do Pantera como me disse.

Erik não estava entendendo mas tinha suas próprias conclusões, o mundo era perigoso demais para uma mulher sozinha, ainda mais uma considerada criminosa.

– Não importa o que aconteceu, se aconteceu, Bella. Ainda podemos ficar juntos se você não se importar que eu traga Brunna novamente para junto de mim quando tudo voltar ao que deve ser.

– O que? Não, isso jamais, eu...

– Tenho certeza que meu primo não quer o trono, ele nunca quis e não vai ser agora, tenho certeza, independente do que possa ter sido dito – Ele não queria deixar ela falar, tinha medo do que iria escutar.

– Ele não quer mas não é isso-

– Viu? Não importa! Nosso casamento foi interrompido, quando tudo acabar mais do que nunca vão querer você como minha primeira rainha.

– Erik eu sou a mulher do lorde Caillen McLauchlan. – Bella disse séria e foi como empunhar uma espada bem no meio do peito dele.

– Casou-se com ele? Com Caillen?

– Sim!

Erik olhou para Brayan em suplica mas o olhar do amigo de repreensão fez com que ele desse outro passo para trás, ele encarou novamente Bella, sua Bella. Casada. Com seu primo. O Lorde guerreiro gigantão musculoso das terras de Neakail. O Verdadeiro herdeiro de Vakker Abrahamsen e até mesmo de Rikiblár Abrahamsen se o concelho resolvesse decidir que Rikiblár Abrahamsen deveria voltar a ser apenas um reino. O verdadeiro filho do rei Mathias, gêmeo primogênito do rei Stuart.

– E eu o amo, Erik – Bella abaixou o olhar para Jasper.

– ...E eu? Como eu fico? – foi difícil dizer aquelas palavras.

– Sinto muito Erik. Eu teria me casado com você mesmo não o amando. Mas me atrevo a dizer que fico feliz que não tenha acontecido.

– Ama ele. Fica feliz por ter dado tudo errado naquela noite. Me aparece com uma criança e diz que é meu filho... – Erik caminhou devagar – É demais para mim!

– Erik...

Ele correu para fora do cômodo, Bella não se deu o trabalho de ir atrás e se sentou novamente.

– Eu sabia que ele iria reagir mal. Mas não assim.

– Por que não contou pra ele antes?

– Porque é você quem deveria contar – Brayan se sentou e passou a mão na cabeça do pequeno – Temos que bolar um plano logo, a guerra já começou por aqui, os crimes da rainha Cherry estão todos sendo expostos. Freya não quer deixar ela sair do palácio e Willian está ameaçando por enquanto.

– Precisaremos de todo o concelho presente para fazer o que planejei.

Caillen entrou furioso no castelo mas parou antes de quebrar alguma coisa quando viu Giles sentado na mesa principal a sua espera.

– Sabia disso!

– Eu não sei de absolutamente nada.

A respiração do Lorde diminuiu e seu coração doeu, doeu ainda mais quando seu pequeno diabinho veio correndo em busca de carinho, chorando. Caillen então se abaixou e pegou seu pequeno que o abraçou se agarrando em seu pescoço.

– Papai, diz que a mamãe vai voltar. Niall disse que ela foi embora.

– É claro que ela vai voltar, meu filho. – Nem ele mesmo tinha certeza daquelas palavras.

– A culpa é minha de novo, não é? – Então Caillen lembrou do que dia que estavam, ele olhou para Alistair que tinha ouvido tudo depois de contar as notícias a Sarah.

Confirmado. Era a semana de comemoração de sete anos do nascimento de seu filho, a mesma semana que a mãe dele havia morrido depois de lhe dar à luz.